Viva.






Viva.



Coisas que demoram 4 minutos e 15 segundos:

* Uma conversa definitiva sobre seu futuro

* Um teste de gravidez bruxo

* O término de um namoro

* Receber a pior noticia de sua vida

* Um ataque sanguinário a Hogsmead.


A vida pode dar reviravoltas ás vezes, em apenas alguns minutos você pode perder completamente a razão de ainda estar vivo. Em apenas cinco dias pequenos acontecimentos mudaram a vida de cada um e em apenas 4 minutos e 15 segundos a vida de todos mudou para sempre tendo uma marca igual para o resto de suas vidas.


Terça-Feira:

Os cabelos negros despenteados eram ainda mais bagunçados conforme Jay passava suas grandes mãos no topo da cabeça, o nervosismo parecia tomar conta de si conforme andava vagarosamente para longe da sala da diretoria, seus olhos repletos de raiva e lágrimas, seu coração estraçalhado, mas o queixo erguido, afinal ele era um Potter e os Potter’s não deixavam jamais se abalar. Em quatro minutos e quinze segundos de conversa ele entendeu o que seus pais e seu avô James queriam lhe dizer.

FlashBack:

- Pediu para me chamar diretora? – O moreno adentrava o escritório de Tonks com uma expressão severa no rosto.
- Oh! Por Merlim Jay, tire essa cara de mártir! – Uma voz rouca debochada ecoava ao lado direito da sala.

Jay Potter franziu o cenho ao desviar os olhos da senhora de cabelos azuis turquesa para encarar a face enrugada com sorriso maroto nos lábios, seu avô James Potter estava lá, parado ao lado da janela usando suas costumeiras vestes bruxas vermelhas que contrastavam com seus olhos incrivelmente verdes como de seu bisavô.

- Vovô James? – O moreno surpreendia-se arqueando uma sobrancelha. – Mas o que o senhor faz aqui?
- Digamos que seu avô resolveu vir pessoalmente dar a resposta sobre a sua viagem para a Bulgária... – Tonks sorria levemente olhando de canto para o Potter ancião que passava ás mãos pelos cabelos brancos revoltosos.
- Ah ótimo! Meus pais não quiseram vir pessoalmente e mandaram o vovô, uma to realmente de coragem do meu pai. – O garoto girava os olhos categoricamente desabando na cadeira frente à mesa da diretora.
- Você deveria agradecer sabe? – James aproximava do neto. – Afinal, Cold, Johnny e Miguel também queriam vir... E você sabe como Johnny e Cold sabem ser escandalosos.
- E você é a pessoa mais discreta do universo eu suponho.
- Tonks... – James chamava a diretora com um sorriso leve nos lábios atraindo a atenção dos olhos cor de ameixa da diretora. – Eu poderia ter uma conversa a sós com meu teimoso neto?
- Se prometer não destruir minha sala. – Tonks sorria matreira levantando-se da mesa.
- Oh! Que difamação, eu jamais faria isso! Bem... Não com o quadro de Minerva me olhando de maneira tããããoo amigável!

Tonks soltara um risinho pelo nariz fazendo um leve aceno com ás mãos, a diretora ajeitara ás vestes cor de rosa e o chapéu pontudo branco na cabeça, retirando-se com um sorriso amistoso nos lábios finos. A porta fechara-se num estrondo assim que a diretora a atravessara e para Jay o escritório zoneado da diretora nunca lhe parecera tão minúsculo quanto naquele momento.

- Sabe Jay, você recebeu meu nome quando nasceu pelo fato de seu pai me achar grande coisa e eu recebi o nome deu meu avô pelo meu pai ter grande estima por ele e não o ter conhecido... Digamos que se meu pai soubesse que eu iria aprontar tanto pelo fato de receber esse nome, ele não teria me dado. – James rira com o próprio comentário rodeando a mesa de Tonks sentando-se em sua cadeira. – Ora vejam só, isso daqui é realmente confortável!
- Vovô...- Jay franzia o cenho.
- Ok, ok, irei direto ao ponto! Maldita mania impaciente que você herdou de Megan! – O ancião bufava. – Muito bem Jay... Você sabe que os Potter’s já passaram poucas e boas em suas vidas não sabe?
- Mas ninguém nunca...
- Mentiu! Oh por favor, a mentira cerca nossa família assim como os fotógrafos! Acha mesmo que seu bisavô viveu num mar de verdades? Acha que Dumbledore sempre o contou tudo? Nada contra você Dumby!
- Não está me ofendendo meu amigo...- O quadro de Dumbledore manifestava-se com um sorriso bondoso.
- Por que eles confiaram no Caios e não em mim? – Jay indagava com uma voz embaraçosa. – Por que eu...
- Jay... O segredo envolvia Carter, e Carter é pai de Caios... A verdade é que Carter teme que seus genes das trevas tenham passado para seus filhos, principalmente para Caios que é o primogênito. Sei que ainda está magoado com seus pais e magoado com o fato da menina Adhara ter virado uma menina Trent.
- Eu...
- Sei que precisa de um tempo, sei que quer ir para a Bulgária para fugir de toda essa maluquice e realizar o próprio sonho de se tornar um inominável ou um auror como todos de nossa família...
- Mas é que...
- A verdade Jay... – James o interrompia uma segunda vez. – É que nós não somos conhecidos por fugir do que nos atormenta, a família Potter encarou muitas desilusões, muitos sofrimentos, mas jamais baixou a cabeça para eles, mas sim os usou para se fortalecer. A resposta para a partida para a Bulgária é negativa, seu pai quer que você aprenda a lidar com o mal que lhe afeta, eu realmente sinto muito.
- Meu pai já amou a mãe do Caios não é? – A voz de Jay era baixa assim como sua cabeça.
- Oh já! Ele a amou desde que ela era pequena, eles foram grandes amigos...
- Mas ela amou o pai do Caios.
- Verdade,mas antes ela teve um pequeno romance com seu pai. Harry ficou arrasado quando soube que Amy estava com Carter.
- Como ele... Como ele conseguiu os encarar? - Ás lágrimas já molhavam a bochecha do menino.
- Demorou um pouco sabe? Mas Harry notou que o amor poderia estar em outras garotas, foi aí que ele olhou melhor para sua mãe. Megan e Harry são o casal mais incrível que eu conheço... Você é novo Jay, nem sempre o nosso amor de infância pode ser nosso amor para a vida toda.

James levantara-se da cadeira de Tonks e caminhara até o neto retirando logo das vestes vermelhas uma imensa carta negra selada com um brasão dourado, a esticou para o neto que a apanhou curioso.

- É uma convocação do treinamento de grandes inomináveis, você será mandado ao Canadá após o término de suas aulas aqui em Hogwarts.


Final do FlashBack


4 minutos e 15 segundos, foi o tempo que durou aquela conversa, foi o tempo que Jay precisou para saber que ele não deveria se lamentar mais pelo que passou, mas deveria lutar pelo que acreditava e no momento, Jay Potter acreditava que sua felicidade estava bem distante da Inglaterra.



Se perguntassem a Caios Trent se ele se cansava em observar a face adormecida de sua esposa, sua resposta seria não. Anne possuía traços perfeitos, os olhos cerrados com cílios grandes negros, os lábios rubros, a pele alva com as bochechas levemente róseas, os cabelos negros extremamente lisos e um perfume de jasmim que emanava de seu corpo. Todos seus gestos, seus olhares, seu modo de dormir apoiando a cabeça sobre ás duas mãos, isso só o fazia amar ainda mais a bela morena deitada ao seu lado.

- Você não se cansa? – A voz da menina soava sonolenta conforme ela abria lentamente os olhos castanhos esverdeados.
- De observar a mais perfeita obra de arte? Oh, não, não... Eu seria um tolo se não apreciasse tal beleza.
- Você realmente é um desocupado Caios! – A morena ria beijando os lábios do marido.
- Eu prefiro apaixonado, mas desocupado também serve! – O loiro piscava maroto observando a esposa levantar-se da cama e passar os dedos pelos cabelos negros que agora estavam bem abaixo dos ombros.
- Bobo! – Anne apanhava um hobby de seda branco o vestindo, pondo-se finalmente de pé.
- Tenho boas noticias para você! – Exclamou o rapaz animado saltando da cama e correndo para dentro do armário retirando um saquinho de veludo vermelho.
- Hum? Boas noticias? – Anne franzia o cenho encarando o marido. – Que saquinho é esse?
- Ganhei minha primeira aposta contra Kevin e Sirius! – Caios sorria largamente mostrando todos os dentes brancos.
- Você nunca havia ganhado uma aposta antes? – Gargalhava Anne caminhando em direção ao banheiro sendo seguida pelo rapaz.
- Bem, contra o Keke sim, mas contra o Six jamais! É realmente um grande feito este meu!

Caios fitava a esposa sorridente enquanto esta se despia e entrava no boxe, fechando a porta fosca de vidro verde escuro ligando o chuveiro em seguida começando a se banhar.

- E o que vocês apostaram? – Perguntou a menina enquanto se ensaboava.
- A vida sexual do seu irmão.
- Como é que é? – Gargalhava a morena abrindo a porta do boxe colocando apenas a cabeça para fora para encarar a expressão divertida de Caios.
- Bem... Eu disse que ele e Stacy acabariam fazendo sexo depois da festa, Kevin disse que ainda demoraria uma semana e Sirius deu o prazo de mais três dias, bem... Ninguém viu seu irmão e a Tacy nem no domingo, e Nathan chegou atrasado no treino da Sonserina ontem com ás mesmas roupas que ele usou na festa de sábado, conclusão: eles fizeram sexo e eu ganhei alguns galeões! – Finalizava o loiro com um típico sorriso “eu-tenho-32-dentes-na-boca”.
- Não acredito que vocês apostaram a vida sexual do meu irmão! – Anne fingia-se de brava logo caindo na gargalhava enxaguando o corpo.
- Olhe o lado bom, sábado em Hogsmead iremos poder ir naquele restaurante depois da ponte!

A morena saída do boxe com o corpo enrolado em uma toalha felpuda negra encarando o marido com uma sobrancelha arqueada o fazendo sorrir ainda mais.

- Está querendo me comprar Sr.Trent?
- Na verdade eu queria mesmo era te seduzir... – Caios aproximava-se perigosamente puxando a esposa pela cintura a colando na pia do banheiro.
- E quem disse que eu sou seduzível?
- Se não é, podemos dar um jeito sabe? Nada que o charme Trent não possa obter efeito!

Anne gargalhara fitando os olhos extremamente verdes, Caios dera um sorriso torto aproximando os lábios dos da esposa, beijando-lhe de maneira carinhosa e delicada, Anne passeava as mãos nas costas do marido provocando arrepios no mesmo. Eram tão perfeitos um para o outro, seus lábios encaixavam-se tão perfeitamente. Em dezesseis anos de vida era a primeira vez que Anne se sentia completamente feliz.

- Quer tentar? – Sussurrara Caios dentre o beijo.
- Sempre que tentamos somos interrompidos. – Anne afastava-se um pouco encarando o marido com um sorriso maroto.
- Não acho que uma coruja vá nos interromper agora.
- Por que? Você matou todas ás corujas que habitam Hogwarts?
- Quase isso! – Caios sorria beijando o pescoço alvo a sua frente fazendo Anne suspirar e bagunçar seus cabelos loiros sedoso. – Oh Merlim, eu te amo tanto.
- Não mais que eu... – A morena sorria largamente beijando os lábios do marido.

Era verdade, ela havia aprendido a amar, Caios a havia ensinado. Sua vida estava perfeita, ela podia sentir a esperança em seu coração, podia viver para sempre ao lado daquele loiro e ser verdadeiramente feliz.

Caios passeava ás mãos pelas suas coxas logo lhe arrancando a toalha deixando estas caírem no chão, Anne já havia retirado a camisa de botões do pijama de seda verde que ele usava beijando com ardor a curva do pescoço. Era o ápice do momento, era perfeito, era simplesmente amor.

- CACAZITINHO MEU GATINHO ONDE VOCÊ ESTÁ MEU CORAÇÃO! – Um berro ecoava de dentro do quarto.

O casal separara-se bruscamente, Caios possuía uma expressão furiosa na face enquanto Anne lhe encarava divertida como quem dizia “eu te disse”. O loiro bufara apanhando a toalha da esposa entregando a ela, beijando em seguida sua testa preparando para sair do banheiro.

- Eu juro por Morgana que ele não irá sobreviver. – Rosnou o loiro abandonando o banheiro.
- Pobre Kevin! – Anne sussurrava risonha.




Os olhos de Stacy encontravam-se cravados em um livro de capa grossa, havia perdido ás aulas do dia anterior por passar bastante tempo com Nathan, não que ela conseguisse se arrepender de tal ato, muito pelo contrário! Estava completamente feliz! O único problema era ter perdido a nova matéria de TCM, mas nada que ela pudesse entender depois.

- Apareceu finalmente a margarida! – A voz zombeteira de Jay ecoava pelos jardins, fazendo a menina erguer os olhos agora castanhos claros para o encarar. – Onde está seu colar?
- Meu colar? – A garota arqueava uma sobrancelha.
- É! Aquele colar, Nathan Adhara!
- Não teve graça! – A menina arremessava o livro no melhor amigo que o apanhara sem esforço algum.
- Sem violência Tacy! – Jay piscava maroto sentando-se ao lado dela abaixo do imenso carvalho enquanto a via prender a longa cabeleira loira em um coque apertado.
- Eu não sou uma pessoa violenta! – Ria a menina.
- Os olhos de Kevin que o digam! – Zombava o moreno puxando a melhor amiga para um abraço. – E então? Como foi?
- Como foi o que?
- Fazer sexo com Nathan Adhara.
- O quê? Como você sabe?
- Vocês sumiram por dois dias inteiros.
- Ah que vergonha!!! – Os cabelos da garota mudavam para um ruivo forte arrancando gargalhadas glutais do moreno.
- Qual é Tacy, todo mundo faz isso! Mas e aí? Foi bom para você?
- Eu não vou falar sobre isso com você! – Rosnara a garota crispando os lábios com os cabelos cada vez mais vermelhos.
- Ah, qual é o problema? Eu sempre falo de minhas experiências com você! Como daquela vez que aquela menina resolveu...
- JAY!!! – Bradara a garota arrancando ainda mais gargalhadas do rapaz.
- Ok, ok, ok! Nada sobre assuntos relacionados a sua vida sexual com o Adhara!
- Humpf! Acho bom. – Stacy erguia o queixo tendo os cabelos voltando aos poucos a um loiro claro como os cabelos de uma típica Malfoy. – E então? Quando você parte para a Bulgária?

Os olhos de Jay desviavam dos olhinhos da melhor amiga, os cravando no Lago Negro onde a Lula Gigante nadava de um lado para o outro batendo seus tentáculos nas águas atingindo alguns primeiranistas na margem.

- Eu não vou.
- Você não vai?
- Recebi uma carta... – O moreno retirava de dentro do bolso da calça um envelope negro aberto fazendo os olhos da amiga arregalaram-se categoricamente.
- Jay, essa carta é...
- Do esquadrão da tia Ashlee... Ela vai mandar no final do nosso ano letivo os melhores aurores para tornarem-se inomináveis.
- Jay...
- Eu fui convidado a me juntar a eles no treinamento que vai ser no Canadá.

Stacy retirava a carta de dentro do envelope de maneira trêmula, lendo o conteúdo cautelosamente, Jay apenas continuava a encarar o Lago despreocupado.

- Aqui diz que você vai partir no dia da Formatura... E...
- E vou permanecer lá por três longos anos.
- Como eu vou sobreviver sem você por tanto tempo?
- Você tem o Adhara, ás meninas, seu irmão...
- Mas não o meu melhor amigo!
- Stacy...
- Eu sei, estou sendo egoísta... – A garota baixava os olhos. – Mas é tanta coisa mudando, eu nunca disse isso a ninguém, mas eu realmente estou com medo Jay, nós agora saímos da escola para ir para uma guerra, eu não estou preparada para ver você e os outros envolvidos em derramamento de sangue!
- Ninguém está. – Jay sorria amigavelmente acariciando a bochecha da loira. – Mas eu realmente quero isso para a minha vida, eu sou um Potter e minha família não é conhecida por fugir dos problemas.

Stacy sorrira para o moreno descansando a cabeça no ombro do mesmo, Jay beijara a testa da amiga afastando-se lentamente pondo-se de pé, reação analisada pelos olhos castanhos da melhor amiga que o fitava de maneira carinhosa.

- Tenho treino da Grifinória agora e o capitão não pode se atrasar não é?
- Não, não! Eu quero ganhar o próximo jogo contra a Lufa-Lufa! – Stacy gargalhava.
- Volte ao seu livro metamorfomaga, e nada de matar aulas para dias calientes com o Adhara! – Divertia-se o moreno arremessando o livro para a amiga saindo correndo antes que esta o pudesse azarar ou coisa do tipo.

A grifinória riu, era bom notar que a tristeza aos poucos esvaia-se do corpo de Jay, por mais que suas piadas fossem relacionadas a ela,ela não conseguia se incomodar, apenas por ver novamente um belo sorriso nos lábios daquele rapaz.

- Ora,ora, ora quem encontramos pelos jardins! – Uma voz divertida ressoava atrás da loira a fazendo girar os olhos ao ver uma Lauren risonha na companhia de Anne e Danielle, todas com imensos sorrisos nos lábios.
- Bom dia para vocês também! – Stacy fingia desinteresse.
- Stacy Malfoy, onde a senhora estava no domingo e na segunda? – Lauren exclamava ajoelhando no chão como um coelhinho curioso.
- Em Hogwarts. – A loira arqueava uma sobrancelha.
- Isso nós sabemos gênio! – Era a vez de Danielle. – Nós queremos saber é em que parte do castelo e com quem!
- Ahh Dandan, com quem nós já sabemos! Com o Nathan! – Lauren deleitava-se.
- Vamos Tacy, assuma o Sr.Gostosão Adhara é bom em tudo mesmo? – Ria a loira fitando a amiga.

Novamente os cabelos de Stacy tomavam uma tonalidade vermelha arrancando boas gargalhadas de Danielle e Lauren e alguns risinhos de Anne.

- Oh meninas, por favor, ele ainda é meu irmão! – Anne comentava divertida.
- Até você Anne? – Stacy abria a boca categoricamente. – Isso é um ultraje!
- Na verdade não é um ultraje, apenas curiosidade de suas amigas! – Corrigia Danielle.
- EU NÃO VOU FALAR DA MINHA VIDA SEXUAL COM VOCÊS!
- Oh, então realmente houve uma vida sexual! – Brincava Lauren roubando o livro de Stacy o jogando para Anne que o jogava para Danielle.
- NÃO INTERESSA! – Stacy continuava com os cabelos ruivos saltitando de um lado para o outro tentando apanhar o livro que voava pelas mãos das amigas.
- É claro que interessa! – Danielle arremessava o livro para Anne. – Quando foi a minha vida sexual todo mundo falou sobre ela!
- ARGHHH ME DEVOLVAM O LIVRO!!!
- NÃO! – O trio falava em uníssono gargalhando.

Stacy bufara logo alargando o maior dos sorrisos, Danielle estava na margem do rio quando a primogênita dos Malfoys a empurrara dentro do lago, o que resultou em Danielle a puxando para dentro arrancando gargalhadas de Lauren e Anne que logo trocaram olhares cúmplices e pularam dentro do Lago começando então uma boa guerra de água com a participação da Lula Gigante que parecia se divertir tanto quanto ás garotas.

Em uma das janelas do segundo andar do castelo, uma garota de longos cabelos lisos castanhos escuros e olhos negros puxados observava o quarteto se divertindo. Ver Anne Adhara sorrindo daquele jeito lhe causava uma tristeza descomunal, afinal em tantos anos de amizade, Takana Aiko jamais havia conseguido arrancar um sorriso bondoso sequer da bela morena sonserina.

- O que você quer comigo Aiko? – Uma voz rouca soava no corredor fazendo a morena despregar os olhos da janela para encarar a face rabugenta de um belo Sonserino.
- Sabe Nate, o mau humor apenas lhe aumenta a beleza... – Comentava a japonesa irônica caminhando em direção ao moreno.
- Sem piadinhas Aiko, eu tenho uma aula de Poções em alguns minutos e pretendo chegar lá no horário.
- Quando você ouvir o que eu tenho para te falar, você pouco vai se lixar para poções. – A nipônica franzia o cenho retirando de dentro da capa negra uma pequena caixinha de papel com alguns escritos. – Espero que saiba o que é isso.
- Não sou um trasgo, eu sei o que é! – Rosnara Nathan puxando a caixinha para si retirando de dentro da mesma um frasquinho com um liquido rosa. – Um teste de gravidez.
- Bingo! – A oriental esbanjava sarcasmo. – E vamos ver, pelo que a cor indica...

Antes que a nipônica pudesse continuar Nathan já havia avançado contra si colando seu corpo na parede de pedras geladas ao lado da janela enquanto suas mãos encontravam-se fechadas envolta de seu pescoço.

- Não use uma brincadeirinha ridícula dessas comigo Aiko! – Rosnara o moreno com os olhos mais escuros que o normal.
- Você viu a cor da poção... – Takana o encarava desafiante. – Estou com dois meses e poucos dias, o mesmo tempo que nós dormimos juntos!
- EU ESTAVA DOPADO QUANDO FIZ ISSO! – Urrou o moreno apertando um pouco a garganta da oriental.
- Mas ainda sim o fez.
- Eu não vou cair nessa Aiko!
- Oh Nathan, não creio que irá rejeitar seu próprio filho.
- Quero exames detalhados.
- Eu já os fiz, na verdade ficam prontos amanhã, podemos pegar juntos na Ala Hospitalar.

Os olhos negros do sonserino encontravam-se completamente perdidos, Takana jamais vira Nathan tão sem chão quanto naquele momento, percebendo que estava sendo por demais transparente o moreno voltou a apertar a garganta da garota fazendo-a ficar quase sem ar.

- Se eu descobrir que isso é uma de suas armações Aiko, eu juro que não terei piedade! – O rapaz afastava-se bruscamente deixando a japonesa tossindo buscando o máximo de ar para seus pulmões.

Com lágrimas nos olhos o moreno dera ás costas a oriental seguindo o caminho pelo corredor com passos lentos e determinados.

- VOCÊ SABE O QUE ISSO SIGNIFICA NATHAN! VOCÊ SABE QUE ISSO É APENAS O DESTINO LHE AVISANDO QUE VOCÊ ESTÁ DO LADO ERRADO! ESSE FILHO PROVA TUDO!

Nathan enrijeceu o maxilar continuando seus passos, era a primeira vez em toda sua vida que se sentia sem rumo.


Quarta-Feira:


Já fazia mais de uma hora que ela estava ali desabada no corujal, o cheiro forte das aves não lhe incomodavam mais, na verdade o mundo parecera ficar no mais profundo silêncio quando ela terminara de ler a carta de seus pais. Danielle O’Brian mantinha os olhos presos em cada linha escrita por Jorge e Carla, cada linha que diria muito sobre o seu futuro.

- Merlim você realmente está fudido comigo... – Sussurrou para si mesma limpando algumas teimosas lágrimas que rolavam pelas bochechas alvas, levantando-se finalmente do chão sujo daquele lugar.


Hogwarts parecera visivelmente sem graça naquela manhã para a goleira da Grifinória, nem mesmo ás piadas de Kevin faziam mais sentido para ela, ou até mesmo o fato de Caios ainda direcionar ao loirinho o pior dos olhares assassinos. Tudo aparentemente havia perdido a cor, a beleza, o som...

- Você vai comer esse pedaço de frango? – Indagara Joe com um sorriso que lembrava muito o de Caios.
- É todo seu Joe! – Danielle forçava um sorriso empurrando o prato para o irmão caçula de seu melhor amigo.
- Wow Joe! Se continuar comendo assim vai explodir! – Brincara June sentada ao lado de Sirius que encarava a namorada com uma expressão séria.
- Algum problema? – Sussurrou o moreno ao pé do ouvido da loira.
- Nada com o que se preocupar. – Mais uma vez a menina forçava um sorriso.

Os olhos acinzentados de Sirius continuavam desconfiados, Danielle queria enganar o maior trapaceiro de toda a história de Hogwarts, se ela achava que ele iria deixar de lado ela estava muito enganada. O moreno passeara os olhos analíticos por toda a namorada sem que esta percebesse, afinal no momento ela tinha uma conversa agradável com Joe sobre alimentos em excesso fazerem mal para a saúde.

- Danielle. – A voz de Sirius ecoava rouca e perigosa a fazendo se virar e notar que ele possuía a carta de seus pais em sua mão totalmente aberta, Sirius havia lido sua carta sem que ela se desse conta que a carta havia desaparecido de seu bolso.
- Você... – A loira assoviava perigosamente. – Como ousa Sirius?
- O quê? Afanar ás coisas? Eu sempre fiz isso, eu não tenho escrúpulos e você sabe!
- Isso é pessoal!
- Não é pessoal quando não interfere apenas em sua vida! – Rosnou o moreno jogando a carta frente à namorada abandonando a mesa da grifinória em passos duros.

Os olhos castanhos da garota mais durona de toda Hogwarts lacrimejaram, ela sabia que Sirius não aceitaria aquilo de bom grado, mas jamais esperava que ele fosse agir de maneira tão bruta.

- Dandan... – A voz de June ecoava macia. – O que houve?
- Eu... – Danielle fungava ao ver Caios aproximando da mesa em passos largos como um irmão mais velho prestes a amparar a irmã caçula.

Fora automático, a loira saltara de sua mesa para o colo do loiro o abraçando com força em prantos, Caios jamais vira sua melhor amiga tão frágil como naquele momento.

- O que houve? – Murmurou o loiro com uma voz séria. – Sirius a magoou?
- Não... – soluçou a menina. – Eu... Eu quem o magoei.
- Danielle...
- Meus pais... – a menina erguia com dificuldade a face vermelha para encarar os olhos verdes do melhor amigo. – Estão indo para a França, eu... Eu vou mudar de país depois do fim do ano.
- O quê? Como? – Os olhos de Caios tornavam-se perplexos e inconformados. – Por que?
- Papai vai ser mandado para comandar o Esquadrão de treinamento na França e... E minha mãe vai ser a médica oficial.
- E enquanto ao seu irmão?
- Digo está na Alemanha recebendo o treinamento extensivo ele... Ele só volta daqui a três anos.
- Eu não vou deixar você ir! – Rosnara o loiro.
- Meus pais não vão me deixar ficar Caios... – A garota baixava os olhos. – Eu nunca fiquei longe deles antes.
- Pobre Sirius... – June comentava ainda sentada na mesa com um olhar tristonho.
- Eu vou falar com ele. – Trevor aparecia por trás de Caios sendo impedido por uma mão no ombro.
- Não... Quem vai sou eu. – Jay sorria fracamente atravessando o Salão Principal de maneira veloz.

Por um momento todo o salão principal permaneceu em absorto silêncio a única coisa que podia se escutar eram os soluços abafados de Danielle e o olhar compadecido de seus melhores amigos.



Sirius havia andado por todos os jardins parando apenas na beira da Floresta Proibida, sentia-se como um lobo enjaulado, andou de um lado para o outro até erguer o punho e o acertar em uma árvore acabando por quebrar dois de seus dedos da mão direita.

- ÓTIMO MERLIM O QUE MAIS ME FALTA UM RAIO TALVEZ?
- Sabe, eu sempre pensei que a louca que tagarelava com Merlim fosse a Dandan, mas aparentemente você também adotou essa loucura. – Jay aproximava-se com ás mãos enfiadas no bolso com um olhar divertido encarando o moreno.
- Oh, ótimo! Merlim me mandou Freud!
- E o humor continua sendo o kevlar social. – Jay encostava-se na árvore encarando o amigo.
- O que você quer Jay?
- Na verdade eu já tive o que eu queria, alguma parte do seu corpo já está quebrada.
- Você veio me bater? – O garoto arqueava ambas sobrancelhas.
- Acredite, antes eu do que Caios, você fez uma cena realmente desagradável lá no salão...
- Ela vai embora. – Rosnou o rapaz.
- E você supõe que a culpa seja dela...
- E de quem mais seria?
- Não sei, talvez dos pais dela... Da guerra... Do Ministério... Tem bastante coisas para você culpar sabe?
- Eu não a quero longe. – Desabafou Sirius desabando no chão ao lado de Jay. – Ela me faz ser alguém melhor.
- Então não a deixe longe, qual é? Você é Sirius Zabine, você dá um jeito para tudo!
- Eu ‘tô com medo Jay, a verdade é essa. – O moreno suspirara cansado. – Eu preciso de um tempo ‘tá legal? Mas... De todo modo... Valeu pelo... Pelo conselho.
- Sempre que precisar... – Jay dava os ombros afastando-se do amigo.
- Jay!
- Que é?
- Ás coisas que aconteceram no passado, eu quero que saiba que nunca deixei de ser seu amigo, por mais que eu tenha tido vontade de te matar.
- Digamos que é recíproco. – Jay piscava maroto se afastando.

Conforme o rapaz se afastava a cabeleira loira de Kevin era vista se aproximando, o loirinho possuía um ar preocupado ao mesmo tempo em que inocente, este era o Kevin, o mais certo nas horas mais incertas.

- CARACA! – Exclamou o loirinho. – Sua mão ‘tá nojenta!
- Obrigado. – Sirius piscava risonho.
- É sério, tem sangue aí!
- Obrigado.
- E eu acho que aquilo é um osso para fora...
- Kevin...
- Wow! Tem pus também!
- Kevin...
- Aquilo é uma tripa?
- Ok... Foi você quem pediu... – Sirius levantava-se dando um tapa na cabeça do amigo com a mão boa. – CALA A BOCA KEVIN!
- Aucth! Quanta hostilidade Six! – O garoto fazia bico. – Eu vim aqui como um bom samaritano apenas para... Snif... Lhe consolar... Snif... E você... Snif... Me trata como um NADAAAAAA!!!
- Oh Merlim o que eu fiz para merecer isso?
- Nada! – Kevin sorria marotamente. – Mas o que eu isse antes é verdade, isso daí ‘tá nojento. Mas não mais nojento do que ás lágrimas que a Dandan deixou na camisa do Cacazitinho.
- Ela... Ela está bem?
- Claro que ela está bem! Eu dei um pedaço do meu chocolate para ela parar de chorar, cara você sabe que para que eu divida meu chocolate o mundo tem que estar acabando não é? E bem... Estava acabando! Ela estava fazendo Hogwarts ser a próxima arca de Noé!
- Me sinto bem melhor com isso sabe?
- Bem, você é um babaca, ela sabia disso antes de começar a ter algum tipo de sentimento relacionado a sua pessoa.
- Você realmente veio me consolar?
- Não! – Kevin sorria abertamente. – Na verdade vim te fazer se sentir péssimo para você ir até a Dandan e se sentirem péssimos juntos para que tenham um futuro péssimo e uma vida péssima.
- Eu não vou nem comentar.

Kevin dera os ombros ainda com seu imenso sorriso no rosto, no que Suzan e Draco Malfoy estavam pensando quando resolveram ter aquele loirinho como filho? Sirius sorriu fracamente maneando a cabeça negativamente dando alguns tapinhas camaradas no ombro do amigo.

- Você é meu melhor amigo Kevs, é o único que me entende...
- Eu sei, eu tenho esse dom!
- Essa guerra tem afetado a vida de todo mundo... – Sirius sorria magoado. – E eu que pensei que ela não me afetaria tanto.
- Há sempre dor em guerras Six... Mesmo que tentamos evita-las elas ainda continuaram ali.
- E você está passando por uma pesada não é? Lauren já sabe sobre a convocatória?
- Ainda não, ela não vai gostar nenhum pouco. Mas se eu quiser entrar nessa guerra eu realmente devo ingressar no treinamento no Condado de Wiltchire...Como não pretendo entrar como inominável, mas sim como auror o treinamento é só de dois anos...
- E enquanto a Lauren?
- Não me leve a mal Sirius, eu amo a Lau-Lau, talvez eu nunca vá entender o porque ou como eu comecei a sentir algo por ela... Ela é certa para mim entende? Ela é a minha certeza de que há bondade no ser humano... Acontece que eu não posso desistir de meus ideais, eu não posso desistir de lutar para salvar vidas por causa dela, eu seria completamente infeliz comigo mesmo se eu o fizesse.
- Parece que trocamos de namoradas... – Sirius ria triste. – Eu não pretendo ir a guerra, enquanto Danielle anseia por ela. Acho que eu realmente caí na casa errada.
- Talvez sim, talvez não! Vai entender! – Kevin sorria maroto. – Agora cara, vamos dar um jeito nesse troço melequento aí! Isso ‘tá me dando náuseas.
- Ah qual é Keke! Dê um beijinho em meusss gerrrrmesss!!
- SAI DAQUI SIRIUS! – O loirinho corria em direção ao castelo gargalhando.
- GERRRRMEEESSSS! – Sirius corria atrás.

Dois amigos de infância, duas vidas que sempre estariam enlaçada pelo laço da mais pura amizade, da mais abrangente cumplicidade. Essa era a vida de Sirius Zabine e Kevin Malfoy.



A noite parecia cair a cada segundo, Nathan encontrava-se parado ao lado de fora da Ala Hospitalar, havia marcado com Takana bem ali para pegar os exames feitos. Havia evitado Stacy o dia inteiro, havia evitado todos o dia inteiro, por sorte Danielle tivera algum problema e Stacy resolvera passar boa parte do tempo com a amiga.

- Nathan. – A voz da nipônica tocava-lhe os ouvidos o fazendo abrir os olhos negros para fitá-la. – Está pronto?
- Vamos logo com isso. – Resmungou o rapaz girando a maçaneta da porta adentrando a Ala Hospitalar.

Takana puxara o máximo de ar para seus pulmões para entrar atrás do moreno.

A Ala Hospitalar estava vazia de alunos, apenas com uma senhora sentada atrás de uma mesinha fazendo inúmeras anotações em um bloquinho, M. William, substituta da antiga enfermeira.

- Oh, você veio minha jovem! – A senhora exclamava endireitando os oclinhos na face.
- Os exames estão prontos? – Perguntara Takana com uma fingida cordialidade.
- Sim... – A enfermeira comentava tristemente retirando um imenso envelope branco de dentro de uma das gavetas da mesa. – A senhorita realmente espera um bebê Srta.Aiko.

Nathan apoiou-se na mesa da mulher, sentia-se tonto, desnorteado. Era verdade, era a mais pura verdade. Takana Aiko iria conceber um filho de Nathan Adhara.


Quinta-Feira:

As visíveis olheiras tomavam conta dos olhos de Nathan Adhara, estar sentado em sua vassoura a mais de vinte metros do chão no campo de quadribol não lhe faziam esquecer o mundo, pelo contrário, quanto mais ele permanecia em silêncio, mais sua mente trabalhava e os pensamentos sobre Takana com um bebê no colo lhe deixavam ainda mais perdido.

- Sabe, estávamos te gritando a um bom tempo lá de baixo. – Uma voz aveludada falava perto de si.

Como num click, o moreno piscara algumas vezes fitando finalmente ás faces preocupadas de sua irmã caçula e de Caios.

- Nathan? – Caios o chamava. – Parece que você viu um dementador sugar a alma de uma pessoa cara!
- Eu... Eu não tenho salvação. – Murmurou o moreno cabisbaixo.
- Salvação? Ok... Estamos em algum filme do Vin Diesel? – Caios comentava recebendo uma cotovelada na costela dada por Anne. – Autch Anne! Estamos na mesma vassoura esqueceu? Se eu cair, você cai!
- Shiii Caios! – Ordenava a morena voltando os olhos para o irmão. – Nathan, eu não te vejo com essa expressão desde a morte de nosso pai.
- Ela está grávida Anne...
- Quem? – Caios perguntava ficando sério.
- Takana.
- E o que você tem haver com isso? – Perguntara a morena séria.
- Eu sou o pai.

Os olhos de Anne e Caios arregalaram-se no mesmo momento, Nathan estava desolado, a tristeza parecia dominar seu corpo a cada milésimo de segundo e o buraco das trevas parecia lhe ser deveras convidativo naquele momento.

- Não é verdade! É um truque Nathan! Você sabe que eles não querem te perder, eles...
- Eu vi os exames Anne... – O moreno sorria em desespero. – Ela está grávida de dois meses e alguns dias, o filho é realmente meu.
- Não... – Sussurrara a menina desesperada. – EU NÃO VOU PERMITIR ELES TE LEVAREM DE VOLTA PARA AS TREVAS EU...
- Você sabe o que acontece nos Clãs, você sabe. – Nathan maneava a cabeça negativamente.
- Eles matam ás mulheres que engravidaram sem casamento por desonra.
- Eu não posso deixar uma criança morrer, é o meu filho.
- Isso é loucura. – Declarava Caios segurando o corpo da mulher mais contra o próprio corpo.
- Eles armaram uma cilada para mim no Natal, e eu caí. – Nathan bufava.
- Stacy já sabe?
- Não, eu pensei em conversar com ela, mas... Eu não tenho coragem! Eu... Eu amo Stacy, mas...
- Stacy vai te entender. – Afirmara Anne. – Ela não é fraca Nathan, você a subestima demais.
- Meu mundo caiu. – O moreno baixava ainda mais os olhos completamente desolado.

Nada se poderia fazer, ninguém poderia o ajudar, talvez esse fosse o fato mais desesperador para Anne e Caios, a certeza de não poder fazer absolutamente nada.



O vento parecia enfurecido arrancando os galhos e folhas das árvores que cercavam os jardins do castelo, os alunos corriam para dentro assustado com tal fúria da natureza. Uma imensa nuvem cinza cobrira o Sol acompanhada de uma forte tempestade com direito a relâmpagos, trovoadas e raios.

A biblioteca completamente vazia, exceto por uma única pessoa, uma bela garota de longos cabelos lisos loiros de olhos azulados, Stacy lia um grosso livro de Poções enquanto fazia anotações em um pergaminho de 40 cm, trabalho que a Profa.Middle havia passado para ser entregado no dia seguinte.

Bufou algumas vezes seguidas, detestava o fato de ser péssima em poções, a vela estava quase acabando e ela logo teria que repor, estava ali desde seis horas da matina e nenhum de seus pseudos amigos haviam sequer lhe levado um lanche, nem mesmo seu namorado havia aparecido, este ultimo estava mais sumido do que nunca.

- Stacy... – Uma voz rouca ecoava por toda biblioteca.

A menina dera um sobressalto fitando a pessoa a sua frente, alguns relâmpagos foram o suficiente para clarear bastante a biblioteca e tornar visível a face endurecida de Nathan Adhara.

- Você me assustou! – Declarou a loira puxando o máximo de ar para seus pulmões.
- Desculpe, não foi minha intenção... – O moreno baixava os olhos.
- Não... Tudo bem... – A grifinória sorria bonito levantando-se da cadeira abraçando carinhosamente o namorado que não correspondera o abraço. – Você ‘tá legal?
- Stacy... – Nathan tirava delicadamente a mão da menina que havia ido parar em sua testa. – Nós precisamos conversar...
- Claro! – A menina se sentava numa cadeira a mesa de estudos indicando que o namorado deveria se sentar também.

Nathan tremia, fato que não passara despercebido pela garota, sentou-se frente a namorada com os olhos marejados e um ar de desespero emanando de seu corpo. Stacy sabia que Nathan não trazia noticias agradáveis.

- Takana está grávida. – O moreno comunicava fazendo os olhos da namorada marejarem-se involuntariamente. – O filho é meu Stacy.
- Não... – Sussurrou.
- Eu... Eu estou sem saída, se eu não a assumir e não assumir a criança, vão matar as duas! Os clãs não aceitam desonras e...
- Você estava enfeitiçado! Ela...
- Ela junto de minha mãe fizeram uma armadilha para mim e eu caí...
- Você... Você está terminando comigo Nathan?
- Eu não tenho escolhas! – Bufara o garoto levantando-se derrubando a cadeira num baque estrondoso.
- Isso... ISSO É INJUSTO! – Berrara Stacy.
- Pensei que você já havia entendido ‘Tacy... – Lágrimas rolavam dos olhos de Nathan. – Não há justiça quando se trata do sobrenome Adhara.
- Eu vou te amar para sempre... – A loira soluçava abraçando o garoto que desta vez retribuíra o abraço afundando a face nos cabelos loiros com cheiro de rosas.
- E eu vou te amar por todo sempre e sempre.

Não souberam quanto tempo permaneceram abraçados na biblioteca, quantos minutos ou segundos, mas não foi tempo suficiente para a dor se calar em seus corações, não foi o bastante para ás lágrimas secarem de vez.



A passagem do Quadro da Mulher Gorda abrira-se lentamente para a bela loira grifinória, Danielle havia acabado de mandar a resposta da carta de seus pais, encontrava-se ensopada e trêmula. Fitou os rostos das pessoas que se encontravam no salão comunal, todas aparentavam cochichar sobre si, todas lhe encaravam e faziam diversos comentários. Soltou um riso seco para si mesma subindo ás escadarias que levava ao dormitório feminino.

Sirius havia desaparecido no dia anterior, soube por Kevin e Lauren que ele quebrara a mão dando um soco em uma árvore, soube que ele estava magoado... Mas o que ela não entendia era o porque dele não estar com ela, o porque dele não a estar apoiando. Engoliu um choro que estava por vir ao tocar a maçaneta da porta de seu quarto o abrindo de maneira lenta.

O quarto estava iluminado por apenas algumas velas e ele estava lá, lindo como sempre, os cabelos ensopados pregados na testa, as vestes negras molhadas e os lábios rosados por causa do frio. Como ele conseguira entrar ali seria sempre um mistério para ela, mas isso não importava, o importante é que ele estava ali.

- Sirius...
- Eu fui um idiota.
- É, você foi.
- Na verdade eu sou um idiota. – Ele dava um sorriso torto aproximando-se lentamente.
- Sim, você é. – Danielle retribuía o sorriso de maneira cálida.
- Sabe que eu não vou te deixar partir não sabe?
- E como você planeja fazer isso?
- Sou um trapaceiro, quando quero muito algo eu ganho.
- Desde quando eu sou uma de suas apostas Sirius?
- Apostas? Oh como você se põe baixo! – O rapaz soltava uma risada que parecia mais um latido. – Você está mais para a minha rainha, a minha Dama de Copas. E eu não seria um bom Rei se a deixasse ir embora não acha?
- Não, você realmente não seria.
- Então eu serei um bom Rei. – O moreno sorria largamente. – Você é minha.

A loira sorrira abertamente, como não poderia sorrir com aqueles olhos cinzas lhe encarando de maneira tão apaixonada? Sirius a pegou no colo caminhando lentamente em direção a cama mais próxima, beijando-lhe com todo amor que possuía em seu peito os lábios da loira que retribuíra no mesmo patamar.

- Espero que essa seja a sua cama... – Ele ria dentre o beijo.
- Por sorte é! – Gargalhava a menina afastando-se dos lábios predatórios do namorado. – Tem algo me incomodando Sirius...
- O quê? Meu peso sobre você? Isso nunca te incomodou antes!
- Não! – Danielle gargalhava com vontade. –Não é isso!
- Então o que é?
- Como você entrou?
- Poção polissuco, mais vassoura, mais janela. Eu realmente sou um gênio Dandan.
- Oh Merlim, por que eu fui perguntar? Vamos Sirius, você fica melhor quando está calado.
- Vou levar como elogio para não estragar o momento! – Ironizava o moreno pregando os lábios novamente aos da namorada.

A noite embalava cada momento, cada singelo toque de carinho, cada suspiro, cada troca cúmplice de amor. Sirius e Danielle possuíam um relacionamento único, como se apenas um soubesse o que realmente o outro sentisse, e mesmo sabendo tudo sentiam-se surpresos por cada pequena reação.



A sala comunal da sonserina era sem sombra de dúvidas a sala mais fria de todo o castelo de Hogwarts, pelo fato de permanecer nas masmorras seu ar fantasmagórico e nada convidativo aumentava ainda mais o gelo ali dentro. O irônico era o fato de que aquele lugar se encaixava perfeitamente no perfil de seus integrantes, cada um deles possuía uma sombra no coração, fosse ela oculta ou não.

- Vamos subir Anne... – Caios caminhava até a esposa que encontrava-se de pé fitando a paisagem pelo janela vitral da sala. – Vamos, você precisa dormir.
- Takana ainda não voltou.
- Anne... É tolice esperar por ela.
- Eu não engoli essa história ainda Caios. – Os lábios da garota se crispavam assim como uma sombra esverdeada passava por seus olhos, algo que por alguns segundos fizera Caios recuar um pouco assustado com a reação da esposa. – Me desculpe, mas... Eu realmente tenho que resolver isso. – Ela se controlava acariciando a têmpora.
- Tudo bem... – O loiro acariciava a bochecha da morena. – Só não se desgaste muito, não a quero com rugas de preocupação nessa testa tão cedo.
- Me espera na cama?
- Uhh... É claro! Eu jamais perderia essa oportunidade! – O sorriso do loiro tornava-se imenso arrancando um risinho da garota.

Caios dera um selinho na esposa subindo as escadarias que ligavam ao dormitório. Anne respirou fundo retomando o olhar para a paisagem, Nathan estava tão desolado que era digno de pena, após sua conversa com Stacy ele passara o resto do dia trancafiado no dormitório. Quando Kevin e Caios ameaçaram entrar ele jurou azarar os dois, coisa que ele não fazia há muito tempo era ameaçar Caios Trent.

- Takana, quanto tempo mais vai permanecer escondida? – Indagou a garota com uma voz arrastada.

Uma sombra dançara em um canto escuro da sala comunal, saindo de trás de uma estatua e formato de serpente. Takana estava já de pé ao lado da lareira com os cabelos lisos amarrados em um rabo de cavalo alto, o ar imponente não havia lhe abandonado segundo sequer.

- Não estava me escondendo, apenas esperando seu querido esposo nos deixar a sós, afinal eu sei que você não queria que ele a presenciasse tão violenta não é mesmo? – Desafiara a nipônica.

Anne torcera os lábios em um sorriso torto malvado, girando os calcanhares tão depressa que até mesmo assustara a oriental. Em questão de menos de um segundo uma das mãos da morena estavam apertando a garganta da japonesa enquanto sua varinha apontava para a testa da mesma, os olhos de Anne encontravam-se completamente verdes e brilhantes revelando o quão estava furiosa.

- Vai me matar Anne? A mãe de seu sobrinho?
- Você pode enganar Nathan, mas não me engana Aiko!
- Quem é você para falar sobre enganações Anne? – A japonesa franzia o cenho. – Sua marquinha vem coçando eu suponho?
- NÃO MUDE DE ASSUNTO! - A varinha da morena soltava faíscas queimando um pouco a testa da japonesa que não reclamara. – Escute Aiko, se você estiver querendo fazer algum mal ao meu irmão, eu juro que lhe matarei vagarosamente e por Merlim você sentirá muita dor!
- Ao invés de estar preocupada com Nathan deveria se preocupar com você! – Bradara a oriental. – Sua marca coça, arde, dói! E VOCÊ NÃO TENTA DESCOBRIR O POR QUE!
- TALVEZ SEJA PELO PORQUE NÃO ME INTERESSAR!
- DEVERIA TE INTERESSAR QUANDO SUA VIDA POSSA DEPENDER DISSO!
- Do que você está falando Takana? – A voz de Anne ressoava perigosa.
- Ah mais mau no mundo do que Apus Vega e você deveria saber disso mais do que qualquer um.
- Aiko... – Anne afastava a varinha da testa da oriental ainda a segurando pelo pescoço. – O que está havendo entre os clãs que eu não estou sabendo?
- Você irá saber de tudo no momento certo... – Takana desvencilhava-se da mão da morena. – Amanhã haverá um tema interessante na aula de História da Magia, lhe aconselho a não faltar...
- Que tema?
- Apenas confie em mim Anne. – Takana caminhava em direção as escadas.
E porque eu deveria confiar?
- Você me deve isso por anos de lealdade.
- E enquanto ao meu irmão?
- Assista a aula de História da Magia, depois quem sabe conversemos civilizadamente sem agressões.

Os olhos de Anne voltavam lentamente a cor normal ao fitar a oriental subir as escadas dos dormitórios, a morena desabara no sofá, suas mãos ainda tremiam, algo estava para acontecer, ela podia sentir, algo estava prestes a mudar para todo o sempre.


Sexta-Feira:

- Ahh só mais um pouquinhooo... – Reclamava Caios tentando segurar a esposa pela cintura, mas esta já havia saltado da cama a muito tempo.
- Se eu ficar mais um pouquinho irei me atrasar. – Comentara a morena séria, correndo para o banheiro.
- Desde quando você se preocupa em se atrasar para História da Magia? – o loiro espreguiçava-se na cama esbanjando toda sua preguiça.
- Desde que o assunto possa realmente me interessar! – A morena deixava o banheiro com os cabelos ensopados e já vestida como uniforme.
- Uau, o que você é? O Flash?
- Muito engraçado! – A morena girava os olhos arremessando uma calça no marido. – Você também tem que se apressar, Tonks não anda satisfeita com seus atrasos!
- Ahh... A Tonton tem que arrumar um marido e largar do meu pé!

Anne girou os olhos mais uma vez encarando o marido que lhe soprara um beijinho, apanhando em seguida a mochila no pé da cama e a jogando sobre os ombros.

- Você conversou com a Aiko ontem não foi? – O loiro perguntara em tom sério fazendo a morena parar imediatamente o que fazia.
- Como sabe?
- Você não pregou os olhos a noite, chegou bastante tarde no quarto... Não me olhe com essa cara de surpresa,você pode ter entrado nas pontas dos pés, mas eu estava te esperando como prometi.
- Eu sinto muito...
- Você estava tremendo.
- Caios...
- Seja lá o que aquela maluca nipônica tenha falado para você ignore a metade e a outra metade jogue no lixo ok?
- Ás coisas não são tão fáceis assim Caios...
- Ela falou sobre sua marca de nascença eu aposto, essa que parece um dragão não é?
- Sim... – A menina baixava os olhos.
- Ela só quer te manipular Anne! Lembra quando conversamos sobre sua marca? Você me disse que sua família sempre falava em códigos sobre ela...
- Eu sinto muito, realmente eu sinto Caios, mas... Há coisas sobre mim que você ainda não é capaz de compreender e Takana é. – A morena aproximava do marido beijando-lhe na testa. – Só lembre-se de uma coisa, eu amo você.
- Eu também te amo e ver você assim realmente me deixa louco.
- Então feche os olhos por alguns segundos... – A menina fechava os olhos do marido com ás mãos delicadas beijando-lhe os lábios com carinho. – E só os abra quando eu sair, deixando apenas uma lembrança de um beijo.

Caios suspirou, quando abriu os olhos ela já havia saído do quarto, nunca conseguiu compreender o porque de Anne ser tão veloz. Sorriu levemente, só Morgana seria capaz de compreender o seu amor por aquela garota, a sua garota.


Anne descia ás escadas rapidamente parando assim que fitara a silhueta de Takana Aiko na sala comunal, aparentemente a japonesa lhe aguardava, Anne respirou fundo encarando nos olhos da oriental.

- Farei isso por anos de lealdade Aiko.
- Faça como quiser... – Takana torcia os lábios em um meio sorriso.

As duas sonserinas caminharam lado a lado para fora da sala comunal, seus semblantes sérios, Anne sabia que naquele momento talvez a única pessoa que pudesse realmente ter um pingo de confiança era ela.

- ANNNEZITCHAA!!! – O berro de Kevin ecoava em meio aos corredores fazendo as duas garotas pararem de imediato.
- É o seu idiota? – Indagara Takana fitando o loirinho por cima dos ombros.
- Kevin? – A morena franzia o cenho.
- Argh! Estou morto, detesto corridas matinais! – O menino arfava. – Enfim, vamos juntos para a aula de História da Magia?
- Caios mandou você não foi? – A morena arqueava uma sobrancelha.
- Erm... Ele disse que eu estou devendo uma a ele, após bem... hum... Terça feira.
- Tudo bem Kevin... – Anne passava ás mãos pelos cabelos do loirinho. – Você pode me acompanhar, afinal quem sou eu para colocar sua vida em risco quando se trata do humor do meu esposo...
- É por isso que eu te amo Annezitcha! Você realmente sabe salvar minha pele! – O loirinho sorria largamente então mostrando a língua para a nipônica. – Eu não gosto de você e sinceramente te acho esquisita!
- Realmente, um idiota. – Takana revirava os olhos seguindo em frente.
- DO QUE ELA ME CHAMOU????
- Kevin, sem escândalos pela manhã sim? – Anne o repreendia.
- Só porque você pediu Annezitcha, porque por mim eu brincava de Batman e fingia que ela é o Coringa!

A morena sorriu em resposta, talvez só Kevin conseguisse quebrar toda a tensão que ela sentia naquele momento.

O caminho para a sala da Profa. Wood parecia bem mais longo do que o de costume, pelo menos era este o pensamento de Anne conforme andava lado a lado com Kevin e fitava com pouco interesse os cabelos longos de Takana balançar de um lado para o outro a sua frente.

- Eu não confio nela... – Sussurrara Kevin de um modo que só a garota pudesse escutar. – Por que está insistindo em andar com ela Anne? É por causa do bebê que ela espera?
- Não Kevs... – Os olhos de Anne tornavam-se extremamente sombrios. – É porque ela é a única que pode me dar ás respostas que eu almejo.

Takana olhara para trás por cima dos ombros, um sorriso de canto brincava em seus lábios quando ela voltou a olhar para frente, seu modo felino de andar só faziam Anne ter certeza de uma única coisa, Takana era perigosa.


A porta da sala de História da Magia estava repleta de alunos, a maioria com a mesma cara de fatídica, era visível que ninguém se sentia exaltando de felicidade com a primeira aula sendo uma matéria tão cansativa e sonolenta.

- A animação deles é realmente contagiosa... – Debochara Kevin coçando a cabeça.

Anne suspirara fundo quando a porta começara a se abrir e todos adentraram a sala, exclamando vários “oh” em surpresa. A oriental lançara um olhar significativo a morena que lhe espreitara os olhos, algo deveria estar diferente na sala para que os alunos esbanjassem a mais pura das surpresas.

Kevin a puxara pela mão para que atravessassem o mar de alunos a frente, ambos pareceram completamente petrificados ao chegarem ao centro da sala de História da Magia que em atual momento não possuía mais suas mesas e cadeiras, mas sim imensos pufes negros formando um círculo. Ás paredes estavam diferentes, pareciam um céu noturno coberto de estrelas e astros, o teto era completamente negro e o ar de misticidade emanava por todos os lados, era algo realmente novo se tratando de História da Magia.

- Uau! Eu não sabia que haviam banido Chatologia da Magia para colocarem mais aulas de Astronomia! – Manifestava-se Kevin empolgado desabando em um dos pufes.
- E não baniram Sr.Malfoy. – Uma voz risonha ecoava frente a classe atraindo a atenção de todos.

A Profa.Wood mantinha um sorriso satisfeito em seus lábios, certamente estava contente pelo impacto que causara em seus alunos entediados. Seu rosto passeou por todos os jovens ali presentes parando apenas em um, o rosto mais belo e delicado, o rosto de Anne Trent.

- Hoje vocês irão vivenciar uma história diferente, ela não será apenas contada como também será vista.
- Como num filme trouxa? – Kevin sorria largamente arrancando risinhos da classe.
- Se isso simplifica um pouco para o senhor, Sr.Malfoy, sim, como um filme trouxa.
- Ok! Cadê a pipoca? – O loirinho olhava para os lados aborrecido. – Não dá para se concentrar num filme sem estar mastigando algo!
- Sem pipocas Sr.Malfoy.
- Mas como e vou me concentrar?
- Que tal mastigar a própria língua? – Zombava Takana recebendo um gesto obsceno mandado pelo loirinho arrancando ainda mais gargalhadas da turma.
- SILÊNCIO! – Ordenara Samantha de maneira severa.

Ás estrelas que cercavam as paredes começavam a se locomover causando um show de luzes incrível dentro da sala, a Profa.Wood fazia gestos com a varinha e aparentemente todos astros, estrelas e galáxias seguiam-na, como um maestro comandando a mais bela música clássica.

De repente ás luzes começaram a saltar das paredes envolvendo os alunos e uma nuvem os cercara subindo para o teto e logo desaparecendo.

- Fechem os olhos e sintam o mais puro poder da magia... – A voz de Wood ecoava suave desaparecendo pouco a pouco.

“Há muito tempo atrás, quando os séculos mal existiam, um poderoso império fora formado por três grandes bruxos: Merlim, Morgana e Oberon. Eles eram conhecidos como os criadores das Terras Mágicas, os temidos feiticeiros das batalhas épicas, eles formavam a Pirâmide Suprema.”

Conforme a voz de Wood ressoava, imagens surgiam na mente de todos os alunos presentes, imagens de milhares de anos atrás, imagens de três grandes bruxos.

“Não era mistério para ninguém o fato de que Morgana e Merlim não se davam bem, tudo graças ao fato do grande Merlim ter se afeiçoado pelo meio irmão trouxa da galante e poderosa bruxa que prezava a permanência do sangue puro. Para evitar mais batalhas sem sentido e mortes desnecessárias, a Pirâmide Suprema resolvera formar um acordo. Eles não deveriam batalhar entre si, se fossem a guerra iriam juntos e por assim dizer assinaram o acordo com o futuro casamento entre Margareth, filha do poderoso Merlim e Uracyon, filho de Oberon. O trato fora selado com seus próprios sangues realizando no maior tratado mágico coexistente. Essa é a história deles, a história do maior declínio de poder de toda a História da Magia.”

Um lapso de luz passara por todas as mentes presentes, a visão de uma mulher imponente de longos cabelos ruivos e olhos azuis vivos trajada com vestes azuis marinho era tomada por todos os alunos, era uma bela mulher sem sombra de dúvidas.

- Merlim, tem certeza sobre o que está me pedindo? – A mulher ajoelhava-se perante a um trono imenso onde um senhor de barbas brancas e longos cabelos estava sentado segurando um cajado de cristal.
- Ás coisas no império não estão como antes Vivian... – A voz do homem era séria e preocupada. – Morgana e Oberon andam conspirando contra meu reino e tenho absoluta certeza que o casamento de ambos será apenas por conta de poder e ambição.
- Mas... Meu senhor, achas mesmo que...
- Que uma guerra será feita? Oh minha cara irmã, como vós me soa tão inocente desta maneira! Pensei que fosse uma vidente, seus olhos não são os formosos Olhos de Tumalina?
- Jamais pensaria em traição da parte de Morgana e Oberon, meu amo... Para mim eles seriam fiéis a suas palavras.
- Quando se trata do poder e ambição, ter honra ou não, realmente não importa. O que verdadeiramente importa é o quão longe deseja ir por aquilo que tanto deseja.
- E enquanto sua filha meu senhor, ela ainda é tão pequena...
- Margareth sempre pode contar com vossa proteção minha irmã, espero que enquanto eu esteja em guerra não seja diferente.


“Merlim sempre fora sábio, talvez por tal fato tenha ganhado o titulo de ‘O Criador da Magia’, seus poderes jamais foram questionáveis. A verdade é que Morgana Lê Fei e Oberon eram os únicos bruxos a não o temer, na verdade eles eram extremamente cuidadosos quando se tratava sobre Merlim. Não tardou até uma sangrenta batalha acontecer e em meio desta, mergulhado em sua ganância, Oberon deu o golpe final em sua esposa, Morgana morreu traída pelo próprio marido e pela própria ambição.”

A visão de destroços de um imenso castelo era vista por todos os lados, Merlim seguia a frente de uma frota de bruxos a cavalos, o ‘Criador da Magia’ era dignamente um Rei em meio a todos, montado a um belo unicórnio ele esbanjava sua mais pura honra. O castelo a suas frentes encontrava-se em ruínas, mas ainda sim amedrontava alguns que seguiam Merlim.

- OBERON! OBERON! APAREÇA E ENFRENTE-ME COMO UM BRUXO! – Berrara o bruxo branco olhando para o topo do castelo. – O Pacto acabou Oberon,você matou Morgana!

Não tardou nem cinco minutos até um homem de longos cabelos e barba cinza surgir segurando um cajado com um cristal em sua ponta, seus olhos avermelhados apresentando o quão poderia ser cruel, seus lábios crispados em um pequeno sorriso. Ele era o único bruxo vivo que realmente não temia Merlim.

- Vejo que veio com sua própria escola... Diga-me Merlim, por que tanta pressa em declarar guerra contra mim seu velho e bondoso amigo?
- Bondoso? Você matou Morgana!!!
- E desde quando vós se preocupa com a vida de minha falecida esposa?
- DESDE QUE ISSO LHE TORNA UM ASSASSINO E QUEBRA O NOSSO PACTO! – Urrara Merlim com os olhos flamejantes. – Eu não permitirei minha filha desposar o filho de um assassino!
- Meça ás palavras velho amigo, eu não aceito desonras! E eu sinceramente detestaria amaldiçoar a pequena Margareth tão cedo...
- O trato da Pirâmide Suprema chegou a o fim Oberon! Eu não permitirei que sua maldade influa em minha primogênita, seus poderes não são maiores que os meus!
- Zombas de meus poderes e acusa-me de assassino! Difama-me perante meu reino!
- Seu reino não existe mais!
- É o que veremos velho amigo... – Os olhos de Oberon tornavam-se ainda mais rubros quando ele retirara o cristal redondo da ponta de seu cajado. – QUE A MALDIÇÃO CAIA SOBRE VOCÊ E TODAS A SUA FAMÍLIA, QUE TODAS ÁS HERDEIRAS DE MERLIM JAMAIS SEJAM PROÍBIDAS DE AMAR! VOCÊ SENTIRA MINHA IRA MERLIM, POIS EU SOU OBERON!


Um imenso fogaréu emergira do cristal acertando em cheio o bruxo de branco, os cavaleiros ao seu lado recuaram alguns passos surpresos por tal audácia de Oberon. Da mesma maneira que o fogo emergira, este diluira-se demonstrando Merlim completamente bem sem sequer uma queimadura em seu corpo pálido.

- E eu Oberon... Sou simplesmente Merlim.

Um raio nascera no cajado de cristal do Bruxo de Branco atingindo o cajado do poderoso bruxo no topo do castelo o transformando em pó, Oberon consumido pela derrota caíra em desgraça morrendo em poucos e dolorosos segundos.

“Oberon quando lançara a maldição sobre o Criado da Magia, esperava que pudesse acabar com toda sua descendência já que por fim Merlim possuía apenas uma única filha, a bela e delicada Margareth...”

- Mandou me chamar meu amo? – Vivian ajoelhava mais uma vez perante o trono do irmão.
- Quero que veja Vivian o futuro de minha filha, veja se a maldição de Oberon afetou a minha descendência, veja minha irmã, se ainda há esperança.


A mulher ruiva caminhara por uma floresta fechada em seu cavalo negro, seus olhos de tumalina sempre cerrados e sua expressão séria até chegar a ruínas antigas das poderosas herdeiras do poder, ajoelhando-se frente a um poço mágico a mulher conseguia ver claramente o futuro.

- A maldição caiu sobre nossa família, Margareth não poderá amar jamais e tudo o que podemos fazer é priva-la de todo o mundo exterior... – A mulher afirmava ao irmão.
- Leve-a embora Vivian, cuide de minha filha, quero que a treine para ser minha substituta, treine-a para governar, se Margareth não poderá ser uma mulher amada ela deve pelo menos aprender a ser uma líder.


“Ás bruxas mais poderosas eram treinadas em Avalon, onde aprendiam a dominar toda a arte da luta. Margareth por ser filha única de Merlim fora aceita de bom grado pelas irmãs magas, mas sua partida jamais fora esquecida pelo bom e velho Merlim...”

- Para onde estamos indo Tia Vivian? – Uma garotinha de longos cabelos negros ondulados indagava sentada em um barquinho em um lago coberto por neblina.
- Estamos indo para um lugar onde você irá a aprender a controlar todos os seus poderes, você aprenderá a lutar para defender todo o seu povo...
- Isso é verdade? Eu vou ser uma guerreira?
- Será! Um dia irá governar todas as terras de seu pai e se tornar a nova Suprema Maga, seu destino encontra-se por trás desta neblina Margareth, seu destino encontra-se em Avalon.

“Com os anos se passando, Margareth tornou-se a mais poderosa bruxa treinada por Avalon e atingindo a maior idade, Vivian resolveu retornar com a Herdeira de Merlim para debaixo das asas de seu pai... A verdade é que durante o caminho de volta, Margareth conheceu um homem, um bruxo não muito poderoso que não pertencia a alta sociedade, ela o espiava durante a noite pela cortina de sua carruagem, aos poucos a timidez da filha de Merlim desapareceu e em uma noite ela se entregou por completo ao camponês...”


- Quem é este camponês com quem Margareth anda para cima e para baixo desde que voltou?
- É apenas um camponês meu amo...
- Há uma batalha com os bruxos chineses se aproximando Vivian... Eu quero esse rapaz na batalha comigo.
- Mas meu amo... Margareth...
- Ela o ama... sim Vivian eu já percebi. Por isso hei de o afastar de minha filha o mais rápido que eu puder.


“Crendo que o modo mais prático em manter sua filha a salvo era eliminando-se do belo camponês, Merlim o mandou para a batalha, entretanto o que ele não esperava é que em apenas alguns meses no campo de batalha sua filha apresentasse-se grávida. Um neto, um herdeiro da família de Merlim estava por vir, mas o custo deveria ser grandioso por demais.”

- Você quebrou a maior regra de Avalon Margareth, a regra de não amar...
- Eu não estava amando-o quando engravidei dele Vivian... – Os olhos verdes da garota de longos cabelos negros se mostravam sinceros.
- Como deita-se com alguém que ainda não amou?
- Da mesma maneira que se deitou sem amar seu falecido marido.
- O que sente por essa criança Margareth? O que sente por esta criança e pelo camponês?
- No momento, eu apenas consigo sentir amor Tia Vivian... – Os olhos da menina focavam em seu pai que se encontrava no vão da porta da imensa sala do trono. – Meu pai... – A garota curvava-se com dificuldade por conta da barriga.
- Não se curve filha... – O velho aproximava-se vagarosamente. – Vivian, o que será dela agora?
- A maldição ainda está no sangue meu irmão...
- Todos que eu amar irão morrer?
- Todos o que você beijar com verdadeiro amor, todos aqueles que entrarem em você, pessoas que lhe amam verdadeiramente.
- Meu filho está dentro de mim, ele pode...
- Sinto muito Margareth... – Vivian baixava os olhos.
- Podemos mudar isso! Podemos trapacear, pai, o senhor é poderoso, faça meu parto...
- Você só está com sete meses, é arriscado para você...
- Se não o fizer jamais terá chances de ter outro descendente!


“A decisão mais difícil de Merlim fora aceitar o que sua sábia filha lhe disse, Margareth possuía em seu ombro a marca do dragão, símbolo fiel da maldição de Oberon. Merlim e Vivian fizeram o parto da garota que acabara por conceber um forte varão que assumiria o trono de Merlim após sua morte. Desde então a história sobre a Maldição sobre a Família de Merlim ainda ressoa por todo o mundo mágico...”

Ás imagens desapareceram de repente forçando todos os alunos abrirem com lentidão os olhos, Kevin esfregava os olhinhos azuis com ás costas das mãos como se estivesse acabando de despertar de um longo sono. Já Anne estava séria com o maxilar endurecido e uma expressão de puro pavor nos olhos.

- Só existe uma família herdeira de Merlim no mundo, e apenas uma herdeira mulher legitima de tal império e ela se encontra aqui nesta sala. – a Profa. Wood falava apontando para Anne fazendo com que todos os olhares repousassem sobre ela. – A única herdeira mulher dos Adhara’s.

O sinal ecoara por toda sala, os alunos logo distraíram-se apanhando seus materiais e abandonando o ambiente, a Profa.Wood limitava-se em ser parabenizada por alguns alunos mais puxa-saco enquanto Anne continuava parada feito pedra no mesmo lugar. Takana havia deixado a sala junto com os outros alunos e tudo para Anne naquele exato momento tornou-se mais sombrio do que antes.

- Uau, você nunca me disse sobre ser descendente do velhote odiado pela Dandan!
- Não costumamos citar muito os antepassados... – Anne desconversava de Kevin enquanto saiam pela porta da sala.
- Erm... A marca que a Wood disse... Humm...
- Eu a tenho.
- Você é amaldiçoada?
- Se eu fosse certamente Caios estaria morto não acha? – Zombara a morena arrancando risadas do loirinho.
- Tem razão, todos os dias ele enfia a língua na sua garganta! Se você fosse venenosa assim ele já teria morrido! – Kevin gargalhava alto fazendo Anne girar os olhos categoricamente, Kevin era tão indiscreto.
- Kevin! – A voz de Lauren ressoava atrás dos dois sonserinos os fazendo parar e olhar para trás de maneira peculiar. – Hum... Olá Anne.
- Bom dia Lauren... – Anne fazia um aceno de cabeça fitando a bela corvinal que não esbanjava tanta felicidade.
- Kevin, nós poderíamos... hum... Conversar?
- Claro... – As feições relaxadas do loirinho eram trocadas para tensas, se Anne não tivesse sido treinada para analisar ás pessoas ela certamente não iria perceber como Kevin havia ficado naquele exato momento. – Nos vemos na aula de Poções Annezitcha!
- Como quiser... – A morena dava os ombros bagunçando os cabelos do loirinho logo girando os calcanhares e continuando a seguir seu caminho pelos corredores.

Lauren prendera a respiração por alguns minutos enquanto Kevin caminhava em sua direção, ele possuía um olhar cauteloso, de certo modo isso o deixava ainda mais bonito. Seus cabelos loiros platinados bagunçados por causa de Anne lhe caiam um pouco nos olhos, para Lauren ter aquela conversa com seu namorado nunca lhe aparentara tão difícil quando ele estava tão irresistível daquele modo.

- Podemos ir para um lugar discreto se você quiser... – Ele oferecera tomando-a pelas mãos.
- Tudo bem... – sussurrou a corvinal.

Kevin caminhou ao seu lado em silêncio, ele não demonstrava emoção sequer por isso se tornava ainda mais complicado saber o que se passava em sua mente. Ler Kevin era mais difícil do que ler qualquer maroto, ele se escondia atrás de seu humor, eram raros os momentos que ele conseguia transparecer o que realmente sentia, só quem soubesse realmente analisar uma pessoa saberia o que se passava na cabeça do loirinho e Lauren tinha a ligeira impressão que nem mesmo os pais dele conseguiam tal façanha.

- Bem, acho que aqui está bom... – Ele comentava ao chegarem na torre do noroeste e ficarem em uma posição privilegiada para ver todo o terreno da escola.
- Você deixou seu casaco ontem comigo...
- É, eu sei você estava com frio lembra? E praticamente me arrancou o casaco!
- Eu achei isso nela... –Lauren prosseguia ignorando o comentário do namorado. – Você foi aceito e eu nem sabia que havia se inscrito.
- Não achei necessário causar uma briga tão cedo entre nós... – O loirinho falava com uma voz embaraçosa desviando o olhar dos olhos verdes da namorada. – Nós temos brigado muito ultimamente...
- - A verdade é que nossas vidas tem tomado rumos diferentes Kevin... Eu não sei porque insistimos em algo que não está dando certo e está causando sofrimento em ambas as partes... – A morena respirava fundo segurando para não chorar. – Eu te amo, você sabe disso... Mas...
Temos ideais diferentes... – Kevin forçava um sorriso de canto. – Tudo bem eu entendo.
- Como? – A morena piscava incrédula.
- Se você acha que será melhor para você terminar, tudo bem eu entendo.
- Kevin eu...
- Olhe o lado bom, ninguém vai destruir seu quarto novo! – O loirinho brincava com um sorriso bonito. – Eu desejo tudo de bom para você Lauren e bem... Se um dia nossos destinos se cruzarem novamente espero que seja num momento mais oportuno.

A morena ficou paralisada, Kevin suspirou passando ás mãos pelos cabelos e depositando um beijo suave em sua testa, sem permitir que a garota falasse mais alguma coisa ele desceu ás escadinhas da torre sem olhar para trás uma vez sequer, afinal como ele poderia olhar? Não queria que ela o visse chorando, não queria que Lauren o visse fraco. Os lábios trêmulos e a expressão de cachorro atropelado parecia realmente lhe cair bem, mas ás lágrimas, essas realmente lhe incomodavam enquanto caiam dos olhos, eram quase que irritantes.

- AHHH AÍ ESTÁ VOCÊ! POR MERLIM EU TE PROCUREI A MANHÃ INTEIRA! – Caios aproximava-se do primo com um sorriso no rosto parando bruscamente.

A única vez que Caios havia visto Kevin chorar fora no jardim de infância quando Sirius lhe roubara seu chocolate predileto, nada demais é claro, mas fora o suficiente para mobilizar todas as professoras e alunos da escolinha. Naquele momento Kevin chorava, e Caios sequer se lembrava que seu primo ainda sabia fazer tal coisa. Aproximou-se em silêncio o tocando nos ombros o fazendo erguer a cabeça com a pior feição de tristeza absoluta.

- Keke... – Caios sussurrava.
- Acabou Caios... – O loirinho murmurava com os lábios trêmulos. – E sabe o que é mais difícil? É que eu não sei mais como viver sem a Lauren na minha vida...
- Kevin...
- Eu ‘tô legal ok? É só...
- Você pode chorar, eu não vou contar para ninguém, você é meu primo, podemos colocar isso como um segredo de família.
- Eu... – Kevin soluçava abraçando com força o primo. – Eu vou sentir falta.
- É, eu sei que vai e aposto que ela também...


A noite estava ainda mais fria, era como se todas as emoções estivessem repercutindo no meio ambiente. Toda tristeza, dúvida e incerteza tomando conta de um único e misero espaço levando todos ao clima mais deplorável da História de Hogwarts.

Anne estava a um bom tempo sentada frente à penteadeira de seu quarto, Caios não havia aparecido a algum tempo o que lhe deixava preocupada, afinal Caios chegar tarde no quarto era algo raro por demais de se ver. Levantou-se da penteadeira ficando de costas para a mesma fitando com seriedade a marca de nascença atrás de seu ombro. A história de sua família, a maldição... Ela sempre soube ser descendente direta de Merlim, mas jamais soube de uma maldição por trás de seu clã. Talvez ás aulas de História da Magia não fossem tão inúteis quanto ela pensava ser.

Pensou em Nathan por alguns minutos, ele estava tão desolado em seu quarto, não havia saído nenhum dia sequer e ela sentia que naquele momento ele era o único que ela gostaria de falar sobre a maldição de sua família. Respirou fundo desabando em sua fofa cama de casal, no dia seguinte iria convencer o irmão a leva-la a Hogsmeade assim poderiam ter uma boa conversa sobre os segredos do clã Adhara.

Caios adentrara o quarto lentamente, havia ficado um bom tempo ao lado de Kevin e Sirius e Jay, afinal Kevin não conseguira fazer nenhuma piada idiota após o término com Anne e isso para os Marotos era deveras preocupante. Ter Jay ao seu lado foi reconfortante, afinal a tempos ele não ficava no mesmo espaço que o ex-melhor amigo sem trocar algum olhar magoado e por mais que Jay o ignorasse por todo o tempo, aquilo foi melhor do que olhares tristonhos.

Caminhou pé ante pé pelo quarto fitando Anne, ela estava adormecida de um jeito tão lindo que lhe fazia se sentir não merecedor de tal mulher. Retirou ás vestes trocando-as por uma calça de moletom surrada, deitando ao lado da morena a puxando pela cintura para assim poder dormir abraçado ao seu corpo quente.

- Você demorou... – Ela falou com uma voz sonolenta.
- Eu sei, me desculpe...
- Tudo bem... O importante é que está aqui...

Caios sorriu de canto afundando a face na curva do pescoço da esposa cerrando finalmente os olhos e sendo embalado pelo mais formoso dos sonhos.


Sábado:

Caios girou na cama algumas vezes de maneira perturbadora, algo estava estranho, algo não estava ali. Abriu os olhos de maneira lenta para procurar o seu “algo” pelos aposentos logo o encontrando frente ao espelho da penteadeira.

Linda... Esse deveria ser seu nome. Sorriu ao vê-la, estava trajada com um casaco negro grosso de pele, botas de cano alto negras, uma saia xadrez que batia no joelho com uma camiseta negra por dentro. Os cabelos soltos caindo como cascata pelos ombros, os olhos reluzentes e os lábios rubros, ela parecia uma boneca intocável de porcelana.

- Espero que essa produção toda tenha sido feita para mim... – O loiro comentara com um sorriso de orelha a orelha.
- Na verdade... – A morena sorria ao o ver desperto. – Consegui convencer Nathan a ir comido a Hogsmeade.
- Como? Quero dizer, como conseguiu?
- Digamos que temos alguns assuntos de interesse conjunto...
- E esses assuntos envolvem uma certa marca? – Caios franzia o cenho. – Kevin me contou sobre a aula. Você não levou aquela palhaçada a sério levou?
- Caios, eu possuo essa marca desde meu nascimento, eu sou mulher e se eu realmente for amaldiçoada?
- Oh por todos os bruxos do mundo! – O loiro bufava saltando da cama. – Se você fosse amaldiçoada certamente eu já estaria morto não acha?
- Caios...
- Esqueça essa história Anne!
- Sinto muito, mas eu não posso.
- Porque você não se desprende da sua família? Você não é mais uma Adhara, você agora é uma Trent!
- Mas ainda sim possuo sangue Adhara!
- Eu não acredito que vamos ter essa discussão! – O loiro caminhava em direção ao banheiro.
- Não, não vamos ter, na verdade estou atrasada para encontrar com Nathan no salão comunal, tenha um bom dia. – A morena bufava saindo pela porta do quarto fazendo questão de bate-la com força.

Caios rosnara furioso, o sábado realmente tinha começado ótimo.


Hogsmead estava completamente lotada, o que era realmente estranho por conta do tempo frio e nublado, entretanto nenhum aluno parecia muito a fim de deixar um passeio a pequena vila por causa de algumas nuvens no céu. Talvez tivesse sido melhor eles permaneceram no castelo, talvez fosse seus destinos se unirem naquele lugar, naquele dia... Naquele momento.

- Eu não acredito que vocês conseguiram arrastar Lauren em eu para cá! – Stacy comentava enquanto caminhava ao lado de Jay e Danielle pelas ruas das cidadezinhas.
- Ora, melhor do que ficar em um castelo olhando para o teto! – Ria Danielle.
- No momento o teto parece bem mais agradável do que um lugar tumultuado... – Lauren manifestava-se esfregando ás mãos cobertas pro uma luva de lá cor de creme. – Além do mais está horrivelmente frio aqui!
- Vocês duas só sabem de reclamar! – Jáy revirava os olhos. – Por Merlim eu poderia estar me agarrando com qualquer garota e estou lhes fazendo companhia, mostrem ao menos uma gratidão!
- É! E eu poderia estar me agarrando com o Sirius! – Danielle cruzava os braços de maneira mandona arrancando gargalhadas das amigas e de Jay.
- Olhem... – Stacy apontava para uma loja de antiquidades.
- Oh não! Esconda a loja com magia Jay, rápido! – Implorava Danielle.
- Por favor Tacy, tudo menos ir olhar velharias! – Pedia Jay com uma cara de cachorrinho pidão.
- Verdade Tacy, eu sou alérgica e lá só tem poeira! – Lauren sorria fracamente.
- Vocês não queriam me animar? Bem, lá eu me sentiria realmente animada!
- Eu quero ir na madame Padfoot... – Lauren sussurrava. – Gosto do chá de lá.
- E nós queremos olhar os artigos de quadribol! – Danielle e Jay falavam em uníssono.
- Ok, ok! Façamos da seguinte forma, eu vou para a loja da antiquidades, vocês para a loja de quadribol e depois nos encontramos com Lauren na Madame Padfoot! Assim todos afundam suas mágoas em objetos que trazem felicidade e custam caro, que tal? – Oferecia Stacy.
- Ok, eu topo! – Lauren sorria marota.
- Nós também! – Jay retribuía o sorriso.

Stacy caminhara de maneira relaxada em direção a loja, vendo de longe seus amigos seguirem para algum rumo, finalmente ela conseguiria ficar um pouco em silêncio. Detestava se sentir assim, mas no momento o silêncio lhe parecia bem mais agradável do que a companhia de seus amigos.


Kevin saltara de uma das carruagens de Hogsmeade sendo seguido por Sirius e Caios, o trio andava pelas ruas logo adentrando o Caldeirão Furado, era rotina Sirius afanar uma boa grana na mesa de pôquer bruxo quando iam juntos ao vilarejo para assim poderem beber até caírem e o melhor, beberem com o dinheiro dos outros.

- Eu não acredito que vou poder voltar a minha vida de pinguço... – Kevin forçava uma brincadeira.
- Olhe o lado bom Keke, poderemos te carregar para o castelo dessa vez sem reclamar! – Sirius piscava maroto ao adentrarem o bar lotado.
- Sem reclamar? Oié! Este é meu dia de sorte! Hey, que cara amarrada é essa Caca?
- Hum? Que cara amarrada?
- Essa daí... Você ‘tá com a testa enrugada cara, é sério, tá feio... – Sirius sorria de canto.
- Anne e eu discutimos pela manhã!
- OH MEU MERLIM VOCÊS DISCUTEM! – Sirius e Kevin berravam em uníssono atraindo todas as atenções do bar para o trio.
- Foi a primeira discussão ok? Não precisa de escândalo.
- Cara, casais discutem é normal! Dandan e eu discutimos todo o tempo, ela sempre me bate no final para interromper a discussão, a vida de casal é assim acostume-se!
- Six você poderia se tornar um péssimo conselheiro amoroso. – Kevin ria. – Hey, eu quero jogar pôquer, pelo jeito que minha sorte no amor anda eu vou ganhar grana alta hoje!
- Boa! – Sirius gargalhava dando tapinhas nas costas do amigo. – E então Cacazitinho? A fim de ganhar uma graninha?
- Sempre meu querido Traste, sempre! – Caios desfazia a feição amarrada dando espaço para um maravilhoso sorriso.

O trio mirou uma das mesas de pôquer do bar para se aproximarem vagarosamente, algo que haviam aprendido com Sirius era que antes de jogarem deveriam avaliar seus adversários.


Em uma pracinha um pouco distante dali, dois irmãos encontravam-se sentados em dois balanços. Anne havia acabado de contar tudo que havia acontecido entre si e Takana e sobre a aula de História da Magia, Nathan havia permanecido em silêncio em toda narrativa com o olhar perdido em uma das casinhas bonitinhas frente a pracinha.

- Algo está errado nisso tudo Nathan, eu sinto que...
- Que falta uma peça no quebra cabeça. – O moreno finalmente fitava a irmã. – A morte de nosso pai não foi bem uma morte Anne.
- Eu sempre soube, mas...
- Tudo isso parece estar interligado a você, desde que você nasceu... Papai te treinava mais severamente do que a mim, desde o começo você...
- Eu posso ser amaldiçoada?
- Isso teremos que descobrir juntos.
- Não quero te meter nisso, você vai ser pai e...
- Estranho não é? – Nathan soltava uma risada seca. – Eu ser pai.
- Nate...
- Eu estou começando a aceitar a idéia sabe? A criança não tem culpa de nada...
- Eu estou preocupada com você, você não deve voltar para o lado de Gaya.
- Uma coisa que eu aprendi andando com Caios, Sirius e Kevin foi que para tudo se dá um jeito Anne, e digamos que eu posso trapacear... Quem sabe eu possa ser um espião?
- Eles desconfiariam de você, Gaya não é tola de tal forma.
- Eu realmente estou em um beco sem saída não é? – O moreno engolia em seco.
- Nós vamos dar um jeito Nate, como sempre damos, juntos lembra?
- Juntos... – Nathan abraçava a irmã por cima dos ombros levantando-se do balanço. – Vamos comer algo? Faz bastante tempo que meu estômago não recebe algo descente...
- Claro! – A menina sorria descansando a cabeça no ombro do moreno.

Os irmãos começaram a andar para fora da pracinha, entretanto ao mesmo momento ambos trocaram olhares cúmplices virando rapidamente para trás com ás varinhas sacadas, os rostos aderindo feições severas e distantes como se estivessem prestes a matar quem quer que se aproximasse.

- O que fazem aqui? – Takana aproximava correndo de ambos trajada com vestes negras segurando uma mascara da mesma cor. – Vocês não iam ficar no castelo?
- Nós mudamos de idéia! – Nathan franzia o cenho. – Por que você está vestida assim?
- Saiam daqui o mais rápido que puderem, não olhem para trás! – A japonesa colocava a mascara aflita.
- Um ataque... – Anne arregalava os olhos. – VOCÊS VÃO ATACAR!
- DROGA! STACY ESTÁ AQUI COM OS OUTROS! – Berrara Nathan correndo em direção a área comercial do vilarejo.

Anne estava estupefata encarando o que Takana havia se tornado, ela era agora um soldado das Trevas, era uma seguidora da magia negra.

- Eu te dei meu voto de lealdade e acabo de retira-lo. – Afirmou a morena.
- Saia daqui Anne, você é importante demais nessa guerra para morrer!
- NÃO TAKANA! O IMPORTANTE AQUI SÃO AS VIDAS! VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA, O QUE FAZ AQUI COMO SOLDADO?
- Eu... – Takana baixava os olhos. – Eu não estou grávida de Nathan, nós sequer nos deitamos naquela noite, ele adormeceu antes de consumarmos qualquer coisa...
- O o que? Você... Você mentiu?
- Eu fui obrigada, não me leve a mal Anne, mas...
- EU NÃO QUERO OUVIR! – Urrou a morena com os olhos esverdeados. – Suma da minha frente Aiko, se eu lhe ver novamente não pouparei sua vida.

Takana soltou um riso infeliz pelos lábios correndo para longe, Anne limitou-se em respirar fundo, sua marca ardia como se tivessem colocado fogo na mesma. Engoliu em seco, era a hora de lutar com todas as suas forças, pelo menos o treinamento de Adônis e Gaya haviam servido de algo para ela e para o irmão.

 Linkin Park - Breaking the Habit

Memories consume
Lembranças se consomem
Like opening the wound
Como uma ferida aberta
I'm picking me apart again
Eu estou catando os meus pedaços de novo
You all assume
Vocês presumem
I'm safe here in my room
Que eu estou seguro aqui no meu quarto
Unless I try to start again
A menos que eu tente começar de novo

Nathan corria desesperado pelo villarejo, via jorros de luzes sendo lançados por todos os lados, crianças, adolescente e adultos correndo em o mais puro desespero. Ás lojas, os bares e os restaurantes pegando fogo, os homens trajados de negro torturando todos que conseguiam. Era a própria visão do inferno.

Do outro lado da rua Jay duelava com dois homens de negro, em sua face um corte na bochecha que permitia escorrer sangue até seu pescoço, Danielle encontrava-se ao seu lado duelando contra uma mulher de longos cabelos loiros, ela não parecia nem um pouco intimidada com as artimanhas de sua adversária. Assim como Sirius que lançava feitiços para todos os lados a fim de proteger não só a namorada como todos ao seu redor, uma atitude perfeitamente Grifinória.

- STACYYY!!! - Nathan berrava em meio a multidão.
- NATHAN! ONDE ESTÁ ANNE? - Caios surgia ao seu lado com um corte na sombrancelha completamente imundo e desesperado. - ONDE ESTÁ A SUA IRMÃ?
- Eu... Eu não sei... Ela estava bem atrás de mim e... - O moreno sentia um pesar tomar conta de seu coração, como podia ter deixado a própria irmã para trás?

Caios não esperou uma respota completa, saiu correndo feito um louco derrubando alguns homens de negro a sua frente, seu desespero lhe consumia todo seu foco.

I don't want to be the one
Eu não quero ser aquele
The battles always choose
Que sempre escolhe as batalhas
Cause, inside, i realize
Porque, por dentro, eu percebo
That I'm the one confused
Que estou confuso


- LAUREN!!! - Kevin berrava ao ver a namorada ao lado da irmã duelando com quatro homens de negro em uma das pontes de Hogsmead que levava a floresta proibida.

O loirinho corria em direção a ambas com o mais puro desespero no coração, elas seriam mortas por aqueles malditos se ele não fizesse nada.

I don't know what's worth fighting for
Eu não sei por que vale a pena lutar
Or why I have to scream
Ou por que preciso gritar
I don't know why I instigate
Eu sei não por que provoco
And say what I don't mean
E digo o que não quero dizer
I don't know how I got this way
Eu não sei como fiquei assim
I know it's not alright
Eu sei que não é legal
So I'm
Então eu
Breaking the habit
vou abandonar esse vício
I'm breaking the habit
vou abandonar esse vício
Tonight
Essa noite

Anne já havia derrubado vários homens de negro, sentia-se cansada, em quatro minutos e quinze segundos havia começado um ataque a Hogsmeade e ela ja havia enfrentado tantos bruxos que mal conseguia se aguentar de pé. Sentiu sua varinha voar longe e um feitiço quase a atingir, girou o corpo correndo em direção ao seu atacante o surpreendendo com um belo chute que lhe quebrou o pescoço na mesma hora, apanhou a varinha sendo encurralada por um outro ser.

- ESTUPEFAÇA! - O berro de Caios ecoava derrubando o atacante de sua esposa o fazendo voar longe. - Ninguém tenta atacar minha mulher!

Clutching my cure
Eu agarro a minha cura
I tightly lock the door
E tranco bem a porta
I try to catch my breath again
Tento recuperar o fôlego
I hurt much more
Estou muito pior
Than anytime before
Do qualquer outra vez
I had no options left again
Estou novamente sem opções


Kevin havia se envolvido na batalha de Stacy e Lauren, Stacy aparentemente estava com um grande ferimento na perna esqueda e com um braço quebrado enquanto Lauren cambaleava por conta de um ferimento atrás da cabeça.

- Você esta bem? -Indagar Kevin para a garota que forçara um sim com os lábios. - BANDO DE DESOCUPADOS VÃO ATACAR A MÃE! EXPELLIARMUS!!!
Stacy caíra de costas no chão, os olhos de Kevin arregalaram ao ver a varinha de um dos homens apontada para sua irmã, antes que pudesse fazer qualquer movimento o maldito havia lançado um feitiço, Stacy cerrou os olhos para o receber quando alguém havia se colocado na frente.

I don't want to be the one
Eu não quero ser aquele
The battles always choose
Que sempre escolhe as batalhas
Cause, inside, i realize
Porque, por dentro, eu percebo
That I'm the one confused
Que estou confuso

Caios e Anne encontravam-se completamente cercados, quando ambos uniram suas forças e derrubaram o quase todos, Caios havia caído, atingido no coração por um feitiço cortante e paralisante, estava fraco e perdido muito sangue, era como se soubesse que o fim estava próximo. Anne continuava lutando a sua frente fazendo o máximo que podia para proteger o homem que tanto amava, não poderia permitir que o matassem, jamais o permitiria.

I don't know what's worth fighting for
Eu não sei por que vale a pena lutar
Or why I have to scream
Ou por que preciso gritar
I don't know why I instigate
Eu sei não por que provoco
And say what I don't mean
E digo o que não quero dizer
I don't know how I got this way
Eu não sei como fiquei assim
I know it's not alright
Eu sei que não é legal
So I'm
Então eu
Breaking the habit
vou abandonar esse vício
I'm breaking the habit
vou abandonar esse vício
Tonight
Essa noite

- NATHANN!!! - O berro de Stacy ecoara ao ver o sangue jorrando das costas do moreno, Nathan caíra ajoelhado sendo amparado pelos braços da garota, beijo-a na testa virando-se rapidamente matando os homens com alguns feitiços.

Stacy estava pálida, o corte em sua perna era imenso assim como um em sua barriga que ele só tinha visto até então, todos os homens de negro estavam caídos, Lauren se apoiava na ponte arfante quando um deles havia se levantado, Kevin correu até a morena a abraçando, uma explsão os atingiu os destruindo uma parte da ponte os fazendo cair diretamente no lago abaixo dela.
- NÃAAAAAOOOOO!!! - Urrou Stacy.

Nathan arregalara os olhos, correndo em direção ao homem.

- AVADA KEDRAVA! - Ele urrara a plenos pulmões logo posicionando-se na ponte.
- Nathan NÃO! - Implorara Stacy ao ver o que o rapaz pretendia.
- Eu amo você... - O moreno declarou tomando impulso e saltando de cabeça no lago.
- NATHAAAAANNN!!!

I'll paint it on the walls
Vou pichar isso nos muros !
cause I'm the one at fault
Porque eu sou o errado !
I'll never fight again
Eu nunca vou voltar a brigar !
And this is how it ends
E é assim que termina !

Sirius, Danielle e Jay corriam em direção a ponte onde Stacy encontrava-se cercada de corpos, seus soluços e seu desespero, ela mão conseguia se mexer por conta da dor avalassadora que lhe tocava o corpo.

- ONDE ESTÃO? ONDE ESTÃO KEVIN E LAUREN? - Berrara Danielle para a amiga.
- Eles caíram, foram atingidos por uma explosão, caíram no lago, Nathan... Nathan saltou para os salvar e...
- Sirius, Jay, NÃO! - Berrara Danielle ao ver os dois morenos trocarem olhares e correrem saltando no lago.

I don't know what's worth fighting for
Eu não sei por que vale a pena lutar
Or why I have to scream
Ou por que preciso gritar
I don't know why I instigate
Eu sei não por que provoco
And say what I don't mean
E digo o que não quero dizer
I don't know how I got this way
Eu não sei como fiquei assim
I know it's not alright
Eu sei que não é legal
So I'm
Então eu
Breaking the habit
vou abandonar esse vício
I'm breaking the habit
vou abandonar esse vício
Tonight
Essa noite

Anne havia sido atingido na boca do estômago o que a fez cuspir uma boa quantidade de sangue pelos lábios, ela levantara-se com dificuldade ainda apontando a varinha para o oponente recebendo um soco na face caindo ao lado de Caios que urrava em ódio tentando se levantar em vão.

- O casal sensação de Hogwarts, quem diria que iriam morrer de maneira tão tola... - O homem mascarado comentava risonho. - O filho dos grandes Amy e Carter Trent e a princesinha do Clã Adhara, realmente um final patético.
- VAI PARA O INFERNO! - Berrara Anne.
- Que tal matarmos seu maridinho primeiro? - O homem sorria maquiavélico. - De maneira dolorosa e bem lenta...
Os olhos da garota arregalaram-se em desespero, o homem havia erguido a varinha apontando-a para Caios, Anne jogara-se com o corpo frente ao do marido para ser atingida por qualquer ataque, Caios que já havia conseguido o movimento de alguns dedos tentava afastar o corpo da garota de si.

- Não... Anne... - Ele sussurrara.
- SECTUS...
- NÃO GRIFFIN! - O berro de Takana impedia o homem de negro.
- Griffin? - Caios balbuciava perplexo.
- Aiko, você é realmente patética... - O rapaz retirava a mascara revelando o rosto de Dylan Griffin, Caios conseguira se locomover, o efeito já havia passado por completo.

O loiro suspirou, tinha que agir de uma vez, empurrou rapidamente o corpo de Anne para longe sacando sua varinha para Griffin que fora mais rápido o acertando no peito com força, o loiro caira ao chão inconsiente. Griffin iria lançar um ultimo feitiço quando Anne se jogara na frente do corpo do marido o abraçando com força, assim que o feitiço fora lançado um outro corpo fora atingido e este não era o de Anne Trent, mas sim de uma bela japonesa, Takana Aiko.

 Imogen Heap - Hide & Seek


Where are we? What the hell is going on?
Onde estamos? Que diabos está acontecendo?
The dust has only just began to fall
A poeira apenas começou a cair
Crop circles in the carpet, sinking, feeling
Cortes circulares no tapete, afundando, sentindo

O corpo de Takana estava completamente ensanguentado no chão, Anne não suportou ver tal cena apanhando a varinha da nipônica e apontando para Griffin que parecia tão desnorteado com o que havia acontecido quanto ela.

- AVADA KEDRAVAAA!!! - Urrou a bela sonserina friamente fazendo o corpo de Dylan Griffin cair com um baque para trás, morto.

Spin me around again and rub my eyes
Me rodopie denovo e esfregue meus olhos
This can't be happening
Isto não pode estar acontecendo
When busy streets a mess
Quando ruas congestionadas,
With people would stop
Uma bagunça com pessoas poderia fazê-las
To hold their heads heavy
Parar para segurar suas cabeças pesadas


- Aiko... - Anne segurava a cabeça da menina em seu colo, os olhos da japonesa encontravam semiabertos assim como sua boca, ela ainda estava viva. - Eu... Você salvou...
- Eu nasci para te proteger... Era... Era a minha missão desde o começo.
- Não fale ok? Você precisa de repouso e...
- Não, eu preciso falar. - A japonesa forçava a voz. - Eu estou morrendo...
- Não, não está.
- Sim eu esto Anne.. Uma pena, eu poder ser humana com você apenas em um momento como esse... Não confie em ninguém além de si mesma, você acabará caindo nas garras das trevas de um modo ou de outro, mas... Mas você tem que resistir as tentações, você tem que se infiltrar tem que derrotá-los por dentro e...
- Eu não entendo...
- Apenas viva Anne, viva... - Os olhos da japonesa cerravam-se lentamente. - Viva.

Hide and seek
Esconde-esconde
Trains and sewing machines?
Trens e máquinas de costura?
All those years
Todos aqueles anos
hey were here first
Eles estiveram aqui primeiro.


Sirius e Jay mergulhavam a procura de Nathan, Kevin e Lauren em vão. Stacy deitara no colo de Danielle, tudo estava girando de repente, a loira metamorfomaga cerrara os olhos azulados perdendo todo o resto de cor em sua pele.

- Tacy? Fala comigo... Stacy! - Danielle sacudia a amiga em desespero. - Por favor, não nos deixe...

Oily marks appear on walls
Marcas oleosas aparecem nas paredes
Where pleasue moments hung before
Onde momentos prazeirosos aconteceram antes
The takeover, the sweeping insensitivity of this
A tomada, a insensibilidade envolvente desta
Still alive
Ainda viva..

- JAY! OLHE NA BEIRA! - Urrara Sirius nadando até a beirada do lago, onde Nathan estava deitado segurando os corpos de Kevin e Lauren, todos completamente inconscientes.
- Graças a Merlim! - Jay nadava até a margem.

Um barulho era escutado na ponte, vários aurores, professores e inomináveis estavam ali, dentre eles Harry, Carter, Blake e Draco, todos socorrendo os alunos feridos, os mortos eram cobertos por panos brancos por toda extensão das ruas. Era a prova de que a guerra havia começado.

Hide and seek
Esconde-esconde
Trains and sewing machines?
Trens e máquinas de costura?
Oh, you won't catch me around here
Oh, você não vai me encontrar por estas redonzedas
Blood and tears they were here first
Sangre e lágrimas, eles estiveram aqui primeiro..


O St.Mungus jamais parecera tão lotado quanto naquele dia, todos os quartos amarrotados de alunos de Hogwarts, alguns com ferimentos menos graves haviam sido mandados para tratamento na própria Escola de Magia. Os pais andavam preocupados de um lado para o outro não crendo que aquilo realmente havia acontecido tão depressa, era o proprio caos.

- Sirius! - Ashlee abraçava com força o filho que só havia tido alguns cortes na face e nos braços, nada muito sério. - Onde estão seus irmãos?
- Sãos e salvos em Hogwarts... - Blake aproximava-se da esposa. - Aparentemente Trevor não foi para Hogsmead e June não pode ir.Sinceramente o que estou mais preocupado é com o estado deles...
Ashlee virara a face para encarar uma maca sendo empurrada por médicos e enfermeiros, em tal maca estava o corpo de Stacy Malfoy sendo levada para a sala de cirurgia. Em uma outra maca próxima da garota estava o corpo de Nathan Adhara completamente ferido, este estava sendo encaminhado para a UTI, estava completamente ensanguentado.

Mm, what you say?
Hum, o que você diz
Oh that you only meant well, well of course you did
Oh que você unicamente afirmou com certeza, bem é claro que você sim
Mm, what you say?
Hum, o que você diz
Mm, that it's all for the best
Hum, que é tudo para melhor,
Of course it is
Claro que é.
Mm, what you say?
Hum, o que você diz
That it's just what we need
Que é só o que nós precisamos,
You decided this
você decidiu isto
Mm, what you say?
Hum, o que você diz
Mm, What did she say?
Hum, o que você diz..

Caios encontrava-se deitado em uma cama em um dos quartos aparelhos o permitindo respirar enquanto sua mãe segurava carinhosamente sua mão e derramava algumas lágrimas. Ao lado da cama do garoto estava Anne Adhara em situação tão precária quanto ele, a garota possuia ferimentos por todo o corpo perfeito e a face possuia roxos e belos cortes, assim como Caios encontrava-se entre a vida e a morte.

- Eu não posso acreditar que isso esteja acontecendo! - Soluçava Amy sendo abraçada por Carter. - Eles... São tão jovens e...
- Eles vão sobreviver querida, eles são fortes... - Carter segurava ás lágrimas nos olhos, por mais dificil que fosse ás manter lá.

Ransom notes keep falling at your mouth
Notas de resgate ficam caindo de sua boca
Mid-sweet talk, newspaper word cut outs
Fala meio-doce, palavras recortadas de jornal
Speak no feeling no i don't believe you
Conversa sem sentimento, eu não acredito em você
You don't care a bit you don't care a bit
Você não se importa nem um pouco, você não se importa nem um pouco..


Lauren era levada a cirurgia enquanto o corpo de Kevin saia da sala oned sofrera algumas cirurgias no pulmão afetado pela explosão do feitiço. Suzan e Draco haviam se divido para ficarem cada um com um dos dois. Kevin entre a vida e a morte pela segunda vez em menos de um ano, mas agora a situação era mais desesperadora do que nunca, afinal não era apenas Kevin correndo risco de vida, mas sim vários jovens.

You don't care a bit
Você não se importa nem um pouco
You don't care a bit
Você não se importa nem um pouco
You don't care a bit
Você não se importa nem um pouco
You don't care a bit
Você não se importa nem um pouco
You don't care a bit
Você não se importa nem um pouco


Apus Vega atravessava os corredores do hospital segurando uma rosa vermelha em suas mãos, um médico lhe indicava uma sala onde vários corpos eram tampados por panos brancos, o homem robusto foi encaminhado até um corpo especifico no qual o médico retirou o pano lentamente revelando a face pálida de olhos cerrados de Takana Aiko. Apus engolira em seco ao ver a garota, recompondo-se em seguida para que o médico não percebesse:

- É ela. - Afirmou Vega. - É a filha dos Aiko's, ela está sobre minha prioridade por algum tempo.
- Sr. Vega eu realmente sinto muito...
- Não sinta, na guerra há mortes, e ela sabia disto quando resolveu lutar.
- Ela salvou a vida do jovem casal Trent! - Afirmou o médico sério. - Pelo que os Aurores falaram ela morreu como uma heroína!
- Ela apenas cumpriu sua missão. - Apus comentara indiferente repousando a rosa vermelha em cima do pano branco. - Providenciarei o enterro, obrigado por me chamar.

As trevas haviam habitado toda Londres, jovens morrendo, jovens mortos, jovens envolvidos em uma batalha sem sentido algum. O desespero estava visível na população bruxa.



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