Capitulo XX



Como poderia dizer não? Mesmo sabendo per­feitamente que não servia para ser senhor de coisa alguma, a tentação de ter Hermione era irresistível demais para um homem naquele estado: fraco, desesperado e desejan­do-a com todas suas forças.

E então Harry concordou em ser o lorde Eneinoig dos Granger, o senhor prometido da família. Também aceitou dar o sobrenome da família aos filhos que teriam, abrindo mão do próprio. Entretanto, continuaria a usá-lo em homenagem ao pai.

Para si mesmo, ele prometeu que faria tudo que estivesse ao seu alcance para cumprir o papel que lhe haviam designado. E Deus o ajudaria nessa missão. O resto, aconselhou Albus, ficaria nas mãos capazes de Hermione.

Pelo que podia dizer, Harry tinha a impressão de que os tios e tias de Hermione queriam que ele fosse encantador e char­moso. E como era um assunto que dominava, não estava sendo nem um pouco difícil agradá-los. Estava sendo ele mesmo, e todos o adoravam, em especial as tias Mim e Wynne. As duas o escoltavam de um lado para o outro por Metolius, uma de cada lado, nos jardins, no grande salão, na sala de jantar. Já tinham inclusive ido algumas vezes à missa na Igreja St. Paul.

Mim e Wynne apresentaram-lhe a caixa especial, o que in­trigou e preocupou Harry. Vendo os vários objetos que surgiam cada vez que a caixa era aberta, ele compreendeu a preocupação de Hermione em manter a família afastada de olhares mais curio­sos. Qualquer pessoa que visse aquela caixa e a alegria das duas senhoras concluiria, sem a menor sombra de dúvida, que se tratava de bruxaria, e as levaria para a fogueira mais próxima.

Depois de muita insistência de ambas, Harry abriu a caixa. Uma chave velha e muito antiga apareceu. Mim arregalou os olhos e abafou um gritinho histérico, e Wynne desmaiou na hora. Diante da reação das senhoras, ele recolocou a chave na caixa e fechou-a bem depressa. Foi o suficiente para Mim tam­bém desmaiar.

Assim que voltaram a si, elas logo quiseram abrir a caixa. Mim pegou um brinquedo de criança, feito de ferro. A colher de prata que Wynne tirou também as desapontou.

— Sinto muito — desculpou-se Harry. — Eu não sabia se vocês queriam ou não a chave, pois percebi que as duas ficaram muito incomodadas. E agora vejo que estão aborrecidas com o sumiço da chave. Deixe-me tentar abrir a caixa outra vez.

— Não adianta — respondeu Mim. — Ela só aparece uma vez a cada cem anos e…

Harry abriu a caixa e lá estava a chave.

— Olhem aqui — disse ele, pegando-a e colocando-a nas mãos ansiosas das duas senhoras. — Acho que a chave aparece várias vezes ao dia, uma vez a cada cem anos. Hoje deve ser esse dia. O que ela abre?

Levando em consideração a reação causada pela aparição da chave, Harry não se espantou com o fato de ninguém, nem mesmo Albus se lembrar para que, exatamente ela servia. Sabia apenas que várias gerações de Granger a tinham procu­rado sem sucesso, até aquele dia. Portanto, concluiu ele, aquele era mais uma das lendas daquela curiosa família.

Depois de uma longa discussão, que terminou com a decisão de guardá-la na caixa, a chave desapareceu. Por um tempo. Todas as vezes que Harry abria a tampa, a chave estava lá. Dia após dia. Sempre ali, mas apenas para ele. As tias se en­cantavam, porém ele preferia descobrir algo mais interessante.

A srta. Helen aparecia ao final das tardes, pois costumava dormir até tarde. Era educada com Harry e seus parentes, sempre disposta a conversar ou auxiliar os criados, mas passa­va grande parte do tempo distante.

Helen cuidara de grande parte dos negócios da família durante a ausência de Hermione, e passava a maior parte da tarde em Londres, conversando com banqueiros, mercadores e capi­tães dos vários navios dos Granger. Estava sempre vestida de preto, sempre parecia entediada e sempre desaparecia quando a noite chegava. O fato parecia não incomodar nenhum dos parentes, porém a curiosidade de Harry foi aguçada, princi­palmente diante das aparições de um gato preto de olhos verdes que surgia de repente ao cair da noite e perambulava pela casa na escuridão. Durante o dia, não havia sinal do animal. Ele tinha suas suspeitas, mas havia alguns assuntos que estavam além de seu conhecimento, portanto, não se atinha muito a eles. Também ficava o mais longe possível do gato, pois todo seu corpo se arrepiava só de olhar para o bichano.

Quando não estava ocupado acompanhando as senhoras, Harry passava horas e horas jogando xadrez com tio Culain, re­servando sempre um lugar de honra ao lado do tabuleiro para a rainha. Ela nunca lhe parecera tão contente por receber ta­manha atenção, apesar de todo o absurdo da situação.

De vez em quando, Harry também tentava ajudar Albus em suas experiências no porão, tarefa que adorava, em especial quando aprendia a criar explosões. Mais de uma vez os dois desceram as escadas cobertos de pó, rindo sem parar e muito contentes com seus feitos. Albus acreditava que o jovem le­vava jeito para a arte da magia, mas o avisou que Hermione ficaria possessa se colocassem fogo em qualquer parte da casa.

Harry, que ficava mais impaciente a cada dia que passava, não estava preocupado com a reação de Hermione, apenas queria vê-la novamente e assegurar-se de que ainda o amava. Não que estivesse infeliz em Metolius; longe disso. Era mimado, papa­ricado e tratado como um príncipe por todos, até mesmo por John e Willem, que o tinham perdoado, bem como a Ron, pelo ocorrido. Todavia, por mais agradável que fosse, faltava algo. Queria saber como sua amada estava, a reação de Daman, se depois de tudo Hermione ainda queria estar ao seu lado.

— Quando Hermione virá? — perguntou ele, olhando pela ja­nela do grande salão em um final de tarde. — Algo deve ter dado errado para ela estar demorando tanto.

Albus afagou-lhe o ombro com sua mão enrugada.

— Ela voltará logo, meu filho. Não se preocupe tanto assim. Além do mais, quanto mais tempo Mione ficar fora, mais de­licioso será o reencontro de vocês.

— Gostaria que o tempo fosse mais generoso comigo — res­mungou ele, suspirando.

Dois dias mais tarde começaram a chegar cavaleiros em Me­tolius, deixando Mim e Wynne em alvoroço. Havia uma grande quantidade de convidados chegando, elas contaram, porém nin­guém sabia precisar quem eram, nem quantos.

A srta. Helen recebeu a notícia e não fez nenhum comentário a respeito. Tratou apenas de acalmar as tias e de dar ordens para os criados.

Harry, por sua vez, tentava manter-se distante para não atrapalhar, e passava as tardes caminhando pelo pátio e olhan­do para o portão, ou parado à janela do grande salão, obser­vando e esperando. Era grande a tentação de escapar de Me­tolius na calada da noite e correr para um de seus antigos refúgios em Londres, o tipo de lugar onde se podia comprar e vender informações. Decerto alguns dos sujeitos que freqüen­tavam lugares daquele tipo teriam escutado, durante suas via­gens, algo sobre Hermione ou, mais provável, sobre Ron. Entretanto, ele decidiu não colocar seu plano em ação. Seria uma desfeita para com a família Granger arrumar qualquer tipo de problema. Além disso, tinha plena certeza de que o mis­terioso gato o seguiria, o que não queria de forma alguma, um sentimento que lhe deixava um peso na consciência.

Quando Hermione finalmente apareceu, foi tão de repente, que Harry não conseguiu sair de perto da janela. Ela chegou mon­tada em Nimrod, galopando pelo pátio, com os cabelos soltos. Sua expressão exalava alegria e exuberância. Ao descer do ca­valo, dispensou a ajuda dos criados e saiu correndo para as escadarias.

No instante em que Hermione abriu as portas, Harry já a es­perava, e recebeu-a com um forte e apaixonado abraço.

— Que saudade! — exclamou ele, girando-a em seu colo. — Nem posso acreditar que você chegou.

— Ah, Harry, foi tão… — começou Hermione, mas assim que levantou o rosto, ele a beijou — Sinto muito por ter demorado tanto — disse ela, após ter recuperado o fôlego. — Eu tive vários afazeres.

— Verdade? Espero que tenha resolvido tudo, pois não tenho a menor intenção de me separar de você outra vez. Nós vamos nos casar. E o que seus tios e tias querem. Até mesmo sua prima Helen.

— Eu sei. — Hermione abriu um belo sorriso. — Seu pai tam­bém quer nos ver juntos. E sua mãe. E seu padrasto. E todos os seus irmãos e irmãs… Meu Deus, como a sua família é gran­de! Eu quase desisti de tentar reuni-los.

— Reunir a minha família?

— Sim. Eles devem estar chegando. Eu vim antes, pois não agüentava mais ficar um minuto longe de você. — Hermione ficou na ponta dos pés e beijou-o.

Com certa dificuldade, Harry se desvencilhou dela.

— Eles estão vindo para cá? Todos?

— Sim. Não é maravilhoso? Eles vêm para o nosso casamen­to. E porque eu não tinha certeza se tio Albus conseguiria libertá-lo de Newgate. Até então eu não sabia que Daman de­sistira de insistir em sua execução. Seu pai mandou dez dos melhores cavaleiros para Newgate para impedir que você fosse enforcado. Ele queria ir pessoalmente, mas eu o impedi, pois precisava de sua ajuda em outros assuntos. Quando os homens voltaram informando que você havia sido libertado e que estava em Metolius, sentimos um grande alívio. Ah, Harry… — continuou ela, sem deixá-lo falar. — Foi tão horrível quando Da­man chegou à propriedade de seu padrasto! Ele quase o matou. Quero dizer, seu padrasto quase matou meu irmão. Todavia, sua adorável irmã, lady Eunice, postou-se à frente de Daman e esperou que seu padrasto recuperasse a razão. E agora… estou tão feliz com o noivado dele com sua irmã Elizabeth! Meus tios não vão acreditar.

A cabeça de Harry girava sem parar. Ele teve de segurar-se em Hermione para não perder o equilíbrio.

— Daman e Elizabeth, noivos? Mas…

— E Ron e Luna também. Fiquei muito triste por você não ter estado conosco para escutar os votos deles. Seu padrasto fez questão de agir corretamente, pois disse que não agüentava mais as estripulias de vocês. O melhor de tudo, porém, é que conseguiremos assistir aos dois casamentos. Ah, Harry, estou tão contente por tudo ter dado certo, que você nem imagina… Nós somos as pessoas mais sortudas do mundo.

— Eu sou — enfatizou Harry —, mas você tem certeza de que quer se arriscar unindo-se a mim? Não sei se serei um bom marido. — Ele levantou-lhe o rosto. — Não quero que um dia você se arrependa de ter se entregando de corpo e alma a mim, minha querida. Minha reputação não é das melhores, o que você deve ter descoberto conversando com minha família.

Ela levantou a mão para afagar-lhe o rosto.

— Eles só me disseram que o amam muito, e que eu sou uma mulher de muita sorte por ter sido escolhida para ser sua esposa. Seu pai me contou como é a propriedade que lhe deu, bem como toda a herança que lhe cabe. Por que me deixou pensar que era tão pobre quando, na verdade, você possui tanto terras quanto dinheiro?

— Lembra-se do último dia no Berte? Foi quando tentei lhe dizer que era tudo o que eu tinha a oferecer de valor. Acreditei que, dessa forma, você não acharia que seria a esposa de um ladrão, ainda mais depois de ter entrado comigo em lugares como o Berte ou Bostwick.

— Deus que me perdoe por ter pensamentos desse tipo — disse Hermione. — Com você, meu amor, eu viveria contente em qualquer lugar, mas saiba que jamais criaria nossos filhos em bordéis e tavernas.

Harry soltou uma sonora e contente risada.

— Sendo assim, creio que teremos de continuar a fazer como você sempre fez. Passaremos parte do ano em Metolius e a outra parte em Glain Tarran.

— Mas e a sua propriedade em Derbyshire?

— Estive pensando em dá-la de presente a Ron e Luna, se meu pai não se importar demais.

— Não acredito que ele se oponha. Seu pai ficou muito con­tente em saber que vamos nos casar. É estranho termos achado que não concordariam com nosso casamento, porém todos que nos amam estão muito contentes com a novidade. É como um milagre.

— Não — descordou Harry, beijando-a. — Trata-se de má­gica. Quem diria que um sujeito como eu encontraria uma dama tão elegante? Você está prestes a se casar com um miserável, mas eu te amo, e para sempre.

— Eu também te amo — murmurou ela. — E não ouse dizer que é um miserável, Harry James Potter. Você não chega nem perto disso. Apesar de me ter feito sua prisioneira, você me ensinou coisas maravilhosas, sem contar toda a felicidade que me proporcionou. Aprendi a acreditar na magia, fato que tentei negar durante tanto tempo. Não, você não é um miserável, mas sim um moleque, tratante e… todo meu!

O ardente abraço na porta de entrada foi atentamente ob­servado pelos tios e tias de Hermione, bem como por Helen, que tinha um de seus raros sorrisos nos lábios. Do lado de fora, o barulho de cavalos e carruagens indicava a chegada dos convi­dados. E os dois continuavam abraçados, desfrutando daquele momento único, como se fossem as únicas pessoas ali presentes.

— Eles formam um casal maravilhoso — disse Mim, suspi­rando. — Foram feitos um para o outro.

— E mesmo — concordou Wynne. — A nossa Mione não poderia encontrar um homem melhor do que Harry. Os dois serão muito felizes juntos. Só espero que Daman não se importe com o fato de ser a irmã que continuará com a linhagem da família.

— Essa responsabilidade não poderia ter sido de Daman — descordou Albus. — Ele é um jovem muito bom, e certamente nós lhe teríamos confiado essa função, mas sua praticidade atra­palha um pouco. Daman jamais honraria os antigos costumes com a mesma dedicação de Harry. Na realidade, Harry é a pessoa exata. Se ele acha que já viveu inúmeras aventuras, é bom que se prepare para as que estão por vir.

— Minha rainha o aprovou — disse Culain. — É um detalhe muito importante.

— Mione o aprovou — interveio Helen. — Esse é o detalhe mais importante. Ele será um bom marido. Só espero que eu tam­bém encontre alguém assim para passar o resto dos meus dias.

— Você encontrará um excelente marido — garantiu Albus. — Com o tempo, minha querida. Tenha paciência.

— Eu tenho de sobra. Bom, mas vamos deixar essa conversa para outra hora. Os convidados estão chegando e parece que Mione e seu noivo perceberam. É incrível como eles conseguem respirar se abraçando com tamanha intensidade. Os parentes de Harry se assustarão ao entrar em Metolius e encontrá-los assim.

— Dê-lhes mais um momento de tranqüilidade — pediu Mim. — É tão lindo ver os dois juntos. Mas que final feliz, não é, Wynne?

Wynne assentiu, limpando as lágrimas dos olhos. Albus, por sua vez, abriu um belo sorriso.

— Não é um final, meus caros, afinal de contas Harry e Hermione são da nossa família. Trata-se de um começo. E um excelente começo!

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Camila: AHAUAHUA, verdade, o Harry é o tipo de bandido que não tem como não se apaixonar, neh? Pq, apesar de ser bandido, ele é todo fofo e como vc mesmo disse ele é muito honrado, rsrsrs. Espero que vc goste do final ;)

Kalih : Tio Albus e a Helen arrebentaram, hm. HUAHAUAHA, Ta aí o tão esperado final, espero que vc goste.

Adriana : HUAHAUAHA, depois dessa o Harry vai ter que se comportar direitinho. Coitadinho do Daman, rsrsrs! Ai, eu adoroo os tios da Mione, uma mais fofo que o outro. E o melhor são os objetos deles, HUAHAUAHUA. A pedra da Mim e da Wynne gamou no Harry e ele é o unico que pode se gabar de ter seduzido uma pedra,

Doninha: HUAHAU, ta ai o final, espero que vc goste viu.

.....

Capitulo final *--* q emoção, HUAHAUAUA. Espero que vcs tenham gostado da fic, e podem esperar que logo logo tem muitas outras pra vcs.

Beijinhus estrelados!!!

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Comentários (1)

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