A conversa com o Ministro



Quando todos estavam sentados à mesa prontos para devorar os deliciosos pratos da Sra. Weasley, viram duas figuras rodopiando no jardim. Todos os convidados para aquela noite já estavam n’A Toca, portanto não faziam idéia de quem estava chegando. Foi então que os longos cabelos prateados de Fleur brilharam na escuridão e todos se deram conta de que ela e Gui haviam vindo. Em outros tempos uma visita surpresa geralmente trazia uma notícia trágica.
- Gui, pensei que ainda estivessem viajando – disse a Sra. Weasley, beijando o filho e depois se aproximando para cumprimentar Fleur.
- Nós estávemes, mas tivemes que voltarrr.
- Algum problema? – perguntou o Sr. Weasley.
- Fleur passou mal, mas não é nada grave, não se assustem – acrescentou quando notou a expressão preocupada da família.
- O que foi que houve? – perguntou Gina.
É verdade que Gina não suportou Fleur quando a conheceu, mas com o tempo isso foi ficando para trás, pois Fleur mostrou que era digna de confiança. A própria senhora Weasley tinha a nora em alta conta desde que ela provara que amava Gui, ficando ao lado dele mesmo com todas as cicatrizes deixadas por Lobo Greyback.
- Nós viemes comunicarrr a todos que vames terrr um bebê.
- Eu vou ser pai, mais um Weasley na família! – exclamou Gui, feliz, abraçando o pai.
- Maneiro! – disse Rony.
- Muito legal! – disse Harry.
- Parabéns! – disseram Hermione e Gina ao mesmo tempo.
- Nosso primeiro sobrinho, Jorge.
- Finalmente, hein, Percy.
- Esse sim é mais um motivo para comemorarmos – disse o Sr. Weasley.
- Mais um? Que foi que aconteceu? – perguntou Gui, surpreso.
- Vamos nos sentar – convidou a dona da casa. – Eu vou servi-los e depois contaremos as novidades.
Todos começaram a comer alegremente.
- Por Merlim, Ronald, come mais devagar!
- Eu to morrendo de fome, He...mi...ne! – respondeu ele com aboca cheia.
- Começaram a namorar hoje e ela já está mandando em você? – perguntou Harry, debochando.
- Espera pra ver se vai ser diferente com a Gina - respondeu o ruivo.
Depois do jantar todos começaram a conversar animados. A Sra. Weasley emocionada com a chegada de seu primeiro neto, mesmo que para isso ainda faltassem meses.
- Então mamãe, quais são as novidades? – perguntou Gui.
- Há dois novos casais na família – respondeu ela. – Rony e Hermione e Gina e Harry.
- Quer dizer que finalmente meu irmãozinho se declarou? Hermione, você teve que ter muita paciência pra esperar todo esse tempo!
- Outro! – resmungou Rony.
- É, mas valeu a pena – respondeu Hermione.
- E quem dirria que a Gine irria namorrar o Arry. Parrabéns!
- Obrigada, Fleur – disse a ruiva.
Nesse momento o Sr. Weasley saiu da casa e veio em direção a Harry.
- Harry, eu pedi ao Kingsley que entrasse para que vocês pudessem conversar – disse o Sr. Weasley. – Ele está esperando por você na sala.
- Obrigado, Sr. Weasley.
- Boa sorte! – disse Gina, apertando a mão dele.
Harry entrou na pequena cozinha e foi direto para a sala. O coração batendo mais forte; daquela conversa com Kingsley poderia ser decidido o seu futuro. Dizendo a si mesmo que tudo daria certo, sentou-se de frente para o ministro da Magia.
- Arthur me falou que sua ambição sempre foi ser auror, Harry.
- Na verdade eu nunca pensei em outra profissão.
- E acho que nem precisa. Depois de tudo que você passou e de quem você enfrentou, eu não poderia apontar outra carreira para você.
Um fio de esperança começou a crescer dentro de Harry.
- Você é um bruxo talentoso, será um ótimo auror. Contudo, você não terminou sua formação acadêmica em Hogwarts.
- É, eu não pude fazer o último ano...
- Todos sabemos o porquê. Mas isso não será um problema.
- Não?!
- Não. Vou indicar um professor para lhe ensinar o que você teria aprendido no ano passado. Na verdade não creio que levará muito tempo, pois você veio praticando defesa avançada contra as Artes das Trevas desde os treze anos, não é?
- Devo muita coisa ao Lupin.
- E ele deve estar orgulhoso de você onde quer que esteja. Depois disso, você iniciará o curso para auror, que como você sabe, tem duração de três anos. Enquanto está estudando, você trabalhará conosco como auror estagiário. Parabéns, Harry, você é o novo contratado do Ministério da Magia.
- Obrigado, muito obrigado, Kingsley, quero dizer, ministro.
- Ah, que é isso, não é necessário tanta formalidade. Agora eu preciso ir, tenho deveres a cumprir, esse é o lado chato de ser ministro.
Kingsley foi à frente para se despedir de todos e agradecer pelo jantar.
Harry saiu em seguida, feliz por tudo ter sido resolvido muito mais fácil e rapidamente do que ele esperara.
Lá fora o Sr. Weasley perguntava sobre uma tal internet, muito usada no mundo trouxa e o Sr. Granger tentava explicar para que servia. Jorge conversava com Gui e Percy enquanto a Sra. Weasley e Fleur falavam a Sra. Granger sobre o Natal dos bruxos, que não era assim tão diferente do Natal trouxa, a não ser pelos gnomos que enfeitavam a árvore.
- Gina, consegui o emprego!
Ele abriu um belo sorriso e seus olhos muito verdes brilharam.
- Eu sempre soube que você conseguiria – disse ela, abraçando-o e beijando-o. – Vem comigo, aqui ta muito chato!
- Mas, Gina, seus pais...
- Vai por mim, eles nem vão perceber! Rony e Mione sumiram há meia hora e eles simplesmente não notaram. Talvez a mãe da Mione tivesse notado se mamãe não ficasse falando pelos cotovelos, e olha só o papai, todo interessado nesse negócio de infernet...
- Acho que é internet, mas outra hora eu te falo sobre isso.
Juntos eles foram para o quintal nos fundos, onde costumavam jogar quadribol nas férias de Hogwarts. O quintal assim como todo o terreno estava limpo e iluminado.

Rony e Hermione estavam debaixo de uma grande e antiga árvore no pomar. Ele estava deitado com a cabeça apoiada no colo dela e ela estava acariciando os cabelos macios dele.
- Agora você vai ter de me escrever! – disse ela em seu habitual tom autoritário.
- Sabe que eu não gosto muito desse negócio de escrever, mas vou tentar enviar uma coruja por semana.
A intenção dele era apenas provocá-la.
- Uma coruja por semana? Não está falando sério, está?
- Claro que não, só queria te provocar. Você fica muito linda com essa cara de brava, é linda de qualquer jeito.
Hermione sorriu.
De repente Rony lembrou-se de algo que precisava perguntar a ela. Sentou-se ligeiro, muito sério.
- Que foi, Rony?
Ele havia pensado em como fazer aquela pergunta inevitável sem deixá-la realmente brava com ele. Já tivera provas suficientes de que uma Hermione irritada podia ser algo bem perigoso, pois ela sabia ser assustadora. Por fim decidiu que o melhor era ser direto, sem enrolação.
- E então, Rony?
Hermione estava preocupada e impaciente. Para ele estar com aquela cara só podia ser algo sério e importante.
- Hermione...
Rony respirou fundo e fez a pergunta que o atormentava desde o quarto ano deles em Hogwarts. Fosse qual fosse a resposta, seria melhor do que continuar com a dúvida.
- Hermione, - ele recomeçou, os olhos azuis fixando os castanhos. – O que há entre você e Viktor Krum?


N. da A.

Eu sei que o nome do Krum é Vítor, em português, mas eu prefiro manter alguns nomes na forma original.

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