Enquanto na casa dos Potter...



Eram nove e meia da noite, e Lílian recusava-se a dormir, apesar de bocejar freqüentemente, e esfregar os olhos. Enfim, a menininha desistiu, e deixou-se levar pela mãe. Ela deitou-se em sua cama, e Gina a cobriu com uma manta rosa-claro e florida. Instantaneamente, a pequena ruiva dormiu, respirando tranqüilamente. Gina sorriu ao ver a filha ressonar tão calmamente. Encostou-se no vão da porta, e ficou observando-a.
Enquanto isso, Harry subia as escadas e ao passar por um dos quartos, parou. Viu um garoto, sentado sobre a grade da varanda, observando o céu estrelado. A lua iluminava o rosto do garoto, e quando Harry se aproximou, o menino virou-se para encará-lo:

- Ah! Não sabia que estava aí!

- Hum... No que está pensando, Teddy? – Perguntou o moreno de olhos verdes. Convidara para morar em sua casa, Ted Remo Lupin, seu afilhado. O garoto em seus aproximados 19 anos tinha as feições muito parecidas com as do pai. Porém, ele não possuía os cabelos grisalhos e a aparência doentia de Remo, pelo contrário: seus cabelos eram castanhos vivos, e tinha a aparência de ter sido bem cuidado, e ter tido uma infância saudável. E sinceramente, a tivera. Teddy demorou alguns minutos para responder:

- Eu queria agradecer por deixar ficar aqui, Harry.

- Não precisa me agradecer.

- Sim, na verdade, preciso. Depois que minha avó morreu, me senti muito sozinho... Mas, você e a Gina sempre estiveram lá, para me apoiar...

- Eu seria um mal padrinho se não o apoiasse!

Ted riu fracamente, e voltou o olhar novamente para o moreno, e disse:

- Eu gostaria muito de ter conhecido meus pais... Acho que você, mais do que ninguém pode entender...

- Sim, entendo, Ted... Mas, de uma coisa quero que sempre se lembre: seu pai morreu, tentando construir um mundo melhor, no qual você fosse feliz.

- É, eu sei... – Disse Teddy, reprimindo o sofrimento de nunca ter conhecido os pais. Ele voltou a fitar o céu iluminado pelas estrelas. Seus olhos arderam e lágrimas brotaram dos mesmos, e antes que elas pudessem cair, ele as enxugou com as costas da mão. Recuperando-se de seu breve momento de fraqueza, em sua opinião, disse:

- Me tornei sortudo, no dia em que meu pai fez de você meu padrinho, Harry...

- Que isso!

Houve um momento de silencio. Um silencio que não era nem constrangedor, nem representava felicidade alguma. Um silencio de compreensão, porque o padrinho entendera exatamente, como o garoto sentia-se, pois, anteriormente, ele encontrava-se na mesma situação dele. Também, um silencio de saudade, pois era o que ambos sentiam em relação aos pais. Passado o silencio não incomodo, Harry disse:

- Teddy, tenho certeza de que Remo e Tonks teriam muito orgulho de você...

O garoto voltou-se para o padrinho, e em resposta ao que ele dissera, exibiu um sorriso sincero, e após ele, Harry não precisava que Ted dissesse nada. O padrinho disse então:

- Não nos falamos, faz um tempo não? Tiago nos disse que estava se despedindo de Victore, na estação...

- Ah, sim! – Respondeu Ted, corando levemente. – Mas, estava mesmo. Você já deve saber: Gui e Fleur passarão algum tempo na França com a Victore, Dominique e o Louis...

- Sei, Rony me contou...

- E então, Harry? Continuaremos com o treinamento? – Perguntou Lupin, a fim de mudar o assunto.

- Lógico!

Como Harry Potter tornara-se o chefe da Seção de Aurores, estava ajudando Teddy, treinando-o, pois o garoto desejava tornar-se Auror. Afinal, já terminara Hogwarts, e teria de seguir uma profissão.

- Bom, vou deixar você se instalar, Teddy... Boa-noite!

- Boa-noite, Harry!

O moreno saiu do quarto, e dirigiu-se para o seu próprio. Ao passar pelo quarto de Lily, parou e entrou no mesmo. A ruivinha dormia tranqüilamente, e seu respirar era calmo. Harry sorriu ao vê-la, e pensou nos outros dois filhos. Como aquela casa estava vazia. Apesar de Teddy ter concordado em morar em sua casa, a mesma parecia vazia sem a bagunça e barulhada que ambos faziam. Sentia falta até mesmo, das brigas dos dois garotos. Das travessuras que aprontavam com Lílian, quando montavam em sua vassoura, ou na de Gina e voavam, até ele ou a esposa os pegasse no flagra. Lembrou-se da insegurança de Alvo na estação King’s Cross. Porém, soubera que o filho entrara na Grifinória como o irmão. Tiago lhe lembrava muito o próprio pai. Quando os dois filhos partiram no dia 1° de setembro, sentia como se lhe tivessem tirado algo. Imaginou, quando Lily completasse 11 anos, e fosse para a escola de Magia, junto aos irmãos. Como aquela casa ficaria vazia, e silenciosa. Como sentiria falta. Beijou a testa da filha, e ao voltar-se para a porta, deparou com Gina. Lá estava ela, encostada no vão da porta, sorrindo para ele. Ele sorriu de volta e aproximou-se dela. A ruiva manteve o sorriso e agora, estavam com os rostos a centímetros um do outro. O moreno a beijou, apaixonadamente, a ruiva o correspondeu. Os lábios se deixaram docemente. Harry a enlaçou pela cintura, e juntos dirigiram-se para o quarto.

Gina acordara cedo naquela manhã. O marido ainda dormia, respirando tranqüilamente. Ela beijou os lábios do moreno doce e levemente, e se levantou, calma e preguiçosamente. Espreguiçou-se e dirigiu-se ao banheiro e despiu a camilosa rosa-claro. Tomou um bom banho, e ao abrir a porta, secando os longos cabelos rubros, deparou-se com um moreno que possuía olhos verde esmeralda, que tanto a encantavam, observando-a, ele curvou os lábios ao vê-la, num sorriso maroto. Ela o olhou desafiando-o com os olhos avelã. Ela pegou as vestes no armário e foi vestir-se no banheiro. Ao sair, Gina viu um moreno totalmente indignado, ainda deitado na cama. A ruiva riu da careta do marido, gostosamente. E ao perceber que ele continuava deitado, disse:

- Harry levanta! Esqueceu que tem que trabalhar é? Sai logo dessa cama!

- Sim, senhora... – Disse Harry, bocejando, e logo após, se levantado e espreguiçando-se. – Vou tomar banho... – Anunciou, se dirigindo ao banheiro.

- Não demora!

- Ok!

Passados 15 minutos, Harry saiu do banheiro, com os cabelos negros molhados, a água pingando em seu peito. Gina o observou, e ele sorriu fracamente. Ela disse que estava descendo para tomar café da manhã, e quando ela terminara de descer as escadas em espiral, e dirigia-se para a cozinha, o moreno a alcançou.

- Você foi realmente rápido!

Ele apenas deu de ombros e a enlaçou pela cintura, como na noite anterior. E abraçados foram para a cozinha. Na mesma, um belo café da manhã os esperava. O elfo doméstico da família, nomeado Dobby, fez uma reverencia ao casal, que lhe desejou bom-dia, e sentou-se para comer. A cozinha da casa era muito grande, e praticamente, toda branca, coberta por azulejos bem escolhidos. Gina serviu-se de bacon e ovos, e em seguida serviu o marido. Após 10 minutos de terem iniciado o café, entrou na cozinha Teddy e Lily. O garoto desejou bom-dia a todos, e a pequena correu até os pais e lhes um beijo na bochecha. Gina começou a servir a filha e a Ted ovos e bacon e ainda perguntou se queriam torradas. Encheu o copo de Lílian com suco de abóbora, e o mesmo fez com Lupin. Enquanto comiam, perguntou a mãe se ela e o pai voltariam para o almoço. Gina respondeu que infelizmente, não poderiam. A menina fez uma carinha triste, mas logo se animou ao ouvir que Hugo poderia almoçar lá também.

Terminado o café da manhã, Harry e Gina levantaram-se, mas antes que pudessem despedirem-se, ouvem alguém bater na porta. O elfo saiu correndo para atender, e entraram na cozinha agora, Hermione, Rony e Hugo, que vai logo ao encontro da prima. Todos se cumprimentaram, e os quatro disseram que tinham de ir, despediram-se de todos, mas entes que pudessem ir...:

- Comporte-se, Hugo! E faça o que o Teddy mandar! – Disse Hermione.

- O mesmo serve para você, Lily! E não atrapalhe Teddy hoje, pois ele estará estudando para os testes do Ministério! – Recomendou Gina.

- Ok, mamãe! – Respondeu a ruivinha.

- Mulheres sempre tem que fazer isso... – Comentou Rony para Harry.

- Isso o que, Ronald? – Perguntou Hermione, arqueando a sombrancelha.

- Dando recomendações: Comporte-se! Não fala isso!Obedeça!...

- Rony, não fale besteiras! Pelo o amor de Merlim... – Disse Gina revirando os olhos. - Vamos logo! – Sugeriu.

- Ok, ok!

E assim, Harry, Gina, Hermione e Rony aparataram. Lily e Hugo os observavam maravilhados:

- Quando é que vamos poder aparatar, hein? – Perguntou Hugo, curioso.

- Quando fizerem 17 anos... – Respondeu Teddy, pacientemente. – Vão brincar! Vou estar no meu quarto se precisarem de mim!

- Certo! – Assentiram os primos, e assim saíram correndo. Teddy balançou a cabeça, sorrindo fracamente, e dirigiu-se para seu quarto. O dia ocorreu normalmente, a não ser por Lily e Hugo terem caído da vassoura de Gina, e terem levado uma bronca de Ted. Eram aproximadamente, oito da noite, quando quatro adultos desaparataram no jardim de uma bela casa. O pequeno grupo entrou, e depararam-se com duas crianças sentadas em um tapete, jogando xadrez de bruxo. Gina convidou o irmão e a amiga para jantarem em sua casa, e depois de muita insistência, aceitaram. O jantar fora ótimo: cheio de conversas, e risadas. Ao término do mesmo, Hermione e Rony despediam-se de Harry e Gina, e os dois primos faziam o mesmo.

Após a saída dos Weasley, Gina pediu que a filha vestisse o pijama e escovasse os dentes para que depois fosse dormir. A menina assentiu e subiu as escadas rapidamente. Teddy anunciou que iria subir para seu quarto estudar mais um pouco e depois iria dormir. Harry e Gina lhe desejaram boa-noite e também subiram. O casal vestiu o pijama, e juntos foram ao quarto de Lílian. A pequena escovava os dentes como a mãe havia mandado, e já vestia um pijama lilás, decorado por lírios azuis. Lily entrou no próprio quarto, e deparou com os pais. Deitou-se na cama, e a mãe a cobriu e deu em sua testa, um beijo terno. Harry fez o mesmo que a esposa. Antes, que pudessem sair, a ruivinha disse, aparentando um pouco triste:

- Sinto falta do Ti e do Al... E da Rosa...

Voltando-se para encarar a filha, a ruiva respondeu-lhe, com um fraco sorriso:

- Eu também, querida... Eu também...

- Nós também sentimos, Lil... – Disse Harry.

- Eles vão demorar a voltar? – Perguntou a menininha, com lágrimas nos olhos avelã.

Ao perceber que a filha estava prestes a chorar, Gina caminhou até ela, e sentou-se na beira da cama, acariciando-lhe a face e os cabelos acaju, docemente:

- Não chore, Lily, não chore. Eles voltaram para o Natal. Não se preocupe. Estamos quase no fim do mês, e logo escreverei a eles...

- Mamãe, manda um beijo e um lírio a eles, para que se lembrem de mim...

- Mando, sim...

- Promete que não vai esquecer?

- Prometo...

- Obrigada! – Falou a filha, beijando a face da mãe. – Papai, me dá um beijo também?

- Claro... – Assentiu Harry, que escutava a conversa, e agora caminhava até a cama e dava na face de Lílian um beijo carinhoso. A ruivinha sorriu, e dormiu como na noite anterior, instantânea e calmamente, e seu respirar era igualmente tranqüilo.

O casal Potter dirigiu-se ao seu quarto, beijaram os lábios docemente, e adormeceram calmamente.

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