Capítulo 11



Capítulo XI - Aquele do Ano Novo


 


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Narrado por: Katherine Mackenzie


 


Abri os olhos. Olhei ao meu redor e levei alguns segundos para entender onde estava. Ao meu lado, Marlene e Sirius dormiam confortavelmente próximos. Eu não tinha ideia de como eles haviam ido parar ali.


Levantei-me, avistando minha sandália e, em seguida, minha bolsa. Dela, retirei meu celular e não fiquei tão surpresa ao me deparar com treze chamadas não atendidas. Mãe, Pai, Casa. Nada de Remus.

Suspirei.


Com eles, lidaria depois. Agora precisava lidar com o que eu fizera noite passada. Escrevi um bilhete para Lily, pedindo desculpas e agradecendo por tudo e retirei-me silenciosamente do quarto, com a intenção de voltar pra casa.

Estava atravessando o Hall quando alguém pronunciou meu nome, me obrigando a voltar.


- Katie! Katie, certo? – uma garota que não reconheci me chamou.


- Oi?


- Oi, sou a Summer – disse, sorrindo. – Você provavelmente não lembra... de qualquer forma, venha comigo. Estava justamente indo para a cozinha. É manhã de Natal!


Entendi o que ela quis dizer quando entramos na cozinha e todos preparavam o café-da-manhã animadamente. Ainda eram oito e meia, mas todos os convidados da noite anterior estavam lá, à exceção de Sirius e Marlene.


- Veja só quem temos aqui – Petunia disse animada –, se não é a Senhorita Álcóo... – Calou-se com o olhar mortífero que lançamos, eu e Summer, a ela, simultaneamente.


- Senhorita Mackenzie – Lily terminou a frase, caminhando em direção a mim e me abraçando forte. – Como se sente?


- Bem, mas eu...


- Ótimo – James interrompeu meus protestos. Usava um avental de cozinheiro que, segundo Lily, o deixava irresistível. – Estamos preparando o café-da-manhã, venha nos ajudar. - E sorriu, pendurando um avental em mim.


Músicas natalinas tocavam de algum lugar, enquanto as crianças, ainda de pijamas, corriam e gritavam. Era uma cena feliz demais. Sentia-me estranha por participar daquilo, estando tão deprimida, e me sentia idiota usando um avental de cozinheira. Minhas habilidades culinárias resumiam-se a ovos fritos e macarrões instantâneos.


- Obrigada, mas eu realmente acho que deveria ir...


- Katie – tia Ashley exclamou. – Não se preocupe, seus pais já ligaram pra cá. Dissemos que estava aqui e acho que está tudo bem. Disse a eles que você voltaria para o almoço.


- Certo – suspirei, rendendo-me. – O que estamos cozinhando?


Quando tudo ficou pronto, James subiu e chamou os que faltavam. Sirius desceu reclamando, mas sua expressão iluminou-se ao ver o verdadeiro banquete que havíamos preparado. Estava frio e nublado, de modo que pudemos acender a árvore de Natal e entrar realmente no espírito natalino.


Se houvesse aquela animação na minha casa, jamais terminaria a noite bêbada na cama de outra pessoa.


No fim das contas, foi uma manhã muito mais agradável do que esperei em qualquer sonho, considerando os acontecimentos da outra noite. Estava mesmo me divertindo, até o relógio marcar meio-dia e eu precisar ir para casa.


Sabia que não escaparia da bronca, e, muito provavelmente, de outro castigo, mas não me importava tanto. Não tinha mesmo nada planejado para esta última semana de férias.


Meus pais me esperavam na sala, com os braços cruzados e expressões furiosas. Sentei no sofá, esperando o costumeiro sermão.


- Onde você estava? – meu pai perguntou.


- Na casa da Lily – respondi apática.


- Na casa da Lily ou na casa do seu namorado? – perguntou de novo, extremamente irritado. Suspirei.


- Não tenho namorado.


Minha mãe olhou-me espantada.


- Mas e o Remus?


- Me trocou por uma líder de torcida – resmunguei, sem vontade de discutir o assunto com meus pais. A casa estava estranhamente barulhenta. Não precisei investigar muito para descobrir que a origem de tanto barulho era Lucy, que rodava a sala com seu novo patinete, esbarrando propositalmente em todos os móveis.


- Como assim? Lucy, dá um tempo... – meu pai pediu.


- Oh, querida! Sinto muito – minha mãe disse chorosa.


Eu preferia o castigo.


- Trocou você? – Meu pai parecia ainda mais irritado agora. – Mas isso não se faz com filha minha! Qual é o telefone daquele moleque?


- Pai... – disse sem saber o que achar da situação. – Acontece.


- Como você descobriu? – minha mãe perguntou, ainda com o mesmo tom de pena que estava me dando vontade de voltar a chorar.


- Ele me contou. Quando estávamos em Paris.


- Espere. Ele foi com você? – meu pai disse, atingindo agora um tom avermelhado, que não representava boa coisa. – Você disse que era uma viagem entre amigas!


- Ele não foi comigo, pai. Não fugi pra Paris com meu namorado...


- Ex-namorado!


- ...ele foi como convidado de James. Lembra? O pai dele é casado com tia Ashley.


- Ah! É verdade... isso é uma loucura! Filha minha não moraria com moleque nenhum, imagino o que não acontece naquela casa!


Eu queria protestar, mas também vivia imaginando isso, então fiquei calada. Minha mãe ainda estava decepcionada. Sempre fora louca pelo Remus.


- Poxa, filha... eu realmente sinto muito. Não é fácil ser dispensada assim... ao menos ele foi gentil ao terminar com você?


- Eu terminei com ele, mãe. Ele me contou implorando por perdão.


- Bem feito – disseram juntos.


- Mas isso não justifica o que você fez ontem. Quase nos matou de preocupação!


- Desculpe... eu só precisava conversar com alguém. Bem, vou pro meu quarto. Estou de castigo, certo?


Encararam-me, boquiabertos.


- Ela não está bem – meu pai declarou. – Lucy, já não disse pra parar? Prudence, vamos ter que levá-la a um psicólogo!


- Não seja tão exagerado, pai. Eu estou... vou ficar bem. Vou pro meu quarto, ok?


Enquanto subia, pude ouvir meu pai dizendo de forma alterada que precisava encontrar Remus, enquanto minha mãe tentava acalmá-lo. Depois, o som de dois objetos se chocando, algo quebrando, uma criança chorando e meus pais gritando “Lucy!” me fizeram descer as escadas apressadamente, só para encontrar meu pai ainda mais nervoso, repetindo “eu avisei, eu avisei”, enquanto minha mãe acalmava a aparentemente ilesa Lucy.


Felizmente, havia sido só um jarro a menos na casa. Infelizmente, o patinete sobrevivera.


Quando tive a certeza de que minha irmãzinha estava em seu estado perfeito, tranquei-me em meu quarto e peguei meu celular, por hábito.


Meu coração disparou violentamente diante do sinal que alertava uma nova mensagem de texto. Li-a em segundos.


Foi o suficiente pra me deixar absolutamente estática, respirando rápido, com a cabeça girando.


A mensagem era constituída por apenas cinco palavras, e elas não traziam nenhum tipo de dor, tampouco conforto. Apenas saudades.


Não importava o quanto eu desejava que elas não fossem reais. As cinco palavras estavam ali, ainda maldosamente inseridas, perturbadoramente tentadoras.


Ligar para ele ou não ligar?


Depois de setenta e quatro minutos pensando, resolvi apagá-la. Ele precisava fazer muito mais do que aquilo pra consertar nossa situação. E eu me conhecia bem o bastante pra saber que acabaria ligando se continuasse lendo.


Reli-a outra vez, antes de finalmente deletar.


“Feliz Natal.


Com amor,


Remus”


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Narrado por:
Lily Evans


 


Ter a casa cheia por tanto tempo era uma experiência nova para Petunia e eu. Era divertido, mas, ao mesmo tempo, estressante.


Três dias foram o suficiente para minha irmã mais velha. Depois disso, gastou os dias nas casas do namorado, do amante, e de uma das amigas, retornando apenas durante a noite.


James e eu tivemos que lidar com nossos barulhentos primos durante toda a semana. Eles insistiam em nos acordar em horários inconvenientes, brincar na neve mesmo depois de receberem ordens para permanecerem em casa, não dormir quando precisavam e brincar de esconde-esconde quando estávamos encarregados por seus banhos ou refeições.


Hoje, véspera de ano novo, não seria diferente.


- Não estão nesse quarto também – James anunciou, suspirando.


- Só resta o seu quarto, então. – concluí, pensativa. – Bem, você procura lá, não quero invadir sua privacidade.


- Deixa de besteira, você mora aqui. Vamos lá – disse, puxando minha mão em direção a seu quarto. Eu já estivera lá uma vez, mas ele não sabia disso. – Mas eu os matarei se estiverem lá.


- Você vai sentir saudades deles amanhã, quando forem embora.


- E você não? – perguntou, já sorrindo. Mordi os lábios, em uma expressão falsamente pensativa.


- Não – concluí.


O quarto dele não mudara nada desde quando eu estivera lá. Estava um pouco mais bagunçado, de fato, mas nada fora do comum. Não demoramos pra começar as buscas. Abrimos e fechamos gavetas, armários, procuramos sob a cama, no closet, banheiro... até sermos obrigados a admitir que eles não estavam ali, ou em lugar algum.


Sentei em sua cama, exausta, enquanto ele olhava algo no notebook. Estava justamente comentando que jamais seguiria qualquer profissão que envolvesse cuidar de crianças, quando ele jogou uma almofada em mim.


- Ei! – protestei.


- Para de reclamar, Evans! – disse, e sua expressão nunca estivera tão marota.


- Ah, você vai se arrepender disso, Potter. – Peguei o travesseiro mais próximo e arremessei nele. Ele não revidou como esperei. Ao invés disso, olhava aflitamente da cama para mim...


...e ao acompanhar seu olhar, vi que minha foto continuava ali, exatamente onde estivera dois meses atrás. Encarei-o, boquiaberta.


- Essa é a minha foto que sumiu – sussurrei me sentindo culpada por já saber da permanência da dita cuja ali.


- Me desculpe – disse subitamente sério. Aquela expressão me intimidava. Não estava acostumada a vê-lo assim.


- Por que você...? – consegui dizer, ainda sussurrando. Ele caminhou lentamente, sentando-se ao meu lado.


- Olha, não é nada demais. Não se preocupe, ok? Não sou nenhum tipo de cleptomaníaco ou algo do tipo... eu só gostei da foto.


- Quando você pegou? – por algum motivo, não conseguia encará-lo.


- Logo quando você chegou aqui... quando estava arrumando seu mural e fomos comprar Nutella, lembra?


- Lembro, mas... por que ela está sob seu travesseiro?


Ele não respondeu.


- James... existe algo que você precise me contar? – meu coração batia mais forte que nunca.


- Lily... será que podemos conversar depois? Nós temos que encontrá-los...


- Eles estão bem. Agora, por que você manteve essa foto tanto tempo sob seu travesseiro?


James olhou-me nos olhos longamente, de um jeito apaixonante. Calafrios percorreram meu corpo, só pela forma que ele me encarou, e precisei de todo meu autocontrole para não beijá-lo, como sentia a necessidade de fazer.


- Porque eu gosto de você – disse, finalmente, e prendi o ar.


Uma mistura de adrenalina e felicidade explodiu em meu peito, e de repente o oxigênio do quarto não era mais suficiente para nós dois. O encarei boquiaberta por dois segundos, ainda meio tonta.


Ele me encarava de volta com uma curiosidade educada.


- Isso é muito bom – eu respondi, com o fio que era minha voz.


- É? – perguntou, parecendo confuso. Sorri.


- Eu também gosto de você. – E, ao dizer essas palavras, beijei-o.


 


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 Narrado por: Marlene McKinnon


 


- Pela última vez, você não vai! – meu pai esbravejou.


- Por que não? – perguntei outra vez, praticamente chorando de raiva.


- Você não tem idade pra passar a noite em festa! Tem que passar o ano novo com sua família! Seu irmão veio de Oxford pra passar o feriado conosco...


- Pai, ele está indo para a mesma festa!


- Posso ir também? – uma voz infantil perguntou. Revirei os olhos.


- Não se mete, Brittany.


- Se a Brittany for, também quero ir.


- Nem você, Julie! – Eu já estava perdendo a paciência.


- Nenhuma das três! – ele disse outra vez, ainda mais intolerante.


- Andrew, fala sério. Você já foi mais flexível – minha tia disse, e eu sorri agradecida.


A única irmã do meu pai era completamente diferente dele. Dez anos mais nova que o irmão, tia Amelia (ou Mia, como preferia ser chamada) era a pessoa acima de trinta anos mais mente aberta que eu conhecia.


- O que custa deixar Marlene ir? – perguntou ela. – Se Eric pode...


- Eric é maior de idade – resmungou.


- Essa é a questão? Crianças, o pai de vocês já contou de quando ele fugiu de casa para assistir ao show do Michael Jackson? Ele tinha 17, eu lembro vagamente...


- Já chega, Amelia. Não é sua filha chorando lá em cima?


Gargalhando, ela deixou a sala em direção ao segundo andar, onde Juliet, minha prima de apenas um ano, chorava. Seu namorado havia saído com meus avós para um passeio turístico. A casa nunca estivera tão lotada.


- Por mim, ela pode ir – minha mãe disse, para minha felicidade. – O que tem demais? Não vai ter mesmo muita coisa aqui depois da meia-noite, temos idosos e um bebê. Marlene, venha me ajudar na cozinha.


Caminhei em sua direção, evitando encarar meu pai. Aquela batalha já estava vencida, tinha Mia e minha mãe do meu lado.


- Pai, não se preocupe – Eric disse, voltando para o primeiro andar com Juliet nos braços, seguido por Mia. – Eu estarei lá, vigio o tal do Black.


Aquilo serviu de consolo para o meu pai, que ainda assim mandou eu “agradecer ao meu irmão”. Era tão injusto ele ser o único homem no meio de três meninas; a preferência por ele chegava a ser abusiva.


- Você não está fazendo nenhum tipo de favor a ela – Mia disse outra vez. – Aliás, você estava devendo isso a sua filha, depois da cena que fez no Natal. Sinceramente, é isso que você quer? A família ficou incompleta na ceia!


- Tinha gente demais, Amélia, gente demais...


- Não vejo nada de errado com o Sirius – minha mãe disse. – Ele parece ser um rapaz ótimo, e é muito bonitinho também.


Bonitinho? Ah, os eufemismos...


- Ele é um idiota – Eric disse.


- Idiota é você – respondi, mostrando a língua pra ele. Julie e Brittany riram.


- Está certo, você vai! – Meu pai admitiu a derrota. – Mas ai de você se chegar depois das três.


Nem me incomodei com o limite de horário. Contando que eu pudesse comemorar o ano novo com meus amigos e namorado, estava tudo bem.


 


 


 


Da minha casa, não pude ver queima de fogos alguma, me contentando com uma transmissão ao vivo de Westminster, onde ocorria a tradicional queima de fogos à beira do rio Thames.  Celebrei a chegada do ano novo com toda minha família, abraçando meus avós, meus tios, prima, irmãos e pais.


Quando James buzinou na porta, meu pai fez votos para que eu “tivesse juízo”, e Eric me seguiu em direção ao já lotado carro.


James dirigia e Sirius ia à frente. Lily ia no banco traseiro, sentada entre Katie e Remus, que não se falavam.


- Boa noiteeeeeee! – cumprimentei extremamente feliz por estar ali. – E feliz ano noooooooovo!


- Ela já bebeu? – Lily perguntou sarcástica.


- Provavelmente – Katie respondeu, igualmente seca.


Opa, vão desculpando ai...


- Feliz ano novo – Eric desejou também. Não era sensato ser grosso quando se estava de carona.


- Pra vocês também, McKinnons! – Sirius desejou, virando-se para beijar minha mão, sorrindo animadamente. – Hoje a noite vai ser ótima.


Os demais me desejaram feliz ano sem grande entusiasmo, e fiz uma nota mental de reunir Katie e Lily e investigar o que estava acontecendo, apesar de saber qual era o problema de Katie. Aquela era a primeira vez que se viam desde que voltaram de Paris, e a situação era, no mínimo, desconfortável.


Com a possível exceção de Sirius, Eric era a pessoa mais animada. Talvez fosse porque estivesse de volta a Londres, ou talvez fosse porque aquela era a primeira festa que iria solteiro em quase dois anos, já que a namorada insuportável fora passar um mês no Canadá para treinar seu francês (isso mesmo. Com a França à uma hora de casa) e não tinha a intenção de ir namorando.


- Quanta gente bonita – Eric comentou, feliz.


James esboçou um sorriso.


- Onde está sua namorada, cara?


- No Canadá... com canadenses. – Pela expressão que ele fez, era claro que não estava muito confortável com a situação. Mas eu conhecia os homens, e conhecia meu irmão. Preferia morrer sangrando a pedir a ajuda a alguém para suturar suas feridas.


Remus bateu solidariamente em suas costas. Quando Sirius se aproximou com bebidas para cada um, eles não mais pareciam antigos inimigos de escola, mas sim velhos amigos de infância, o que era ótimo.


Eric não tinha ideia de que fora o estopim da briga que causou a separação de Remus e Katie. Já que Remus estava agindo naturalmente com meu irmão, então não havia necessidade de ele saber de nada, afinal, tudo aquilo não lhe dizia respeito, mesmo.


- Você está bem? – perguntei a Katie, quando finalmente consegui reuni-las no banheiro feminino.


- Sinceramente, não.


Lily suspirou desanimadamente.


- E o que foi com você? – Katie perguntou.


- Aahhh... – a ruiva olhou para os pés. – Nada demais. Eu só... eu... briguei com minha mãe. – Olhei para ela desconfiada. Lily nunca fora muito boa em mentir, mas eu não iria forçá-la a dizer o que a estava incomodando. Ela nos contaria quando se sentisse confortável para fazê-lo.


- Tente não pensar nisso agora. Logo vocês se acertam – Katie disse.


- Tem razão. Mas e o Remus? Não falou com você?


- Falou. Ele disse “boa noite” e “bom te ver, Katie” quando entrou no carro...


- Já se sente pronta para conversar com ele? Porque vocês não precisam, até que você esteja... – eu disse.


- Sei disso. Talvez a gente converse. Não sei. Vamos ver o que a noite nos reserva.


- Vamos ver... – Lily disse, no mesmo tom deprimido. Era agonizante ver minhas amigas naquele estado, principalmente sabendo que não havia muita coisa que eu pudesse fazer, a não ser pagar umas doses de tequila, para que se sentissem mais felizes.


E foi o que fiz.


 


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Narrado por: Katherine Mackenzie


 


Duas horas e meia depois, todos já estavam extremamente alterados e felizes. Eu nunca bebia o suficiente para ficar bêbada, e não beberia tão cedo depois do Natal, então passei a maior parte da festa sentada, observando Remus, que alugava os ouvidos de Lily. Eu sabia que eu era o assunto, pelos olhares que ambos lançavam a mim.


- Por que você está aí sozinha? – um animado Eric perguntou, sentando ao meu lado. Ele estava tão lindo quanto sempre, mesmo bêbado.


- Porque não quero ficar perto do Remus – respondi sinceramente. Era sempre bom conversar com alguém no estado dele. Pessoas alcoolizadas dão conselhos extremamente sinceros, e muito provavelmente esquecem da maior parte das coisas que ouvem depois de uma noite de sono.


- Vocês não estão mais juntos? – perguntou, chocado. – Por que não?


- Descobri que ele dormiu com outra garota um pouco antes de começarmos a namorar.


- Quanto tempo antes?


- Dois dias antes.


- Nossaaa... – disse, de uma forma que me arrancou risadas. – Que burro! Deixar escapar uma garota tão maravilhosa quanto você, sabe? Burro mesmo. Mais burro do que ele, só eu!


- Por quê?


- Se eu tivesse sido mais esperto, poderia estar te beijando agora... mas não, eu fiz a besteira de me apaixonar. E agora minha “ex-namorada até dia 30” está por aí, se divertindo com Canadenses.


- Sinto muito – respondi, chocada pelas suas palavras. – Eu não sabia que você lembrava de nós dois... quer dizer, faz tanto tempo!


- Eu não teria como esquecer, teria? Você fica cada vez mais linda, a cada vez que eu te vejo.


- Obrigada... – respondi, corando. Ele sorriu, acariciando meu rosto de forma sugestiva.


- Não é porque estou bêbado que estou te dizendo isso, acredite em mim... se você não amasse tanto seu namorado, eu te beijaria agora.


Meu estômago revirou-se nervosamente. Antes de conhecer Remus, gostei de Eric muito tempo, em segredo, enquanto ele estava com Rachel (que é alguém tão notável quanto a namorada de James). Não entendo porque garotos legais são tão atraídos por vadias. Sério.


- Eu não tenho namorado – disse, fazendo-o sorrir.


- Ótimo... e também não é porque eu estou bêbado, mas se eu fosse você... se eu fosse você, eu ficaria comigo de novo.


Rimos juntos. Eu já não sabia o que responder. Não estava pronta para ficar com outros garotos, o que representaria seguir em frente - coisa que eu realmente não queria. Mas o olhar que Remus lançava a toda hora sobre nós dois reconfortava meu coração.


Acho que herdei o maléfico gosto por vingança de meu pai, e não sabia.


- Eu vou ali ao banheiro, mas já volto... me espere – disse, beijando meu rosto demoradamente antes de sair. Suspirei, sem saber o que fazer.


Ficar com alguém para provocar ciúmes em outra pessoa era errado, completamente errado, e passava por cima dos meus princípios. Mas talvez não fosse tão errado caso o “alguém” envolvido também estivesse à procura de um curativo para o coração quebrado.


- Você vai ficar com meu irmão? – Marlene chegou tropeçando nas pernas e nas palavras. Olhei para ela de forma preocupada. Próximo a Remus, Sirius sinalizou que estava tudo bem. Ele estava cuidando dela. Aparentemente não esquecera o fraco da namorada para bebidas, afinal, foi dessa forma que os dois acabaram ficando pela primeira vez.


- Não sei – respondi sinceramente.


- Sabe, eu gosto muito do Remus, mas provar o próprio veneno seria bom. Ajudaria a formar o caráter dele.


Eu ri, fazendo um discreto sinal para Sirius, que imediatamente levou a namorada para longe. Eric estava de volta.


- A Rachel é legal – disse, ao chegar. – Mas às vezes acho que a valorizo demais. Por que outro motivo ela iria pedir um “tempo”, por um mês? Estamos juntos há quase dois anos!


- Talvez ela não achasse justo com você se fosse para o Canadá e acabasse ficando com outras pessoas? Quero dizer, ela está em outro país, com pessoas diferentes...


- Não achasse justo comigo? Não, não, Katie. Não seja ingênua. Ela não pensou em mim ao tomar essa decisão, e eu não tenho certeza de que vou aceitá-la de volta mês que vem.


- Também não sei se vou voltar a namorar Remus.


- E quer saber? – ele disse, levantando-se. – Acho que já que somos dois bobões de coração partido, poderíamos ao menos nos divertir hoje à noite, sem pensar nas consequências amanhã. O que acha?


- Acho uma boa ideia – respondi mais animada, e deixei-o me conduzir pela pista de dança, onde encontramos um lugar mais discreto para nos divertirmos, sem pensar nas consequências que aquilo traria amanhã.


 


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Narrado por: Lily Evans


 


- Katie ta pegando o Eric bem ali... – Marlene disse, com certa dificuldade. Imediatamente, Remus e eu nos viramos na direção em que ela apontava.


De fato, os dois estavam se beijando em um canto da lotada boate. Remus levantou-se, caminhando na direção oposta, até o bar.


- Espero que fique tudo bem – Sirius disse, sério, segurando Marlene que havia tropeçado de novo.


- E ai, pessoal? – James chegou, também animado demais. – Por que essas caras...? Wow! Ali é a Katie?


Ele se sentou ao meu lado, querendo saber como aquilo acontecera. Nesse meio tempo, percebi que Sirius e Marlene afastaram-se discretamente, fazendo meu coração acelerar. Estava sozinha com James. E sem papas na língua.


- Ruivinha? – chamou, com a voz rouca e um meio sorriso entre os lábios. – Você vai me desculpar algum dia?


- Espero que sim – respondi, tentando parecer séria, mas com dificuldade, devido a nossa proximidade.


- Espero que você possa entender meu lado...


Revirei os olhos, no que ele riu brevemente.


- Por que não vai se divertir com alguém? – sugeriu.


- Não quero outra pessoa – disse, encarando-o. Seu sorriso se apagou.


A situação havia chegado a um ponto tão ridículo que eu não sabia o que fazer quando tivesse que encontrá-lo todos os dias. Aquele sempre fora meu medo, e estava ali, diante de mim, cruelmente real.


Hoje, depois de tanto tempo desejando, querendo e sonhando, nós nos beijamos. Eu havia ficado tão feliz quando ele finalmente dissera que gostava de mim, que acabara esquecendo do maior dos problemas: Chelsea.


 


Beijamo-nos de forma apaixonada. Nem rápido, nem lento demais. Na medida correta. Ali, no seu quarto, com seus braços fortes envolvendo minha cintura, me sentia feliz. Segura. Completa.


Até que a separação se fez inevitável, e ele me encarou lentamente, sem sorrir.


Ficamos em silêncio alguns momentos, até ele finalmente dizer:


- Me desculpe.


- Não estou entendendo – respondi, confusa.


- Lily, me desculpe. Eu não devia ter dito isso, eu... eu tenho namorada. Não é justo.


- Não é justo com quem?


- Com você. Com ela. Comigo.


Já não sentia felicidade. Depois das palavras dele, já nem sabia o que sentia. Ou se ainda podia sentir.


- Então como ficamos? Fingimos que não aconteceu nada, mesmo sabendo que você gosta de mim e eu gosto de você? – perguntei, a voz carregada de ironia.


- O erro foi todo meu. Não devia ter te dito isso agora, não era pra você ter descoberto essa foto aí... eu ia terminar com a Chelsea antes...


- Você sabia? – perguntei surpresa.


- Que você gosta de mim? Lily, você não sabe mentir. Todo mundo sabe.


- Todo mundo, quem? – estava completamente surpresa e envergonhada.


- Sirius, Remus, Petunia, meu pai, sua mãe, minha mãe... Chelsea.


- É tão óbvio assim? – questionei, tentando imaginar o que tio Jason e minha mãe achavam disso.


- Está escrito na sua testa.


- Ai, Deus – gemi, tentando esconder o rosto com as mãos.


- Não se preocupe – ele disse, segurando minhas mãos – Está escrito na minha, também.


Dizendo isso, voltou a me beijar. Eu não sabia o que pensar. Simplesmente não era pra ser assim. Chelsea tinha o poder de atrapalhar minha vida em tudo.


Então ele gostava de mim. Maravilha. Mas não podia ficar comigo. Péssimo.


 


- Sei que não tenho direito de dizer nada – disse ao meu ouvido, por causa da altura da música –, mas fico feliz por isso. Sou incrivelmente ciumento.


- Tem razão – respondi ríspida – Você não tem direito de dizer nada.


- Aahh, vamos, Lily. Não faz assim.


Revirei os olhos outra vez. Ele não tinha direito algum de agir de forma protetora, como se fosse meu namorado, e esperar fidelidade e devoção de mim. Não estávamos juntos. Ele tinha namorada. Deixara aquilo bem claro.


Estava prestes a mandá-lo... pastar, quando uma série de arrepios voltou a percorrer meu corpo. Ele sabia a influência que exercia em mim, e estava se aproveitando disso, beijando meu pescoço daquela forma. Suspirei lentamente, incapaz de me conter, no que ele riu. Sua risada contra minha pele me provocou cócegas.


- Ter te conhecido foi a melhor coisa que já me aconteceu. Você é maravilhosa – sussurrou em meu ouvido, me fazendo fechar os olhos involuntariamente.


- Me beija – pedi, antes que pudesse me controlar. Algo que não faria se estivesse sóbria, fato.


Ele sorriu pra mim, e, sem protestar, me estendeu a mão. Assim que fiquei de pé, me puxou pela cintura com firmeza, e, determinado, me empurrou até a parede mais próxima.


Dessa vez foi diferente. Melhor.


Eu podia sentir a urgência e a necessidade dele, tão presentes quanto a minha. O contato de seus lábios fortes com os meus me davam sensações inexplicáveis, as quais só podiam ser associadas ao amor. Eu o amava. E, de certa forma, sabia que ele me amava também.


Abracei-o com mais força ainda, arranhando levemente suas costas, no que ele respondeu com gemidos e um novo entusiasmo a me beijar. Por mais idiota que isso pudesse soar, eu só queria que aquilo pudesse durar pra sempre. Ou que Chelsea aparecesse agora.


- Seus lábios têm o gosto que sempre imaginei que tivessem – confessou, minutos depois, entre beijos. Sorri.


- Não queria ter de voltar pra realidade. Queria ficar aqui pra sempre – eu disse, apoiando a cabeça em seu peito. Ele acariciou meus cabelos carinhosamente.


- Eu também, Lil... eu também.


Fechei os olhos, sentindo, desejando, amando. Talvez, se orasse com força, o tempo pudesse parar ali. Talvez, se orasse com força, James pudesse ser meu. Pra sempre.


 


xxx


 


N/B: DENUNCIA: PORNOGRAFIA NA FIC


 


 




dsjklafd brinc


bom nao posso escrever muito pois estou tendo um grande orgasmo no momento comentem bastante ou visitarei todos com meu raio laser atomico destruidor de partículas ZIOMMMMM


 


P.S.: VOSE MENINA ~~~~~~~~MMcK~~~~~~ VI SEU COMENTARIO VC É UMA FOFA VIU OBRIGADA TOMA AQUI 1000 FLOR (F) (F) (F) (F) (F) (F) (F) (F) (F) (F)x100 mas não seja egoista ne de uma pra elisa sua ingrata ela ta fazendo coisa boa pra vc ler


 


BRINSK DE NOVO AIRIAIRIAIRAI bjo gente FLIZ DIA DO BJO flw


Nanda.




N/A: oooi, meus amores!


estou aqui com muita força de vontade, só porque vocês são os melhores leitores do mundo hihi. acabei de chegar das provas de quarta-feira a tarde, e nossa, além de terem sido cachorras, meu pai me fez esperar DUAS HORAS na escola enquanto ia buscar a namorada em casa e deixar a diva ¬ na faculdade. e pra completar, quando cheguei, a empregada não tava de novo, tive que fazer meu próprio jantar e sou tão boa na cozinha quando a Katie, QUEIMEI MINHA MÃO TODA TENTANDO FAZER UM OVO, me invejem ¬¬ só deus sabe como to digitando isso aqui, minha intenção era responder os comentários, não foram muitos, então não ia dar trabalho... mas com essa mão, fica impossible! aaaaaaargh. to com muita raiva, e muito mal também, então comentem comentem comentem, pra me deixar felizzzzz!!!! além disso, to com depressão forever, tive que deletar meu twitter e formspring por problemas de força maior, e to precisando de um banho urgente, então é isso!


 


sobre o capitulo agora hihi, vocês gostaram? minha irmã mais nova gostou :) foi ela quem fez as imagens novas, btw. ela é outra que lê qualquer linha que eu salve no computador, mas nunca comentou nem um "ai". então, Carol, me sinto usada, mais uma vez, por você, beijos hihihihihiihih.


brimks 182. James e Lily, pessoal, finalmenteeeeeeeee. com algumas qualhiragens, mas que logo vocês vão entender o que falta, espero. escrevi esse capitulo tão mais rápido :) gostei dele. Katie e o irmão da Marlene, por essa o Remus não esperou HA HA HA HA. af, que coisa, eu queria ser a Lily. ou a Marlene.


mas enquanto sou só essa pré-vestibulanda de reposição em física elétrica e com a mão esquerda queimada, vou mandando um beijo pra quem comentou no capitulo passado, pras leitoras novas lindas, pra quem leu, e pra quem vai comentar nesse. vocês moram no meu coração hihi


e muito obrigada, mais uma vez, a Nanda e suas betagens maravilhosas. até a próxima, se der tudo certo, com respostas aos comentários, yaaay. e comentem! :D


beijinhos,


Lisa.



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