O caos



Capítulo 1 – O caos

“I've been thinking of everything
I used to want to be
I've been thinking of everything
Of me of you and me (I made of you and me)”

Ponto de vista da Ginny:
O despertador tocou. Levantei-me instantaneamente. Ainda ensonada, com os olhos meio abertos, meio fechados, olhei pela janela, somente para ver o sol brilhar para mim. Quanto custaria este brilho, esta beleza única e especial? Impossível responder. Custaria, decerto, muito mais do que o orçamento de que geralmente dispunha. Abstraí-me completamente destes utópicos pensamentos quando ouvi a sua voz, vinda da cama.

“Olá, querida! Já estás acordada? Que horas são?” perguntou Harry.

Era habitual que, ao acordasse, fizesse inúmeras questões para as quais raramente obtinha resposta. Tenho pouca paciência para esclarecer o que é evidente. Se estava de pé, sim, era um pouco óbvio que acordara. E ele sabia, ou deveria saber, que acordo sempre às 7 da manhã. Um hábito meio estranho que adquiri em Hogwarts.

"Passam alguns minutos das sete." Respondi-lhe, o olhar ainda preso em pensamentos vagos.

"Vou fazer café." Anunciou ele, a voz levemente distorcida pelo sono.
"Queres que te faça uma chávena também? Talvez uma torrada?” sorria para mim, o cabelo eternamente desalinhado. Proporcionava-me a imagem de uma criança que prepara a próxima asneira.

“Sim, por favor.”

Dirigi-me para o duche, a água o mais quente que conseguia aguentar sem me queimar. Não, não estava doida. Tentava lavar, não apenas o corpo, mas também a minha alma. Tinha, recentemente, iniciado um complexo conjunto de conclusões acerca da minha relação com o Harry... era tudo tão confuso. Suponho que já deveria estar habituada a isso, conhecendo o Harry como conheço, mas era-me impraticável compreendê-lo metade do tempo. Tinha estado em missão durante dois meses, sem mandar notícias uma única vez.
Não podia enganar-me a mim própria, apesar de ele continuar um bom trabalho a ignorar o mais simples dos factos... Sim, eu já o tinha traído; não no sentido absoluto do termo. Tinha apenas beijado o Draco e Harry sabia-o, embora preferisse não falar sobre o assunto ao invés do enfrentar. Provavelmente os seus sentimentos em relação a mim estavam igualmente confusos, o que me fez pensar se ele sempre se tinha mantido fiel a esta relação.

No fim do dia, eu não era capaz de delinear uma razão que ainda nos mantivesse juntos. No fundo, eu sabia que cada um aceitava esta relação precária com medo de ferir os sentimentos do outro; e só esse facto contribuía para o aumento de todo este caos.

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