O DRAGÃO ALADO DE HAGRID



Capítulo Dez:

O DRAGÃO ALADO DE HAGRID


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O dia seguinte amanheceu com grande agito na Torre de Grifinória, Nick-Quase-Sem-Cabeça estava ao lado da Mulher-Gorda com a função de auxiliar os alunos novos e ajudar aos monitores recém empossados.
Assim que Harry terminou de se vestir, um aluno do segundo ano correu até ele estendendo uma carta pequena.
_McGonagall pediu para eu entregar – disse antes de sair, com pressa, para fora do dormitório.
Harry olhou para Rony, mas ele não havia percebido a chegada da carta, estava agitando sua varinha, treinando alguns velhos truques de Feitiços, Flitwick costumava revisar nos primeiros dias de aula.
_Espero que ele não tome os mais difíceis – disse antes de deixar o dormitório ao lado de Harry.
_Começamos com Tolkien – Hermione disse assim que os encontrou no andar debaixo, notavelmente ansiosa e agitada.
_Ainda bem que não temos Trelawney, Tratos das Criaturas Mágicas e História da Magia – Rony falou suspirando enquanto colocava a bolsa nas costas.
_É – Hermione murmurou terminando de guardar seus livros de Poções – Digamos que esse ano a magia estará um pouco mais interessante do que de costume. – e ela consultou um relógio sob a mesa ao lado do sofá – Vamos tomar café logo, em meia hora às aulas começam.
O caminho para o Salão Principal estava cheio de bruxos, principalmente o andar de Transfiguração.
_Deve estar acontecendo alguma coisa lá – Rony falou sem muito interesse, antes de chegaram ao andar térreo.
_Muitos trocaram outras escolas por Hogwarts, a seleção das casas para esses alunos aconteceu agora de manhã, bem cedo, Minerva como vice-diretora ficou encarregada.
O Salão Principal estava lotado aquela manhã, quando grupos de alunos deixavam as mesas outras vinham e ocupavam os lugares, a agitação era grande e calorosa, a maioria parecia preocupada com o ínicio das aulas, principalmente os alunos do primeiro ano, mas estavam sorrindo mesmo assim.
_Pensei em visitarmos Hagrid depois das aulas – Hermione disse assim que se sentou na mesa de Grifinória.
_Acho ótimo – Rony falou enquanto Harry se sentava ao lado de Gina. – Não conversamos com ele há muito tempo.
_O que acha Harry?
_Tudo bem – respondeu depressa.

Os alunos do sétimo ano caminharam para o terceiro andar animados para reverem Tolkien, e após aguardarem poucos minutos defronte a porta, ela se abriu e os alunos poderam adentrar.
A sala de Defesa Contras as Artes das Trevas estava mais vazia agora, não haviam mais gaiolas pelo teto e nem caixas com animais ou coisas parecidas pelos lados.
As mesas haviam sido empurradas para os cantos e havia um grande círculo vermelho ao centro.
_Entrem por favor – Tolkien pediu animado. – Deixem suas bolsas, puxem suas varinhas e formem um círculo.
Harry colocou a sua bolsa ao lado da de Hermione e retirou a sua varinha.
_Eu gostaria de anunciar que todos os estabelecimentos e escolas receberam ontem uma carta do Ministério aonde foi anunciado que as Azarações Mortais estão terminantemente proibidas. - Harry desviou um olhar para Hermione, ela parecia ter ficado surpresa com a notícia. – O objetivo do Ministro com essa proibição é o fato de poder encontrar Comensais da Morte com mais facilidade, pois eles usam, e muito, as Azarações, e qualquer feitiço desse que for realizado, será, no mesmo momento, registrado no Ministério, e o culpado levado a julgamento. – Tolkien sacudiu sua varinha e todos foram empurrados alguns passos para trás quando um círculo de fogo surgiu, deixando um grande espaço ao centro. – Não se acanhem senhores – ele falou e sacudindo mais uma vez a varinha as velas se apagaram. – Em contra partida a essa proibição, o Ministério autorizou o feitiço do Extremus Protego, e pediu que todos os alunos tivessem acesso a esse encantamento. – Tolkien atravessou o fogo normalmente e parou em meio ao grande círculo – Quem poderia me dizer o que é o Extremus Protego?
Hermione foi a única que levantou a mão, e mesmo assim, timidamente.
_Sim Srta.Granger.
_Extremus Protego é um feitiço de ataque e defesa em conjunto, foi proibido pelo Ministério poucos anos depois de ter sido registrado e conhecido como um feitiço das trevas, por ter sido muito usado por aqueles que estavam desse lado.
_Correto – Tolkien disse – Mas o que vocês devem realmente saber é que o Extremus Protego causa uma sensação de dor e pertubação naquele que não souber o lançar da forma certa. Dependendo da intencidade pela qual você trabalha o feitiço, isso pode te deixar louco ou inconsciente. Observem – e Tolkien sacudiu sua varinha no ar. Ele ficou em uma extremidade do círculo enquanto uma estátua emergia do chão a sua frente. – É um movimento complexo, não se esqueçam disso. – e girou a varinha duas vezes antes de espetá-la no ar mais duas vezes e apontar para a estátua, de forma voraz um jato azul escuro disparou indo diretamente no peito dela, que explodiu em vários pedaços – Reparo! – e a estátua retornou rapidamente – Alguém quer tentar?
Harry, Rony e Hermione sorriram, ansiosos.
_Vamos lá senhores, esse é um momento tão mágico, quero compartilhar isso com vocês!
_Eu vou! – Simas disse adentrando o círculo de fogo.
_Se prepare Sr.Finnigan! – Tolkien falou animado saindo do círculo. Simas ficou defronte a estátua e elevou sua varinha. - Quando contar três. – Simas balançou a cabeça positivamente – Um...dois...três! – Simas girou a varinha no ar uma vez e depois, tentando espetá-la no ar disparou um jato lilás no teto, que ficou com uma grande mancha negra. – Gire duas vezes, depois a espete no ar e então aponte para o inimigo, tente novamente!
Simas encarou a estátua a sua frente e Harry pode perceber que ele tremia, os olhos escuros fitados na estátua.
_Já! – Tolkien anunciou e Simas girou a varinha no ar apenas uma vez novamente e depois espetou-a no ar duas vezes, antes que pudesse mirar na estátua, sua varinha caiu das suas mãos e ele ficou segurando seu braço direito com muita força, parecendo sentir muita dor.
_O que é isso? – perguntou caindo de joelhos.
_O feitiço transfere a dor reunida para o indíviduo que não conseguir lançá-lo. Volte Sr.Finnigan, tentaremos mais tarde. – Enquanto Simas voltava para junto dos alunos de Grifinória, Hermione elevou a mão.
_Ah sim, Srta.Granger! – alguns alunos de Sonserina riram com desdém nesse momento. Hermione adentrou o círculo de fogo e ficou defronte a estátua. – No três Srta.Granger! – Hermione assentiu com a cabeça enquanto Harry percebeu que ela parecia nervosa também, igual Simas ficara, e seus olhos estavam apertados, como se estivesse resistindo a alguma dor. – Um...dois...três! – ela girou a varinha no ar duas vezes e espetou mirando na estátua em seguida, da sua varinha disparou um jato acizentado daonde a figura de uma velha bruxa com cabelos encaracolados e colares grandes surgiu, gritando muito; Mesmo que ninguém podesse ouvir a sua voz.
_NÃO! - Hermione gritou e sua varinha voou para longe, enquanto o vulto desaparecia em uma fumaça clara – Não estou preparada! – disse confusa estendendo o braço direito, que tremia muito – Accio! – e a varinha voou até sua mão.
_É a minha vez! – Draco disparou adentrando o círculo enquanto Hermione se juntava à Rony e Harry.
_O que houve? – Rony murmurou enquanto Draco se preparava.
_Eu não sei – Hermione respondeu olhando fixo, para frente – Mas é uma dor terrível.
_...Três! – Tolkien anunciou e Malfoy sacudiu sua varinha duas vezes e depois a espetou no ar duas vezes também, ao apontar para a estátua bradou: - EXTREMUS PROTEGO! – o seu braço por um momento foi cercado por uma fumaçanegra e a varinha tremendo em sua mão caiu no chão, todos em absoluto silêncio, enquanto a fumaça tomava conta e cobria Malfoy.
_É igual a sua fumaça! – Rony falou em voz baixa para Hermione – Só que mais escura.
Tolkien sacudiu sua varinha em um movimento triangular e a fumaça dissipou, Malfoy estava muito vermelho agora, e agachado, cobrindo as orelhas com as mãos.
_EU NUNCA FIZ ISSO, EU NUNCA, EU PROMETI QUE NÃO FARIA! – e ele abriu os olhos, apanhou a sua varinha com violência e ficando de pé saiu do círculo correndo para fora da sala.
_Eu quero tentar! – Harry disse quase adentrando o círculo.
_Lamento Sr.Potter! – Tolkien falou em voz alta, não olhando para Harry – Talvez em outro momento, Ernesto Macmillan, venha!
Harry parou diante do círculo e se afastou lentamente, se juntando a Hermione e Rony, eles não se entreolharam, apenas estavam fitando Tolkien, um pouco chocados, enquanto Ernesto se aprontava para a tentativa.


_Eu também não entendi! – Rony resmungou quando ele, Rony e Hermione chegaram a mesa do almoço no salão principal – Ele sabia que Harry conseguiria – e ele abaixou a voz para que ninguém próximo ouvisse – Harry tem a Midna, ele poderia ter feito!
_Eu não encontro uma resposta – Hermione falou séria, as sombrancelhas tão juntas agora que pareciam um gavião – Eu me senti horrível, como se algo muito ruim dentro de mim fosse sair para me enfrentar e eu não podesse controlar.
_Coisas ruins são artes das trevas – Dino disse ao lado de Simas, que estava sério e quieto – Talvez ele queira que controlemos nossos medos para lutar melhor.
Hermione fitou Dino por um instante e se sentou na mesa. Harry notou que Tolkien não estava na dos professores.
_De qualquer forma – Rony disse se sentando ao lado de Hermione – Quem era aquela senhora que apareceu?
Hermione ficou ainda mais séria e apenas puxou um prato para si, não respondendo a pergunta de Rony.

_Vou entregar as anotações que fiz sobre Tumus para Slughorn, com tudo o que aconteceu esqueci de deixá-las com Tolkien. – ela disse muitos minutos depois, antes de chegarem as masmorras e adentrarem a sala de Poções.
Conforme alguns alunos terminavam suas poções, Slughorn os liberava para terem um pouco de folga antes da aula seguinte e assim se dedicava a quem ainda estava com dificuldades.
Harry saiu dez minutos depois de Hermione, ela estava sentada em um banco na masmorra, esperando a aula acabar para entregar as anotações.
_Rony? – ela murmurou revirando os olhos.
_Ainda não – Harry respondeu e ela riu.
_Eu falei para ele colocar as cascas antes da essência, mas ele insistiu que o efeito seria reverso.
Harry se sentou no banco e olhou para quem deixava a sala, Malfoy estava sério e com a expressão fechada, sozinho, andando com as mãos nos bolsos da calça enquanto caminhava solitário para a Torre da Sonserina.
Poucos minutos depois, a sineta tocou e Hermione ao lado de Harry retornaram a sala em passos largos, Minerva não toleraria atrasos.
Quando Hermione adentrou a sala, Harry sentiu algo puxar a sua capa e se virando viu Fierce parado, com um sorriso no rosto pálido.
_Seus pais mandaram para você! – e ele estendeu uma carta – Desculpe, mas tenho que ir!
Harry apanhou a carta e adentrou a sala, os últimos alunos estavam saindo. Rony estava guardando alguns ingredientes restantes em longos frascos, parecendo realmente aborrecido.

“Querido Harry,
A viagem tem sido espetacular, devemos chegar ao destino dentro de poucos dias. Fierce tem estado muito ocupado com o ínicio do ano letivo, mas sempre que pudermos estaremos escrevendo.
Espero que esteja tudo bem, qualquer coisa fale com Dumbledore, ele saberá o que fazer.
Deixamos um grande abraço.”

Lílian e Tiago Potter


Harry olhou ao redor e encontrando Hermione, Rony e Slughorn foi até eles.
Guardando a carta em um dos bolsos das suas vestes viu que Slughorn verificava as anotações que Hermione trouxera.
_Tudo o que ouvi sobre esse Tumus é muito interessante – ele disse enrolando os pergaminhos - Me parece que ele é um vampiro - Rony olhou para Harry com uma expressão sombria e depois se afastou de um caldeirão que borbulhava intensamente - Bom, vamos deixar isso para depois - falou agitando sua varinha e fazendo os pergaminhos desaparecerem - Sendo mais preciso, para o fim de semana. - e ele sorriu enquanto os frascos com as poções dos alunos se enfileiravam em uma estante ao fundo. - Já conversou com Minerva sobre o time de Quadribol da Grifinória, Harry?
_Ainda não - Harry respondeu depressa - Mas vou fazer isso logo após a última aula.
_Ótimo! - Slughorn exclamou - Se puderem, visitem Hagrid também, ele tem uma surpresa para vocês.
_Ok – Hermione murmurou colocando a sua mochila nas costas – Já vamos professor, tenha uma boa tarde.
_Igualmente Srta.Granger – Slughorn falou enquanto alguns quintanistas da Lufa-Lufa adentravam a sala.


A última aula do dia, de Feitiços, foi definitivamente exaustiva, Flitwick nunca estivera tão exigente antes, de modo que quando a sineta tocou os alunos imediatamente guardaram suas coisas e deixaram a sala em silêncio, cansados.
_Acho que já podemos visitar Hagrid – Hermione disse olhando para Rony – Harry, imagino que você tem que ir até a sala de Transfiguração, não?
_Sim – Harry disse cansado – Depois de Hagrid.
Após deixaram suas mochilas na Torre de Grifinória e apanharem algo para comer, Harry, Rony e Hermione deixaram o castelo e caminhando em direção a cabana de Hagrid perceberam que tudo parecia soturno demais.
Poucas eram as luzes no castelo e apenas alguns ruídos pareciam vir do campo de Quadribol.
_Algum time já deve estar treinando – Hermione falou sem importância.
_Só espero que não seja Sonserina – Rony disse enquanto Canino latia distante, os vendo pela janela.
_Draco não conseguiria, não depois da aula do Tolkien – Harry falou e um silêncio incômodo surgiu. Os três continuaram o caminho até a cabana ouvindo apenas os passos e os latidos.
Após Harry dar três toques na porta, a voz forte de Hagrid resmungou lá de dentro:
_Quem?
_Nós – Rony respondeu e a porta imediatamente se abriu, com um rangido alto. Canino latiu animado e saindo da janela correu até Rony.
_Agora não! – ele disse se afastando.
_Que prazer tê-los aqui – Hagrid brincou – Chegaram na hora certa! – e ele apontou, com uma das grandes mãos coberta em uma luva de pele de dragão, para uma chaleira na lareira enorme – Fiz um chá que Olivia me ensinou na última vez que nos encontramos – e ele apanhou quatro xícaras grandes em uma prateleira de madeira velha.
_Slughorn disse que você teria uma surpresa – Harry disse se sentando em uma das poltronas gigantes, e se sentiu mal por pensar que ela já fora muito maior quando estivera em seu primeiro ano.
_E tenho! – Hagrid respondeu animado apontando para uma caixa de madeira, grande e com vários selos colados.
_Parece a carta que a Sra.Weasley me mandou na Rua dos Alfeneiros me convidando para a Copa Mundial. – Harry disse sorrindo – Um pouco maior, é claro – acrescentou enquanto Rony ficava com as orelhas vermelhas.
_Andam visitando Slughorn? – Hagrid perguntou enquanto colocava o chá nas xícaras.
_O visitamos para entregar algumas anotações sobre Tumus – Hermione disse e Hagrid a encarou espantando, os olhos pequenos, parecendo dois besouros, agora arregalados. – Vocês já sabem? – ele falou enquanto o chá vazava de uma das xícaras.
_Hagri... – Rony tentou avisar, mas ele parecia inatingível, encarando Hermione surpreso.
_Que ele é um membro do Império? – Hermione disse assustada.
_Hagri... – Rony insistiu, o chá vazando pela mesa agora.
_Não, sobre o Clube de Duelos! – Hagrid falou e agora o chá estava caindo pelo chão.
_O CHÁ! – Rony berrou enquanto Canino latia.
_Oh céus, não, mas, nossa, sou um desastrado mesmo!
_Não se preocupe – Hermione falou apanhando a varinha – Um feitiço simples – e a sacudiu, mas ao invés do chá secar, ele se multiplicou, molhando boa parte do piso da cabana.
_Mione?! – Rony exclamou levantando os pés para não molhá-los no chá.
_Eu...eu juro, eu não sei...Hagrid, me desculpe!
_Eu aprendi a fazer isso com a mamãe – Rony falou apanhando a sua varinha – Ela sempre me fez enxurgar os pratos nos aniversários do Percy. – e ele sacudiu a varinha. O chá pelo chão transbordou tanto que vazou pela porta e foi descendo os degraus da entrada. Ele encarou a sua varinha como se ela fosse uma aranha venenosa e disse, com a voz fraca – Eu nunca tinha errado antes!
Hagrid apanhou o seu guarda-chuvas sob a mesa e o sacudiu, o chá lentamente foi secando.
_Vocês devem estar com algum desses problemas que jovens tem – e ele entregou cada uma das xícaras, que para um não gigante seria do tamanho de um prato e se sentou em uma cadeira de madeira.
_Você disse Clube de Duelos – Harry falou enquanto a fumaça do chá cobria o seu rosto.
_Sim – Hagrid confirmou – Eu pensei que Dumbledore já havia contado.
_Não o vemos desde ontem, na cerimônia de inicio do ano. – Hermione respondeu parecendo chateada.
_De toda forma vocês ficariam sabendo – e ele bebeu um gole do chá, Harry encarou Rony por um momento, e mesmo sabendo que a culinária de Hagrid era um tanto desagradável bebeu para acompanhá-lo.
O gosto era realmente amargo, mas também doce.
_Descobriram aonde Tumus está – ele continuou calmo – e é próximo a Durmstrang, em uma escola particular sobre Clube de Duelos, ele leciona lá.
Para os que não estudam ali, há um Campeonato de Duelos todo final do mês, para os pais reverem seus filhos e assistirem como eles desenvolveram as suas atividades em duelos. Tumus é um dos que sempre duela. – Hermione desviou um olhar para Harry – E quem vence esse Campeonato tem a chance de tomar, durante uma longa noite, um chá com todos os professores da escola. Apenas jovens alunos, no sétimo ano ou que saíram há apenas um ano, podem participar desse Campeonato. Dumbledore gostaria que você tentasse. – e Hagrid olhou para Harry, os olhinhos escuros quase perdidos em meio a barba grossa.
_Faz sentido – Rony disse do nada – Harry tem os poderes de Midna, ele pode vencer qualquer um.
_Tumus é um bom adversário – Hagrid falou – Ele sempre teve fama por enfrentar os professores de Defesa Contra as Artes das Trevas.
_Você acha que eu posso vencer? – Harry perguntou enquanto Hagrid tomava mais um gole e infelizmente teve de acompanhá-lo.
_Você derrotou Você-Sabe-Quem – ele respondeu animado – Você derrotaria qualquer um! – e sorriu.
Harry apenas encarou o seu reflexo no líquido da grande xícara e por minutos ficou ali, perdido nas memórias, de todas as vezes que escapara de Voldemort. A fumaça daquele chá o estava deixando sonolento e Rony e Hermione estavam absortos em uma conversa com Hagrid, quando percebeu que ele estava de pé e apontando para a caixa com os selos.
_Acho que posso lhes mostrar agora – e apanhou a caixa, colocando-a sob a mesa depois. – Se aproximem por favor, vocês nunca viram nada igual.
Harry se levantou rapidamente e se juntando a todos viu ele puxar a tampa vagarosamente. A caixa estava coberta por serragem, e havia um ovo azul, cheio de manchas brancas e avermelhadas.
_O que é isso? – Rony perguntou olhando o ovo mais de perto.
_Você sabe Hermione? – Hagrid falou e Hermione apenas negou com um aceno da cabeça. – Aqui – disse tirando um pedaço de pergaminho da caixa e o abrindo. Ali havia a figura de um dragão, diferente de todos que Harry já havia visto, azul, com olhos muito claros e belos, uma longa cauda que ficava branca ao fim e grandes asas, belíssimas. – É um dragão alado. – continuou olhando para o ovo sorrindo.
_Mas não existe – Hermione falou depressa – Eles eram citados em contos, mas nunca houve a confirmação de um.
_Não mesmo – Hagrid disse – Mas há muitos anos, quando eu estava no primeiro ano de Hogwarts, eu ganhei uma aposta contra um garoto da Sonserina e ele me deu o ovo de dragão dele. Poucos dias depois, em um passeio em Hogsmeade, conheci um viajante, e conversamos muito sobre dragões, e ele se interessou pelo meu, e disse que estava tentando tornar os dragões alados em coisas reais. Ele me pediu para levar meu dragão, e caso algum dia conseguisse, eu teria o primeiro ovo de todos. – Hagrid olhou para o pergaminho com uma expressão alegre e continuou – Eu sabia que não poderia continuar com o dragão por causa das regras da escola, e então permiti que ele levasse. Isso já faz muitos anos, eu havia me esquecido antes de ser expulso no terceiro ano, e hoje pela manhã, recebi uma carta desse viajante. Nos encontramos na Floresta e ele me entregou o ovo, disse que daqui duas semanas estará chocado.
_Isso é o máximo! – Rony falou sonhador – Imagina a força que um dragão desse deve ter!
_Seu irmão disse a mesma coisa – Hagrid disse – Assim que ganhei o ovo, entrei em contato com Carlinhos, para saber como cuidar até que ele seja chocado e vocês deveriam ver a reação dele, foi incrível.
_Você deve estar ansioso – Hermione disse – Afinal, você merece!
_Obrigado Hermione – e Hagrid sorriu mais uma vez – Eles crescem muito rápido – e olhou para Harry – Dentro de quatro semanas, o ovo já estará chocado e o dragão com duas semanas de vida.
_E isso vai dar no final do mês – Rony disse com a testa enrugada, parecendo pensativo – Alguns dragões, com duas semanas de vida, já estão enormes.
_Exatamente! – Hagrid exclamou dando um tapinha nas costas de Harry, que quase tombou sob a cadeira que estivera – E Harry será o primeiro a poder dominá-lo!
_Quê?! – Harry exclamou chocado, olhando para Hagrid como se ele tivesse feito algo horrível.
_O Clube de Duelos – Hagrid respondeu – É ao ar livre e boa parte acontece com os participantes montados em dragões, não vamos querer perder a chance de trazer Tumus para nosso time, não é?
Harry olhou de Rony para Hermione enquanto Canino, na janela, soltava latidos roucos, alguém estava a caminho.

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