Uma proposta tentadora



A oportunidade surge uma semana mais tarde. Draco e a filha acabaram de jantar e Hermione ainda não chegou. O loiro e a menina esperam por algum tempo e nada da morena voltar do trabalho. Como está ficando tarde, o loiro coloca as meninas pra dormir (não sem alguma relutância de Lizzie) e decide ir atrás da esposa.

A menina rola na cama por alguns minutos, ela sente que algo não vai bem com os pais. Lizzie percebeu que o pai está chateado. Agora ele também saiu e provavelmente vai demorar um tempão!

Então a menina para e abre um sorriso. Pensando bem, até que não é tão mal assim meu pai ter saído... Ela fala para si mesma com uma idéia na cabeça.

Lizzie aguarda alguns minutos até que a casa fique em silêncio. Então ela sai de seu quarto e vai para a cozinha onde Ginpsy ainda está trabalhando – O que a pequena senhora Malfoy está fazendo aqui? (A elfo pergunta)

A menina dá o seu melhor sorriso, aquele usado quando ela quer fazer alguma coisa e não quer que ninguém saiba – Estou sem sono... E estou com sede

Ginpsy dá água para a pequena. Lizzie bebe enquanto pensa em como fazer pra despistar a elfo. Mas a sorte está a seu favor, Lizzie está bebendo a água quando o feitiço colocado no quarto de Annie acusa um resmungo. Ginpsy olha para Lizzie e para porta sem saber o que fazer.

Pode ir Ginpsy (Lizzie capricha na carinha inocente). Eu vou só terminar de beber a água e vou deitar. Não precisa ficar me esperando, eu não sou um bebezinho!

O feitiço do quarto de Annie agora acusa um início de choro. Ginpsy olha pra Lizzie sem saber se vai atender às necessidades do bebê ou se espera a menina ir se recolher.

Vai logo! (a menina fala autoritária) Antes que essa chorona acorde de verdade!

Basta isso para que a elfo saia apressadamente. Lizzie aguarda alguns minutos e sobe apressada para o sótão.

O local agora está mais escuro. Lizzie tateia para chegar ao quadro – Se ao menos eu tivesse uma varinha... (Ela fala em voz alta)

Quer dizer que você gostaria de uma varinha! (o quadro fala)

Lizzie emite um gritinho e dá um pulo pra trás. O quadro sorri ironicamente – A menininha arrogante ficou assustada!

Lizzie fica sem fala por um momento, mas logo recompõe-se – Não fiquei não! Quer dizer, está escuro e você me assustou quando falou de repente! Mas eu não tenho medo de você!

Ela olha desafiadoramente pra ele. Uma coisa que Lizzie aprendeu desde pequena é que quadros não podem fazer mal. – Eu não tenho medo de você... Você é apenas um quadro!

O quadro olha pra ela com um olhar estranho. Definitivamente há muito dos Malfoy nessa menina. Os mesmos olhos... A mesma arrogância... O mesmo ar superior. Ela tem o meu sobrenome. E esse Granger? Deve ser da mãe dela. Eu já ouvi antes, mas onde? Tenho que me lembrar

Então você gostaria de ter uma varinha. (ele olha para a menina e repete)

Lizzie – Sim... Meu pai fala que eu sou muito pequena. Mas eu não sou! (A menina fala de forma arrogante)

O quadro de Lucio olha pra ela com um brilho estranho.

Sem perceber o brilho no olhar de Lucio, Lizzie olha pra ele e fala – Eu tenho que ir agora.

Lucio – Você volta?

Ela olha para o quadro e balança a cabeça afirmativamente antes de se retirar

Boa menina... - O quadro murmura com um olhar triunfante...

XXXXX

NO ST MUNGUS

Draco chega ao hospital. Qualquer um pode notar que ele está chateado. Tudo bem que a profissão dela é importante, mas a ponto de esquecer da gente? Ela já devia estar em casa a um tempão... O loiro pensa enquanto a procura pelos corredores

Pouco tempo depois, ele encontra um medi-bruxo que informa que a morena está no vestiário. O loiro dirige-se para lá

Hermione acabou de se trocar e prepara-se para sair. Ela encontra Draco na porta. Sinto que vou ter problemas a morena pensa. – Oi amor. (Ela fala tentando amenizar a situação)

O olhar gelado que Draco lhe dá faz com que ela tenha certeza que realmente vai ter problemas...

XXXXX

NA MANSÃO MALFOY

O casal chega em casa. Draco permaneceu calado durante todo o trajeto e aparatou sem falar com ela. O casal passa no quarto das meninas e ao ver que elas estão dormindo se dirigem para o quarto.Hermione respira fundo e se prepara para o embate. Ela olha para o marido e fala – Você vai ficar o resto da noite assim?

Draco – E como você queria que eu ficasse? Você viu que horas são? As meninas sentiram a sua falta. Você nem avisou! Pelo jeito o seu trabalho é mais importante que sua família (ele fala rispidamente)

Hermione – Você está sendo injusto. Eu sou medi-bruxa. Os pacientes não chegam apenas em horário comercial. Acidentes não ocorrem apenas durante o dia.

Draco fala ironicamente – E pelo jeito você é a única medi-bruxa daquele hospital!

Hermione – Eu não sou a única, você sabe muito bem. Mas isso não significa que eu possa deixar um atendimento pela metade só porque você vai fazer uma cena. Eu sei que deveria ter dado um jeito de avisar. Mas eu não tinha como sair e deixar o atendimento pela metade. O que você queria que eu fizesse? Que eu falasse para o paciente em crise, aguenta só um minutinho que eu vou mandar uma coruja para meu marido avisando que vou atrasar?

Draco – E quem era esse paciente tão importante?

Hermione – Todos os pacientes são importantes. Mas como eu havia atendido outro dia já conhecia o caso, não tinha por que passar pra outro médico... (olha para o marido). Eu estou cansada. Amanhã a gente conversa e eu explico pra Lizzie porque eu me atrasei. Não pense que eu gosto quando isso acontece.

Hermione vai para o banho. Eu detesto quando isso acontece pensa. Eu sei que ele fica chateado. Mas é o meu trabalho. E depois... Ele não entenderia. Se eu falar quem é com certeza ele vai implicar e eu não quero mais uma discussão. Ela pensa enquanto se prepara para dormir

XXXXX

Mais tarde...

Draco observa Hermione que dorme a sono solto. Ela não quis mais falar sobre o assunto, alegou estar cansada e desabou na cama após passar mais uma vez no quarto das meninas. Está acontecendo alguma coisa o loiro pensa. Já é a segunda vez em menos de um mês. Eu vi que hoje as coisas lá estavam calmas. Não havia necessidade dela ficar. E esse paciente... Ela falou que já havia atendido antes, mas isso não quer dizer nada eu sei que os medi-bruxos passam os pacientes um para o outro quando terminam o plantão. Quem será esse paciente? Ela sempre me falava dos seus pacientes e agora... Será que é algum amigo... Ex-namorado...

Tenho que parar com isso. O loiro pensa. Ela nunca me deu motivo pra desconfiar...

Ele passa algum tempo olhando para a esposa até que finalmente o sono chega

XXXXX

No outro dia, Lizzie acorda antes de todos. Ela quer aproveitar pra conversar novamente com o quadro, antes que os pais acordem e o movimento dos elfos na cozinha comece.

Ela sobe as escadas. O quadro parece a esperar. Na sua inocência, a menina não nota o brilho nos olhos de Lucio Malfoy, um brilho que com certeza seus pais classificariam como maligno e perigoso

Lizzie – Eu falei que voltava...

Lucio – Estou vendo. (Olha para a menina se recordando da conversa na noite anterior). Então seu pai não deixa você ter uma varinha...

Lizzie – É... Ele falou que eu sou pequena. Mas eu não acho que eu sou pequena!

Ela coloca as mãos na cintura e encara o quadro desafiadoramente como se esperasse que ele afirme que ela é pequena demais para ter a sua tão sonhada varinha.

No entanto o quadro sorri e concorda – Realmente. Você deve ser perfeitamente capaz aos... (olha para ela curioso) cinco anos?

Lizzie – Quatro. Ainda vou fazer cinco. Mas eu já sei ler! Eu posso aprender magia, eu sei que consigo!

O quadro olha pra ela e sorri – Você deve ser muito inteligente... E se você for boazinha eu posso te dar uma varinha!

Lizzie fica exultante num primeiro momento, mas depois fala relutante – Não sei não... O papai falou que eu não podia...

O quadro de Lucio olha pra ela pensativo e fala – Seu pai falou que você não podia ter uma varinha... Mas não falou que você não podia pegar uma emprestada, falou?

Lizzie – Não... (a menina responde mal contendo o sorriso perante a idéia de segurar uma varinha, mesmo emprestada, em suas mãos)

Antes que a menina fale mais alguma coisa Lucio continua – Aí você podia ir treinando e quando fosse pra Hogwarts já saberia fazer muita coisa!

A menina sorri com os olhinhos brilhando, mas logo em seguida olha desconfiada para o quadro – Você falou que eu tenho que ser boazinha... O que eu tenho que fazer?

O quadro sorri – Primeiro você me conta quem mais mora aqui...

A menina fica calada olhando, ele continua – E depois tem que fazer um feitiço que eu vou te ensinar... Pra eu ver se você consegue usar a varinha direito

Lizzie permanece pensando por um minuto. Ela não vê mal nenhum em contar sobre a sua vida ao quadro afinal ele deve ser algum parente e parentes não são maus... E mesmo que fosse o que um quadro pode fazer? Quanto a fazer um feitiço, Lizzie tem certeza que se for ensinada consegue fazer qualquer coisa, afinal ela não aprendeu a ler sozinha?

Lizzie percebe que já se demorou mais do que devia e desce as escadas sem responder, mas o sorriso maléfico de Lucio mostra que ele sabe que a menina caiu na armadilha. Não era bem o que eu esperava pensa, mas no fundo foi melhor assim. Uma criança é bem mais fácil de manipular e seguindo as minhas instruções ela saberá fazer o que tem que ser feito.

Ele sabe que ainda terá que esperar algum tempo. Muito pouco se comparado a todos esses anos. Mas tudo bem, paciência é uma virtude que ele aprendeu a cultivar...


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NOTA DA AUTORA
Sim, eu sei que o capítulo está meio (ou muito) pequeno. Minha culpa, minha máxima culpa... Eu nunca confessei pra vocês. mas eu tenho uma terrível tendência em ser suscinta demais às vezes (mas não se preocupem eu estou tentando trabalhar este meu lado)


Bjos e comentem por favor

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Comentários (1)

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