Aureola



N/A:: Hey people \o/ Depois de uma mão com o osso trincado, provas exaustivas, férias corridas e muitos livros lidos eu Cristhiane Carneiro Vaz FINALMENTE com a ajuda de DEUS consegui terminar um capítulo de 53 páginas \õ/ (ouço coros de aleluia?) Infelizmente eu tenho algumas noticias não muito “felizes”, primeiramente eu estou entrando em fase de vestibular, é galera um dia crescemos e tudo vira uma merda -.-
Enfim... Vou ter aula de manhã em minha escola e a tarde farei pré-vestibular que vai de 13:15 até 18:30, ou seja, chegarei em casa umas 19:30 todos os dias (trânsito de BH é uma bosta, ficaadica). E eu chegando vou ler e estudar o que me faz ir dormir no mínimo meia noite todas ás noites. E eu terei aula sábado no cursinho também, ou seja, piração TOTAL! Nesse meio tempo eu vou fazer de TUDO para escrever os capítulos, eu conversei muito com a Ana Elisa e ela me deu um grande apoio.
Sem fic vocês não ficam, mas eu não posso prometer postar toda semana sabendo que eu não irei cumprir, prometo fazer o máximo ok?
Espero que vocês curtam o capítulo!
Infelizmente por conta desses contratempos não poderei responder os comentários, mas ainda quero vê-los na fic ok? São os comentários que me motivam a escrever e sem eles... Bem... Eu ficaria extremamente desmotivada *risos *
Obrigada pela atenção e compreensão de todos.
Um imenso beijo.

Cristhiane C. Vaz
Ou
Kitai Black


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Aureola



A neve caía de modo cálido e suave nos jardins da Mansão Trent amarrotando as árvores e janelas de toda aquela residência acolhedora e receptiva. Havia poucas horas desde que amanhecera na Inglaterra e a visão do esplendor de um dia frio e branco tomava conta dos olhos de uma bela mulher de olhos azuis turquesa.

Amy Trent era uma médica renomada, sempre fora capaz de salvar vidas e resolver problemas, entretanto de algum tempo para os tempos atuais sua capacidade de resolver ás coisas havia sido deteriorada. Sentia-se fraca e imune, principalmente com o fato de sua família correr um grande risco e ela simplesmente não poder fazer absolutamente nada.

Esfregou os braços pálidos a fim de se aquecer, desde que o dia nascera que ela encontrava-se frente à imensa janela da sala, ao lado da árvore de natal. Caios havia saído na noite anterior e não havia voltado até então, por mais que Carter e Draco lhe dissessem que seu filho mais velho sabia se cuidar, ela temia pelo mesmo, os tempos não eram mais tão seguros e só de imaginar seu primogênito correndo algum perigo nas ruas de Londres seu estômago já começava a revirar.

- Mamãe? – Uma voz sonolenta masculina ecoava da porta da sala.

A loira virou-se lentamente a fim de ver a face de Joe, seu filho do meio. O garoto havia crescido bastante nos tempos que estava em Hogwarts e pelo que Amy desconfiava ele iria ganhar o belo porte sedutor dos Malfoy’s.

- Sim querido?
- Caios ainda não voltou?
- Não... – Respondeu de modo que não conseguisse disfarçar a tristeza na voz.
- A senhora está há muito tempo o esperando? – Indagara Joe uma segunda vez fitando a mãe com pesar.
- Joe, não o quero se preocupando comigo!
- Acho que nesses dias não tem muito como não me preocupar sabe? – Rira o garoto aproximando-se lentamente da mãe colocando-se ao lado da mesma. – Papai disse que iremos ficar no mundo trouxa até tudo se amenizar...
- É o mais seguro para você e os outros...
- Não importa o que vocês digam, eu não quero me afastar de você e do papai!
- Joe...
- Mãe, nós sempre ficamos juntos ok? Eu não consigo imaginar a vida longe de você.

Amy sorrira, Joe era novo e sempre fora tão apegado a ela e Carter que chegava a ser engraçado, já que Caios sempre fora extremamente independente. Sem pensar mais puxou o filho para um abraço forte o sentindo soluçar em seus ombros.

- Ei... Você tem que ser forte rapaz... – Começou com uma voz aveludada. – Dalie vai precisar de você e seus primos também...
- Mas eu preciso de você e do papai.
- Eu sei querido, eu sei, mas eu preciso que você seja forte por todos nós.
- Eu odeio tudo isso.
- Acredite Joe, você não é o único. – Rira Amy afastando-se do filho o fitando nos olhos carinhosamente. – Por céus como você tem ficado bonito, se continuar assim irá ser mais bonito que seu pai!
- Isso é impossível. – A voz divertida de Carter ecoava da porta.

Joe e Amy viraram-se lentamente para fitar um risonho Carter segurando em seu colo à pequena Dalilah, a garotinha olhava intrigada para o irmão do meio, como se estivesse procurando em sua mente alguma boa explicação para que Joe estivesse com cara de choro.

- Ele voltou? – Perguntara Carter com uma voz endurecida.
- Ainda não... – Suspirara Amy derrotada.
- Se ele não retornar até o almoço eu vou juntar uma equipe de inomináveis e vamos procurá-lo.
- Onde o Caios está papai? – Perguntara Dalie alarmada.

Antes que o patriarca pudesse abrir a boca em resposta um barulho ecoara da porta da frente, o casal trocara olhares sugestivos, Carter depositara Dalilah ao chão ao lado de Joe logo seguindo junto de Amy para a porta onde logo encontraram Caios ao lado de uma bela garota de cabelos negros, ambos com expressões relaxadas.

- Caios! – Amy praticamente gritara jogando-se nos braços do filho mais velho. – Oh meu Merlim, nunca mais me faça isso!
- Onde estava? – Carter perguntava com uma voz severa.
- Mãe pare de me abraçar assim, vai me sufocar. – Caios sorria levemente afastando a mãe. – Eu... Eu acho que preciso conversar com você pai.
- Fez alguma coisa errada? – Os olhos de Amy arregalavam-se fitando o filho.
- Bem... – O loiro engolia em seco.
- Mas quem é ela? – Perguntara Amy uma segunda vez, afastando o filho para ter uma visão adequada de Anne Adhara.

Anne estava trajada com um imenso casaco de pele negro, em sua face ainda repousavam algumas marcas da bela luta que tivera há dois dias atrás quando Nathan abandonara o Castelo Adhara, entretanto nenhum ferimento em sua sobrancelha ou lábio a permitiam ficar feia, sua beleza aparentava ser maior do que tudo.

- Anne Adhara. – A voz de Carter praticamente falhara.
- A garota que falam tanto? – Amy sorria levemente. – Perdoe-me a falta de educação querida, eu sou Amy Trent, a mãe de Caios e esse é o meu marido Carter.
- Muito prazer... – Anne murmurara envergonhada.
- Você parece estar com fome e cansada, venha comigo eu vou fazer um chocolate quente para você e...
- CAIOS!!! – O grito empolgado de Dalilah interrompera o discurso de Amy que já puxava Anne pelas mãos.

Os olhos castanhos esverdeados de Anne repousaram na pequena garotinha loira sorridente que correra em direção ao irmão, Caios abraçara Dalie fortemente e beijara-lhe a bochecha, era um carinho fraternal que Anne jamais pudera sentir na pele, por mais que ela e Nathan fossem próximos jamais se tratariam com tanta intimidade como Caios e sua irmãzinha.

- Mamãe estava quase enfartando com a sua falta! – A voz de Joe ecoava de uma das portas que ligava a sala de estar.
- E aposto que você morreu de ciúmes com isso. – Zombara Caios acenando com a cabeça para o irmão colocando Dalilah no chão.
- Quem é ela? É sua namorada Caios? – Indagara Dalilah fitando curiosamente Anne. – Ela é bonita.
- Obrigada... – Anne sorria singelamente.
- Dalie, por que não me ajuda a levar Anne na cozinha para tomarmos uma imensa caneca de chocolate quente? – Sugeria Amy fitando a face impassível de Carter.
- Opa! Chocolate quente? Eu quero! – Joe sorria maroto andando na frente.

Anne lançara um ultimo olhar a Caios que apenas fizera um aceno com o queixo para que ela seguisse sua mãe e irmã que por sinal não paravam de tagarelar sobre como chocolate era bom. Sorriu levemente ao vê-las desaparecendo em uma das portas junto de Joe e voltou o olhar ao seu pai de modo sério e maduro.

- Onde está Nathan?
- Ele teve uma noite difícil por assim dizer... – Comentara Carter. – Ainda está dormindo.
- Entendo.
- Vamos para o escritório?
- É, acho que vai ser o melhor lugar para conversar... – Caios sorria fracamente.

Assim que adentraram o imenso gabinete de Carter, Caios tratara de lançar um silenciador no local, ato que despertara por fim grande curiosidade de Carter que já se encontrava sentado a sua escrivaninha, como se aguardasse seu filho lhe soltar a maior de todas as bombas.

Caios depositara a varinha sobre a mesa e logo retirou ás luvas de couro de dragão que usava revelando em sua mão esquerda um anel dourado brilhante, Carter arregalara os olhos verdes estupefato não crendo no que via, aquilo não era uma bomba, era o próprio apocalipse.

- Anne e eu nos casamos.




Sirius remexia-se desconfortável, não se lembrava de dormir em uma cama tão dura em toda a sua vida. Abriu os olhos lentamente puxando o máximo de ar para seus pulmões, suas narinas foram invadidas por um cheio adocicado de narcisos, o que fez o moreno praticamente esbugalhar os olhos cinzas descrente de que tudo aquilo que sonhara havia realmente se concretizado.

- Sirius para de mexer... – Resmungara uma voz sonolenta ao seu lado.
- Dan... Dan? – Balbuciou o moreno.
- Não... Marilyn Monroe... Agora me deixa dormir...

O sorriso tomara conta dos lábios do moreno girando o corpo para fitar a face angelical de Danielle, a garota mantinha os olhos cerrados e a boca entreaberta de modo quase infantil o que fez o peito de Sirius encher-se de alegria. Ela era dele, e era somente dele.

- Sirius.
- Hum?
- Para de ficar me olhando enquanto eu durmo.
- Impossível.
- Posso saber o motivo?
- Quando você vê a pessoa mais linda e importante de sua vida a sua frente, é impossível parar de olhar.

Danielle gargalhara finalmente abrindo os olhos castanhos e fitando a face divertida de Sirius.

- Desde quando você é uma pessoa brega?
- Desde que me apaixonei por você.
- E quanto tempo faz isso?
- Um longo tempo.
- Ai Sirius, você está extrapolando na cota de breguisse!

O moreno gargalhara a puxando para si beijando-a ferozmente, ambos trocaram sorrisos após o beijo, Danielle levantara-se do tapete felpudo começando a vestir a roupa enquanto Sirius permanecia nu deitado a fitando com uma expressão marota na face.

- Sabe, eu já havia tido sonhos sexuais com você, mas nada se compara a isso... – Ele fazia um gesto com ás mão para demonstrar o corpo da loira.
- Você é realmente um idiota! – Rira Danielle jogando ás roupas do moreno para o mesmo. – Vista-se!
- Por que? A visão do paraíso te incomoda?
- Não, mas certamente vai incomodar meus pais que devem chegar em alguns minutos, e sinceramente acho que o Digo não vai gostar de te ver nu.
- O DIGO ESTÁ VINDO? – Berrara Sirius apavorado começando a se vestir com pressa.

Danielle não agüentara, parara de vestir o blusão velho para ter uma boa crise de gargalhadas, o pavor de Sirius para com seu irmão mais velho era a coisa mais cômica a se ver no mundo.

- NÃO FIQUE RINDO DANIELLE! VISTA-SE! EU QUERO PERMANECER VIVO POR UM LONGO TEMPO OK?
- Ah Sirius deixa de bobagem, eu estava até pensando em contar para o Digo como você é na cama... – Brincara a menina recebendo um olhar assassino do namorado. – Hey, não me olhe assim! Onde está o seu senso de humor?
- Meu senso de humor está intacto junto com meu pênis e eu juro que desejo que eles continuem assim!
- Como é dramático... – A loira girava os olhos terminando de se vestir. – Vem, vamos comer algo.
- Comer algo? Você ficou completamente doida? Eu não vou comer nada! Eu vou para minha casa debaixo dos braços da minha mãe, eu não quero morrer jovem, bonito e cheio de amor para dar!
- Sirius Edward Zabine. – A voz de Danielle tornava-se ameaçadora fazendo o moreno engolir em seco. – Eu não sou qualquer uma que você passa a noite e saí correndo no dia seguinte!
- Dandan, se eu não sair correndo agora não haverá mais noites para passarmos juntos ok?
- Escute bem o que eu vou te dizer... – Rosnara a garota. – Ou você toma um café da manhã descente comigo e depois vai ver sua família ou eu vou tomar café da manhã com Mike Mossey!
- Você não faria isso! – O moreno espreitava os olhos.
- Não duvide de mim. – Retrucara a loira cruzando os braços na altura do peito.

Sirius franziu o cenho, onde raios ele estava com a cabeça quando se apaixonou por Danielle? Ela conseguia ser mais manipuladora do que Kevin quando queria biscoito. Muxoxou alguns palavrões baixinho girando os olhos dando-se por vencido, pela primeira vez na vida ele conseguia sentir-se completamente encoleirado.

- Ótimo! Eu acho que podemos fazer panquecas para o almoço o que você acha? – A loira sorria abertamente puxando o namorado para fora da sala de jogos.
- É incrível sua mudança de humor.
- Você ainda não viu nada Six! – Gargalhava a loira o beijando com fervor.



Aquele quarto realmente parecia uma sela para Jay, seus olhos aparentemente perdidos no teto enquanto sua mente deleitava-se nos maiores dos devaneios. Dizer a Caios para ir atrás de Anne fora uma das coisas mais difíceis que dissera em toda a sua vida, além disso ver como todos a sua volta haviam arrumado alguém para amar e ser amado, menos ele era por demais desconfortante.

Suspirou, tampando os olhos com um braço, tanta coisa havia mudado em tão pouco tempo, logo ele iria mudar de país e iniciar um árduo treinamento de inominável para se juntar em uma guerra que estaria começando em poucos meses, não deveria estar pensando em romances de adolescentes, deveria estar concentrado na guerra e era isso que iria fazer de agora em diante, iria se concentrar no que realmente valia a pena.

A porta de seu quarto abrira-se lentamente, ao escutar o barulho da mesma fechando-se retirou o braço dos olhos, a sua frente estava Stacy, os cabelos estavam num loiro quase branco e os olhos avermelhados como se tivesse chorado por muito tempo.

- ‘Tacy? – Murmurou a fitando surpreso.
- Eu posso ficar hoje aqui? – Sussurrou a menina com uma voz embarganhada.

Jay sorrira levemente abrindo os braços, a loira correra em direção a cama do moreno jogando-se em seus braços recebendo logo um afago nos cabelos dado pelo melhor amigo.

- Ele... Ele transou com ela Jay e...
- Stacy não foi bem assim... – Sussurrou o garoto. – Você deveria ter escutado tudo, Nathan não teve culpa.
- Ele transou com ela Jay? – A garota erguia os olhos ensopados de lágrimas.
- Stacy...
- RESPONDA!
- Tudo indica que sim, mas...
- Então eu não quero mais saber!
- Stacy escute...
- Não! Eu não quero! Eu sai de casa essa manhã por isso, por favor Jay não me obrigue a sair daqui também...

Jay suspirou cansado abraçando firmemente Stacy, não insistiria no assunto ela teria de os ouvir uma hora o outra, mas por enquanto o que ele como melhor amigo poderia fazer era consola-la da melhor maneira que conseguisse. Iria ficar ao lado dela, Stacy sempre fora sua melhor amiga.



Nathan fitava o horizonte da sacada de seu novo quarto na mansão Trent, tudo o que conseguia pensar desde a noite anterior era no que Stacy havia ouvido e no perigo que sua irmã corria ainda instalada no Castelo Adhara, parecia que ele havia caído do céu para o inferno em poucos segundos e por mais que algumas pessoas tentassem lhe puxar novamente para ás nuvens pomposas do paraíso, não conseguiam.

- Maldição. – Sussurrou com raiva.

Tudo era culpa de Gaya, como ela podia ser sua mãe? Odiava o modo no qual ela os tratava, odiava não ter sido apresentado para o maior sentimento do mundo que era o amor. Gaya os privara de tanta coisa, ele e Anne haviam tornado-se robôs graças a ardilosa mãe que tinham e agora, graças a Gaya ele havia perdido a única pessoa que lhe apresentara um sentimento tão intenso que lhe fazia tremer, ele havia perdido Stacy para sempre.

- Você não costumava falar sozinho enquanto morávamos sobre o mesmo teto. – Uma voz macia ecoava a suas costas.

Os olhos de Nathan Adhara lacrimejaram, sua boca ressecara como se por fim tivesse ouvido um fantasma, girou os calcanhares fitando a face angelical de sua irmã caçula, Anne estava lá e por mais que ele lutasse com sua mente de que aquilo não era nenhuma alucinação por falta de uma boa noite de sono ele não conseguia disfarçar a felicidade de ver a sua irmã sã e a salvo.

- Anne. – Balbuciou antes de puxar a irmã para um abraço caloroso.

A morena surpreendera-se, Nathan nunca a abraçara daquele modo, talvez a convivência com os Trent tivessem o curando pouco a pouco e talvez pudesse fazer o mesmo consigo. Afastou-se lentamente fitando a face angustiada do irmão mais velho.

- Vai ficar tudo bem agora Nate... – Murmurou à morena. – Estamos a salvo.

Talvez o cúmulo do tédio não fosse fazer nada, segundo Kevin Malfoy o seu maior tédio não era passar um dia deitado em uma cama coberto por grossos edredons desejando simplesmente não existir, para ele o tédio havia sido transferido para uma única coisa: ver Lauren Sanders encaixotar suas coisas em sua antiga casa.

- Você poderia ajudar sabe? Seria bem mais rápido. – Resmungava a menina guardando em uma imensa caixa de papelão várias bonecas de porcelana.
- Seria mais rápido com magia... – Muxoxara Kevin deitado no tapete do quarto da namorada que lançara-lhe um olhar de pura reprovação. – Ah! Não me olhe assim Laulau! Você sabe que eu sou da lei do menor esforço!
- Você é um folgado isso sim! Quero ver como vai se virar sem magia.
- Quem disse que eu vou ficar sem magia? – O loirinho arqueava ambas as sobrancelhas.

O olhar de Lauren tornou-se sombrio, por um segundo Kevin pode sentir todos os pêlos de seu corpo arrepiando-se como se uma alma negra houvesse se apossado da garota a sua frente, o olhar inocente não habitava mais os olhinhos claros de Lauren, mas sim um olhar cheio de temor e ódio.

- Hey! Não me olhe assim, ‘tá me assustando! – O garoto apanhava um ursinho de pelúcia no chão escondendo-se atrás do mesmo.
- Você não vai aceitar não é? – Murmurou a menina desviando o olhar para ás bonecas voltando a guardá-las na caixa, dessa vez com mais força.
- Lauren...
- Você disse que queria ficar comigo Kevin.
- E eu quero, não estou dizendo o contrário!
- Eu vi nos seus olhos.
- Virou vidente agora Sanders? – Indagara o loiro de maneira sarcástica levantando-se do chão.
- Então me responda Kevin! – Retrucara a morena arremessando a boneca longe fazendo-a bater com força contra a parede quebrando-a em mil pedaços. – Você vai ir para o lado trouxa vivendo em paz até o maldito psicopata que está armando toda essa confusão estar atrás das grades ou vai partir para a batalha correndo o risco de morrer?
- Não acredito que estamos tendo esse tipo de conversa! – Vociferara o menino.
- Sério? Pois eu acredito! – Lauren aumentava o tom de voz.

O olhar de Kevin tornou-se sério, algo pouco visto em si já que de todos os marotos o loirinho era considerado o mais infantil, entretanto Kevin sabia reservar sua seriedade para os momentos certos, sabia ser homem o bastante para enfrentar várias situações e simplesmente odiava ser colocado contra a parede como Lauren estava fazendo naquele momento, limitou-se em dar ás costas a namorada e seguir para fora do quarto batendo-a com força após atravessa-la.

Lauren deu um sobressalto quando a porta batera, em sua garganta um nó formara-se e uma vontade de chorar invadira-lhe todo o corpo, baixou os olhos vendo aos seus pés um antigo porta retrato onde ela estava no colo de seu irmão mais velho com seu pai atrás dos dois, uma foto onde Lauren gargalhava assim como seus dois entes queridos perdidos em meio de toda guerra que iniciava-se.

- Eu só não quero que você tenha o mesmo destino que eles... – Sussurrou baixinho apanhando o porta retratos e o abraçando firmemente.

A vida havia tomado um rumo muito diferente do que Lauren Sanders esperava.


O silêncio habitava toda área que a Mansão Trent ocupava, nem sequer os pássaros pareciam ousar quebrar tal silêncio, em cada cômodo da imensa casa notavam-se pessoas com seus afazeres principalmente os Elfos Domésticos que sequer paravam um segundo de trabalhar. O silêncio parecia cortante assim como o frio.

O frio nunca parecera tão forte para Caios Trent quanto no momento que se passava, Carter estava a sua frente fitando-lhe de modo inexpressivo como se aguardasse que seu filho mais velho lhe dissesse que aquilo tudo não passara de uma piada deveras sem graça. O homem enrijecera o maxilar de tal modo que por algum tempo Caios tivera a ligeira impressão que este se partiria, algo que não veio a acontecer.

- Você fez o quê? – A voz de Carter soara rouca e perigosa como um assovio.
- Eu me casei na noite anterior. – Afirmara Caios. – Anne agora não é mais uma Adhara, é uma de nós, uma Trent.
- VOCÊ FICOU MALUCO? – Urrara Carter batendo com força em sua mesa que estremecera.
- Não, eu realmente gozo de plena saúde mental.
- POIS NÃO PARECE! – Berrara derrubando com força a cadeira ao chão. – ELA É MENOR DE IDADE CAIOS! MENOR DE IDADE! VOCÊ PODE SER MANDADO A AZKABAN POR ISSO! QUEM CASOU VOCÊS? QUEM FOI QUE CASOU UMA MENOR DE IDADE?
- Ninguém casou menores de idade, quero dizer... – O loiro permanecia paciente. – Casaram um maior de idade e uma emancipada.
- ADHARA NÃO É EMANCIPADA!
- Falsifiquei a emancipação de Lauren, enfeiticei os nomes.
- VOCÊ ROUBOU UMA EMANCIPAÇÃO E A FALSIFICOU?
- Sim.

Carter suava, em sua testa uma veia pulsava de modo que aparentava que explodiria a qualquer momento, Caios continuava em paz parado a sua frente como se nada daquilo lhe afetasse, era verdade que ele aguardava uma reação de seu pai, aguardava até receber um belo soco na face, nada daquilo parecia surpreendente para si.

- Você vai desfazer isso. – Arfara o homem. – Vai imediatamente ao Ministério pedir anulação.
- Não pai, eu não vou.
- Sim Caios, você vai!
- Eu sou o senhor do meu destino.
- Você é apenas um pirralho mimado que eu por um dia acreditei ter cérebro, mas me enganei!

O loiro suspirou, em sua infância inteira seu maior temor sempre fora desagradar Carter Trent, vira sempre seus pais como super heróis incríveis e ansiava jamais decepciona-los, ansiava dia após dia ser como eles, ter a coragem de sua mãe e a astúcia de seu pai, ter a alma de guerreiros que amam possuíam, ser por fim um verdadeiro orgulho para sua família.

- É uma pena que pense assim... – Murmurou desgostoso. – Estou casado com Anne agora, não irei desfazer de algo que dei minha palavra.
- VOCÊ MENTIU COM SUA PALAVRA CAIOS! PELO AMOR DE MORGANA!!! – O homem avançava pelo gabinete agarrando o filho pelos ombros o sacudindo como se daquele modo alguma sanidade surgisse em seu ser. – VOCÊ ROUBOU, VOCÊ FALSIFICOU, VOCÊ PODE IR PRESO E NEM EU NEM SUA MÃE PODEREMOS TE TIRAR DE LÁ!

Caios maneara a cabeça negativamente, pela primeira vez em toda sua vida achara tudo o que seu pai falara uma grande baboseira. Ele jamais iria para Azkaban, seu avô Cold jamais permitiria isso muito menos seu bisavô Draco I, além disso Caios duvidava muito que sua mãe, caso ele fosse preso, não invadisse Azkaban de um modo não muito civilizado.

- Você realmente não entende não é pai? – Rira o loiro nervoso.
- Explique então Caios! – Grunhira Carter afastando-se brutalmente.
- Mamãe me contou que uma vez você viu o seu futuro, um futuro que ela estava morta e todos que você amava infelizes... – Começara o rapaz sério. – Você preferiu tornar-se o Herdeiro das Trevas a ver minha mãe morta futuramente, preferiu matar trouxas e bruxos ao vê-la dentro de um caixão!
- É diferente. – A face do homem contorcia-se em fúria.
- Não pai, não é diferente! Se Anne permanecesse com os Adhara ela iria acabar morta ou casada com Vega! Eu mataria mil homens para vê-la viva e mais mil para tê-la em meus braços.
- Agora eu presumo que você vai se tornar um homem de família? – Zombara Carter. – Uma casa para morarem, vai trabalhar para se sustentarem e eu creio até mesmo que irão ter um monte de filhinhos, isso tudo antes de você ir para a FACULDADE, antes de você SE FORMAR, dentre OUTRAS COISAS!
- Em meio a uma guerra? – Rira Caios com escárnio. – Ah clarooo... Eu vou estar cursando uma faculdade enquanto o mundo chega ao seu fim, muito boa pai.
- Eu não estou de brincadeiras aqui Caios!
- Eu também não estou!
- VOCÊ NÃO TEM IDADE PARA ASSUMIR UMA FAMILIA! VOCÊ SÓ TEM DEZESSETE ANOS!
- O SENHOR GOVERNOU UM IMPÉRIO DE TREVAS COM A MINHA IDADE E ACHA QUE EU NÃO POSSO LIDAR COM UM CASAMENTO?
- VOCÊ SEMPRE FOI MIMADO CAIOS, SEQUER SABE O QUE É PASSAR DIFICULDADE!
- ENTÃO EU PASSAREI PARA SABER COMO É!
- NÃO CONSEGUE ENXERGAR A MERDA QUE ESTÁ FAZENDO?

Os olhos de seu pai sempre foram verdes desde que se lembrava, sua mãe já havia lhe contado sobre os olhos de Carter serem castanhos esverdeados, mas isso jamais havia presenciado. Os olhos de seu pai era verdes vivos, como o seu e a cada berro dado parecia que o verde se aflorava ainda mais se é que era possível. Pensou como os seus deveriam estar, relaxou as próprias expressões faciais dando ás costas ao pai caminhando em direção a porta.

- ONDE PENSA QUE VAI CAIOS, NÃO TERMINAMOS A NOSSA CONVERSA!
- Terminamos pai. – O garoto respondia seco colocando a mão na maçaneta. – Não se preocupe eu e minha mulher não colocaremos nossos pés em sua casa mais, não enquanto você ver nosso casamento como uma merda.

A boca de Carter abrira categoricamente, Caios abrira a porta do gabinete o abandonando o que fez o patriarca dos Trent apanhar a varinha e explodir a maçaneta da porta na qual seu filho passara.

Ao ouvirem o barulho Anne e Nathan correram escadaria abaixo, assim como Amy, Joe e Dalilah correram para o hall da frente vendo a face séria e dura de Caios e a expressão de ódio na face de Carter, uma expressão que Amy só havia visto em meio a uma guerra a anos atrás.

- Carter, mas o que diabos está havendo aqui? – Indagou a mulher agarrando o braço do marido que mantinha a varinha erguida para o filho mais velho.
- PARE IMEDIATAMENTE CAIOS É UMA ORDEM! – Urrara Carter.
- Anne, nós não iremos ficar aqui, vamos para um hotel... – O loiro aproximava da esposa beijando-lhe o topo da cabeça.
- Caios eu...
- Shiii... Nós somos casados agora. – Sussurrara ao pé do ouvido da garota. – Não vamos nos separar.
- MAS QUE PALHAÇADA ESTÁ HAVENDO AQUI? – Gritara Amy.
- SEU FILHO RESOLVEU MOSTRAR O QUANTO É MADURO E CASOU-SE! COMOVENTE NÃO ACHA?
- Ca-casados? – Os olhos de Amy Trent arregalavam-se em descrença.

Dalilah encolhera-se atrás de Joe, era a primeira vez que a pequenina via o pai possesso de tal modo. Já Joe possuía tanta perplexidade quanto a mãe, sempre acreditou que Caios jamais seria casado, que seu irmão seria o próximo solteirão mais desejado de Londres, aparentemente suas crenças não andavam sendo muito exatas.

- Nathan eu te mando uma coruja mais tarde indicando onde eu e sua irmã estamos hospedados, você poderia levar algumas roupas para mim sim?
- Sim, claro... – O moreno franzia o cenho fitando a irmã caçula.
- CAIOS NÃO OUSE ME IGNORAR! – Berrara Carter.
- ESCUTE BEM PAI, POIS EU VOU FALAR SÓ UMA ÚNICA VEZ! – O loiro virava-se de modo perigoso. – ANNE E EU ESTAMOS CASADOS, ELA É MINHA MULHER E EU JURO POR QUALQUER COISA QUE O SENHOR QUISER QUE EU VOU PROTEGÊ-LA COM A MINHA VIDA!
- VOCÊ ESTÁ ESTRAGANDO SUA VIDA E A DELA!
- NÃO PAI! VOCÊ É QUEM ESTÁ ESTRAGANDO NOSSAS VIDAS E EU ESPERO QUE O SENHOR PARE DE ME ENCHER O RAIO DO SACO! EU JÁ TENHO IDADE O SUFICIENTE PARA ASSUMIR MEUS ERROS E FAZER MINHAS ESCOLHAS E ESSA É A MINHA ESCOLHA FINAL!

Carter avançara arremessando a varinha longe, Caios apenas empurrara Anne para trás de si. Seu pai erguera o punho de maneira veloz a ponto de acertar-lhe a face parando a milímetros de seu nariz, Caios fitara a face de seu pai enrrugar-se e logo percebera que sua mãe havia usado um feitiço silencioso paralisador. Amy caminhara como uma digna dama até o filho parando ao lado do marido encarando-o com seus inquestionáveis olhos azuis turquesas.

- Jamais diga que seu pai estragou sua vida Caios, JAMAIS! – Reprovava a mulher acertando uma bela bofetada na face do filho fitando-o friamente. – Agora vá.

Não precisou dizer mais nada, Caios abraçara Anne que possuía a face ensopada de lágrimas grossas e apartara com a garota dali.

Nathan engolira em seco ao ver o feitiço que segurava Carter se desfazer e Amy cair ajoelhada ao chão soluçando como nunca, com tal ato o patriarca dos Trent aparentara relaxar perante a situação abraçando a esposa com força, Joe já havia desaparecido dali com uma chorosa Dalilah e tudo ao redor parecia girar. Nathan jamais pensara que veria o casal Trent tão infeliz.



A cozinha da imensa mansão dos O’Brian era deveras espaçosa e clara, Sirius mantinha-se sentado em cima da banqueta enquanto fitava Danielle fazer panquecas, havia relaxado a algum tempo desde que abandonaram a sala de jogos, afinal saber que Digo e o Sr. O’Brian haviam ido para o interior para recrutar mais soldados bruxos para a nova guerra e que a Sra. O’Brian iria visitar uma amiga deveras doente perto do Hospital era um grande motivo para ser a pessoa mais zen do planeta Terra.

- Eu não acredito que você está feliz com isso Sirius! – Resmungara a garota colocando uma panqueca em um prato. – Meus pais me abandonam no Natal e você fica contente!
- Hey, nada contra seus pais! Eu realmente os aprecio ok?
- É o primeiro Natal que eu passo longe do Digo...
- E isso não é maravilhoso? – O moreno sorria abertamente recebendo um olhar assassino da namorada. – Ah! Qual é Dandan? Antes passar a manhã natalina com seu namorado incrivelmente sexy a passar com um irmão com tendências assassinas!
- Eu não estou achando graça nenhuma Sirius! – Resmungara a loira colocando uma ultima panqueca no prato fitando o namorado com uma expressão nervosa.
- Sabe... Você realmente fica gostosa nesse avental... – Analisava o grifinório entortando o pescoço.
- SIRIUS! – As bochechas da loira enrubesciam.
- Não grite comigo por falar a verdade!

Antes que Danielle pudesse arremessar o avental na face do namorado um click fora escutado vindo da sala, a face descontraída de Sirius logo tornou-se apavorada o que o fez pular para trás da banqueta escondendo-se, Danielle limitou-se em dirigir-lhe um belo chute na canela e girar os olhos seguindo em direção a sala de maneira superior. Onde ela estava com a cabeça quando começou a se apaixonar pelo Traste Lambe Lixo?

- Caios? – Indagou surpresa.

Ver a silhueta definida de seu melhor amigo em sua casa não era algo que deveria ser surpreendente, não para Danielle já que Caios tinha passaporte para sua casa praticamente em todos os dias das férias, entretanto não esperava encontra-lo parado em sua sala de estar de mãos dadas com a garota mais bonita de Hogwarts ao seu lado em uma manhã de natal, Caios nunca aparecia em época de Natal, no máximo mandava uma coruja com uma carta cheia de erros gramaticais e corações natalinos.

- Olá Danielle... – A voz de Anne era aveludada e delicada, por um segundo ou menos Danielle pensou que todas as vozes femininas deveriam ser daquele modo. – Perdoe-nos pela invasão.
- Ah... Não se preocupe com isso! – A loira sorria fracamente reparando nos ferimentos na face da menina. – Caios é praticamente da família...
- Dani... – Caios a chamara sério.

A loira voltou a face para o melhor amigo, este possuía uma imensa vermelhidão na bochecha direita e uma expressão preocupada nos olhos, uma preocupação que tornara-se parte de Caios após alguns meses.

- Por Merlim! O que houve com vocês dois? Estiveram em alguma batalha? Venham, o Sirius está escondido na cozinha, eu fiz panquecas vocês podem me contar o que houve enquanto comemos.

Caios dera o primeiro passo sendo segurado por Anne, o que fez o loiro a fitar com preocupação assim como Danielle.

- Agradecemos sua hospitalidade Danielle, mas creio que é uma situação delicada, Caios e eu não queremos coloca-la em confusão.
- Anne eu estou em confusão desde o dia que eu conheci Caios ok? Ele é meu melhor amigo oras! Só Merlim sabe ás coisas que ele já me meteu, e nada pode ser pior do que a vez que ficamos presos no esgoto.
- Eu acho que dessa vez é pior... – Caios sussurrou.
- Ah! São vocês! – Sirius saia da cozinha sorridente. – Por um minuto pensei que seria capado.
- Sirius agora não. – Ameaçara Danielle séria. – O que está havendo Caios?
- Anne e eu, estamos casados. – Confessara o loiro seriamente.

Danielle arregalara os olhos assim como Amy fizera a alguns minutos atrás já Sirius entrara numa crise de gargalhadas infundáveis o que resultou em Anne lhe fitando como se ele possuísse alguma espécie de distúrbio mental.

- Você está falando sério? – Perguntou a loira perplexa.
- Sim. – Afirmara Caios cansado.
- Ok... – A loira respirara fundo avançando na sala começando a estapear o melhor amigo. – E EU NÃO FUI A MADRINHA? COMO OUSA CAIOS TRENT? SEU PSEUDO MELHOR AMIGO! NEM PARA ISSO VOCÊ ACHA QUE EU SIRVO NÃO É? EU NÃO POSSO NEM SER A MADRINHA DO SEU CASAMENTO! AHH EU VOU TE MATAR SEU...
- Hey! Hey! Hey! Calma Dandan! – Rira Caios mais ralaxado afastando a garota facilmente. – Por Merlim, hoje é o dia de agressão a Caios Trent?
- HAOIAHioaHaioHAIOHAIO VOCÊ SE CASOU CARA! AHOIAHoiaHAOIHAOIHA – Sirius gargalhava de tal modo que se apoiava com ás mãos no batente da porta.
- Ele está bem? – Indagara Anne perplexa.
- É o modo dele reagir a uma noticia estressante... – Comentara Caios. – Kevin reage pior, acredite.
- SIRIUS PARE COM ESSA BESTEIRA! – Urrara Danielle arremessando uma almofada do sofá no namorado. – Muito bem, seu pai te expulsou de casa?
- Não, na verdade eu resolvi sair... – O loiro comentara cansado.
- Caios eu acho melhor nós...
- Já disse que não Anne! – Ralhara o rapaz. – Estamos nisso juntos e eu não vou repetir isso de novo!
- Caios não costuma voltar atrás com uma palavra Anne, POR CÉUS SIRIUS PARE DE RIR!
- ahOIHIOAhAiohaioha IMPOSSIVEL AahoiahoiahIAhaioHAIHAioahIOA.
- Argh, ignorem-no ok? – A garota girava os olhos. – Venham, vamos comer algo na cozinha e conversar melhor sobre isso.

Caios puxara delicadamente a mão de Anne a fazendo lançar-lhe um olhar de compaixão, Danielle limitara-se em dar um belo empurrão no namorado o forçando a adentrar novamente a cozinha, Sirius por nenhum segundo sequer conseguira conter a crise de gargalhadas que mais pareciam com um latido.

- Sirius eu estou avisando... – Ameaçava a grifinória mostrando a espátula.
- O que você vai fazer? Espalma-lo? – Zombara Caios divertido sentando-se a bancada ao lado da esposa.
- Posso fazer pior. – Rira a menina maliciosa. – Anne você gosta de panquecas?
- Sim, obrigada. – Murmurara a garota sendo servida por Danielle antes mesmo de responder.
- Muito bem, como que permitiram que vocês se casassem? - Indagou a loira séria após se servir e servir Caios deixando um prato para Sirius que tentava controlar a risada servindo-se de água como se esta fizesse algum milagre para que ele parasse de rir.
- Bem... – Caios remexeu-se no assento. – Lauren é emancipada e os documentos dela estavam na Mansão Malfoy, eu apenas fui até lá apanhei o documento e o enfeiticei, em seguida resgatei Anne e fomos para o Condado de Surrey, onde nos casamos.
- Você se esqueceu que pagou dois mendigos para serem ás testemunhas... – Comentou Anne com uma sombra de sorriso passando em seus lábios delicados.
- Ótimo! Um mendigo é sua madrinha de casamento! – Danielle falava magoada enfiando um imenso pedaço de panqueca na boca.
- Não seja injusta Dandan... – Caios sorria de canto. – Você será a madrinha quando fizermos uma festa grande.
- Assim espero! – Rosnou a garota. – SIRIUS SE VOCÊ CONTINUAR ASSIM VAI BEBER TODA A ÁGUA DA MINHA CASA!
- Desculpe aHAoihaIOAH. – Sirius aproximava-se arfante. – É incontrolável sabe? HoiHIOAHahIOAhiao
- Argh você é inexplicável! – Grunhiu Danielle dando um tapa na cabeça do namorado que muxoxara. – E vocês vão fazer o quê agora? Quero dizer...
- Vamos para um hotel. – Respondera Caios sério. – Depois eu vou pegar minhas economias no Grinotes e comprarei uma casa no sul.
- Vocês estão mesmo decididos a manter isso? – Sirius parava de rir fitando o casal intrigado.
- Sim. – Respondera Anne suavemente fazendo Caios dar um sorriso maravilhado. – Não vejo outra forma de enfrentarmos isso tudo a não ser juntos.
- Uau. – Danielle arregalava os olhos. – Por que você não é que nem eles Sirius! Olha só, eles são fofos, lindos e você é essa coisa lambuzenta!
- Lambuzenta? – Sirius arqueava as sobrancelhas recebendo um beliscão de Danielle. – AI! AI! AI! Sem agressões Dandan!
- Hum... Dani... – Chamara Caios com um sorriso brincando nos lábios.
- O que foi? – Resmungou a menina.
- O que o Sirius faz aqui a essa hora com as roupas de ontem?

Aquele fora o ponto máster da conversa, se Sirius tinha parado de gargalhar a segundos atrás dessa vez seria praticamente impossível pará-lo, Danielle possuía a face tão rubra que Caios teve que segurar uma bela risada já que Anne lhe lançava um olhar de restrição, aparentemente àqueles gestos só aumentavam a cota de risadas de Sirius Zabine.

- PARA COM ISSO SIRIUS! – Berrara a loira constrangida.
- Ainda não me respondeu Dandanzinha! – Caios sorria largamente.
- E não sei por que deve responder... – Anne franzia o cenho para o marido. – As intimidades deles não lhe dizem respeito Caios!
- Como não? Ela é praticamente minha irmã!
- EU NÃO VOU FALAR DE MEUS ATOS INTIMOS COM VOCÊ CAIOS TRENT! – Urrara Danielle escondendo a face dentre os dedos.
- Então vocês realmente fizeram sexo? – As sobrancelhas loiras do rapaz subiam e desciam de maneira questionadora.
- Caios pare com isso... – Anne rolava os olhos. – Ignore-o Danielle, ele só que te deixar mais constrangida.
- Argh! Eu sei! – A loira fuzilava o melhor amigo e o namorado que continuava gargalhando. – Ás vezes eu me pergunto o que eu fiz a Merlim para merecer essas duas PESTES em minha vida!
- Isso realmente ofendeu Dandan! – Sirius fazia bico tentando controlar a risada o que faziam seus lábios tremerem.

Danielle soltara um barulho como um rosnado o que fez Sirius sorrir ainda mais assim como Caios, Anne segurou um risinho dentre os lábios, a morena tinha que concordar com o marido em uma coisa: irritar Danielle era de certo modo cômico. A loira aparentava que voaria na jugular de Sirius a qualquer segundo até que um barulho de explosão foram escutados na sala de estar, como se duas pessoas tivessem saído de dentro de algo extremamente estreito e logo um rapaz loiro seguido de uma garota baixinha de cabelos castanhos adentraram a cozinha ambos cobertos de cinzas da lareira da casa.

- O QUE MINHA CASA VIROU? HOTEL? – Urrou a loira nervosa.
- Quanto estresse. – Kevin girava os olhos colocando-se ao lado de Sirius. – O que ‘tá pegando?
- Aparentemente Caios e Anne se casaram! – Sirius gargalhava fazendo os olhos de Lauren quase saltarem da face.
- E aparentemente Sirius e Danielle fizeram sexo. – Concluía Caios cruzando os braços orgulhoso.

Kevin abrira a boca categoricamente e pelo que todos presentes notaram o loirinho havia se esquecido de respirar, aderindo uma posição incrivelmente atônita, Danielle resmungara alguns palavrões recolhendo os pratos sobre a banqueta e os jogando na pia, Lauren dividia-se em olhar para Caios estupefata e fitar a amiga loira ranzinza.

- Kevin, respira. – Ordenara Caios.
- CACAZITINHO ESTÁ CASADO?? SIX FEZ SEXO? – O loirinho finalmente berrara assustando Anne.
- HAOIhaIHAioaHiaHAIO EXATAMENTE! – Sirius bracejava.
- TEMOS QUE DAR UMA FESTAAA!!! – O garoto agarrava Anne a cumprimentando e logo voltando-se a Caios que lhe censurara com o olhar gélido. – Isso é lindo! Eu realmente estou comovido para com essa situação, quero bolo de casamento, e quero saber onde vocês transaram, não quero me aproximar sabe?
- CALA A BOCA KEVIN! – Berraram Sirius e Danielle ao mesmo tempo.
- Ok, ok, ok! Sem estresse galera, vocês dois deveriam estar Zen, o sexo nos traz bom humor a não ser que o Sirius tenha sido ruim de cama, ele foi Dandan?
- CALA A BOCA KEVIN! – Mais uma vez o casal urrara fazendo o loirinho sorrir maroto escondendo-se atrás de Caios.
- Eu realmente estou me controlando para não te matar. – Rosnara Danielle lançando um olhar mordaz a Caios.
- Hey, eu me casei e você fez sexo! Estamos quites! – O loiro dava os ombros. – De todo modo eu queria que a Anne ficasse aqui por algumas horas... – O tom de Caios tornava-se sério fazendo a careta de desgosto de Danielle se desfazer e esta aderir uma expressão mais humana.
- Por que eu ficaria aqui? – Indagou Anne séria.
- Bem... – Caios fitava Lauren. – Lau-Lau eu roubei ontem sua emancipação para nos casarmos me desculpe por isso.
- Sem problemas... – A voz da corvinal saia fraca.
- E como você sabe eu posso ir para Azkaban caso sua mãe dê alguma queixa no Ministério da Magia... – Caios voltava à esposa colocando um dedo em seu queixo erguendo seus olhos. – Eu pretendo estar presente quando Gaya for fazer isso, mas não quero que você esteja lá.
- Caios... – Os olhos de Anne tornavam-se tristes.
- Você pode ficar aqui com a Dandan, eu vou reservar nosso hotel pedir a Nathan para levar minhas coisas, além disso Dandan pode te emprestar algumas roupas, você pode tomar um banho e descansar...
- Verdade. – Danielle falava calma depositando uma mão no ombro da morena. – Anne você agora é da família, e pelo que eu vejo tem dias que você não dorme, parece cansada.
- Eu não quero te deixar... – Soluçara a menina.
- Hey... Eu vou voltar aqui no final do dia para irmos para o hotel.
- Promete?
- Quando foi que eu não fiz algo que eu tenha falado que faria Anne?
- Promete Caios.
- Ok... – O loiro suspirava. – Eu prometo.
- Isso foi romântico. – Analisou Kevin risonho. – Bem, e então vamos Cacazitinho?
- Hã? – Caios franzia o cenho.
- Achou mesmo que eu e o Six vamos deixar você enfrentar a Bruxa de Blair sozinho?
- Isso realmente nos ofende Caca! – Sirius emburrava. – Primeiro não nos convida para o casamento e agora tenta nos privar de ver Gaya Adhara tendo uma crise de pelanca!
- Vocês realmente não existem... – Caios rira maneando a cabeça negativamente. – Então acho melhor irmos de uma vez...
- Eu cuido da Anne. – Danielle sorria abertamente.
- Obrigado Dandan. – Caios sorria para a melhor amiga logo roçando os lábios aos da morena a sua frente. – Eu volto.
- E eu te espero. – Sussurrou a garota.

Kevin fora o primeiro a abandonar a cozinha sem sequer despedir-se de Lauren que limitou-se em baixar a cabeça, Sirius dera um beijo estalado na bochecha de Danielle correndo atrás de Caios que já havia atravessado a porta estreita que ligava a sala, logo um clique fora escutado e a presença dos três rapazes esvaíra-se da grande casa dos O’Brian.

Danielle fitou ás duas garotas, Lauren sentara-se cabisbaixa ao lado de Anne que a fitara de modo maternal, a loira podia sentir que Anne sentia algum pesar em relação à Lauren afinal pelo que Caios lhe contara, Anne sentia-se em parte responsável pela morte do pai da doce corvinal.

- Por Merlim, que caras são essas? – Danielle sorria marota. – Podemos ter uma tarde só de meninas, eu uso o telefone trouxa que meu pai comprou, ligo para Stacy e o time estará oficialmente completo!
- Não estou muito em clima de tarde para meninas... – Lauren sussurrava apoiando os braços sobre a bancada e logo enfiando a face entre os mesmos.
- Algum problema? – Anne perguntara delicadamente levando com receio a mão aos cabelos da garota afagando-os com cuidado.
- Kevin e eu não estamos bem. – Declarara a garota para espanto das outras duas garotas.
- Ok, isso é um caso de emergência, temos bombas aqui e se a Stacy não estiver presente ela vai ter um colapso e nos punirá! – A loira corria para a sala voltando em segundos com um telefone nas mãos discando freneticamente alguns números. – Alô? Oi! Onde você está? Hum... Bem, o Jay vai ficar bem eu acho... Erm... Você pode vir para cá? O problema está sério... Não que um dos casos seja um problema, mas eu acho que você deveria vir ok eu...

Um clique fora escutado surpreendendo todas, Stacy logo estava frente a Danielle desligando o celular fitando a amiga com um olhar extremamente curioso, Anne pôde reparar que os olhos da bela metamorfomaga estavam levemente inchados como se tivesse chorando a alguns minutos atrás.

- Ok, onde é o incêndio? – Perguntou Stacy que possuía os cabelos loiros com mechas negras.
- No seu cabelo! – Anunciara Danielle. – Mas que coisa Stacy, parece uma integrante da família Adams!
- Hum? Ah! O cabelo... – A garota sorria sem graça fazendo os cabelos ficarem inteiramente negros. – Jay estava me ajudando num visual novo...
- Bem, vamos todas para meu quarto, a tarde vai ser um pouco longa... – Danielle suspirava atravessando a porta da cozinha logo sendo seguida pelas outras garotas.



Caios mantinha-se imponente parado ao lado de uma imensa estatua do Trio Dourado de Hogwarts, Kevin mantinha-se calado o que era considera um milagre vindo dos marotos, já Sirius embaralhava em suas mãos um baralho velho. Os três aparentavam estar atentos a cada pessoa que atravessava os imensos portões do prédio do Ministério da Magia, como se esperassem um imenso ataque ao mesmo.

- Desculpe a demora. – Uma voz rouca ecoava fazendo Caios virar a face e fitar Nathan ao seu lado. – Você tem mais tralhas do que uma garota.
- Eu sempre disse isso a ele, mas ele nunca levou a sério! – Brincara Sirius.
- Ah calem a boca vocês! – Resmungara Caios.
- Está tudo aqui... – Nathan retirava uma mochila dos ombros. – Sua mãe hum... Colocou algumas roupas para a Anne.
- Minha mãe? – Surpreendia-se Caios.
- É, bem... Eu estava com ela no Beco até agora por isso me atrasei, ela comprou algumas coisas para a Anne...
- Que coisa, a Annezinha se casa e renova o guarda roupas já o Cacazitinho sai de casa... – Kevin sorria de canto.
- Suas piadas hoje estão uma droga Keke. – Caios espreitava os olhos. – O que diabos há com você?
- Lauren. – Declarou o loirinho tristonho.
- Desde quando mulher é problema? – Indagava Sirius guardando o baralho nas vestes.
- Ela acha que, argh! Ela acha que eu não devo ir para a guerra, acha que eu tenho que...
- Eu concordo com ela. – Sirius franzia o cenho. – E acredite, eu estou quase convencendo a Danielle a nos mudarmos para Las Vegas.
- Eu pretendo lutar. – Nathan dava os ombros. – Não tenho motivos para ficar quieto.
- Eu vou embora com Anne assim que acabar o ano letivo... – Caios falava calmo. – Não a colocarei em risco de novo...
- Eu não consigo ok? – Kevin declarava cansado. – “Um homem morre quando deixa de lutar por justiça” Martin Luther King.
- Uau, estamos progredindo aqui, Keke citando Luther King! – Sirius sorria de canto.
- Não acho que é questão de progredir... – Caios comentava calmo. – Você só sabe sobre Martin Luther King por conta da Lauren não é?
- Ela me falou sobre ele uma vez... – O loirinho baixava os olhos. – Eu tenho ideais sabe? E eu quero estar lá, lutando por eles.
- Já pensou que Lauren pode estar com medo? – Nathan perguntava sério. – O pai dela morreu a pouco tempo e o irmão está desaparecido por conta de uma guerra que mal iniciou-se, imagina como ela deve estar apavorada com o fato do homem que ela ama se meter em uma guerra que estará praticamente pronta daqui a um ou dois anos?

Kevin engolira em seco como se estivesse envergonhado, já Caios sorria orgulhoso para Nathan, Sirius limitou-se em tocar o ombro do melhor amigo como se o incentivasse, em um relacionamento ás pessoas abrem mão de sonhos e ás vezes de alguns idéias, Kevin deveria analisar naquele momento se estaria disposto a abrir mão de algumas coisas por Lauren Sanders.

- Caios. – A voz severa de Carter Trent ecoava por toda dimensão.
- Pai... – Caios virava-se com o maxilar endurecido preparado para uma próxima briga com o homem a sua frente, uma briga que não surgiu.
- CAIOS TRENT! – A voz esganiçada de uma mulher invadira toda a parte da frente do Ministério da Magia.

Gaya Adhara avançava em direção ao loiro com suas vestes longas roxas, vestes da mais pura seda encontrada no mundo que pareciam dançar a cada passo dado por sua dona. Ao lado da mulher um homem robusto e careca encontrava-se, Apus Vega que nunca demonstrara impassibilidade em sua face demonstrava a pior expressão do mundo, atrás de ambos vinham alguns bruxos trajados com roupas caras, todos mantinham varinhas em mãos.

Nathan fora o primeiro a sacar a varinha e colocar-se frente a Caios, gesto que fizera todos os bruxos atrás de Gaya e Apus fazerem o mesmo, resultando em Caios e os outros imitando o gesto. Ás pessoas que passavam na rua ou adentravam o Ministério no momento pararam imediatamente o que faziam a fim de presenciar tal espetáculo.

- ONDE ESTÁ MINHA FILHA TRENT? – Berrara Gaya com uma voz esganiçada.
- Bem casada. – Respondera o loiro brincando com a varinha dentre os dentes.
- ORA SEU FILHO DA... – Gaya dava alguns passos fazendo uma pessoa surgir do nada e colar a própria varinha no pescoço da mulher.

Caios aliviara-se ao ver a silhueta de Jay a sua frente, o garoto mantinha uma pose autoritária enquanto fitava nos profundos olhos da monarca dos Adhara, Gaya limitou-se em soltar um risinho pelo nariz e as afastar lentamente da varinha do filho mais velho dos Potter’s.

- Se tentar se aproximar mais uma vez Sra. Adhara, serei obrigado a ser completamente rude, coisa que eu não aprecio ser com as mulheres. – O rapaz falara firme.
- Jay... – Caios murmurara satisfeito em ver o melhor amigo.
- Onde está Anne? – A mulher perguntara com a voz um pouco mais controlada.
- Está casada. – Carter pronunciara. – Com o meu filho.
- ISSO É IMPOSSIVEL! – Berrou a mulher voltando a se descontrolar sendo segurada pelo braço por Apus.
- O que Gaya quer dizer é que não concedeu a sua filha caçula nenhuma licença de casamento, e pelo que sabemos menores de idades não são permitidos. - Intervinha Apus Vega.
- Mas nós nos casamos. - Caios declarara seco.

Jay estremecera com o comentário do loiro, havia ido para o Ministério da Magia justamente para fazer sua inscrição no treinamento na Bulgária quando vira Gaya Adhara avançar com vários bruxos em direção a Caios, Nathan, Carter, Sirius e Kevin, não pensou duas vezes ao colar a própria varinha no pescoço daquela mulher que tanto enojava. Mas ouvir ás palavras de Caios o fizeram por um segundo ou menos sentir uma tremenda vontade de permitir que Gaya o azarasse, envergonhou-se de tal sentimento, mas não podia evitá-lo, o amor que sentia por Anne ainda vivia em seu peito assim como o carinho para com Caios. Bulgária lhe parecia um paraíso após a revelação de que Caios realmente havia se casado com o amor de sua vida.

- EU VOU MANDÁ-LO A AZKABAN! - Berrou a mulher.
- Eu acho que não. - Nathan pronunciava-se avançando em direção a mulher. - Eu poderia testemunhar o que houve em sua sala de jantar um dia antes do Natal, poderia dizer o tratamento que deu a mim e a minha irmã na infância, eu poderia inocentar Caios e fazer com que a senhora fosse para Azkaban. O que acha disso mamãe?

Os olhos de Nathan nunca ficaram tão negros quanto naquele momento e sua voz nunca fora tão firme, Gaya o encarou perplexa como se finalmente se desse conta do homem que o filho havia se tornado, soltou um sorrisinho pelos lábios finos analisando o filho de cima a baixo.

- Seu pai ficaria orgulhoso Nathan. - Começou a mulher. - Você conseguiu atingir o auge em manipulação de situações.
- Não estou aqui para orgulhar ninguém Gaya.
- Oh sim, está aqui para defender seu amiguinho eu presumo... - A ruiva sorria com escárnio lançando um olhar para Caios. - Espero que tenha surpresas agradáveis com esse casamento Trent! Tão agradáveis como ás noticias que eu terei.

Antes que Nathan ou Caios dissesem mais alguma coisa, Gaya desaparecera num clique assim como Apus e os outros bruxos, a tensão parecera se tornar ainda maior no ambiente quando Jay virarase para encarar Caios, os olhos dos dois rapazes se cruzara e então Caios pôde ver toda tristeza que se emanavam nos olhos de seu melhor amigo.

- Jay! - Chamara o loiro.

O moreno apenas maneara a cabeça se afastando adentrando o Ministério de maneira veloz, Caios engoliu uma tremenda vontade de chorar, era como se todas as chances de voltar a ter uma amizade com Jay tivessem desaparecido.

- Dê um tempo a ele cara, ele vai se acostumar... - Kevin murmurara. - Ele só precisa de um tempo para digerir isso tudo.
- Eu realmente odeio o tempo. - Finalizara Caios dando-se finalmente em conta que seu pai havia desaparecido de seu lado.

O loiro baixou a cabeça, agora deveria enfrentar a vida de outro modo, deveria ser adulto.



O imenso quarto de Danielle O’Brian aparentemente não surpreendia os olhos castanhos esverdeados de Anne Adhara que estava acostumada com o conforto desde que era um bebê. Stacy tagarelava enquanto adentravam o quarto de paredes de gesso branco com pinturas de pôsteres de bandas de rock antigas, ás janelas vitrais com armação branca cobertas por persianas prateadas, no chão um carpete negro alastrava por toda dimensão do quarto. Um imenso espelho que ia do teto até o chão encontrava-se frente à imensa cama de casal dois por dois de armação preta coberta por uma colcha com fotos em preto e branco dos Beatles. Além do mais toda a dimensão do quarto era cercada por prateleiras amarrotadas de livros, porta retratos, discos, cds e bugigangas, um quarto que dizia muito sobre a personalidade forte da goleira da Grifinória.

- Todas ás vezes que eu entro em seu quarto eu o acho maior... – Comentara Lauren desabando em um pufe preto e branco ao lado do armário de metal.
- Então eu acho que você está diminuindo... – Rira Danielle caminhando calmamente em direção a um aparelho de som, colocando um disco no mesmo procurando uma música específica.
- Pode se sentir a vontade Anne... – Stacy declarara deitando na cama da amiga. – O quarto não é meu, mas finja que é!
- Aucth! Essa doeu Tacy! – Dani fazia uma expressão incrédula.

Anne sorriu fracamente deslizando por todo carpete preto até puxar uma cadeira cinza confortável que ficava frente a uma escrivaninha com vários papéis escritos em cima, a morena espiou por cima dos papéis tentando conter a curiosidade o que fez Lauren morder o lábio inferior e segurar um risinho.

- Para a sua saúde mental eu não arriscaria olhar aí! – Avisara a Corvinal.
- Ah... Desculpe. – A sonserina corava com o comentário.

Uma melodia começara a ecoar do aparelho do som, Danielle suspirara com tal canção afastando-se do mesmo e sentando ao pé de sua cama encostando a cabeça na colcha que cobria todo o colchão, Stacy baixara a cabeça e levara a mão delicada até a cabeça da amiga fazendo um leve cafuné, Anne prendera a respiração ao escutar a letra da música que as embalava, era como se fosse uma mensagem para todas elas uma mensagem de independência.

- Você sempre soube escolher ás músicas... - Comentara Stacy com um sorriso de satisfação. - Como chama essa?
- November Rain, é de uma banda trouxa antiga... - A goleira sorria de canto. - Guns 'N' Roses.
- É uma boa banda... - Sussurrara Anne.
- Bem, parece que estamos meio que precisando de algo para nos motivar não é? - Danielle levantava-se do chão. - Vamos começar por quem? A que se casou, a que foi traída ou a que brigou com o namorado?
- Que tal começar com a que fez sexo? - Lauren retrucava empinando o queixo de maneira mandona.
- Sexo? - Os olhos de Stacy arregalavam categoricamente. - Você e o Sirius...
- Não, eu e meu coelho! - A loira girava os olhos amendoados. - Que pergunta Stacy!
- Mas, como foi? Doeu? - A outra grifinória perguntava ainda perplexa.
- Um pouco... - Confessou Danielle baixando os olhos. - Mas depois...
- Oh Danielle! - Lauren arremessava o pufe na amiga. - Não me dê detalhes de sua vida sexual!
- Mas você disse que queria saber!
- Eu só disse que queria saber como chegou ao ponto de decidir isso e não o procedimento completo!
- Argh Lauren, você me deixa confusa!
- Vocês já haviam planejado? - Indagara Anne envergonhada fitando o chão.
- Não... Na verdade, foi bem surpreendente, nem eu e nem ele esperávamos isso eu acho, como você e o Caios.
- Eu e o Caios? - Às finas sobrancelhas negras da sonserina arqueavam em surpresa.
- Noite de núpcias. - Stacy sorria levemente.
- Não tivemos uma.
- O QUÊ? Vocês se casaram e ainda não? - Lauren pulava do canto em que estava para saltar na cama de Danielle e fitar melhor a face corada de Anne Adhara. - Uau! Como o Caios se controlou?
- Isso também me surpreende. - Danielle deitava na cama entre Stacy e Lauren, olhando avidamente para a esposa de seu melhor amigo. - Como ele se controlou?
- Não estou entendendo... - Anne baixava ainda mais os olhos.
- Qual é Adhara, ou melhor Trent, aí isso é tão confuso... Venha aqui! - Stacy saltava da cama puxando a morena para o imenso espelho do quarto colocando Anne frente ao mesmo. - Olhe só para você! Surpreende-me Caios e você terem se casado e ele ainda não ter usufruindo disso tudo!
- Malfoy! - Ralhara Anne em tom beta.
- Só digo a verdade! - Gargalhara a metamorfomaga.
- A verdade é que não estamos prontos para isso...
- Mas estão prontos para se casar? - Alfinetara Danielle.
- O casamento não foi visto como fonte de amor, foi mais como salvação. Esse foi o meio que Caios achou para me salvar de minha família, não me levem a mal eu realmente gosto dele, mas não estou pronta para ter uma relação intima.
- Eu entendo você... - Murmurara Lauren de maneira tristonha.
- Entende? - Indagara Anne intrigada.
- Kevin e eu é a mesma coisa.

Os olhos de Stacy tornaram-se amenos, a face magoada de Lauren poderia ser muito bem comparada a de uma criança que levara boas palmadas do pai e da mãe e ainda ficara de castigo por longos e intermináveis dias de verão. Danielle puxara a corvinal para seu colo no mesmo momento em que Stacy e Anne sentaram na cama para instigar a menina a continuar sua narrativa.

- Quem vê de fora acha que somos um exemplo de casal de namorados, o casal perfeito. - Começara a menina. - Não berramos um com o outro na frente de todos como Danielle e Sirius, não omitimos coisas um do outro como Stacy e Nathan e muito menos fazemos coisas sem pensar duas vezes como você e Caios... Quando estamos juntos é bom, é como se Merlim tivesse nos desenhado para pertencermos um ao outro, mas...
- Mas? - Stacy franzia as sobrancelhas.
- Ultimamente não tenho muita certeza disso.
- De que são feitos um para o outro? - Danielle abria a boca surpresa. - Lauren! Por Morgana! Eu nunca vi um casal que se completa tanto como você e o Keke, eu...
- Kevin disse que se casaria um dia comigo Danielle, mas eu não sei se quero me casar com uma pessoa que vai para a guerra!

O silêncio sepulcral tomara conta do quarto clean de Danielle O'Brian, os olhinhos verdes escuros de Lauren estavam marejados e sua boca tremia levemente como se a corvinal segurasse o choro que estava para qualquer momento transbordar, Anne sorriu meigamente enroscando suas mãos perfeitas nas da menina que lhe fitara com um misto de curiosidade e perplexidade, olhares que Stacy e Danielle também dirigiram a morena.

- Ter medo é normal Lauren... - Começara a sonserina com uma voz aveludada. - Mas não se pode viver com medo, você teme se casar com Kevin e ele ir embora como seu pai, seu irmão e sua mãe também...
- Ás pessoas que eu amo sempre vão embora Anne, é só uma questão de tempo até elas morrerem.
- Ás pessoas morrem, não há como evitar isso. Kevin pode morrer hoje, amanhã, daqui a um ano ou dez anos ou quem sabe morrer bem velhinho em uma cama quentinha, você não pode permitir que o medo de perder quem você ama afetar seus relacionamentos atuais.
- Eu não sabia que ela era tão sabia em relacionamentos, se eu soubesse tinha me consultado com ela sobre Sirius há mais tempo. - Sussurrara Danielle a Stacy de um modo que apenas esta escutasse.
- Kevin é um idealista, ele não vai ficar parado quando o mundo desaba atrás de si, ele vai querer ajudar. - Continuara Anne desta vez de forma mais dura. - E pelo pouco que sei de você Lauren Sanders eu sei que não é uma menina de se esconder atrás dos outros, você é uma guerreira e guerreiras não deixam o medo ás dominar.
- Ás coisas tem ficado complicadas... – A corvinal engolia em seco. – Eu tenho cuidado dos negócios da família e bem... Me mudar da minha antiga casa foi uma das coisas mais difíceis para mim, queria que Kevin ficasse ao meu lado e não fosse para um lugar que é incerta sua volta.
- Essa guerra vai afetar todo mundo... – Sussurrara Danielle. – Não há como fugir dela sem carregar em si suas marcas.
- Eu só acho que já carreguei marcas por demais... – A voz de Lauren ecoava de modo ressentido o que fez Danielle aninhar ainda mais a menina em seus braços.
- Tudo vai dar certo Lauren, sempre dá. – Stacy sorria bonito afagando os cabelos castanhos lisos.
- É... Não adianta colocar ás carruagens na frente dos trestálios não é mesmo? – A garota sorria fracamente se recompondo. – Bem, já falamos da relação sexual da Danielle, da minha briga com o Kevin e do casamento sem sexo da Anne, é sua vez Tacy!
- Não me sinto a vontade para falar sobre isso ainda. – A metamorfomaga torcia o nariz como se algo cheirasse mal.
- Então deveria escutar. – A voz de Anne ecoava cortante. – Sempre há versões a serem escutadas.
- Não há versões para a traição. – Rosnara Stacy levantando-se da cama de maneira bruta.
- Se você ao menos desse uma chance... – Insistia a sonserina.
- Olha Anne, eu não tenho nada contra você exceto o fato de Caios e Jay estarem sem se falar por uma leve parcela de culpa sua! Não me faça sentir repulsa de você por culpa de seu irmão!
- Hey, hey, ow ow ow! Calminha aí Srta. Malfoy! – Danielle interferia. – Anne só quer ajudar como todo mundo!
- Eu assumo minha parcela de culpa Malfoy! – Rosnara Anne fuzilando a loira com seus olhos castanhos esverdeados perfeitos. – Mas eu sei escutar quando estou errada!
- ESTÁ DIZENDO QUE SEU IRMÃO ME TRAI E EU SOU A ERRADA?
- Estou dizendo que se você não escutar a versão de Nathan você vai perder uma grande chance de continuar certa.

Lauren arregalara os olhos categoricamente assim como Danielle, Stacy abrira e fechara a boca várias vezes como se procurasse em seu intimo alguma resposta para o que Anne havia lhe dito. Ás palavras de Anne lhe surtiram como um tapa na cara, um tapa que Stacy jamais esperara de uma pessoa tão fria quanto pensara que a morena sonserina fosse. Sem dizer nenhuma palavra a loira deu ás costas para ás três amigas caminhando para a porta do quarto a abrindo sem delicadeza alguma, a surpresa fora realmente avassaladora, a sua frente estava Nathan acompanhado de Caios ambos aparentemente iriam bater na porta do quarto assim que Stacy a abrira.

- O que você faz aqui? – Grunhiu a garota fuzilando o moreno a sua frente.
Os olhos de Caios arregalaram-se levemente, Nathan havia lhe contado ao caminho da casa da Danielle sobre o que Stacy ouvira e o que ela não queria ouvir, sabia que o fato de Stacy não confiar cegamente em Nathan o estava fazendo repensar em suas atitudes para com a grifinória, algo que Caios começara realmente a temer pois sabia que a felicidade de sua prima entraria em jogo caso Nathan desistisse dela, e Caios sabia que Stacy sofreria com uma rejeição do sonserino.

- A casa não é sua é? – A voz do moreno ecoara cortante com um quê de pura indiferença.
- Não, não é! – Vociferou a menina passando pelos rapazes zangada.

Os olhos de Nathan cerraram-se assim que Stacy passara por ele, ela estava lhe culpando de algo que ele já se culpava completamente e ela sequer lhe escutava, ela sequer queria saber o que realmente havia acontecido, para Nathan Adhara, Stacy havia mentido sobre sempre ficar ao seu lado e isso lhe doía muito mais do que se casar com alguém que não amava, doía muito mais do que as torturas de sua mãe em sua infância.

- Custava você ser menos rude? – A voz de Anne despertava o sonserino o fazendo fitar a irmã de maneira intrigada.
- Oh desculpe irmãzinha não estou acostumado a dar flores a quem pisa em mim! – Retrucara mal humorado.
- Deixa que eu falo com ela... – Lauren levantava da cama passando pela porta.
- Você está bem Nathan? – Indagara Danielle preocupada vendo ás imensas olheiras abaixo dos olhos negros do rapaz.
- É... Estou.
- Sabe, eu realmente estou me sentindo num dos capítulos de Maria do Bairro, não que eu assista é claro. – Caios sorria marotamente caminhando até Anne dando-lhe um selinho nos lábios. – Dandan te torturou bastante?
- A companhia dela nunca é uma tortura... – Anne sorria de canto roçando o narizinho ao do marido. – Como foi...
- Mamãe ameaçou Caios e eu tive que ameaça-la. – Interrompia Nathan mexendo em um dos inúmeros discos espalhados pelas prateleiras.
- E isso é bom? – Divertia-se Danielle.
- Ela vai deixa-los em paz, eu acho...
- Eu já levei nossas coisas para um hotel luxuoso em Hogsmead, de lá podemos ir para Hogwarts amanhã de manhã. – Caios sorria carinhoso.
- Então creio que podemos deixar Danielle descansar um pouco... – A morena sorria carinhosa. – Já abusamos muito de sua hospitalidade.
- Ah imagina Anne! – A loira piscara marota. – Você já me recompensou tudo com o Sr. Gostosão Adhara em meu quarto!
- Senhor o quê? – Nathan arregalava os olhos arrancando gargalhadas de Danielle, Caios e Anne. – Isso terá troco O’Brian!
- Quando quiser Adhara! – Danielle sorria marotamente. – Bem eu vou descer, se vocês estão aqui, Sirius e Kevin devem estar sozinhos lá em baixo e eu ainda aprecio minha sala inteira sem nada quebrado...
- Eu vou apartar daqui mesmo... – Nathan murmurara. – Obrigada pelo que fez pela minha irmã O’Brian.
- Já disse, não há o que agradecer. – A loira acenava abandonando o quarto.
- Caios, cuide bem de minha irmã caçula.
- Deixa comigo. – O loiro sorria abertamente apertando a mão do cunhado.

Anne soltara-se de Caios para cercar o irmão mais velho com seus braços finos beijando-lhe com um carinho descomunal na bochecha esquerda, Nathan suspirou com tal gesto, a anos aguardava ações de carinho entre ele e a irmã e era tão bom sentir Anne se libertando da capa de indiferença que Gaya a selara. Sorriu timidamente afastando-se da morena dando uma piscadela e aparatando em seguida deixando o quarto de Danielle ainda mais vazio.

- Ele não merece o que a Malfoy está fazendo. – Sussurrou Anne aninhando-se no marido novamente.
- Você também não merecia o que faziam com você.
- Mas você me salvou.
- E Nathan será salvo também. – Caios beijava a testa da garota com carinho. – Vamos para Hogsmead, Sra. Trent?
- Fala de novo... – A voz de Anne tornava-se melódica.
- Nathan será salvo.
- Não... A outra parte.
- Sra. Trent... Anne Cleménce Trent.

Os olhinhos da garota lacrimejaram-se quando Caios a tomara os lábios em um beijo terno e profundo e logo ela pôde sentir a sensação desgostosa da aparatação, não estavam mais no quarto de Danielle, estavam nas ruas geladas do vilarejo próximo a Hogwarts, Hogsmead nunca lhe parecera tão reconfortante quanto naquele exato momento.



Um castelo no norte da Inglaterra tinha uma nevasca descomunal arrancando os galhos das árvores ao seu redor, em seu salão principal vários bruxos e bruxas trajados de roxo e dourado encontravam-se ajoelhados perante um trono negro e vermelho no qual uma pessoa estava assentada, a visão da pessoa era distorcida por conta da péssima iluminação em sua face fazendo que fosse impossível ter uma visão da mesma, próximo aos pés da pessoa haviam dois bruxos, um robusto careca e uma mulher ruiva, ambos curvados de tal modo que quase beijavam o chão.

- CASADA? – Urrara a voz.
- Não demorará muito tempo meu senhor, ela está apaixonada pelo jovem Trent e... – Balbuciava Apus Vega.
- EU NÃO DEI PERMISSÃO PARA ELA SE CASAR!
- Eles fugiram de meu controle, Nathan e...
- Você falhou Adhara! – Rosnara a voz perigosamente.
- Meu amo... – Sussurrara a mulher em desespero.
- Mas estou mais decepcionado com você Vega...
- Senhor, ocorrerá tudo bem...
- Eu quero a cabeça dos Trent espetadas nos meus jardins! – Vociferara a voz. – E quero Anne Adhara ao nosso lado nessa guerra, está CLARO?
- Sim mestre. – Apus e Gaya murmuravam em uníssono.
- Retirem-se, a presença de vocês me causa enxaqueca.

Os olhos de Gaya tornaram-se sombrios, sabia que seu mestre não lhe daria mais chances e caso ela falhasse mais uma vez, temia que esse fosse o seu fim.



Stacy estava sentada emburrada ao lado da janela fechada enquanto Danielle lutava para tentar fazer a loira retirar a face de pitt bull, entretanto as tentativas da goleira da grifinória não estavam surtindo muito efeito já que Stacy recusava-se a pronunciar uma palavra sequer aos amigos que encontravam-se na sala de estar.

- Sirius tire imediatamente o pé do meu SOFÁ! – Grunhira Danielle empurrando os pés do namorado fazendo-os cair no chão.
- Por que essa ameba pode ficar no sofá e eu não?
- Amendoim não é uma ameba! – Vociferava a garota pegando o coelhinho nos braços. – É um coelhinho muito lindo e é meu filho!
- Dandan esse bicho não pensa logo é uma ameba! E eu não o quero como filho.
- Kevin não pensa e não é uma ameba! – A loira escandalizava-se.
- Autch! Essa atingiu no coração Dandanzinha! – O loirinho fazia bico.
- É apenas a verdade Keke! – Rira a garota dando uma piscadela.
- Bem, eu preciso ir... – Declarara Lauren levantando-se do sofá ao lado da lareira.
- Já? – A voz de Sirius tornara-se preocupada vendo que Kevin baixara os olhos assim que a namorada levantara-se do sofá. – Lau Lau, Dandan não vai te chamar de ameba, pode ficar, se ela te xingar eu te defendo!
- Obrigada Sirius... – A menina sorria fracamente. – Mas eu realmente preciso ir, tenho que terminar de encaixotar algumas coisas...
- Quer ajuda? – Perguntara Stacy se manifestando.
- Não, eu... Eu preciso ficar um pouco só, pensar em algumas coisas...

Os olhos de Kevin baixaram-se ainda mais algo que não passara despercebido por todos presentes, Lauren suspirou cansada abraçando carinhosamente Danielle, acenando para Sirius e beijando o topo da cabeça de Stacy, sem pronunciar nenhuma palavra a mais a morena adentrara a lareira desaparecendo segundos depois. Kevin passara ás mãos pelo cabelo de maneira impaciente e logo levantara-se do tapete onde estava sentado e começou a andar de um lado para o outro na sala.

- Kevin para. – Sirius falava tedioso.
- Parar o quê? Eu não estou fazendo nada!
- Está atrapalhando meu campo de visão me deixando tonto.
- Ah não enche! – O loirinho desabava no sofá demonstrando sua irritação.
- Ao invés de ficar feito uma criança birrenta você deveria ir atrás dela! – Stacy levantava-se caminhando até o irmão dando-lhe um tapa na cabeça.
- Que nem você deu uma chance ao Nathan de se explicar?
- É diferente Kevin! Lauren não traiu você. – Rosnara a metamorfomaga. – Mas se você quer se comportar como um idiota e perder a garota que gosta, vá enfrente continue sendo um babaca.
- Que nem você é babaca com o Nathan? – Alfinetara Sirius recebendo um olhar fuzilante da menina. – Foi só um comentário Tacy!
- Um comentário que não deixa de ser verdade. – Danielle comentava acariciando os pelos de Amendoim tendo dessa vez o olhar mortífero da amiga todo para si. – Só falo o que penso.
- Então guarde seus pensamentos. – A garota respondia logo desaparecendo um click.

Kevin girara os olhos categoricamente ao perceber que os olhares de Sirius e Danielle voltaram para si, resmungando alguns palavrões adentrou a lareira.

- Eu não vou atrás dela! – Avisara saindo pelo campo de flú.

Danielle mordera os lábios colocando o coelhinho no chão, era incrível como seus amigos conseguiam ser inteiramente infantis quando queriam, perguntou-se mentalmente se ela era assim no começo do relacionamento com Sirius, fitou o namorado novamente com os pés no sofá solto um leve risinho no nariz deitando em cima do garoto beijando-lhe os lábios de maneira divertida algo que fez o moreno sorrir internamente e inverter ás posições ficando por cima da namorada que arqueara as sobrancelhas em surpresa quando este se separara do beijo para fitar seu rosto de maneira carinhosa, como se quisesse decorar cada detalhe ali.

- O que está fazendo? – Perguntou sorrindo abertamente.
- Decorando seus traços... – Sussurrou o rapaz com uma voz rouca. – Para nunca esquecer.
- Ai Sirius, isso é tão piegas... – A garota tentava se levantar sendo segurada firmemente pelas mãos do rapaz. – O que foi agora?
- Kevin me disse algo hoje que me fez pensar...
- Sobre?
- A guerra, você pensa em ir não pensa Danielle?
- Odeio quando você me chama de Danielle... – A menina torcia o nariz virando a face.
- É sério, responda.
- É, eu penso ok? Ás vezes... Eu quero ser jornalista Sirius, quando a guerra estourar de vez eu poderei manter ás pessoas informadas.
- Pessoas morrem em guerras.
- Isso não quer dizer que eu vá morrer!
- Se eu fosse para a guerra... – A voz de Sirius tornava-se embolada.
- Eu me sentiria mal. – A menina confessava fitando os olhos azuis acinzentados. – E ficaria preocupada e...
- Parece que teremos que ter um plano não é? – Rira o garoto de maneira fraca passando o dedo indicador pela face da namorada. – Eu não quero te perder.
- Sirius... – A menina respirava fundo. – Dorme aqui essa noite.
- Hum? Mas e...
- Não foi um pedido. – A garota levantava-se bruscamente puxando o namorado pela mão subindo a escadaria para seu quarto no segundo andar.

Sirius limitou-se em sorrir de canto e deixar se levar pela namorada, jamais pensou que poderia amar tanto alguém como Danielle O’Brian.



Odiava admitir quando alguém tinha razão, principalmente se esse alguém fosse Sirius, Stacy ou Danielle. Além do mais ter de engolir seu imenso orgulho sonserino estava lhe doendo na alma, mas ficar sem falar com Lauren por mais algumas horas iria lhe doer no coração e certamente lhe causaria uma bela de uma insônia.

A casa estava silenciosa, muitos móveis cobertos e caixas espalhadas pela sala, saiu de dentro da lareira batendo a cabeça amaldioçando-se baixinho por ser tão desastrado, fitou aquele lugar simples totalmente diferente da sua mansão ou da mansão de Danielle ou de qualquer um dos outros, Lauren era a única a não ser milionária dentre eles.

Fitou ás paredes com tinta velha e subiu vagarosamente a escada de madeira anciã causando alguns ruídos dentre um degrau e outro, o corredor do andar de cima era pequeno e com apenas 4 portas, a do final do corredor obviamente era o quarto do pai de Lauren a da esquerda era o de seu irmão e ás duas da direita eram o quarto da menina e o banheiro. Puxou mais ar para seus pulmões, caminhando até o quarto da garota deparando-se com a porta dentre aberta.

Lauren encontrava-se sentada sobre ás pernas enquanto folheava um álbum de fotografias velhas, seus soluços declaravam abertamente que estava chorando, aquela cena fazia com que dentro do peito de Kevin um monstro o amaldiçoasse, abriu levemente a porta causando um ruído desnecessário o que fora o suficiente para assustar a cornival e faze-la se virar assustada.

- Ke-Kevin? – Gaguejou enxugando ás lágrimas que molhavam suas bochechas.
- Erm... Eu sei que você queria ficar sozinha, bem... Eu... – O loiro balbuciava. – Eu só queria ver se estava tudo bem, como eu já vi eu vou indo então e...
- Tudo bem... – A garota baixava os olhos virando novamente de costas. – Estou bem, pode ir. – Completou com amargura.
- E se eu... Se eu quiser ficar eu posso?
- Você é quem sabe...
- Lauren... – A voz de Kevin tornava-se carinhosa aproximando-se da garota sentando-se ao seu lado. – Posso... Ajudar?
- Não precisa Kevin. – A garota virava a face indiferente voltando a guardar ás coisas.
- Me deixa te ajudar.
- Ajudar? – A garota soltava uma risada seca. – Você só me vê como uma garota que deve ser salva o tempo todo não é? Eu não sou sua irmã Kevin!
- Para com isso...
- Eu estou farta de você se sentir obrigado a cuidar de mim!
- Lauren...
- Já parou para pensar que esse seu amor pode ser pena? – Perguntou frustrada.

Os olhos azuis do garoto arregalaram-se categoricamente, como Lauren ousava lhe dizer aquilo? Como ela OUSAVA dizer que ele não a amava? Será que ele nunca dera provas o suficiente? Sentiu raiva, raiva por deixar que ela pensasse assim, endureceu o maxilar apanhando a varinha da garota que repousava em cima da cômoda, um gesto que fizera um frio percorrer a espinha da menina.

- O que pensa que está fazendo?
- Conjurando algumas coisas! – Rosnou murmurando algo fazendo dois violões surgirem e uma folha de papel.
- O que é isso?
- Eu escrevi isso no quarto ano, quando eu me dei conta do quanto te amava! - Ele empurrara o papel para a garota. – Toque comigo.
- Isso é ridículo! – A garota devolvia a folha sem a olhar.
- Toque comigo Lauren, apenas toque! – Ele empurrava um violão preto dessa vez.

A garota suspirara cansada apanhando de mal grado o violão negro o posicionando, Kevin apanhara o violão marrom e sentara-se ao lado da menina colocando a folha no meio de ambos a fazendo arquear ambas ás sobrancelhas.

- Apenas toque... – Sussurrou Kevin passando ás mãos pelas cordas causando um som animado.

 Juno - Anyone Else But You


[Kevin::]
You're a part time lover and a full time friend
Você é um amante de meio-período e um amigo em tempo integral
The monkey on you're back is the latest trend
O seu vício é a última moda,
I don't see what anyone can see, in anyone else
Eu não vejo o que qualquer um pode ver, em qualquer outra pessoa
But you
Além de você


Kevin passeara os dedos pelo violão começando a cantar com uma voz séria, algo que Lauren jamais pensara vem ver afinal Kevin nunca estivera sério enquanto tocava algum instrumento, sempre fora maroto demais para isso.

[Lauren::]

Here is the church and here is the steeple
Aqui está a igreja e aqui é o campanário
We sure are cute for two ugly people
Para duas pessoas feias, formamos um casal atraente
I don't see what anyone can see, in anyone else
Eu não vejo o que qualquer um pode ver, em qualquer outra pessoa.
But you
Além de você


O cenho da corvinal franzira-se lentamente conforme ela começava a cantar a segunda parte instigada a isso pelo olhar encorajador de Kevin que a fitava de maneira extremamente séria e sublime.

[Kevin::]

We both have shiny happy fits of rage
Ambos temos brilhantes e felizes acessos de raiva
I want more fans, you want more stage
Eu quero mais fãs, mais shows você quer fazer
I don't see what anyone can see, in anyone else
Eu não vejo o que qualquer um pode ver, em qualquer outra pessoa
But you
Além de você.


Kevin retornava a cantar sua voz tornando-se menos séria e mais aveludada, por Merlim como ela se sentia assim perto daquela garota? Como Lauren o conseguia fazer tremer apenas com uma música? A verdade é que ele queria que ela entendesse de uma vez por todas que ele a amava por demais e esperava que ela entendesse com a música.

[Lauren::]

You are always trying to keep it real
Você está sempre tentando ser verdadeiro
I'm in love with how you feel
Eu estou apaixonada pelo jeito como você se sente
I don't see what anyone can see, in anyone else
Eu não vejo o que qualquer um pode ver, em qualquer outra pessoa
But you
Além de você


Saber que ele escreveu aquilo no quarto ano lhe arrepiava todos os cabelos de seu corpo, como Kevin poderia escrever algo assim sobre ambos sem eles terem nada? Como era possível? Ele sempre estava com outras garotas naqueles tempos, mas na verdade ele só a enxergava?

[Kevin::]

I kiss you on the brain in the shadow of a train
Eu beijo sua cabeça na sombra de um trem
I kiss you all starry eyed,
Eu te beijo com o olhar estrelado
My body's swinging from side to side
Meu corpo está oscilando de uma lado pro outro
I don't see what anyone can see, in anyone else
Eu não vejo o que qualquer um pode ver, em qualquer outra pessoa
But you
Além de você

Kevin sorrira levemente ao ver um pequenino sorriso nascer nos lábios de Lauren, ele queria tanto que ela entendesse, ele desejava tanto que ela soubesse o que ele realmente sentia, a viu suspirar e morder o lábio inferior, talvez ela finalmente estivesse entendendo.

[Lauren::]

The pebbles forgive me, the trees forgive me
Os pedregulhos me perdoam, ás árvores me perdoam
So why can't, you forgive me?
Então, por que você não pode me perdoar?
I don't see what anyone can see, in anyone else
Eu não vejo o que qualquer um pode ver, em qualquer outra pessoa
But you
Além de você


Os olhos da morena marejaram-se levemente, seus olhos não conseguiam desgrudar dos olhinhos azuis brilhantes a sua frente, tudo o que se passava em sua cabeça era de como Kevin conseguia ficar tão bonito quando cantava.

[Kevin and Lauren::]

Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du
I don't see what anyone can see, in anyone else
Eu não vejo o que qualquer um pode ver, em qualquer outra pessoa
But you
Além de você


A música cessara, Kevin baixara os olhos desviando-os dos olhinhos verdes intrigados de Lauren, tudo o que ele pode escutar foi a garota colocando o violão de lado e avançando contra si o beijando com fervor, Kevin sorrira dentre o beijo arremessando o violão longe o fazendo bater na estante a derrubando, ambos afastaram-se assustados com o barulho que a estante causara ao ser derrubada. Kevin espreitou os olhos esperando que a namorada ralhasse veemente consigo, mas o que viera a seguir fora uma boa crise de gargalhadas.

Arriscou abrir os olhos e fitar a face descontraída da garota, arqueou uma das sobrancelhas quando ela envolveu-lhe em um forte abraço o derrubando no chão ficando por cima, a garota beijou-se a testa o nariz e o queixo afastando-se para ver seus olhinhos azuis.

- Não me tente Lauren...

A garota afastou-se lentamente encarando a face do loirinho, Kevin a segurava firmemente pela cintura como se tivesse medo de perdê-la de algum modo, Lauren sentou-se sobre suas coxas beijando-lhe na testa com carinho.

- Eu vou casar com você Kevin Malfoy. – Sussurrou no ouvido do maroto o fazendo sorrir abertamente. – E você vai ter que fazer mais músicas para mim.



O crepúsculo era notório de uma das janelas do imenso quarto do hotel “Flúor de Dragão” numa área mais afastada de Hogsmead. Os olhinhos castanhos esverdeados fitavam toda aquele esplendor com alivio, aquele interminável dia chegava ao seu fim e logo ela poderia dormir e despertar em um novo dia, um dia mais feliz talvez.

- A paisagem é bonita não é? – Perguntara Caios adentrando o quarto com o tórax molhado vestindo apenas uma toalha felpuda azul marinho.

A morena virou-se para encarar a face do marido, sentiu sua boca secar ao vê-lo daquele modo, Caios era realmente muito atraente e só de pensar em dormir na mesma cama que ele Anne podia sentir todos os poros de seu corpo manifestarem-se. Engoliu em seco voltando a fitar a paisagem como se não tivesse escutado a pergunta do loiro que se vestia atrás de si.

Não demorou muito até Caios caminhar até a morena e enlaça-la pela cintura descansando o queixo no ombro da mesma selando suas mãos em sua barriga, Anne cerrara os olhos com aquilo, aquela sensação era tão boa que ela poderia ficar para sempre agarradinha daquela maneira com aquele rapaz tão belo.

- Não precisamos fazer... – A voz dele soava rouca. – Não quero que se sinta obrigada...
- Pensei que você iria querer seu... Beneficio de marido.
- Anne... – O loiro a virava para si. – Eu juro por Merlim que estou me controlando agora para não te despir e te possuir naquela cama nesse exato momento, meus desejos masculinos estão a flor da pele, mas meu amor por você é maior que eles... Faremos amor quando você estiver pronta.
- Eu não sabia que causava efeitos assim em você... – A garota sorria orgulhosa.
- Você não tem a mínima de noção dos efeitos que causa em mim. – Gargalhara Caios a tomando pelos lábios com paixão. – Não tem mesmo.

A morena o enlaçara pelo pescoço, se todos os dias de sua vida fossem com trocas de carinhos ao lado de Caios Trent, Anne se sentia a mulher mais sortuda da face da terra.


Era estranho despertar nos braços de um homem, pelo menos este era o pensamento que se passava na mente de Anne, talvez o mais estranho fosse que a partir daquele momento ela não seria mais chamada de Adhara, mas sim de Trent algo que ela jamais pensara que realmente aconteceria um dia. Girou o corpo lentamente deparando-se com a face serena de Caios, os cabelos loiros bagunçados, a boca delineada entreaberta e os olhos cerrados transpassavam uma serenidade fora do comum, Anne sentiu que poderia observá-lo dormir pela eternidade se assim lhe permitissem.

- Caios... – Sussurrou com uma voz aveludada.

O loiro remexeu-se lentamente a puxando para si com os braços fortes algo que fez a morena abrir um bonito sorriso e esfregar seu narizinho delicado no do marido que apenas sorrira ainda de olho cerrados.

- Caios... – Cantarolou o fazendo sorrir mais ainda.
- Isso é um sonho? – Perguntou ainda sorridente.
- Se for, estamos nós dois sonhando... – Riu-se a garota colando os lábios aos do rapaz.
- Por Merlim eu quero viver sempre assim! – Declarou o loiro a abraçando com força e a colocando sobre seu peito abrindo por fim os olhos verdes reluzentes.
- Exagerado... – A menina sentava-se sobre a barriga do garoto o fitando divertida.
- Como você consegue?
- O quê?
- Continuar perfeita mesmo após dormir horas e mais horas.
- Você também está bonito!
- Então somos duas pessoas lindas, imagine como serão nossos filhos?
- Oh Caios, quanto exagero!
- Exagero vai ser enfrentar Hogwarts hoje, todos vão nos encarar como se fossemos alguma espécie em extinção... – O loiro retirava a esposa de cima de si levantando-se da cama indo até o banheiro fazendo Anne espreguiçar-se longamente. – SERÁ QUE A TONKS VAI NOS DAR UM QUARTO EM PARTICULAR? – Gritou do banheiro fazendo Anne gargalhar. – Não ria! Estou falando sério... – Comentou ao voltar ao quarto com os cabelos a face e ás mãos úmidas.
- Caios ainda estamos em uma escola, é claro que há leis puritanas!
- Isso é injusto! Eu quero acordar todas ás manhãs ao seu lado.
- Teremos muito tempo para acordamos nos braços um do outro... – A morena levantava-se da cama passando pelo rapaz e se trancando no banheiro.

Caios sorriu aliviado, era tão bom saber que Anne pensava como ele, pensava em ter um futuro ao seu lado, só de pensar nisto valia todo o esforço que ele andava fazendo para não agarra-la durante o período em que se encontravam sozinhos. Respirou fundo passando ás mãos pelos cabelos molhados abrindo a cortina dourada do quarto deparando-se com uma linda coruja parda de olhos azuis pousada em sua janela segurando firmemente uma carta em seu bico.

Abriu a janela delicadamente para não assustar a ave, logo a apanhando com carinho pela mão retirando em seguida o documento do bico da mesma, o símbolo de Hogwarts era eminente e trazia uma bela letra cursiva em sua frente indicando ser direcionada ao Senhor e Senhora Trent. Tonks havia se apressado em lhes passar ás informações e isso lhe causava uma bela vontade de tirar sarro da diretora.

Passado alguns minutos Anne abandonara o banheiro adentrando o quarto trajada em um felpudo roupão branco, os cabelos negros emoldurando a face de boneca e os olhos castanhos esverdeados reluzentes como se pela primeira vez conhecessem o brilho da pura felicidade, a morena sorriu ao fitar o marido sentado na cama com um sorriso traquinas brincando nos lábios, com toda certeza algo de bom havia ocorrido para que o Sr.Trent não parasse de sorrir de modo tão débil.

- O que houve? Vão servir café da manhã no quarto? – Perguntou divertida retirando uma muda de roupas de uma mochila.
- Tonks mandou uma carta... – O loiro sorriu abertamente.
- A diretora? – Surpreendeu-se a morena largando ás roupas no chão correndo até o marido tentando tomar a carta de suas mãos. – Oh Caios! Quanta infantilidade, me dê!
- Não, não! Eu quero ter a honra de ler para você Sra. Trent! – O loiro ficava em pé sobre a cama fazendo uma pomposa reverência a esposa que girava os olhos em impaciência.
- Leia então!
- Você anda convivendo muito com o Keke sabe? Está mais impaciente do que ele em uma loja de doces!
- CAIOS!
- OK! Quanto estresse! – Ria o menino. – Vamos lá, prezados senhor e senhora Trent, a surpresa do casamento se vocês com absoluta certeza não fora apenas um impacto para suas famílias ou para o mundo mágico, mas sim para nossa instituição. Como amiga intima da família Trent desejo-lhes felicidade, mas como diretora devo lhes apresentar as novas regras já que ainda são estudantes da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. A partir desta data concedida a carta, vocês terão um quarto privativo nas masmorras da Casa da Sonserina, creio que como um casal terão o privilégio de uma certa regalia, queremos priva-los também do assédio de muitos estudantes, o que se torna óbvio ocorrerá assim que pisarem no pátio do castelo. Entretanto, gostaríamos que não excedessem em caricias publicas, ainda somos uma instituição puritana que presa bons costumes e não apreciamos receber cartas de pais afobados. Mais uma vez desejo-lhes felicidades e espero que o casamento traga bons frutos a ambos. Assinado Ninfadora Tonks.
- Uau... – Balbuciara Anne incrédula.
- Sou fã da Tonton!
- Caios ela foi o máximo... – A garota abria a boca categoricamente.
- Sabe qual é o melhor dessa carta?
- Ela não nos expulsar de Hogwarts?
- Isso também... – Gargalhava o garoto puxando a esposa para cima da cama a fitando com ternura. – O melhor é que eu vou poder beijar você todas ás manhãs.

O sorriso de Anne fora um dos mais belos que Caios já vira na vida, fora praticamente um convite para que ele mergulhasse em seus lábios e deleitasse em toda formosidade que era beijar quem se ama, era como ir ao paraíso e esquecer de voltar a terra.



A chuva caía constantemente dos lados de fora do castelo, o que era bastante intrigante já que o dia 28 de Dezembro era conhecido por um dos dias mais ensolarados de toda Hogwarts. As mesas ocupadas por alunos curiosos que não paravam de olhar intrigados para a mesa da sonserina onde Caios e Anne Trent exibiam sem remorso algum ás brilhantes alianças de ouro amarelo que aparentemente brilhavam ainda mais por conta da iluminação do salão principal.

Talvez o que estivesse mais intrigando os alunos considerados “normais” da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts fosse o fato de milhões de coisas terem ocorrido com ás famílias “pop” do mundo mágico em apenas um feriado. Como por exemplo, o término repentino de Nathan Adhara e Stacy Malfoy, Nathan aparentemente havia retornado ao seu mal humor casual com direito a olhares feios e rosnados estranhos, já Stacy andava mais ranzinza do que nunca isto quando não andava extremamente cabisbaixa pelos cantos.

Danielle O’Brian e Sirius Zabine haviam reduzido de forma estrondosa ás brigas costumeiras, chegando ao ponto da loira dar comida na boca do namorado em meio salão principal, atitude que realmente surpreendeu já que se fosse alguns meses atrás ao invés de comida iria um belo punho na boca do moreno.

Kevin Malfoy e Lauren Sanders andavam exatamente igual, mas ás vezes eram flagrados discutindo em meio aos corredores, discussões que realmente faziam os olhos da corvinal lacrimejarem e o loirinho sonserino passar o dia com um enorme bico nos lábios.

E por último Jay Potter, este estava mais concentrado do que nunca nos estudos e em se afastar da sociedade, até mesmo na festa do Ano Novo o moreno resolvera por ficar na Torre da Grifinória, Stacy Malfoy até fora fazer companhia ao primo o que resultou em belos comentários maldosos vindos de algumas alunas fofoqueiras do sétimo ano. O que repercutia era que o famoso Jay andava deprimido por conta do casamento de seu melhor amigo com a mulher de sua vida, o que lhe fez se inscrever em um programa extensivo na Bulgária para conseguir se esquecer da felicidade transbordante do mais novo casal “queridinho” de Hogwarts e dos jornais locais.

E logo a monotonia caíra como pluma na vida em Hogwarts, ás mesmas noticias patéticas nos jornais e revistas tentando inutilmente abafar a guerra que estava a ponto de explodir fora dos terrenos ilusórios de Hogwarts e o tédio aparentemente havia se tornado parceiro de seus estudantes fazendo um mês e meio se passar e nenhuma novidade vibrante ocorrer, a não ser é claro o péssimo comportamento rabugento de Nathan Adhara.


- SE VOCÊ CONTINUAR SE PORTANDO ASSIM EU JURO POR MERLIM QUE PEGO O BASTÃO DO KEVIN E O QUEBRO EM SUA CABEÇA NATHAN! – Urrara Caios Trent em meio a um treino de Quadribol.

Nathan parecia ter tirado aquele dia do final de fevereiro para aborrecer o capitão do time conseguindo contrariar por fim todas ás táticas de jogo do loiro que aparentemente estava perdendo todo o seu minúsculo fio de calma.

- EU NÃO SOU SEU SUBORDINADO CAIOS, POR ISSO NÃO ME TRATE COMO UM! – Berrara de volta o moreno isolando a goles para fora do campo.

Kevin limitou-se bater na própria testa assim como Trevor, ambos haviam feito uma aposta antes do treino quanto tempo Caios iria conseguir ficar naquele dia sem dar um belo soco na face do cunhado que aparentemente estava berrando por um.

- Eu acho que vou ganhar essa aposta Keke... – Cantarolava Trevor pousando a vassoura do lado do loirinho.
- Ah cala a boca Trevis! – O garoto fazia bico. – Ainda tenho dois minutos e meio. E pelo que estou vendo não vai demorar nem trinta segundos até o punho do Cacazitinho acidentalmente ir parar no maxilar do NateNate.
- Não sei não viu... – O menino sorria maroto. – Caios anda segurando o lado espancador por causa da Anne que está na platéia assistindo tudo e que por sinal está se dirigindo para cá nesse exato momento e...
- O que Nathan está aprontando Kevin? – A voz aveludada ao mesmo tempo em que segura de Anne fazia todo o time da sonserina virar-se para ela.
- Nathan está pedindo para o Caios dar um soco nele. – Resumira Trevor voltando a olhar para o céu onde Caios acariciava a têmpora.
- Isso realmente tem que parar... – Rosnara a menina sem notar os olhares babantes maculinos sobre si. – Kevin me dá sua vassoura.
- O quêêêêê??? Nem pensar Annezitcha!
- Eu não estou pedindo Kevin! – O olhar mordaz da garota fazia o loirinho esconder-se atrás de Trevor que girara os olhos.
- Tome a minha Anne, se alguém não interromper aquilo ali ou o meu amado capitão vai matar o Nathan ou ficaremos nessa palhaçada o treino inteiro.

A morena soltou uma bela quantidade de ar em seus pulmões antes de tomar a vassoura de um dos irmãos de Sirius logo subindo na mesma e cortando os ares numa velocidade incrivel ficando em poucos segundos ao lado de Caios que ainda massageava a têmpora procurando em algum lugar um pouco de calma.

- Nathan o que você está aprontando dessa vez? – Rosnara a garota.
- Ah ótimo! Agora minha irmã caçula virou minha babá! – Ironizava o moreno jogando ás mãos para o alto.
- Ele está hoje com um “quê” exagerado de sarcasmo Anne e eu juro por Merlim que estou quase enfiando esse sarcasmo dele por um lugar que ele não vai apreciar muito. – Declarava Caios dentre os dentes.
- Finge que eu sou pscina e cai dentro Caios. – O moreno abria os braços provocando.
- Você está destestavel Nathan! – Vociferava Anne assustando não só o irmão como o marido também. – Olhe só para você! Por Merlim!
- O que tem de errado comigo? – Grunhia o rapaz.
- Está pegando a metade da população feminina de Hogwarts!
- Meus restos querida, meus restos... – Caios sorria de canto recebendo um olhar reprovador da esposa para se calar o que fez prontamente.
- E daí? Seu maridinho fazia isso!
- Mas você nunca foi assim! Você passa o dia malhando ou treinando quadribol, não consegue dormir e vai correr no lago, tomou OITO DETENÇÕES na ultima semana coisa que você antes só fazia quando saia nos socos com Caios, e o pior não está correndo atrás do que realmente tem valor para você!
- Isso eu concordo com ela... – Caios suspirara tenso. – Desde que você e Stacy resolveram ignorar a existência um do outro que ambos andam extremamente insuportáveis! Até mesmo Danielle veio reclamar de vocês dois para mim!
- Danielle reclama de tudo! – O moreno dizia dentre os dentes.
- Ok Nathan, eu odeio fazer isso... – Caios fitava a esposa com pesar. – Você está suspenso do jogo de amanhã.
- COMO É QUE É?
- Isso mesmo o que o Caios disse Nathan, suspenso.
- E QUEM VAI JOGAR NO MEU LUGAR?
- Anne é uma excelente artilheira. – Caios piscava para a garota.
- ELA NÃO É MELHOR DO QUE EU!
- Posso não ser... – Anne franzia ás sobrancelhas. – Mas no momento meu estado psicológico comparado ao seu é inquestionável.
- ISSO É RIDICULO!
- Pode ser ridículo, mas eu sou o capitão. – Caios declarava erguendo ás mãos para o alto. – Pode me chamar de César se quiser.
- VAI A MERDA CAIOS!
- Wow, quanta hostilidade Nate. – O loiro girava os olhos.

O olhar feroz do moreno fora a prova de que ele em breve iria explodir, Nathan pousou a vassoura a quebrando em um dos postes de luz do campo de quadribol fazendo praticamente todo o time dar um sobressalto, todos ainda puderam ouvir o grande urro vindo do vestiário da sonserina, aquilo foi o suficiente para que Kevin e Caios trocassem um olhar de pura preocupação.

A biblioteca era um dos lugares mais agradáveis de estar quando todas suas amigas e aparentemente sua ex-cunhada andam concordando que você ultimamente é a pior companhia que uma pessoa poderia ter. Stacy não andava levando muito essas palavras a sério até Jay lhe dizer que ela andava na maior TPM que ele já vira o que resultou em um belo vermelhidão na bochecha esquerda de seu melhor amigo, que nesse exato momento estava recebendo cuidados de Lauren e Danielle.

- Maldição... – Sussurrou enfiando a face ainda mais no livro que lia, era a décima vez que lia a mesma frase.
- Não, esse livro é sobre História da Magia Tacy, você não vai encontrar nenhuma maldição aí! – A voz divertida de seu irmão a faziam erguer os olhos brilhando em fúria.
- Wow, seus olhos estão vermelhos! – Exclamava Caios ao lado do primo.
- Cruzis Tacy! Você tá igual ao Voldemort!
- O que vocês dois querem aqui além de me torrar a paciência?
- Você ainda tem paciência? – Indagara Kevin com inocência recebendo mais um olhar perverso da irmã mais velha. – Ok, eu fiquei com medo agora.
- Stacy nós estamos num estado de emergência, quase convocamos uma reunião, mas Kevin e eu pensamos em tentar te domar primeiro.
- O que você virou agora Caios? Um filantropo?
- Não, ele ainda está treinando para ser Ministro da Magia, filantropo ainda é o ultimo caso maninha! – Kevin dava seu maior sorriso eu tenho 32 dentes na boca.
- Stacy você se tornou uma megera. – Declarava o loiro mais velho de maneira calma.
- Eu o quê?
- É, você está ultimamente fazendo criancinhas do primeiro ano da sonserina chorarem, o que eu acho realmente surpreendente. – Continuava Caios.
- Eu só não avanço em sua jugular agora por estarmos na biblioteca!
- É eu sei, você não quer sujar os livros de sangue, realmente isso me deixa emocionado... Mas vamos ao que interessa prima, Nathan está me deixando louco você virou uma megera e isso só me faz pensar que ambos estão assim por uma única questão em comum.
- Vocês terminaram. – Kevin sorria de canto. – Nós não costumamos nos meter em relacionamentos sabe? Não faz o nosso fetio, eu, por exemplo, não me meti no fato de Sirius e Dandan estarem reproduzindo como coelhos ou da vida sexual do Cacazitinho e da Annezitcha ter se resumido a zero e...
- Ela já entendeu KEVIN. – Rosnara Caios dando uma cotovelada no primo.
- Aucth! Ok, ok, ok!
- Enfim Stacy... – O loiro mais velho suspirava. – Você volta para o Nathan e ele volta a ser tolerável e você a ser a princesinha simpatia de Hogwarts.
- Nem. Pensar. – A garota mudava o tom dos cabelos para um ruivo forte.
- Okay, eu vou ter que usar essa arma... – Caios bufava. – Nathan foi envenenado, segundo o teste que foi feito com seu sangue usaram uma poção chamada “Amortensex” é um estimulante para sexo, só que eles misturaram com gotas do suor de Takana, ou seja... Era praticamente impossível resistir à japonesa. E para completar Nathan nem se lembra direito se o sexo foi bom ou ruim, ele tentou te dizer isso, mas você não ouviu! Agora ele está parecendo a própria reencarnação do Sadan Hussein e você a falecida Dercy Gonçalves. Fim da história sem final feliz.

Os olhos da metamorfomaga estavam arregalados e seu cabelo haviam perdido completamente a cor vermelho sangue, agora estavam em um castanho opaco assim como seus olhos como se ela por fim não conseguisse crer em tudo aquilo que o loiro a sua frente lhe falara, sua boa abria e fechava frenéticamente como se a garota procurasse em seu cérebro algum lapso de algo que pudesse usar em sua defesa, sem obter resultado algum.

- Eu gostei da historinha, sempre curti a Dercy! – Kevin falava infantil.
- Sou um perfeito contador de histórias, obrigado. – Caios fazia uma reverência com a cabeça.
- Ele... Não...
- Se você fosse menos cabeça dura teria resolvido isso em um dia, mas nãããooo você curte um drama! Eu sempre te digo isso, mas você nem me escuta! – Kevin girava os olhos recebendo outra cotovelada na costela. – Aucth! Isso tá virando mania Caca!
- É quase um vicio te bater Keke. – O loiro sorria com malicia.
- Onde ele está? – Os cabelos da menina tornavam-se loiros vibrantes e seus olhos azuis conforme ela levantava-se de supetão.
- Correndo no lago com pensamentos assassinos direcionados a minha pessoa. – Caios sorria de canto.

Antes que mais um dos sonserinos pudesse declarar mais alguma coisa, Stacy abandonara o livro que lia e correra desgovernadamente pela biblioteca deixando a mesma fazendo um imenso barulho, os loiros trocaram sorrisos divertidos, pelo menos a menopausa de Nathan iria acabar e os treinos de quadribol voltariam a ser normais.

A metamorfomaga corria como nunca pelos corredores trombando com várias pessoas, desceu ás escadarias quase caindo em uma delas que resolvera se mexer enquanto ela estava sobre si. Resmungou palavrões inaudíveis até conseguir finalmente abandonar o castelo e chegar aos jardins, de longe ela viu...

Nathan estava suado, a regata azul marinho colada ao corpo extremamente suado, o cabelo negro colado na testa contrastando ainda mais seus olhos intensos, o moreno arfava enquanto apoiava ás mãos nos joelhos ao lado do piér, para Stacy, Nathan nunca estivera tão bonito quanto naquele momento.

- Nathan! – O gritou o fazendo erguer o corpo e se assustar ao ter os lábios capturados pela bruxa.

O moreno arregalou os olhos surpreso, Stacy havia colado seu corpo ao dele com tanta rapidez que sequer dera-o tempo de pensar no que estava havendo em sua volta, franziu o cenho afastando-a pelos ombros de maneira delicada logo torcendo a face em direção ao lago. A garota repousara as mãos no coração, era a primeira vez que Nathan a recusava com tanta amargura.

- Caios me contou ele...
- Eu disse para ele não falar nada. – Rugiu o rapaz sem fita-la.
- Nathan eu... – A menina tentava pousar a mão no ombro do moreno que desvencilhara. – Por que não me falou?
- Eu tentei. – Rosnou. – Agora dei-me licença, estou treinando.
- Para quê? – Os olhos da garota marejavam-se. – Nathan, eu...
- Pensou que seria igual? – A risada do sonserino ecoava seca. – Faça um favor a si mesma Malfoy, compre um espelho.

Os olhos da garota arregalaram-se ainda mais, Nathan lhe dera as costas correndo em sentido contrário, ele estava frio e cruel, não estava cavalheiro como antes. Talvez suas palavras duras com Nathan tivessem surtido mais efeito do que ela poderia imaginar.

- Hey, não fica assim não garota. – Uma mão pousara em seus ombros.

A metamorfomaga ergueu os olhos fitando a face serena de Danielle, ao seu lado Sirius as fitava com o cabelo bagunçado e ás mãos dentro dos bolsos, como se estivesse realmente surpreso e magoado.

- Ele... – Gemera Stacy derramando algumas lágrimas.
- Ele está com o orgulho ferido. – Falara Sirius serio. – Você o tratou muito mal.
- Sirius não é hora de ralhar com ela! – Repreendia Danielle.
- ‘Tá tudo bem Dani... – A loira fungava. – Sirius está certo.
- Eu... Queria poder consertar tudo e...
- Você o pegou de surpresa, ele vai relaxar e ver que se portou mal também... – Começara a goleira com uma voz amena.
- Não sei não, ele tava bem magoado... – Sirius murmurara recebendo um olhar mordaz da namorada. – Não me repreenda por dizer a verdade! Você sabe que não sou de passar a mão na cabeça de ninguém! Ela errou Dandan e errou feio! Nathan amava muito Stacy, e ela não confiou nele sendo que havia dito que confiava antes e que sempre estaria ao lado dele, faz um mês e meio que ela não está do lado dele!
- Ele... Ele te disse isso? – sussurrou Stacy com ás bochechas encharcadas.
- Ele bebeu demais no ano novo... – Sirius torcia o nariz. – Ele chorou feito um bebê por duas horas e só falava de você, no dia seguinte fez eu, Caios e Kevin jurarmos que não te contaríamos a verdade.
- Eu sou uma idiota... – A menina era abraçada por Danielle.
- Só um pouquinho... – Danielle beijava o topo da cabeça da amiga. – Mas sabe? Existem erros que não podem ser corrigidos, esse pode.
- Como? – Soluçava a menina.
- Lutando por ele. – Sirius falava como se fosse o óbvio.

Os olhinhos da metamorfomaga erguiam-se, estavam num azul marinho tristonho e seus cabelos haviam perdido toda a vida, aquilo foi o suficiente para que Danielle a abraçasse mais forte e Sirius se calasse de modo sepulcral. Era mais fácil cometer um erro do que corrigi-lo.




- BEM FÃS DO ESPORTE DE HOGWARTS! EU SOU JULES COMARCK SUA COMENTARIS LUFANA FAVORITA!
- E EU SOU JOSEF O’HARE O SEU COMENTADOR CORVINAL MAIS BONITO! ESTAMOS UNIDOS MAIS UMA VEZ PARA NARRAR UM INCRIVEL JOGO DE QUADRIBOL NÃO É MESMO JULS?
- OH, É SIM JOSEF! E HOJE O GRANDE TIME DA SONSERINA JOGA CONTRA O MEU AMADO TIME DA LUFA-LUFA!
- APARENTEMENTE O JOGADOR NATHAN ADHARA ESTÁ SUSPENSO DA PARTIDA PELO SEU CAPITÃO CAIOS ESTOU-CASADO-ÁS-MENINAS-ANDAM-SE-SUICIDANDO-EM-HOGWARTS TRENT!
- ACREDITE JOSEF, EU FICO FELIZ COM ESSA NOTICIA, NÃO COM O CASAMENTO DO CAPITÃO É CLARO! MAS SIM COM O ADHARA FORA DE CAMPO!

O tumulto era escutado de longe pelas pequenas caixas de som instaladas no vestiário comum da Sonserina, Anne torcia o cenho em uma careta, detestava o modo como ás garotas dirigiam-se ao seu marido sem o menor pingo de respeito. Caios limitara-se em sorrir maroto com a expressão da esposa o que fez praticamente todo o time segurar boas gargalhadas.

- Desculpem o atraso... – Uma voz rouca ecoava atrás dos rapazes os fazendo virar surpresos ao depararem-se com Nathan trajado para o jogo.
- Nathan eu te suspendi... – Caios falava entediado. – Anne vai jogar em seu lugar.
- Não lembro de ter cedido meu lugar a ela! – Vociferava o moreno.
- Oh Merlim, discussão hoje não... – Trevor sentava-se em um dos bancos sendo seguido pelo resto do time.
- Nate vai brincar com a Lula Gigante e depois do jogo você briga pela sua vaga no time... – Kevin apoiava as mãos no queixo.
- Eu vou jogar.
- Não, você não vai. – Anne empinava o nariz sentando-se ao lado de Kevin no banco.
- VOCÊ NÃO PODE DAR VANTAGENS A ELA POR ELA SER SUA ESPOSA CAIOS ISSO É ANTI ÉTICO!
- Nathan eu te coloquei no time, eu te tiro do time a hora que eu quiser. – A voz do loiro tornava-se perigosa.

- E O TIME DA LUFA-LUFA FAZ UMA ENTRADA MAJESTOSA! ESSES SÃO OS MEUS JOGADORES!!!

- Eu quero jogar.
- Faça primeiro ás pazes com a Stacy, soube que você a maltratou ontem... – Os olhos de Caios davam um brilho intrigado. – Você não é disso.
- AHHHHHHH tudo se trata da Princesinha Malfoy? Escute Caios eu não sou o cachorrinho dela que ela bate palminhas e eu vou correndo!
- Então seu humor não voltou ao normal por causa de um orgulho patético?
- Eu tenho que ter amor próprio. – Rosnara Nathan fazendo de repente o time sonserino ficar tenso.
- Sinceramente Nathan? – Caios inclinava-se a cabeça como se fosse contar um segredo ao moreno. – Você é igual ao Vega.

- E COM VOCÊS O TIME DA SONSERINA!!!

Fora questão de segundos, Nathan segurara no colarinho de Caios acertando-lhe um soco na face, o time inteiro levantara-se do banco então para ver Caios acertando um soco em Nathan e em seguida ambos começarem a se esmurrar campo adentro. A torcida arregalara os olhos assim como os professores, Nathan e Caios tentavam ser separados pelo time em vão, pareciam dois tigres ferozes em uma bela luta.

- E Caios acerta um belo soco no maxilar de Nathan que retruca com um soco no estômago do Loiro! Por Merlim isso está melhor do que luta livre! – Danielle narrava empolgada.
- Caios está brincando... – Analisara Jay sério entre Stacy e Danielle.
- Sirius já foi apartá-los... – Danielle sorria de canto. – WOW! Isso que foi chute na perna! BOA CAIOS!
- DANIELLE! – Ralhara Lauren indicando com a cabeça a face perplexa de Stacy.
- Relaxa Tacy, Caios apenas está fazendo Nathan botar a raiva para fora... – Jay suspirava. – Ele sempre faz isso, é para ajudá-lo.

A metamorfomaga sorriu fracamente afirmando com a cabeça, seu coração ainda doía por conta do dia anterior.



A sala de Tonks estava menor, talvez fosse por conta das inúmeras bugigangas que a diretora aparentemente colecionava, Nathan estava ao lado da janela observando o pôr do sol extremamente emburrado, enquanto Caios brincava com a varinha dentre os dedos, ambos com filetes de sangue escorrendo da boca e sangue seco no nariz.

- Foi legal recordar os velhos tempos te batendo... – O loiro comentava nostálgico. – É inteiramente relaxante.
- Obrigado. – Murmurou Nathan envergonhado. – Eu tenho sido um idiota não é?
- Te comparei a Apus Vega e a Sadan Hussein, me responda você.
- Pelo menos não me comparou a Hitller. – Um pequeno sorriso arrogante brotava no canto dos lábios do rapaz.
- Achei que pegaria pesado se te chamasse de nazista.
- É, você realmente pegou leve... – Analisava Nathan.
- Por que não a perdoou ainda Nathan?
- Pelo simples fato de que ela continuaria me odiando se você não tivesse lhe contado a verdade.
- Queria que ela se desse conta sozinha?
- Queria que ela cumprisse a própria palavra... – O moreno passava ás mãos pelos cabelos. – É tão fácil falar não é? Ás pessoas falam, falam e falam... Raramente cumprem. Como você e Anne...
- O que quer dizer?
- Você disse que salvaria Anne, que a protegeria e você o fez, ou pelo menos está tentando fazer! Kevin e Lauren, é visível que eles não estão bem no relacionamento, mas eles ainda tentam não desistem! Sirius e Danielle por Merlim! Eu lembro de quando ela atirava coisas nele no meio do café da manhã e hoje estão sempre lado a lado. Stacy não lutou por nós Caios, ela bateu com a porta na minha cara.
- E Takana estava lá não é? – Caios franzia o cenho. – Anne não sabe e nem os outros, mas eu vi Takana saindo do seu dormitório semana passada.
- Ela vem tentando... – As bochechas de Nathan coraram. – Me passou algumas informações sobre Vega, disse que foi forçada a fazer o que fez e...
- E você acreditou?
- Não. É claro que não! Mas... Ela se esforça para continuar ao meu lado.
- Nathan...
- Olha Caios, talvez seja até bom Stacy e eu nos separarmos ok? Com a guerra vindo eu pretendo lutar e não vai ser bom ter laços.
- Você é quem sabe... – O loiro dava os ombros. – A propósito, Kevin está preparando um aniversário surpresa para você, achei que deveria estar ciente.
- EU DISSE AQUELA PESTE PARA NÃO FAZER NADA!
- Esse é o convite para ele fazer algo.
-EU vou matar o KEVIN!
- Hey, deixe-o se divertir... – Caios sorria maroto. – Ele precisa de uma distração, acho que todos precisamos.
- Vocês já terão uma boa distração. – Uma voz severa feminina ecoava. – Com DETENÇÃO! – Tonks adentrava a sala com uma expressão assassina na face o que foi suficiente para os garotos encolherem os ombros e Caios afundar na cadeira em que sentava.

Algumas coisas não mudariam jamais.



Kevin sentia uma gostosa brisa em sua face, estava confortavelmente deitado no colo de Lauren que lia um livro de contos enquanto lhe fazia um aconchegante cafuné nos cabelos. O sonserino apreciava aqueles momentos, afinal ultimamente era um dos poucos momentos que Lauren não chorava ou gritava com ele, realmente o fato dele já ter escolhido a escola de auror a cursar estavam deixando sua namorada louca.

- E então onde é o incêndio? – A voz de Sirius ecoava fazendo o casal erguer os olhos.
- Como assim incêndio? – Indagava Lauren fazendo gesto para Kevin se sentar.
- Qual é o motivo da emergência? – Stacy surgia acompanhada de Jay e Danielle que logo se aninhara debaixo de um dos braços de Sirius.
- Emergência? – Kevin arregalava os olhos.
- Oh! Vejo que estão todos aqui! – Caios sorria abertamente ao lado de Anne, ambos de mãos dadas.

Jay engoliu em seco, ver Caios e Anne tão próximos fora o suficiente para fazer seu estômago revirar várias vezes.

- Kevin você vai dar uma festa de aniversário para o Nathan. – Caios declarara alegremente.
- Eu vou o quê? – O loirinho levantava-se do gramado estupefato.
- Caios disse a Nathan que você está preparando uma festa surpresa para ele... – Anne explicava paciente.
- Mas eu prometi que não daria! Ele disse que me espancaria se alguma festa acontecesse! – Kevin arregalava os olhos incrédulo. – EU TENHO MEDO DELE CAIOS!
- Ele não vai e bater Kevin! – Lauren rolava os olhos logo focando Anne. – Não vai né?
- Bem... – Anne coçava a cabeça. – Eu acho que não...
- E isso é uma emergência? – Sirius indagava. – EU ESTAVA GANHANDO DINHEIRO CAIOS! SE EU SOUBESSE QUE A EMERGÊNCIA ERA NATHAN SOCANDO KEVIN EU TERIA CONTINUADO A JOGAR!
- Na verdade... – Caios fitava Stacy. – A festa é uma desculpa para Stacy se reconciliar com o Sr. Ranzinza.
- Como? – Stacy perguntava perplexa.
- CAIOS VOCÊ É BRILHANTE! – Exclamava Danielle dando pulinhos.
- É por isso que eu te amo Dandan, você sempre me entende! – O loiro sorria abertamente.
- Então explique Dani porque eu ainda não entendi! – Lauren fazia bico.
- Stacy vai cantar para o Nathan! – Explicava a garota.
- Não! – Stacy baixava os olhos. – Não mesmo!
- Nathan quer que você mostre que o ama mesmo Stacy, Caios disse que você é uma excelente compositora... Faça algo para ele. – Anne aproximava-se tomando as mãos da menina. – Salve a vida do meu irmão.

As bochechas de Stacy coraram violentamente, os olhos de Anne eram tão brilhantes e sua face era tão emoldurada que era impossível negar um pedido daqueles, era como negar um abraço a um filhote extremamente fofo de amasso.

- Tudo bem. – A menina suspirava.
- Resposta correta! – Caios alargava o sorriso. – Como eu estarei ocupado com as detenções dadas pela Tonton aqui estão às tarefas separadas. Jay... Eu... Bem, você sempre conseguiu bebidas e...
- Pela Stacy eu arrumo. – O moreno declarava desviando o olhar do ex melhor amigo.
- Ok. As bebidas ficam por conta do Jay, a decoração por conta da Anne e da Lauren, o palco por conta do Keke, os convites por conta do Sirius e Dandan você é a responsável pela seleção de músicas e as comidas eu me ajeito com os elfos, a festa é no sábado no salão comunal da sonserina, eu passo a senha para você Six e você coloca nos convites.
- E o que eu fico responsável? – Stacy franzia o cenho.
- Em reconquistar o Nathan, acredite Tacy eu não to muito a fim de sair na porrada com ele de novo!
- Ok... – A bruxa sorria fracamente.
- Ok, Thundercarts separar! – Caios sorria maroto beijando a bochecha de Anne que sorria animada.

Jay baixou os olhos, por Merlim como se pode arrancar um amor do peito? E por que ele gostava tanto de Anne? Ele era masoquista por acaso? Afastou-se lentamente das pessoas comemorando, não sentia animação para festejar, o faria mesmo pela felicidade de Stacy que andava tão para baixo que era digno de pena.

Andou por um tempo pelos jardins e depois pelos arredores da cabana de Hagrid, Anne estava mais bela do que nunca após o casamento com Caios e não era só ele que pensava isso segundo todos os rapazes de Hogwarts a nova Sra. Trent parecia uma deusa. Ela havia mudado também, não estava tão tímida quanto antes ou reservada, ela sorria! Havia visto até ela dar um tapa na cabeça de Kevin quando ambos deixavam uma aula de Poções, algo que jamais pensara que veria.

A noite havia caído e ele ainda estava nos jardins, enfiou ás mãos no bolso, iria acabar ficando doente se não tomasse alguma providência. Caminhou para dentro do castelo logo se encontrando frente ás gárgulas que ligavam a sala da diretoria, sentou frente ás mesmas aguardando, uma hora Tonks iria sair.

- Jay? – A voz da diretora ecoava nos corredores após algumas horas de espera. – Por Merlim! Sabe que horas são?
- Não, mas acho que já passou do toque de recolher... – O moreno comentava.
- Aconteceu algo? – Perguntava séria murmurando uma senha fazendo ás gárgulas abrirem passagem. – Venha entre, vamos tomar um chá.

O moreno levantara-se do chão seguindo a diretora para dentro da sala, Tonks logo sentou-se fazendo surgir um chá quentinho a suas frentes, Jay tomou a xícara em suas mãos e bebericou o liquido contido na mesma.

- Tonks eu amo Hogwarts... – Começara o moreno prendendo a atenção da senhora. – Quando eu tinha cinco anos de idade eu lembro de apostar com Caios sobre que casa eu iria parar...
- Jay...
- Eu recebi um convite da Bulgária como você sabe, irei para lá no final do ano letivo, mas... Eu não... Eu não...
- Fale Jay, o que você quer.

O grifinório repousara a xícara no pires suspirando pesado e logo baixando os olhos azuis esverdeados marejados.

- Eu quero pedir transferência de escola, eu quero ir para Durmstrang.



Anne estava deitada na confortável cama de casal de seu quarto e de Caios, a alguns minutos ele havia adentrado no banho e pelo que ela sabia ficaria lá por um bom tempo. Passou ás mãos pelos cabelos negros, estes já estavam quase batendo no meio das costas novamente, girou na cama fitando o teto fazendo sua camisola de seda vermelha subisse um pouco dos joelhos para ás coxas, cerrou os olhos de maneira cansada, só faltava um dia para o aniversário de Nathan e ela rezava internamente para que o irmão se entendesse com Stacy que lhe fazia tão bem.

Caios deixara o banheiro sem fazer barulho, a toalha verde amarrada na cintura enquanto enxugava os cabelos loiros com uma toalha da mesma cor menor, engoliu em seco ao fitar Anne deitada na cama dentre os lençóis prateados ela se destacava com os cabelos negros lisos espalhados pelo travesseiro e a camisola de seda que havia subido até um pouco acima do meio das coxas, sentiu sua boca ressecar e seu corpo começar a reagir com tal visão. Por Merlim em quase dois meses de casado eles não haviam aprofundado em nada, e a cada dia que se passava sentia seu corpo exclamar pelo corpo esquio da morena.

Aproximou-se lentamente da cama jogando longe a toalha que enxugava os cabelos, ajoelhou-se no colchão a fazendo abrir os olhos e lhe fitar de maneira penetrante, o mesmo olhar que sempre o fazia tremer por inteiro. Abaixou a cabeça colando os lábios aos lábios róseos da sonserina que logo o enlaçara pela nuca aprofundando o beijo. Caios engoliu um gemido conforme sua língua dançava num ritmo lento dentro da boca da mulher que tanto amava, mas não conseguiu controlar o segundo gemido quando Anne passeara suas unhas cumpridas em suas costas ainda molhadas.

Abandonou a boca da garota beijando-lhe a bochecha e logo o lóbulo da orelha arrepiando o corpo inteiro da mesma, sentiu-a passear os dedos em seu abdômen definido lhe causando ondas e mais ondas de puro prazer, desceu os lábios para o colo tocando com cuidado o seio farto da menina fazendo-a gemer baixinho, postou-se entre ás pernas da garota sentindo sua toalha deslizar, ele estava completamente nu enquanto ela estava com peças de roupas por demais.

Anne podia sentir a ereção dele pulsando contra sua feminilidade, o que os separava era apenas sua calçinha rendada, contraiu ás cochas ao redor da cintura de Caios que erguera sua camisola até o meio da barriga começando a beijar seu umbigo subindo lentamente até retirar-lhe a seda e beijar-lhe com fervor um dos seios enquanto o outro era massageado, subiu pelo pescoço o beijo alcançando-lhe a boca novamente.

- Anne... – Sussurrou nostalgiado.

Deslizou sua mão pelo corpo da esposa encontrando sua calcinha logo colocando a mão dentro da mesma tocando levemente a menina por dentro o que fez o corpo de Anne arquear em puro prazer e satisfação. Caios pensara que ela iria apenas apreciar o toque, entretanto a garota deslizou a mão delicada pelo seu corpo prestes a tocar-lhe em seu membro quando um barulho começara na janela.

Parecia que ambos haviam despertado de um sonho maravilhoso, Anne ainda arfava quando Caios a fitava nos olhos, o barulho continuava incessante o que fez ambos separarem-se contra a vontade com a respiração acelerada. Caios tratou de enrolar novamente a toalha na cintura e Anne a vestir novamente a camisola como se auto perguntasse como ficara sem esta. O loiro caminhou até a janela deparando-se com uma coruja negra de olhos verdes, uma ave formosa e exuberante que Caios sabia que poderia se tratar apenas de uma pessoa: seu pai.

Apanhou a ave arrancando-lhe do bico a carta com o símbolo da família Trent, abriu a carta lentamente lendo todo o conteúdo, sorriu de leve fitando a esposa que ainda estava se recompondo na cama.

- Papai e mamãe compraram uma casa para nós, pedem perdão pelo comportamento e nos desejam felicidades. – O rapaz comenta animado.
- Precisamos... Responder a carta então! – Anne corava.
- Tem certeza que quer responder agora?
- Absoluta! – Apressava a menina a procurar tinta e pena pelo quarto.

Caios respirou fundo, será que seus pais não tinham hora melhor para mandar noticias?



Nathan havia conseguido capacitar-se em girar seus olhos em 360° de segundo a segundo naquele dia ridículo que diziam ser seu aniversário, odiava 1º de março, principalmente porque jamais havia tido um aniversário feliz e agora Caios e Anne davam voltas e mais voltas pelo castelo com ele, para dar a hora da festa no salão comunal da sonserina, a verdade era que o maior desejo de Nathan naquele momento era deitar em uma cama e dormir, fitou o céu por uma das janelas a ventania não parava um segundo sequer além disso ele sabia que em alguns minutos uma imensa tempestade pairaria sobre toda Hogwarts.

- Eu simplesmente não posso apenas ir dormir? – Perguntou pela milésima vez.
- Deixa de ser desmancha prazeres Nate! – Caios emburrava. – Kevin arrumou tudo, faça uma criança feliz uma vez na vida!
- Não sinto vontade de fazer ninguém feliz. – Resmungou.
- Mas faça mesmo assim! – Retrucara Anne girando os olhos categoricamente. – Olha, já está na hora! Vamos?
- Não tem como fugir mesmo... – O moreno pestanejava.

Pararam frente ao imenso quadro que ligava a sonserina, Caios trocou um singelo olhar com Anne e logo disseram a senha em uníssono praticamente empurrando Nathan para dentro do salão.

Todos estavam lá, Nathan torceu os lábios em um pequeno sorriso ao ver a decoração e vários alunos de Hogwarts, dentre eles todo o time da sonserina. Fitou várias faces como se procurasse alguém, maneou a cabeça negativamente, onde ele estava com a cabeça procurando justamente ela? Danielle o colocou um colar de flores havaianas logo rindo dizendo-lhe que todos seus presentes estavam em sua cama no dormitório e em segundos a loira desaparecera com Sirius em meio a multidão.

- Parabéns Nathan... – Sussurrara Anne em seu ouvido o abraçando fortemente.
- Obrigado... – O moreno murmurava de volta.

Fora rápido, ás luzes de todo o local haviam apagado o que fez Nathan franzir o cenho ao ver um mini palco ser iluminado e Stacy surgir no meio dele, ela estava perfeita.

Stacy trajava um vestido vermelho que batia um pouco depois do joelho, seus cabelos estavam do jeito que ele gostava, longos, loiros e lisos e seus olhos num azul turquesa brilhante, os lábios avermelhados e uma expressão de confiança que ele sempre admirara na grifinória. Sempre amara o fato de Stacy ser sempre tão segura de si.

- Nathan... – Ela falara ao microfone o fazendo arregalar os olhos. – É para você.



I never promised you a ray of light
Eu nunca te prometi um raio de luz
I never promised there'd be sunshine everyday
Eu nunca prometi que haveria brilho do sol todos os dias
I gave you everything I have,
Eu te dei tudo o que eu tinha,
The good and the bad
De bom e de ruim


A voz de Stacy começava a ecoar macia e suave fazendo todos pararem apenas para escutá-la, Stacy era como um raio de Sol naquele momento, um raio de Sol impossível de ser ignorado.

Why do you put me on a pedestal
Porque você me colocou num pedestal?
I'm so up high that I cant see the ground below
Eu estou tão alta, que eu não consigo ver o chão
So help me down, you've got it wrong
Então me ajude a sair daqui, você se enganou
I don't belong there
Eu não pertenço a aqui.


A loira inclinou-se no microfone girando um pouco o corpo, Nathan prendera os olhos naquela imagem e na letra daquela música que parecia dizer tanto e ao mesmo tempo tudo. Stacy não mentira naquela frase, ele sempre a colocara alto demais como se ela jamais pudesse cometer algum erro idiota.

One thing is clear
Algo é claro,
I wear a halo, I wear a halo when you look at me
Eu uso uma auréola, eu uso uma auréola, quando você olha para mim
But standing from here,
Mas olhando daqui,
You wouldn't say so, you wouldn't say so if you were me
Você não diria a mesma coisa, você não diria a mesma coisa se fosse eu
And I, I just wanna love you
E eu, eu só quero amar você
Oh oh I, I just wanna love you.
Oh oh Eu, eu só quero amar você.


A loira inclinou-se para frente jogando os cabelos loiros e sedosos e logo os jogando para trás em seus olhos lágrimas escorriam enquanto cantava a pleno pulmões, muitos presentes aplaudiam e gritavam, Stacy tinha um dom e ela realmente saia utilizá-lo.


I always said that I would make mistakes
Eu sempre disse que cometeria erros
I'm only human and that's my saving grace
Sou só humana, e essa é a minha graça salvadora
I fall as hard as I try
Eu sempre caio por mais que eu tente,
So don't be blinded
Então não seja cego
See me as I really am
Me veja como eu realmente sou,
I have flaws
Ás vezes sou chatinha
And sometimes I even sin
E até admito
So pull me from that pedestal
Então, me tire desse pedestal
I don't belong there
Eu não pertenço a ele.


Erros, por Merlim como essa palavra lhe doía o peito! E vê-la cantando para ele, assumindo o quanto errou como se estivesse se humilhando para seu perdão estava sendo demais, queria correr para bem longe dela, mas aparentemente suas pernas não o obedeciam, começou a imaginar se Danielle ou Caios haviam usado algum feitiço paralisante, sentia-se um completo inútil naquele momento, sentia-se inteiramente envergonhado.

One thing is clear
Algo é claro,
I wear a halo, I wear a halo when you look at me
Eu uso uma auréola, eu uso uma auréola, quando você olha para mim
But standing from here,
Mas olhando daqui,
You wouldn't say so, you wouldn't say so if you were me
Você não diria a mesma coisa, você não diria a mesma cosia se fosse eu
And I, I just wanna love you
E eu, eu só quero amar você
Oh oh I, I just wanna love you.
Oh oh Eu, eu só quero amar você.


Stacy não escondia ás lágrimas que lhe escorriam pela bochecha, via todas as pessoas lhe sorrirem como se lhe incentivassem, vira Caios e Anne abraçados em um canto cantando e trocando caricias, fitou a face contente e positiva de Danielle e Sirius como se estivessem orgulhosos de uma filha vencedora e por ultimo Kevin e Lauren que lhe sorriam abertamente. Aquilo só lhe dava coragem para prosseguir e fitar Nathan nos olhos.

I always said that I would make mistakes
Eu sempre disse que cometeria erros
I'm only human and that's my saving grace
Sou só humana, e essa é a minha graça salvadora
I fall as hard as I try
Eu sempre caio por mais que eu tente,
So don't be blinded
Então não seja cego
See me as I really am
Me veja como eu realmente sou,
I have flaws
Ás vezes sou chatinha
And sometimes I even sin
E até admito
So pull me from that pedestal
Então, me tire desse pedestal
I don't belong there
Eu não pertenço a ele.


Ela o fitava nos olhos enquanto cantava, viu como se Nathan se desesperasse a cada palavra que ela declamava ali no palco, era como se ele implorasse que ela parasse, mas ela prosseguia, ela não queria parar ela tinha que dizer tudo e ele iria ouvir, ele não poderia ignorar como ela fez no passado ela não o deixaria ignorar.

One thing is clear
Algo é claro,
I wear a halo, I wear a halo when you look at me
Eu uso uma auréola, eu uso uma auréola, quando você olha para mim
But standing from here,
Mas olhando daqui,
You wouldn't say so, you wouldn't say so if you were me
Você não diria a mesma coisa, você não diria a mesma cosia se fosse eu
And I, I just wanna love you
E eu, eu só quero amar você
Oh oh I, I just wanna love you. (I just wanna love you )
Oh oh Eu, eu só quero amar você. (eu só quero amar você)


A loira cerrara os olhos ao terminar as notas musicais, Nathan aparentemente havia conseguido se despregar do chão e correr para fora do salão comunal, assim que a garota abrira os olhos ele não estava mais lá.

- VAI ATRÁS DELE! – Sirius berrara ao lado de Danielle a fazendo despertar.

A grifinória fitou o rosto de todos presentes, aparentemente todos a incentivavam a correr atrás do sonserino cabeça dura.

- Deixe-o Malfoy. – A voz seca de Takana a fez parar imediatamente quando descera do palco.
- Saia da frente Aiko. – Rosnou perigosa.
- Ele não quer você.
- Escute uma única coisa que eu vou te dizer sua japonesa nojenta... – A voz de Stacy tornava-se alarmante. – Fique bem longe do MEU HOMEM!

Antes que Takana pudesse retrucar, Stacy apanhara uma bebida de uma pessoa ao seu lado e jogara na face de porcelana da sonserina o que a fez arregalar os olhos pasma.

- Isso é pelo que você fez com ele, e ISSO é por tentar me impedir de ir atrás DELE.

Takana franziu o cenho, mas logo a mão de Stacy acertara com força sua face, a Grifinória empurrara a japonesa correndo para fora do salão comunal escutando ao passar pelo quadro vários aplausos.

Viu Nathan dobrar um corredor e começar a descer rapidamente as escadas, acelerou a correria para ir atrás do rapaz logo chegando aos jardins onde uma imensa tempestade despencava como se o mundo estivesse preste a desabar sobre suas cabeças, Nathan andava veloz até o lago pouco se importando se estava sendo castigado pela chuva, ele precisava de ar.

- NATHAN! – Gritou a loira ensopada para que ele a ouvisse em meio a trovões e raios.
- SAIA DAQUI STACY! VAI PEGAR UMA PNEUMONIA! – Retrucou o moreno sem virar para fita-la.
- EU PEGARIA TUBERCULOSE SE ISSO O FIZESSE ME OUVIR!
- EU JÁ OUVI OK? EU JÁ OUVI DEMAIS!
- ENTÃO ME FAÇA OUVIR TAMBÉM!
- VOCÊ QUER OUVIR? – O moreno virava-se para fitar a garota.

Stacy tremia era notório o frio que sentia e que estava ficando com marcas vermelhas nos braços e no rosto por conta da intensidade da chuva, deu dois passos ficando frente a frente a loira que o fitava de maneira instigante.

- QUER MESMO?
- QUERO!
- VOCÊ FOI A MELHOR E A PIOR COISA QUE ME ACONTECEU NA VIDA! ANTES DE VOCÊ EU SABIA TUDO! EU TINHA TODAS ÁS RESPOSTAS! ANTES DE VOCÊ EU SABIA QUE IRIA ME TORNAR FRIO E CRUEL! DEPOIS DE VOCÊ EU VI OUTRO MUNDO, EU LUTEI PARA MUDAR, POR QUE EU QUERIA FICAR COM VOCÊ! MAS EU PERDI VOCÊ E EU NÃO SABIA PARA ONDE IR! E EU COMEÇEI A TER OUTRA CERTEZA DE QUE VOCÊ NÃO MERECIA ESTAR COMIGO E HOJE VOCÊ... VOCÊ ME FAZ FICAR CONFUSO NOVAMENTE!
- VOCÊ AINDA NÃO ENTENDEU NATHAN!
- O QUE EU NÃO ENTENDI?
- EU É QUEM NÃO MEREÇO VOCÊ! EU SOU QUEM NÃO MERECE VOCÊ NATHAN!

O moreno vira Stacy segurar a mão contra o corpo, ela estava extremamente imune como da vez que a vira pálida e velha ao lado de Danielle nos jardins. Os lábios de Stacy naquele momento começaram a ficar roxos e tudo o que Nathan conseguiu fazer foi puxá-la pela nunca e devorar seus lábios com um beijo feroz e apaixonado.


Eles adentravam ainda se beijando uma sala de aula do primeiro andar, era como se tudo o que quisessem naquele momento era ficar inteiramente juntos não importava aonde, Nathan parou de súbito fitando a face trêmula da menina que ainda estava agarrada ao seu corpo como se dependesse dele para continuar vivendo.

- Por favor, não pare... – Suplicou a menina beijando-lhe no pescoço.
- Isso não é certo Stacy... – Falou com dificuldade.
- Que se dane o certo e o errado Nathan, eu quero você.

O moreno sorriu de canto erguendo o rosto da loira para si e beijando-lhe com fervor os lábios, Stacy passeava ás mãos por debaixo da blusa do garoto logo a puxando com força fazendo os botões voarem longe o que fez Nathan soltar risinhos dente o beijo.

Stacy largara os lábios do namorado para beijar-lhe o abdômen, sendo logo parada pela mão de Nathan erguendo a cabeça da garota a fazendo encara-lo confusa.

- Você não é o homem por aqui Stacy... – Os olhos de Nathan estavam ainda mais escuros.

A menina virou a face fitando um imenso colchão com cobertas cercados de velas, como Nathan os fez aparecer ela jamais saberia, ele a segurara no colo a deitando no colchão com delicadeza ficando por cima apoiando-se em seus cotovelos para que ela não sentisse seu peso.

Acariciou lentamente a face da menina beijando cada parte dali, em seguida beijou-lhe com desejo deslizando a mão pelo lado do corpo da loira que gemera o fazendo sorrir satisfeito. Nathan segurara na barra do vestido de Stacy o retirando por completo revelando uma lingerie laranja, beijou-lhe lentamente a região do umbigo subindo com a língua entre os seios logo parando em sua jugular onde mordiscou e sugou fazendo o corpo de Stacy arquear e ela arranhar levemente ás costas do moreno.

Nathan encaminhou as mãos da menina até o cinto de sua calça para que ela mesmo o tirasse enquanto isso ele se ocupava em mordicar-lhe os bicos entorpecidos do seio por cima da peça intima a fazendo quase não conseguir arrancar o cinto. Nathan baixara a calça ficando apenas de boxer branca colando o corpo ao de Stacy que pôde sentir o membro duro como pedra em sua barriga.

- Quer que eu pare? – Sussurrou o moreno beijando-lhe o queixo.
- Jamais.

Nathan retirara-lhe o sutiã lentamente beijando de maneira demorada e lenta os seios, em seguida retirou a própria boxer levando a mão da menina até seu membro inchado, Stacy ofegou com tal contato, mordendo o lábio inferior ao sentir Nathan deslizar sua ultima peça de roupa pelas pernas e retirar sua mão de seu membro.

- Stacy me mande parar... – Gemeu mordendo o lóbulo da orelha da menina.
- Não...
- Eu não vou me segurar.
- Eu não quero que você se segure Nathan.

Ela abrira a perna enroscando a mesma no traseiro do moreno o forçando roçar o pênis em sua feminilidade, sentiu um choque percorrer seu corpo ao vê-lo suar e gemer, ele estava realmente tentando se controlar. Puxou-o mais uma vez pela perna o fazendo penetrar levemente.

- Sou metamorfomaga... – Sussurrou ao namorado. – Posso me moldar a você, você não vai me machucar.

Aparentemente aquilo foi um alivio, o moreno a fitou nos olhos penetrando-a, Stacy gemeu em prazer e sorriu o tempo todo, ela não sentiria dor.

Acelerou os movimentos sentindo-a mexer junto de si, ela gemia enquanto ele se movia e em minutos ela ficara exausta embaixo de si enquanto ele prosseguia, segundos após o orgasmo da loira Nathan desabou em cima da mesma exausto e arfante, Stacy acariciou-lhe pelos cabelos gostando de sentir aquele peso em cima de si.

- Eu vou me levantar, só me dê um segundo... – Sussurrou cansado.
- Por mim você permanecia nessa posição por todo o sempre e sempre... – A loira murmurava beijando-lhe o lóbulo da orelha sentindo endurecer novamente.
- Oh Stacy, não sairemos daqui tão cedo... – Riu o rapaz a tomando pelos lábios novamente.

Perderam a conta de quantas vezes se amaram naquela noite, mas uma coisa Nathan tinha certeza: foi o seu melhor aniversário.



Ao contrário do dia anterior, aquela manhã não castigava Hogwarts com uma chuva intensa, pelo contrário, o seu extremamente azul com um imenso sol amarelo declarando-se rei iluminava todo o jardim ainda com suas plantas molhadas e destruídas por conta da chuva do dia anterior.

Jay possuía os cabelos despenteados enquanto se apoiava no píer observando atentamente o horizonte, não havia dormido nada durante a noite, pensando e repensando em algum motivo plausível para que seus pais lhe omitissem a verdade sobre a guerra e Caios fosse o primeiro e único, a saber, de tudo, pensava e repensava na obsessão que andava sentindo por Anne e no quanto aquilo andava lhe fazendo mal.

Esfregou ás mãos na face, odiava ser o coitado, odiava andar cabisbaixo pelos cantos, tinha de se reerguer! Ele era um Potter! Ele não queria ser digno de pena, sentiu suas pernas serem molhadas pela água jogada pela Lula Gigante e sorriu levemente para o animal, Tonks lhe daria a resposta sobre Durmstrang, Tonks lhe diria se ele poderia ser ou não transferido e ele sentia seu estomago revirar em pura ansiedade.

- Jay. – A voz séria da Profa. Kian ecoava atrás de si o fazendo se virar e fitar a face enrugada da mulher que um dia fora excepcionalmente bela.
- Professora?
- A Diretora já tem sua resposta.

O mundo pareceu se iluminar e tudo o que Jay fazia naquele exato momento era rezar para que sua resposta fosse proveitosa.


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