Indo para o papai



Mãe e filha estavam se preparando para duas semanas inesquecíveis. Tanto Lucy quanto Hermione estavam ansiosas por aquelas duas semanas, mas por motivos diferentes.
Lucy nunca passou duas semanas inteiras só com o pai, era uma experiência inédita, que prometia ser ótima. Já Hermione jamais deixara Harry ficar sozinho com a filha nem por alguns minutos, imagine duas semanas?
Era uma loucura total! Mas concordara com aquilo, não podia voltar atrás...

— Tá tudo pronto mamãe? – perguntou Lucy, sentada no banco traseiro do carro, gritando pela janela aberta.

— Sim! Só tenho que fechar a porta, e tudo pronto! - gritou ainda dentro da casa.

— Então anda logo! - exclamou a menina, nervosa.

— Já estou indo, "Srta. Apressada"! - exclamou atravessando o jardim. - Ainda não estamos atrasadas. Na verdade, nunca estou atrasada!

— Eu sei "Sra. Pontualidade", mas eu quero chegar logo na casa do papai! - exclamou a menina, ansiosa. - Ligou pra ele avisando que a gente já está indo? - perguntou, quando a mulher entrou no carro.

— Liguei, mas aquele traste... Digo, seu pai não atendeu, provavelmente ainda dorme. E ele faz isso como uma pedra! Não acorda nem se meio mundo cair sobre sua cabeça!

— Ele dormia assim também quando vocês estavam juntos? - perguntou, curiosa.

Hermione ficara em silêncio e pergunta da filha, fizera lembrar-se de uma certa manhã, em que imaginava um futuro completamente diferente...

Flashback

A manhã havia chegado, e embora Hermione não houvesse pregado os olhos, sentia-se feliz. Extremamente feliz. Olhou para Harry adormecido ao seu lado e sorriu. Os cabelos dele estavam como sempre desarrumados e sua face serena. Sentou-se na cama e passou a olhá-lo atentamente.
Observando aquele homem pensou em como o futuro ao lado dele poderia ser perfeito, como naquela manhã. Não conseguiu deixar de sorrir por um minuto, começando a mexer no cabelo do namorado, que nem ao menos se movimentou pelo ato.
Dormia mesmo feito uma pedra. Harry tinha o sono tão pesado que vez ou outra chegava bem pertinho dele, para conferir sua respiração. Abaixou-se e beijou bem devagar os lábios entreabertos do moreno. Ele se remexeu um pouco, e Hermione passou então a distribuir beijinhos em seu pescoço e tórax.
Antes de se afastar, porém, sentiu uma mão passar pela sua cintura, lhe aproximando ainda mais do corpo do namorado, fazendo um simples beijo se tornar um grande apaixonado. Ao separar-se, observou que o moreno ainda sorria, com os olhos fechados.

— Bom dia, Potter... - sussurrou ao pé do ouvido.

— Bom dia, Granger... - sussurrou Harry de volta, finalmente abrindo os olhos. Sorriu, sem soltar a cintura da morena.

— Dormiu bem? - indagou e ele sorriu mais ainda. - Não sei por que pergunto, deve ser força do hábito... - acrescentou e riu.

— Mas eu adoro essa sua força do hábito! – disse, girando a morena, a fazendo ficar em baixo dele. – Eu... Dormi... Muito... Bem! – falava enquanto ia distribuindo beijos pelo corpo da morena, que ria. – E você? – perguntou olhando-a nos olhos, brincando logo em seguida com o cabelo dela.

— No pouco que consegui... Sim posso dizer que eu dormi muito bem! - exclamou buscando pelos lábios dele.

— E por que não dormiria? Com um gato desses do seu lado? – declarou modesto, fazendo-a rir. – E então, quer conversar, ou fazer outras "coisas"? – perguntou malicioso, beijando logo em seguida o pescoço da morena.

— Hum... Acho que seria bom conversarmos, quase não fizemos isso ontem... - disse e e devolveu o sorriso malicioso.

— Conversar? - murmurou Harry, decepcionado. - Tudo bem vai... E sobre o que a senhorita quer conversar, hein?! - perguntou, saindo de cima da mulher, deitando-se ao seu lado na cama. Hermione aninhou-se a ele, e sorriu.

— Hum... Já pensou nas nossas vidas quando terminarmos a faculdade? Sem ser no ramo profissional. Porque este eu já sei bem... - fez uma pausa e riu. - Você será um grande jogador de futebol, com um diploma de administrador guardado em baixo do colchão! - brincou ela.

— Hei!Em baixo do colchão, não! - protestou a encarando marotamente. - Vou entregá-lo para a minha mãe poder colocar na parede e dizer pra todo mundo que o filho dela é inteligente! - declarou, tentando fazer cara de intectual,e Hermione riu abertamente. - Amo o seu sorriso, sabia? - comentou acariciando o rosto da mulher, lhe beijando em seguida.

— É mesmo? - perguntou com os olhos brilhando.

— Mesmo! E espero que a nossa filha tenha esse mesmo sorriso, por que aí vou adorar fazê-la rir todos os dias! - exclamou sorridente, e a morena ampliou ainda mais o sorriso.

— Filha? - indagou surpresa. - Nossa, eu adoro quando fica romântico assim, mas você me surpreendeu!

— Por quê? Você quer um menino? - perguntou, marotamente.

— Não, uma menina seria ótimo! - exclamou ela. - Mas quem sabe, depois poderia ser um menino... Um igualzinho a você, o que acha? - perguntou no mesmo tom.

— Ter um filho que faça sucesso com as garotas? - suspirou, com um tom de voz como se sonhasse com o futuro. - Seria uma boa idéia. Tudo bem, topo! - respondeu, olhando para ela, que lhe deu um tapa no braço. - O que foi? - perguntou, sorrindo.

— Ai... Você não tem jeito mesmo!

— Ah é?! Então por que você não tenta me dar um jeito, hum?! - piscou puxando-a para cima dele.

— Hum... - murmurou mordendo o lábio. - Eu adoraria, mas tenho que ir pra aula. - contou e ele murmurou. - Anatomia, meu caro!

— Então? Não vai perder nadinha! Você teria aula de corpo humano na prática! - sugeriu recebendo outro tapa no braço. - Você deve ser sadomasoquista sabia!?! - comentou, esfregando a mão no braço.

— Ah! Cala a boca! - reeprendeu ela rindo. - Vou tomar banho, tenho uma maratona de aulas hoje... E não vai ser nada comparado à suas aulas e treinos juntos! - emendou levantando-se da cama.

— Tudo bem... Eu aceito isso e meu coração continua aberto. - disse, olhando para a namorada. – Amor... Você tem uma bunda linda, sabia?! Desse ângulo então... Nossa! - acrescentou olhando para a namorada, que recolhia as roupas espalhadas pelo quarto. A morena somente o encarou sorrindo e entrando em seguida no banheiro.

Fim flashback.




— Sabe que eu nem me lembro... - desconversou ela.

—Ah... Sei. - disse a menina, desconfiada. - E quando que a vovó Lílian vai visitar a gente, você sabe? - perguntou, procurando seu ursinho pelo chão do carro.

— Ainda hoje. Porque parece que não sou somente eu que não confia nele!

— Não sei por que vocês desconfiam tanto do papai!. Eu o acho super legal! - exclamou, animada por ter achado o urso. – Achei você! – falou feliz, abraçando o urso em seguida.

— Que bom que acha seu pai legal... - concluiu Hermione querendo ficar em silêncio.

— Acho engraçado quando ele me pega no colo e me gira no ar... - comentou sonhadora. - Ele fazia isso com você mamãe? - perguntou, intrigada.

— Querida, porque está me perguntando essas coisas? Você nunca... Nunca quis saber de quando eu e seu pai estávamos juntos?

— Só curiosidade... - respondeu Lucy, se encolhendo no banco. - É que eu queria saber por que vocês não estão juntos... Eu gosto tanto de vocês dois...

A morena suspirou fundo, e encarou a filha pelo retrovisor.

— Não estamos mais juntos, porque a vida não quis assim... - comentou com certa tristeza. - Eu amava seu pai Lucy, mas nossas vidas não podiam seguir juntas. Mas temos você, que é a única pessoa no mundo que ainda faça com que eu o tolere.

— Viu como você fala dele? Como se arrependesse de um dia tê-lo namorado! - reclamou, cruzando os braços e baixando a cabeça. - E se arrependesse também de ter uma filha com ele. - sussurrou, tentando fazer com que a mãe não escutasse o último comentário, inutilmente.

— Lucy... - murmurou cansada. - Nunca me arrependi de ter você... Só que seu pai me magoou demais. Você não entenderia.

— Então por que não me explica? Talvez eu entenda! - insistiu se aproximando do banco do motorista.

— Chegamos! - exclamou Hermione. - Um dia, quem sabe, eu te conte. - acrescentou olhando para a menina.

— Claro, assim como disse que iria me explicar de onde vêem os bebes. - murmurou um pouco zangada ao sair do carro.

— Eu vou explicar. Tudo tem seu tempo, mocinha... – comentou, saindo do carro.

— Se você diz... – suspirou esperando a morena abrir o porta mala.

— É eu digo! - exclamou sorrindo, dissipando o clima meio estranho. - Vamos, então? Ainda tenho muitas recomendações para dar ao seu pai, será que ele está a par com um bloquinho? - perguntou e a menina riu.

Andando juntas ao elevador, Lucy começou a fazer muitas perguntas, principalmente sobre as semanas que ficaria ali. A morena somente comentou que falaria com o pai dela, fazendo a menina se animar ainda mais do que fosse possível.
Ao esperar o elevador, Hermione reparou que o clima que estava estranho antes, agora dava lugar a um: descontraído e leve, com Lucy contando todos os planos que tinha em mente para ter duas semanas inesquecíveis com o pai.

Hermione apertou o botão e logo o elevador chegara. Mãe e filha entraram sorridentes. Ao entrarem, Hermione quase trombou com uma loira, que saía apressada. A mulher quase passara por cima da morena, e nem sequer voltara o rosto para apenas murmurar umas desculpas.
— Que gente mal-educada! - exclamou a morena, alto. - É por essas e outras que o mundo está caminhando para a ruína!

A loira desceu os óculos escuros e somente dera a Hermione um olhar de desprezo. Parara no balcão esperando alguma coisa.

— Viu filhinha, por isso que a mamãe te ensina as coisas certas. Nunca dispense a uma pessoa o olhar que você não queira receber. - falou Hermione a Lucy.

Quando a loira escutou o “conselho” da mãe para a filha, olhou para as duas com raiva, voltando-se novamente para o porteiro. Antes que as duas pudessem pegar o elevador, a distração fizera com que perdessem-no.

— Só tem um funcionando? – perguntou a morena para o porteiro. Antes que o senhor respondesse, a loira já foi se metendo na conversa.

— Além de encrenqueira é cega! – exclamou a altona, com cara de desdém.

— Encrenqueira?! - indagou Hermione começando a se irritar. - Ah! Este mundo está mesmo perdido! - falou ignorando a mulher.

— Que mulherzinha mais estressada. – exclamou a loira, com raiva. – Por isso que está assim, toda enrugada! – comentou, pegando o interfone das mãos do porteiro.

Hermione resolvera ignorar a mulher, afinal estava com Lucy ao seu lado e teria que dar um bom exemplo. No entanto, se aquela oxigenada falasse mais alguma coisa difamando-a, ela não teria tanta compaixão. O elevador enfim chegara, e Hermione caminhou com Lucy, carregando as malas para a menina, que estava agarrada ao ursinho de pelúcia.
Ela perguntava-se até quando a mãe agüentaria.

Antes que as portas do elevador se fechassem, a tal loira entrava afoita. A mulher estava calada, com o semblante fechado. Qualquer piadinha que fizesse...

— Como assim? Vocês vão para a cobertura? – perguntou a mulher, intrigada. – Pensei que estavam aqui por causa da caridade. – comentou a mulher, voltando-se novamente para a frente.

— Claro e pelo visto chegou antes de nós! - alfinetou Hermione.

— O que você quis dizer com isso? - perguntou a loira, tirando os óculos escuros, encarando-a. Hermione levantou o queixo. Não deixaria se intimidar por uma loira qualquer.

— Não sei, me responda você, já que julga todos ao seu redor seres inferiores. - retrucou a morena impaciente.

— Ah! Eu não vou discutir com uma qualquer como você! - exclamou, colocando novamente os óculos. Para Lucy, aquela disputa era totalmente loira Vs. morena. E com certeza, todos os pontos iriam para a sua mãe.

— Ótimo, pois saiba que penso o mesmo... Não vou gastar meu tempo e saliva, com uma... Uma girafa oxigenada!

— Oxigenada? - indagou a loira horrorizada, tirando rapidamente os óculos escuros e os guardando na bolsa. - Pois saiba que o meu cabeleireiro iria ficar muito irritado com essa resposta, sua... sua morena de quinta categoria! - exclamou, olhando profundamente para a mulher.

— Pelo menos foi assim que Deus quis que eu fosse. Sabe srta. Girafa, eu não costumo contrariar a natureza, a ordem natural das coisas. Entende? - indagou irônica. - Ah! Não... Não deve entender!

— Você vai ver quem é girafa e quem não entende... - bradou avançando para cima de Hermione. Antes que fizesse algo, porém, a porta do elevador se abriu, fazendo com que as duas se espantassem pelo que ouviram.

— Esqueceu isso? - indagou Harry risonho, no entanto quando vira hermione e Lucy saindo do elevador, arregalou os olhos, mal podendo crer no que via.

— Papai? - perguntou Lucy, olhando para o homem, que tentava a todo custo esconder uma calcinha vermelha nas costas.

— Docinho! - exclamou Harry, olhando assustado para a filha. - Não era para você chegar daqui à uma hora? - perguntou nervoso. Antes que declarasse algo, porém, a loira bufou, batendo pé, como se esperasse alguma coisa.

— É... Mudanças de planos! - falou Hermione seriamente sarcástica.

Hermione contraiu o maxilar. Olhou de Harry para a mulher, nervosa.
Seria assim que ele pretendia começar conquistando sua confiança?

— Harry? - chamou a loira, com as mãos estendidas. - Odeio ser apresentada às outras pessoas, mas será que poderia me... - antes que terminasse, porém, o homem foi lhe interrompendo.

— Gente, essa é uma... - “Como eu vou me safar dessa?", pensava a todo o instante, desesperado. - Colega minha... - olhou para a loira, como se pedisse ajuda. "Qual o nome dela mesmo?”.

— Glenda Tyson-Smith! - falou a mulher, revirando os olhos.

— Exatamente isso que eu ia dizer... - enquanto falava, Harry tentava colocar a calcinha na bolsa da mulher, sem o mínimo sucesso, pois esta estava fechada. - E ela... Veio me visitar

—Visitar? Com o intuito de... De... - começou Hermione, mas parou ao ver que Lucy a olhava ansiosa pelo resto. - Deixa pra lá, não nos interessa o que essa mulher veio fazer aqui!

— Exatamente! - concordou Harry, empurrando apressadamente a mulher, que lhe olhava, indignada e tentava dizer algo. - "Depois a gente conversa" - sussurrou, jogando a calcinha na cara dela, e em seguida para sua sorte a porta do elevador se fechou.

— Podemos entrar ou tem mais coisas aí dentro que deva esconder? - indagou Hermione enciumada e irritada.

— Esconder? Eu não tenho nada a esconder... Que coisa idiota de se dizer Hermione. - disse Harry, dando um sorriso nervoso a cada segundo. - Vamos entrar...

Hermione então passou por ele rapidamente puxando Lucy pela mão. O moreno suspirou fundo e entrou fechando a porta atrás de si.
Ufa! Se safara dessa!

— E então?Querem alguma coisa? - perguntou o moreno prestativo, observando a ex-namorada, como se esperasse a avaliação final dela.

— Eu quero suco! - exclamou Lucy, pulando para o colo do pai, que a pegou, contente.

— Tudo bem, um suco para a princesa. - exclamou Harry, beijando o rosto da menina. - E você Mione?

— Tem aí uma dose de paciência? - perguntou irônica.

— Não, mas tem de whisk! Serve? - perguntou, com um olhar maroto. - Acho que você vai precisar, sei que odeia voar.

— Sim eu odeio, mas terei com quem me distrair. - devolveu rapidamente, deixando-o sem graça.

—Certo! Quer suco de quê, docinho? - perguntou olhando para a menina, que nem se importava com o clima estranho que estava na sala.

— Humm... Não sei! - concluiu, dando um sorriso para o pai.

— Bem, depois vocês tomam o suco. - falou Hermione. - Lucy, porque não vai colocar suas coisas no seu quarto, se é que você tem um quarto aqui?!

— Tenho um quarto papai? - perguntou, olhando curiosa para o homem.

— Ela tem? - reforçou Hermione.

— Claro que tem! - confirmou, indignado pela pergunta da mulher. Logo em seguida, foi apontando onde ficava o quarto, a colocando no chão. - É a segunda porta a direita, meu anjo! Depois me fala se gostou... – acrescentou sorrindo ao ver Lucy sair correndo em direção ao quarto novo.
Respirando fundo e encarou Hermione, que apenas o olhava de braços cruzados.

— Me perdoa? – perguntou, abrindo os braços.

— Perdoar? - indagou automaticamente. - Não tenho que te perdoar em nada! - acrescentou secamente.

— Então por que está com essa cara de quem comeu e não gostou? - perguntou cruzando os braços.

— Oras não seja ridículo! Tudo que eu quero é que isso não venha a acontecer novamente quando Lucy estiver aqui, é só isso!

— E você acha que eu seria capaz de trazer uma mulher com Lucy aqui? - perguntou, a encarando. Percebendo que a mulher ia dizer alguma coisa, acrescentou. - Nem responda.

— Então não pergunte! - retrucou ela.

— Tudo bem... Vamos mudar de assunto? - sugeriu percebendo que o ar estava começando a pesar novamente. - E então? Está aprovado o meu apartamento "Oh! grande juíza"? - indagou, abrindo os braços.

— À primeira vista, parece que sim. - decretou ela, após uma breve olhada. - Conversei com sua mãe ontem...

— Por que? - perguntou, interessado e ao mesmo tempo intrigado.
Ele sabia muito bem o que acontecia nesses telefonemas: sua mãe insistindo para que ela volte com Harry; Hermione declarando que ele é muito irresponsável... E as duas falando mal dele depois.
E isso por que era a sua mãe! Imagineo que saía nas conversas de Hermione com a mãe?

— Não seja faça de tonto, você sabe muito bem o porque! - falou ela sentando-se no sofá. Encarou-o nos olhos. - Por favor, cuide bem dela, e se... Se esforce como nunca fizera em sua vida! – exclamou, nervosa. Harry a olhou ternamente, e ela pigarreou incomodada. - Voltando ao assunto, sua mãe disse que vai aparecer por aqui ainda hoje...

— Minha mãe?! No meu apartamento. Hoje? – indagou, assustado.

Todas as vezes que Lílian o visitava, era uma reprovação daqui, reclamação de lá... Sempre procurava alguma prova de que Harry estava levando mulheres para “dormir” em sua casa. Era mais fácil receber a Scotland Yard ou a Interpol, do que Lílian Potter, a detetive, em sua casa.

— Sim, hoje... Espero que ela não encontre nada de "anormal" por aqui. - falou ela, levantando-se. - Ah! Tenho uma coisa pra você... - emendou tirando da bolsa um papel.

— O que é isso? - perguntou, tirando o papel das mãos da mulher.

— Uma tabela da rotina que Lucy tem que seguir. Aí tem os horários para o balé e as aulas de pintura, também os horários para os remédios dela e, por favor, não se esqueça de nenhuma deles! É muito importante tomá-los na hora correta... E tem também os horários das refeições!

— Ela é uma criança, calendário ambulante, ou um robôzinho? - perguntou, olhando para o papel, de cara feia. - Posso colocar na gaveta...? Brincadeira! - ajeitou a fala, quando lhe olhou feio.

— É melhor que cole num lugar onde sempre o veja! E não, Lucy não é um calendário ambulante, muito menos um robôzinho! - retrucou.

— Mas parece. - afirmou olhando novamente para o papel. - Por que ela não faz nenhum esporte, um exercício físico? - perguntou, intrigado, olhando novamente para a morena. - Você acha que com esses desenhos ela por caso vai se tornar uma artista plástica famosa? - desdenhou, com um sorriso maroto.

— É um exercício para a mente, além do mais, ela não tem talento para os esportes! – respondeu, retirando o papel de suas mãos e caminhando até a cozinha, com ele ao seu encalço. - Acho que melhor colar a tabela aqui!

— Na minha geladeira de inox? Nem pensar! Sabe quanto ela custou? - questionou olhando para a mulher, que o ignorava completamente, colocando o calendário na porta da geladeira, grudado com a fita que tirara da bolsa. - Já que você insiste... Pode colocar aí sim... E como assim a minha filha não tem talento para esportes?

— Não tem... Simples assim! - desconversou Hermione.

— Simples assim uma pinóia! - exclamou estressado. - Como a filha de um jogador de futebol não pratica esportes? - perguntou, cruzando os braços.

— Ela tem asma! - exclamou nervosa. Suspirou fundo, e o encarou. - Ela tem asma Harry... Mas claro você não sabia!

— Claro que eu sabia! - exclamou, ele virando o rosto envergonhado. - Mas só por curiosidade... Desde quando? - emendou interessado.

— Desde que era um bebê, por isso os remédios. Não se esqueça mesmo, está bem? É horrível, vê-la tendo crises... - recomendou ela com pesar.

— Tudo bem... Não vou esquecer... - suspirou, olhando para o papel, que estava colado na geladeira naquele momento. - Só isso? - indagou, cruzando os braços.

— É...Acho que sim... - respondeu.

— Tem certeza? Não tem mais nada. Tipo: o número de emergência do hospital, ou o telefone dos bombeiros, da polícia... Mais nenhuma recomendação? - perguntou, olhando marotamente para a morena, que revirou os olhos. - É sério Mione, eu tenho certeza que cinco minutos depois você vai voltar com alguma recomendação! Mas eu sei que você vai voltar por outra coisa... - comentou, se aproximando da morena, sedutoramente.

Hermione recuou desajeitada, esbarrando no balcão atrás de si. Sua respiração estava alterada, e ela engoliu em seco.

— Não... É... - gaguejou ela. - Os telefones de emergência estão na agendinha que dei a Lucy, e o telefone do hotel em que ficarei também...

— Não tem outro telefone que você queira deixar? - indagou, puxando a morena pela cintura, que suspirou. - Hein? - perguntou, beijando o pescoço dela logo em seguida. Sabia que era seu ponto fraco.

— Não... - murmurou fechando os olhos.

— Nem alguma coisa a mais? - perguntou agora, beijando o canto da boca da morena, que ainda permanecia de olhos cerrado. Ela então não resistira e tocou de leve no rosto de Harry.

— Não! - exclamou abrindo os olhos de repente. - Não podemos, ou melhor, eu não posso! Pare com essa sedução barata já!

— Barata? - exclamou a encarando, sem querer soltá-la. - Pelo que eu me lembro a Lucy nasceu assim... - terminou num sussurro.

— E como que eu nasci papai? - perguntou a menina, curiosa, fazendo os dois se soltarem constrangidos e rapidamente.

Hermione pigarreou, extremamente ruborizada. Nem todo o gelo que a geladeira inox de Harry continha seria capaz de esfriar o que sentia dentro do peito.

— Eu já lhe disse, tudo ao seu tempo filha. - falou Hermione com a voz fina.

— Você nasceu da barriga da sua mãe, curiosa! - respondeu aproximando-se da menina devagar, que começou a se afastar, rindo. - E você quer saber o que vou fazer agora? - perguntou, fazendo a menina sacudir negativamente a cabeça, rindo mais ainda. - Será que não sabe mesmo? - indagou novamente, pegando a menina no colo e lhe fazendo cócegas. Lucy agora gargalhava com prazer.

A morena sorriu à cena. Olhou no relógio de pulso e constatou estar na hora de ir ao aeroporto, e hora de deixar Lucy com Harry. Um nó em seu peito se formou, com a perspectiva de se separar da menina. Lucy era uma parte de si, e um belo consolo que a vida lhe dera.

— Benzinho, a mamãe tem que ir... - falou quase num sussurro.

— Está bem mamãe... - comentou a menina, de cabeça para baixo nos braços do pai, rindo. - Você vem me buscar que horas?

— Meu bem, eu não virei buscá-la hoje, eu... - começou Hermione, porém sua voz falhara no trajeto. - Você sabe, eu irei viajar.

— Vai me deixar aqui mamãe? - perguntou, olhando triste para a mulher, pedindo para Harry lhe colocar no chão com um gesto. O sorriso morrendo no rosto. - Eu pensei que você iria voltar de noite pra me buscar...

— Querida, eu te expliquei. Você ficará aqui com seu pai, enquanto eu estou num outro lugar, portanto não poderei buscá-la a noite. - explicou carinhosa, abaixando-se na frente de Lucy. - Seu pai cuidará bem de você, e também seus avós. Eu sei que vai superar a saudade... Porque eu vou ligar sempre que puder e só são duas semanas... Vai passar depressa você vai ver!

Nos olhos de Hermione já se formavam lágrimas. E ela lutava para que não caíssem.

— Mas... Eu pensei... - tentou explicar Lucy, e algumas lágrimas saíram dos seus olhos. - Por que eu não posso ir? - perguntou, esfregando os olhos com as mãos.

— Porque lá não é lugar para uma garotinha como você, e eu não vou a passeio, eu vou trabalhar... - falou com a voz embargada.

— Mas eu podia ajudar, como quando eu ajudo quando eu vou ao hospital! - falou olhando para a mãe, esperançosa. - Olha, eu já sei escrever, posso anotar os nomes dos pacientes. Não posso? - perguntou, olhando os pais que lhe encaravam tristemente, sem saber o que fazer.

— Seria de grande ajuda mesmo, mas sabe que não posso levar você... - respondeu triste. - Você vai ficar bem...

— E os meus remédios? Quem vai me dar? E quem vai cuidar da nossa casa? Quem vai me contar histórias de noite? - falava tudo rapidamente, sem conseguir evitar que mais lágrimas saíssem dos seus olhos. - Mamãe, não me deixe aqui! - pediu abraçando a morena em seguida.

Harry observava as duas em silêncio. Nunca imaginara que seria tão difícil a partida de Hermione, nem que ficaria tão tocado.

— Seu pai vai me substituir nisso... Está bem? - contou abraçando a menina fortemente.

— Princesa, eu vou estar aqui para fazer tudo isso está bem? - disse, acariciando as costas da filha, que olhou para ele, sem soltar-se da mãe - E o que eu não souber, você me ensina, está bem? - acrescentou começando a embargar a voz. Quando Hermione o encarou, tocada pelo gesto, ele pigarreou, explicando-se logo. - Dor de garganta!

— Viu meu bem, você adora ensinar, vai ser divertido ensiná-lo a ser pai. Mas só uma dica: não seja boazinha com ele, é tão preguiçoso... - falou Hermione ainda atada a filha. Afastou-se um pouco e tirou os cabelos da menina que estavam pregados ao rosto vermelho. Beijou-a em um das bochechas, e sussurrou - Acho que você vai ter que cuidar dele, mas vai se sair bem...

— Se eu prometer cuidar, você promete que volta logo? - indagou, olhando para a mãe, com os olhos vermelhos.

— Prometo, palavra de médica! - exclamou limpando as lágrimas da menina.

— Hermione? A hora. - sussurrou Harry, para que só a morena ouvisse, sem deixar de afagar as costas da filha.

—Ah! É claro! - assustou-se e riu nervosa. - Eu não posso me atrasar, Draco está me esperando para embarcarmos juntos. - emendou, e olhara para a filha. - Eu te amo, minha vida. Se comporte, e o faça se lembrar de tudo que eu recomendei.

— Está bem... - respondeu, abaixando os olhos.

— Agora eu vou... Fique bem, eu te amo. - falou mais uma vez beijando-a.

— Também te amo mamãe... - falou, confirmando com a cabeça. A morena a olhava sem reação.

— Hermione? - chamou Harry, lhe despertando de seus devaneios.

— Hum? - murmurou a morena.

— África, missão...!Tchau?

— Eu já estou indo Harry! - exclamou e se ergueu, olhou-o nos olhos e teve vontade de abraçá-lo, porém retraíra sua vontade oculta, e apenas estendeu a mão. - Tchau...

Harry olhou para aquela mão estendida. Não sabia o que fazer. Resolvendo, agiu por impulso, e apertou-a, lhe puxando logo em seguida para um abraço apertado.

— Tchau morena, até daqui a duas semanas. - sussurrou em seu ouvido, lhe afagando as costas com umas das mãos, abraçando a filha com a outra. Afastando-se, Hermione não soube o que fazer. - Vá! - sussurrou novamente, sorrindo, tentando tranqüilizá-la.

Ela somente balançou a cabeça, e novamente sentiu as lágrimas arderem nos olhos. Acenou para Lucy que agora estava agarrada a perna de Harry. A morena então dera meia volta e seguia vacilante até a porta. Não sabia como se movia. Lucy então a vira abrir a porta, e correu a ela num último abraço.

— Não demora muito não mamãe... – disse, abraçando a mulher com força.

— Docinho... Vem cá! – disse Harry, a pegando no colo. – Tchau Mione. – falou por fim olhando para Hermione, assim como Lucyque tinha os olhos vermelhos e o rosto cheio de lágrimas.

— Tchau mamãe... – disse a menina, despedindo-se com um gesto.

— Tchau...

Hermione olhou para os dois e secou as últimas lágrimas, fechando a porta ao sair. Sentiu como se deixasse parte do coração pra trás. Engoliu o choro e entrou no elevador. Encostou a cabeça na parede e fechou os olhos.
Que turbilhão de sentimentos!
Ainda sentia-se quente pelo abraço de Harry. E extremamente triste pelos olhos molhados de Lucy.
Enquanto deixava as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, a morena apenas imaginava que duas semanas para alguns passariamrapidamente, mas para ela, essas seriam as semanas mais longas de sua vida. Mas havia um lado positivo em tudo isso: Harry e Lucy finalmente teriam um momento pai e filha.


♥ ••.•´¯`•.•• ♥ ••.•´¯`•.•• ♥


N/A Jessy: Eu não disse que estava lindo??? Que coisa mais cute... A Lucy é mesmo uma fofurinha, e tadinha dela se despedindo da mãe, ô dó! Tomara que o Harry consiga tomar conta dela direitinho, senão coitado, a Mione arranca os olhos dele ( claro no sentido figurativo, ela não é uma assassina, embora conheça as tecnicas cirurgicas para isso kekekekekekeke!) Mas então gostaram do flash back, garanto que terão mais, eu achei tudo de bom, o Harry é mesmo safadinho... E que fofo eles planejando o futuro, uma pena que deu tudo errado! snif! Mas enfim, espero que tenham gostado deste capt, e que possam comentar muitoooo, pois lembrando o capt 4 já está prontissimo e divertidissimo!
Bjoooo pra todos que comentaram! BJOOOOOO no coração! Bye...


N/A Josy: (Jah sou eu?! Posso me maquiar antes não? Cadê a minha fala? Ah eh.. improviso, sei...) Oie gnte... tadinha da Lucy e da Mione neh!? na verdade da familia td neh!? pq ate a Lucy tem medo de como Harry vai cuidar dla neh!? kkkkkkkk zoa... amei o flash back sabia!? Harry eh mto safado (mas gostoso.. Hã?!).. adorei ele falando da bunda da Mione... kkkkkkk e a loira intrometida??? Hauhuahuahh qndo postamos o prox?? teremos + coments lindos como esses??? E isso é xantagem sim!! hehehehe (o q eu tenho q falar + diretor? Acabou? Posso voltar a comer bolo d xocolate...) Entaum gnte axo q eh so... Ate o prox cap... q por sinal ta d+++++ hehhe
Bjoks e ate+






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