Só um poema



Pegou o desenho que tinha observado e admirado a tarde inteira. O virou e atrás começou a escrever os pensamentos que preenchiam tanto sua cabeça... Lílian escrevia rapidamente, em alguns momentos, parava, pensava, e tornava a escrever. A menina possuía uma bela caligrafia. Aquilo, não era uma declaração. Não era também, algo que mostrava sua rendição, ou seja, dizia que se rendia, e finalmente dizia que o amava. Na verdade, era algo que representava... Os sentimentos confusos da ruiva, as contradições e a insegurança que a bela jovem sentia.
“And I hate how much I love you boy
E eu odeio o quanto eu te amo garoto
I can't stand how much I need you
Não suporto o quanto eu preciso de você
And I hate how much I love you boy
E eu odeio o quanto eu te amo garoto
But I just can't let you go
Mas eu não posso te deixar ir
But I hate that I love you so
Mas eu odeio que eu te amo tanto
One of these days maybe your magic won't affect me
Um dia desses talvez sua mágica não vai me afetar
And your kiss won't make me weak
E o seu beijo não me enfraquecerá
But no one in this world knows me the way you know me
Mas ninguém nesse mundo me conhece do jeito que você me conhece
So you'll probably always have a spell on me
Então você provavelmente sempre terá um feitiço sobre mim
(…)
You make me so hot
Você me faz sentir tão apaixonada
Make me wanna drop
Me faz suar
You're so ridiculous
Você é tão ridículo
I can barely stop
Eu dificilmente paro
I can hardly breathe
Eu mal posso respirar
You make me wanna scream
Você me faz querer gritar
You're so fabulous
Você é tão fabuloso
You're so good to me Baby
Você é tão bom pra mim”
Ao ver as palavras que havia escrito, mal acreditou...Virou praticamente uma poeta. Ela relia incansavelmente as palavras que escreveu... Aquelas que descreviam os sentimentos confusos, verdadeiros e opostos. Opostos, contrários, mas apesar de serem aparentemente tão diferentes, na realidade eram muito próximos.
Lily ainda viajava em seus pensamentos, quando ouviu vozes e passos se aproximando cada vez mais. Dobrou o pergaminho apressadamente e enfiou nas vestes. Provavelmente seriam suas amigas subindo até o dormitório e seria um tanto complicado explicar a elas aqueles tais poemas... Apesar de serem suas MELHORES AMIGAS em Hogwarts, não estava pronta para revelar esse sentimento a Cass, Mel e Lice, Lily não estava nem pronta para assumir isso para si mesma! O jeito era esperar que o tempo dissesse o que aconteceria. As meninas chegaram ao quarto já questionando:
- Lily, onde você teve a tarde inteira? – Cass perguntava extremamente interessada.
- Ah! Eu fiquei aqui no quarto...Tava cansada...Dormi um pouco – Respondeu ela, dando um falso bocejo.
- Perdeu uma tarde bem legal! – Falou Lice que parecia ainda animada.
- Lice, como você pode saber que ela perdeu uma tarde legal, se você passou a tarde inteira com o Frank? E provavelmente não prestou mais atenção em nada! Esse “legal” é suspeito... – Disse Cassye Rouwood arqueando a sombrancelha e exibindo um sorriso maroto.
- Ah, Cass! Não enche! – Alice ao dizer isso, estava extremamente corada.
- Cass e Lice, dêem um trégua, OK? – Falou finalmente a voz da razão, Melody.
- Santa Melody! – Disse Lily levantando os olhos e as mãos para o alto.
Depois de um banho, as garotas desceram para o jantar, que foi bem tranqüilo e dali uma hora estavam de volta aos dormitórios preparando-se para dormir.
- Lily, você tá muito quieta hoje! Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Cassye um pouco preocupada com a amiga.
- Não! Nada! Brigada pela preocupação! – Respondeu Lil distraída.
- OK
As garotas foram dormir e a noite se passou tão rápido, que parecia que elas haviam dormido apenas meia hora:
- Que sono! – Reclamava Cassye.
- Eu também tô morrendo de sono! – Resmungava Lice e Mel juntas.
Lily nem comentou... Estava com mais sono do que as três juntas... Passara a noite em claro... Tivera uma terrível insônia...
Pegou os livros sonolenta e lentamente... As meninas a chamaram para descerem para o café, mas ela disse que logo iria... Quando as amigas saíram, Lílian abriu o pergaminho que havia colocado no bolso, no dia anterior e depois deitou-se sobre ele e cochilou cansadamente. Sua respiração estava lenta e tranqüila. Até que acordou de repente e consultou o relógio. A aula começaria dali 5 minutos. Saiu em desparada do dormitório, correndo para não chegar atrasada na aula de Poções.
Estava quase chegando à sala, quando esbarrou em alguém...:
- Me desculpe, tava com pressa e nem te vi! – Desculpou-se ela.
- Evans... – Era uma voz fria que ela conhecia: Severo Snape.
- Ah! É você! – Disse Lily com desprezo e já ia se retirando quando...
- Evans, você não quer de volta seu pergaminho? – Perguntou o sonserino maliciosamente.
- Que pergam... – Antes que terminasse a frase, viu o pergaminho em que abrira seu coração...NÃO! ELE NÃO PODIA LER AQUILO!
- Me devolve, é meu! – Disse ela, tentando não expressar o que de temor em sua voz.
- E por que eu deveria fazer isso, antes de dar uma checada nisso aqui – Respondeu desdenhosamente, com ar de frieza... – Hum...Potter vai gostar de saber disso... E a escola inteira também...
- Você vai me devolver isso!
- Não, antes de uma condição... Não quer que o Potter saiba do seu amor secreto por ele, ou quer?
- O que você quer? – Perguntou Lily receosa, esquecendo-se totalmente da aula que deveria comparecer.
- Hum... – Murmurou ele em resposta com a mão coçando o queixo, e um sorriso malicioso nos secos e finos lábios.

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