Uma flor vale mais do que mil



Alvo Potter despertou e preguiçosamente, foi em direção ao banheiro. Realizou sua higiene matinal, despiu o pijama listrado, colocou as vestes negras da escola, e endireitou a gravata vermelho e ouro. Passara-se completamente, um mês que estivera em Hogwarts. E nesse pouco tempo, aprendera muito. Agora, os deveres faziam parte da rotina diária. Nesse mês, tornara-se mais próximo dos meninos com quem dividia o dormitório. Aproximara-se também, de Claire, e se ainda era possível da prima. Tiago percebera que agora, não adiantava mais provocar o irmão, então parara com as tentativas de irritá-lo, e passara a cumprimentá-lo quando o via, e às vezes passavam um tempo juntos. Aquele dia, era 1° de outubro, dia de receber correio de casa. Desceu com Rosa e Claire ansiando por noticias de sua casa. Enquanto tomavam café, pelas janelas do castelo, entraram as corujas. E as mesmas foram pousando e depositando o que deveriam entregar a frente do destinário. Porém, nenhuma coruja pousou a sua frente. Nenhuma coruja lhe jogou algo lá do alto. Os pais não lhe enviaram ao menos uma carta. Nem a Tiago mandaram algo. O fato de Harry e Gina não lhe enviarem a prometida carta, fez com que o menino entristecesse. Não pode prestar atenção nas aulas que tivera pela manhã. Pensava no que poderia ter acontecido, para que os pais não pudessem lhe mandar cartas. Claire e Rosa notaram que o amigo havia entristecido, por isso, não tocaram no assunto família, naquele dia. As aulas passaram-se rápidas, e o moreno de olhos verdes, decidiu subir para seu dormitório. Ao chegar, na janela uma coruja o esperava frente, uma coruja que ele já conhecia. Ela incrivelmente negra, e tinha os olhos amarelados. Animando-se, da perna da coruja negra, ele desamarrou uma carta e junto a ela, havia um lírio branco. O menino estranhou a flor, mas sabia que no interior da carta havia as respostas. Feliz, começou a ler o pergaminho, no qual reconheceu a caligrafia da mãe:

“Querido Alvo,

Em primeiro lugar, eu e seu pai queremos lhe dar os parabéns por ter entrado na Grifinória. Estamos muito orgulhosos de você! Esperamos que tudo esteja indo bem aí, em Hogwarts. Aposto que se Rosa parecer com Hermione não só fisicamente, esteja fazendo você estudar antecipadamente, para os exames, que fará no término do ano letivo. Então, novas amizades? Ansiosos, nós esperamos sua resposta. Em segundo lugar, queremos nos desculpar por não termos lhe enviado a carta pela manhã. É que eu e Harry estivemos um pouco ocupados, e por isso, só tive tempo de lhe escrever hoje pela manhã, antes de aparatar para o ministério.
Aqui em casa, está tudo muito bem. Lily tem brincado muito com Hugo. Ele vem almoçar aqui quase todo o dia. Outra vez, sua irmã e seu primo tentaram voar em uma das vassouras, e acabaram caindo. Não só caindo no chão, mas também na gargalhada. Todos nós sentimos falta de você e de Tiago. Principalmente, a sua irmã. Você deve estar de se perguntando, por quê lhe mandamos essa flor? Temos de dizer que também mandamos ao Tiago. Pode-se perceber que não é só uma flor qualquer, é um lírio. Lily pediu que mandássemos esse lírio, para que vocês sempre se lembrassem dela, mesmo estando longe.
Ah! Lily também manda beijos especiais.
Não se esqueça que no Natal poderemos nos ver, e estará uma surpresa esperando por vocês.

Nos responda em breve!

Beijos e muitas saudades,

Seus pais.

P.S: Lily insistiu que eu escrevesse que ela deu um beijinho na carta!”

Então, a carta que lhe fora enviada terminou. Ele sorriu fraca e levemente, ao pegar o lírio. Desceu para o Salão Comunal, a procura do irmão. Avistou-o na ponta da escada, com uma carta em uma das mãos e um lírio na outra. Tiago levantara o olhar, e ao encontrar o olhar do irmão, sorriu fracamente e indicou a flor com os olhos. Alvo assentiu. Os dois conversavam em uma língua muda, que só os dois poderiam entender. Eles, e Lílian Luna Potter. Claire e Rosa trocavam olhares questionadores, e ao perguntarem porque lhe enviaram uma flor, Alvo pediu que se agrupassem perto de uma mesa, onde não puderam ser ouvidos. Ele explicara porque recebera o lírio, e as meninas não puderam deixar de demonstrar o quanto achavam a atitude da pequena Lily, bonita. E sinceramente, Alvo também achara o mesmo. No Salão Comunal, Tiago e Alvo discutiam a tal surpresa, a qual receberiam, no Natal. Quando o relógio anunciou que eram seis horas da tarde, o moreno que estava em seu 2°ano, tivera que se retirar, pois ira para seu primeiro treino de Quadribol. Sim, Tiago Potter entrara para o time da Casa. Mas, verdadeiramente, não era surpresa alguma, afinal Harry fora um dos melhores apanhadores em Hogwarts, e Gina além de ter sido artilheira da Grifinória, jogara profissionalmente, antes de ter Tiago, no Harpias de Holyhead, um time muito valorizado. Tiago herdara o talento da mãe, por isso, jogava na posição de artilheiro, apesar de desempenhar otimamente, também, a posição de apanhador.

Ficou no Salão Comunal, observando a prima e a amiga conversarem discretamente algo, que ele não sabia o que era, pois afinal, segundo Rosa era assunto de garotas. Resolvendo que, observá-las conversar, de nada seria útil, Alvo tirou da mochila um rolo de pergaminho, uma pena e um tinteiro. Abriu-o, molhou a pena na tinta preta, e começou a escrever a resposta para a carta mãe, que enviaria por sua coruja, Columbia, na manhã seguinte. Em sua mochila havia também, o lírio que recebera junto à carta. Curvou os lábios ao fitá-lo perdidamente, e depois voltando o olhar para o pergaminho ainda em branco, iniciou a escrita. Sua caligrafia era inclinada, e muito semelhante à de Harry:

“Queridos mamãe e papai,

Também estou muito feliz por ter entrado na Grifinória! Obrigado! E sobre o atraso da carta... Confesso que fiquei um tanto desapontado quando vi todos receberem cartas, e exceto eu não recebi. Mas, agora me sinto muito melhor.
Aqui em Hogwarts tem sido tudo ótimo, e sim, fiz novas amizades. Uma pessoa a qual me aproximei muito, foi Claire Jones. A conheci no expresso, junto com a Rosa. Ela é nascida trouxa, por isso não devem reconhecer o sobrenome dela. Apesar de não ter nem ao menos ouvido falar do mundo bruxo antes, Claire é muito inteligente, e tem se esforçado bastante. É ótima companheira para a Rosa, pois estudam e conversam muito. E sim, mãe, minha prima não se parece com Hermione só em parte física. Ela diz que temos já que estudar para os exames, e eu digo que ainda falta algum tempo, mas ela não se deixa levar.
Bom, também fiquei amigo dos garotos que dividem o dormitório comigo. O John Thomas é bem simpático e ótimo amigo. O Max Finnigan é legal, tem melhorado (no começo do ano, ele era um pouco exibicionista) e ah! Ele tem uma irmã gêmea, a Caroline, que divide o dormitório com a Rosa e a Claire. E também tem o Eric Brown... Sinceramente, ele é meio chato...
Conheci a Jade Lovegood! Luna e ela foram para Nova York, quando ainda era pequeno, lembram-se? Ela disse que voltou pra cá ainda esse ano. Ela é muito inteligente e... Criativa. Digamos que ela acredita em criaturas das quais nunca ouvi falar, e Rosa sempre diz que não existem, mas Jade insiste que sim.

Bom, espero que aí em casa esteja tudo bem. E imaginei que Hugo, praticamente moraria aí, ou vice-versa (Lily “moraria” na casa de Rony e Hermione). Também sinto saudades de todos! Sinto falta de (pigarro) pegar “emprestado” as vassouras... Não posso jogar pela Grifinória ainda, é apenas a partir do 2° ano. Tiago passou nos testes, e é artilheiro (como se já não soubessem). Diga a Lily que também sinto muita falta dela, e que nunca irei esquecê-la e que vou guardar com cuidado o lírio.

Muitas saudades e beijos,

Alvo Potter.

P.S: Especial para você, Lily, um beijo na carta de volta!”

Orgulhoso do que escrevera, Alvo releu a carta mais de duas vezes, e depois a dobrou com cuidado, e colocou na mochila. Desceu para o Salão Comunal junto à prima e a amiga, jantou, e subiu para seu dormitório novamente. Adormeceu em questão de minutos... Calmamente.

Acordou mais cedo naquele dia, vestiu-se, arrumou a mochila e caminhou direto para o corujal. Queria enviar a carta brevemente, para que no mês seguinte, recebesse a resposta. Ao chegar no local onde se encontravam as corujas, foi logo procurar a sua, Columbia. Ao avistá-la, correu, acariciou-a, e amarrou em sua perna, a carta. Quando a coruja saiu voando pelas janelas do corujal, entrou no mesmo, seu irmão:

- O que você tá fazendo aqui? – Disseram ao mesmo tempo.

- Perguntei primeiro. – Tornaram a falar ao mesmo tempo. Riram, da atitude de ambos, e Al respondeu:

- Vim despachar a resposta da carta da mamãe. E você?

- O mesmo que você.

- Ah! E como foi o treino?

- Foi ótimo!

- Legal. Ano que vem eu vou entrar pro time!

- Vai jogar como apanhador?

- Aham.

- Te dou a maior força.

- Sério? – Admirou-se Alvo.

- Se você conta pra alguém... Te esfolo vivo!

- Ok, ok... Eu não conto, Tiago...

- Mas, e aí? Como tá a vida...?

- Não poderiam estar melhores: entrei pro time de Quadribol! Só, eu sinto falta de casa...

- Também...

- Nossa, Tiago, você tá ficando meloso demais, hein?

- Cala a boca, Al!

Tiago despachou a carta através de sua coruja, e em meio de risos e brincadeiras, saiu do corujal com o irmão. Dirigiram-se para o Salão Principal, para tomar café.

Parecia que o lírio que Lílian mandara, fizera com que os dois irmãos se unissem mais. Parecia que na flor, havia algo escrito. Ela não só representava saudades, mas a amizade que sempre teriam, a confiança que sempre depositariam. Rosa e Claire juntaram-se aos garotos, e durante o café Claire contou que o irmão passaria a visitar a irmã mais vezes no ano, pois ele também gostaria de estudar no exterior. A menina naquela manhã, recebera através, naturalmente, de uma coruja, um pequeno bilhetinho que lhe dizia que “a admirava muito”de um admirador "secreto". Rosa exibiu um sorrisinho, e Alvo de repente, ficara mal-humorado. Tiago disse que iria se encontrar com os amigos e iria para a aula em seguida. Os dois primos e a amiga dirigiram-se para a primeira aula do dia: Herbologia.

Ao saírem do castelo, perceberam que o tempo mudava lentamente, pois os ventos tornaram-se mais constantes, e mais frios. E o sol já não aparecia com grande freqüência. Chegando a estufa, onde teriam a aula, Neville começou a dar as instruções, e pedia atenção de todos. E Alvo não conseguia se concentrar pensava porque ficara tão zangado por Claire ter recebido um bilhete de um admirador. Afinal, ela era sua amiga, e ele queria o bem dela, queria que ela fosse feliz. Viajava em seus pensamentos, até perceber uma menina à sua frente, que nunca notara antes. Ela possuía os cabelos negros e os olhos da mesma cor. Tinha a pele muita branca e parecia muito entediada, ao ouvir as explicações do professor. Ela era bonita, mas não tanto quanto Rosa e Claire. Al ficou observando-a quase toda a aula, porém o chamou “de volta”, e ele tentou se concentrar. Após o término da aula, ele perguntou a Claire, quem era ela:

- É a Brianna Fletcher, Lufa-lufa.

- Você sabe mais alguma coisa sobre ela?

- Não muito, Al. Porque a pergunta?

- Por nada. – Respondeu o moreno, olhando-a interessado, e correu para acompanhá-la, até estar ao seu lado, cumprimentando-a, ela correspondeu, e os dois começaram a conversar, deixando Claire para trás. A menina mostrou-se um pouco chateada, mas pensou em deixar para lá. Afinal, se Alvo gostasse dela, tudo bem. Eles eram amigos, e ela queria o bem e a felicidade dele.

No intervalo do almoço, Alvo comentou que gostara de conversar com Brianna, e que os dois planejaram dar uma volta um dia desses. O menino parecia muito feliz, Rosa o olhou, e sorriu, ao constatar a felicidade do primo. Porém, Claire apenas forçou um sorriso. E se perguntava, porque se sentia chateada, ou porque gostaria que Brianna Fletcher desaparecesse.

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