Dia das Bruxas



Cap. 23 - Dia das Bruxas

Parecia que nem havia deitado quando Remo começou a chamá-los para levantar. Tiago acordou, com uma maravilhosa cara de sono e foi para o banheiro, com os olhos fechados. Tanto era seu sono que acabou batendo a cara na porta, pois não viu que ela estava fechada. Todos no dormitório olharam para ele e começaram a rir, enquanto ele massageava o nariz.

Harry era quem estava no banheiro. Tiago nem tinha percebido isso, afinal, levantou sem nem abrir os olhos. Harry saiu e viu o pai com cara feia e o nariz vermelho. Assim como os outros, começou a rir.

Tiago, já mais acordado pela trombada com a porta, entrou no banheiro e foi fazer sua higiene.

Quando saiu, todos já estavam prontos para descer, menos Pedro, que já havia ido. Estavam todos sentados em suas camas.

- O que foi? – perguntou ele, olhando para todos com uma cara confusa.

- Ora, queremos saber tudinho – começou Sirius, com um sorriso maroto.

- Do seu plano – continuou Remo.

- O que aconteceu? – perguntou Frank.

- Deu certo? – indagou Harry. Tiago abriu um enorme sorriso, nem precisava de palavras para responder às perguntas.

- Tudo perfeitamente certo – respondeu ele, se sentando também.

- Ótimo! Agora pode nos contar para onde a levou, Pontas? – pediu Sirius, totalmente impaciente. – Você ainda não nos contou.

Tiago começou a contar tudo para os amigos, pensando na noite anterior, sonhador. Eles ouviram tudo em silêncio.

- Ei! – reclamou Sirius, indignado. – Por que nunca nos falou desse lugar?

- Eu não sou bobo, Almofadinhas – respondeu Tiago, sorrindo. – Se eu contasse, provavelmente teríamos que ter começado a marcar horário para ir. E eu queria que ninguém nos interrompesse.

- Ah... fizeram alguma coisa que não poderíamos ver?- perguntou Sirius, com um sorriso malicioso

- Não seja bobo, Almofadinhas, é claro que não! – respondeu Tiago.

- E por que do “marcar horário”? – perguntou Harry rindo.

- Porque todos vocês iriam querer levar suas namoradas até lá, ontem.

- Não me inclua nisso – disse Remo, fazendo todos rirem.

- É, e quando vai falar com a Tonks, Remo? – indagou Frank.

- Eu... – começou ele, corando.

- Você o quê, Aluado? – perguntou Sirius.

- Como você está impaciente hoje, Almofadinhas! – exclamou Harry, rindo. – O que a Kely te deu ontem?

Sirius fechou a cara e virou-se para Remo, querendo uma resposta. Este resolveu contar logo de uma vez.

- Eu... faleicomelaontem! – respondeu ele, rapidamente, fitando o chão.

- O quê? – perguntaram os quatro juntos.

- Eu... falei com ela, ontem – respondeu Remo, mais devagar, agora fitando a parede do quarto.

- Então, conta como foi! – pediu Tiago.

Flash Back

Remo estava sozinho na Sala Comunal, todos os seus amigos já tinham saído com as namoradas. Ele terminou o dever de poções e sentou numa poltrona, perto da lareira, para descansar um pouco. Logo subiria para dormir.

Estava quase se levantando quando ouviu alguém descendo. Olhou para a escada em caracol e viu que era Tonks. Seus cabelos estavam roxos e ela, de camisola rosa com um roupão lilás por cima.

Quando a garota viu Remo ali, sentado, olhando para ela, levou tal susto que deu um pulo para trás, batendo numa poltrona e caindo sentada nela. Remo apenas sorriu.

- O que está fazendo aqui? – perguntou ela, se recompondo.

- Não estou com sono, ainda e os marotos saíram...

- Para onde?

- Hoje é o aniversário de namoro deles, e prepararam uma surpresa para suas namoradas. E eu fiquei aqui.

- Ah, certo.

- E você, por que está aqui?

- Não estava conseguindo dormir, então resolvi descer, mas não esperava te ver aqui.

Após algum tempo em silêncio, Remo se levantou e foi até a janela. Ao olhar, soltou uma risada.

- O que foi? – perguntou Tonks, se levantando e se dirigindo até a janela, também.

- Tiago acabou de sair voando com Lily, ali – disse ele, apontando para algo que voava para longe. – Sirius está dando a volta pelo castelo, com Kely – apontou para duas pessoas andando no pé da torre. – Alice e Frank estão ali e Gina e Harry, indo para o lago – terminou ele, apontando respectivamente para os casais que ia falando.

No momento em que ele se virou, Tonks estava de frente para ele. Resolveu que era a hora de falar tudo para ela.

- T... Tonks... Eu... – começou ele, sem saber exatamente o que falar, mas já tinha começado, agora iria em frente.

- Você? – incentivou a garota, olhando diretamente em seu olhos.

- Eu... Você sabe que eu gosto muito de você e... – continuou, ficando vermelho. – E eu... queria... saber se...

- Eu gosto de você e você sabe disso – respondeu a menina, sorrindo. – Só não sei por que não ficamos juntos logo... Você sempre inventa uma desculpa.

- Não é desculpa – disse Remo, agora olhando para o chão.

- Então é o quê? – perguntou ela. Queria saber a razão pela qual ele sempre acabava “fugindo” dela.

- Eu... Não posso te contar – falou ele, desanimado. – Se você soubesse...

- Nada mudaria o que eu sinto por você. Nada.

- Não tenha tanta certeza. Sei que quando souber de tudo, vai querer me deixar, me largar, vai querer distância de mim, ter nojo.

- Estou dizendo, isso não vai acontecer, acredita em mim! – pediu ela, quase chorando.

- Por favor, não fique assim!

- E como quer que eu fique? Me conte, por favor!

- Não sei...

- Por favor! – pediu ela.

- Se... Se eu contar, promete que não vai sair contando para todos?

- Eu prometo.

- Está bem – concordou Remo, não havia mais como esconder. – Eu... Sou... Um...

- O quê? – insistiu ela.

- Um... Lobisomem! – respondeu ele, olhando em seus olhos. Tinha certeza que veria uma cara de nojo e incredulidade, mas, para seu espanto, a garota sorriu.

- Isso não é razão para afastar as pessoas de você.

- Então, o que vai fazer agora?

- Eu já disse que não vou fazer nada. Acho incrível que uma pessoa com um problema desse, com tanta responsabilidade tenha um coração tão bom como o seu, seja uma pessoa tão boa.

- Então, você não vai me deixar?- perguntou ele, esperançoso.

- Não. Nunca – respondeu ela, sorridente. Remo se aproximou e beijou-a. A cor de seus cabelos mudou rapidamente para um tom vermelho. Depois de se separarem, Remo ajoelhou-se em frente a ela.

- Tonks, aceita ser minha namorada? – indagou, segurando a mão da moça.

- Claro! – respondeu ela, com um enorme sorriso. Remo se levantou, abraçou-a e deu-lhe mais um beijo.

- Eu te amo! – disse ele.

- Eu também! – falou ela, sorrindo.

Fim do Flash Back

- E foi isso que aconteceu ontem – terminou Remo.

- Então, quer dizer que temos mais um casal fazendo aniversário de namoro no dia vinte e cinco? – disse Harry, rindo.

Depois disso, eles desceram para a Sala Comunal, esperar suas namoradas para seguir para o Salão Principal.

**

- ACORDEM JÁ! – gritou Kely, no meio do dormitório feminino. Essa deveria ter sido escutada lá da Floresta Proibida. Todas acordaram e se sentaram na cama, com os olhos quase fechados, querendo saber a razão do grito. – Ufa! Demorou!

- Que foi? – perguntou Alice.

- Por que o grito? – indagou Lily, quase caindo na cama de sono.

- Ah, e quero saber de tudo o que aconteceu, senhorita Evans! – exclamou Kely, sorrindo.

- Vou me arrumar, depois conto para vocês – disse a ruiva, seguindo para o banheiro.

Depois que saiu, Gina entrou e, depois dela, Alice. Kely já estava pronta. Todas se sentaram na cama de Lily para saber sobre seu passeio.

- Então, Lily, pode começar a falar! – pediu Kely, sorrindo para a ruiva, que estava com uma cara de sono. Lily contou tudo sobre a surpresa que Tiago havia preparado, menos, é claro, a parte da blusa...

Quando terminou as meninas estavam com caras sonhadoras.

- Qual o problema? – perguntou ela, arqueando uma sobrancelha.

- É tão fofo! – exclamou Kely, suspirando.

- Duvido que o Sirius tenha feito alguma coisa que você não gostou! – respondeu ela, rindo.

- Ele me fez um jantar a luz de velas, no meio de flores lindas! E me deu um colar com pedras aqua marine – completou ela, mostrando um belo colar.

- E o Frank me levou a uma árvore enorme, eu adorei!

- Harry me levou até uma rocha na beira do lago. A vista de lá era linda! E me deu esse colar – disse Gina, mostrando o colar de ouro com um pingente em forma de coração.

- O que está escrito aí, Gina? – perguntou Lílian. – Estou com tanto sono que nem estou conseguindo ler direito.

- “Eu te amo” – respondeu a ruiva.

- Que lindo! – disse Alice.

- Vamos descer, agora? – chamou Kely. – Os meninos já devem estar nos esperando.

- Claro – concordaram elas e desceram para a Sala Comunal. Como o previsto, eles já estavam lá, esperando por elas. Tiago tinha um lírio laranja na mão, Sirius uma rosa vermelha, Frank uma margarida e Harry uma rosa branca.

Ao mesmo tempo, as quatro cumprimentaram os namorados com um beijo. Ao se separarem, eles, juntos, entregaram as flores. Remo até riu da cena.

- Por que está rindo? – perguntaram os oito, e depois também começaram a rir.

- Se fosse combinado, não daria tão certo! – exclamou Remo, ainda rindo.

- Por que? – perguntaram Tiago e Harry.

- Vocês oito fizeram a mesma coisa exatamente ao mesmo tempo!

Depois de rirem, eles concordaram em ir tomar o café da manhã. Apenas Remo ficou na torre da Grifinória.

- Por que o Remo ficou, Ti? – perguntou Lily, andando de mãos dadas com o moreno e, quando passavam pelos corredores, as garotas lançavam olhares assassinos a Lily e Kely, que nem se importavam, pois tinham decidido não mais esconder o namoro.

- Ele está namorando agora – respondeu Tiago, sorrindo.

- Sério? – indagou Lily, surpresa e feliz pelo amigo. – É com a Tonks, não é?

- É sim – respondeu Sirius, que tinha a mão passada nas costas de Kely.

- Que ótimo! – disse Gina. – Agora são dez pessoas fazendo aniversário de namoro no mesmo dia.

- É, só espero que todos não resolvam ir para o mesmo lugar nesse dia! – exclamou Tiago, fazendo todos rirem.

Depois do café, todos foram para a aula de Transfiguração. O dia se passou rapidamente. Pela noite, estavam todos na Sala Comunal, conversando, quando Harry se lembrou que precisava falar com Dumbledore.

- Já volto – disse ele, se levantando.

- Onde vai, Harry? – perguntou Tiago.

- Até a sala de Dumbledore, preciso perguntar uma coisa para ele.

Saiu da torre da Grifinória e encontrou várias pessoas nos corredores, saindo do Salão Principal, rumo a suas salas comunais. Quando estava passando pela frente do salão, Pedro estava saindo, com os bolsos das vestes cheios de comida, para a noite.

Chegou na gárgula que guardava a escada que levava para o escritório do diretor e se lembrou de que não sabia a senha. Poderia ser tanto a mesma da última vez que esteve aqui, quanto poderia ter mudado.

- Hãã... – começou ele, pensando. – Delícias gasosas? – tentou, mas a gárgula continuou imóvel. – Não sei, sapos de chocolate, feijõezinhos de todos os sabores, tortinhas de abóbora, torrão de barata, chicles de baba-bola... – mas, nesse momento, a gárgula se moveu, mostrando a escada em caracol que levava ao escritório de Dumbledore. – Acho que descobri a senha! – disse Harry, rindo.

Ele subiu na escada e parou na frente da porta. Bateu três vezes e o diretor mandou entrar.

- Ah, boa noite, Harry! – disse ele, energicamente.

- Boa noite professor – respondeu Harry.

- O que o trás aqui, hoje?

- Sabe, senhor, eu gostaria de fazer uma pergunta.

- Claro, sente-se – falou Dumbledore, apontando para a cadeira em frente à sua escrivaninha. Harry se encaminhou a ela e se sentou. – Então, o que quer me perguntar? Embora eu pense que já sei o que pode ser – completou, sorrindo.

- É sobre a poção que... – começou ele, e Dumbledore continuou.

- Que Severo Snape estava fazendo naquela sala. Imaginei que fosse isso.

- Exatamente. O senhor acha que aquela poção... – começou de novo, mas Dumbledore o interrompeu.

- Pode ser a que Voldemort usou para proteger sua Horcrux. Sim, Harry.

- Como o senhor sabe o que eu ia dizer? – perguntou Harry, arqueando uma sobrancelha.

- Por que também pensei em chamar você aqui para falar-lhe sobre isso – respondeu o diretor. – Mas como a senhorita Evans deve ter contado tudo o que aconteceu naquela sala a você, sabia que viria aqui, para saber disso.

- Certo. E o senhor já tem alguma idéia de como pegar aquela Horcrux, professor?

- Sei, o único problema é como acabar com o efeito daquela poção. Acho que o jeito é fazer o que você disse que fizemos, ou melhor, você fez e eu farei.

- Mas aquela poção o enfraqueceu demais, professor, o senhor não pode...

- Como você mesmo disse, Harry, eu já estava um pouco fraco por causa da maldição daquele anel. E também, a velhice atrapalha um pouco, não é? – disse Dumbledore, dando um sorriso.

- Está bem. O senhor já tem alguma idéia de quando poderemos pegar o medalhão?

- Ainda não. Quando resolver, o chamarei aqui.

- Certo. Era isso que eu queria perguntar. Estou indo. Boa noite, professor.

- Boa noite, Harry.

Harry saiu da sala e rumou de volta para a Sala Comunal. Os corredores já estavam mais vazios, pois o jantar já havia acabado e já estava perto da hora de retornar para o dormitório.

A torre da Grifinória estava lotada aquela hora. Harry avistou seus amigos e foi se juntar a eles.

- Falou com Dumbledore? – perguntou Gina, quando ele se sentou ao seu lado.

- Sim – respondeu Harry.

- E o que era? – indagou Lílian. Harry olhou para ver se alguém os escutava, ou se Pedro estava por perto, mas era tão alto o barulho que ninguém o ouviria e Pedro também não estava ali.

- Fui perguntar para ele sobre aquela poção que Snape estava fazendo.

- E descobriu o que era? – perguntou Remo, interessado.

- Sim. Era a poção que guardava uma das Horcruxes de Voldemort, o medalhão de Sonserina, na caverna.

- E qual é o nome da poção? – perguntou Sirius.

- Não sei, e acho que nem Dumbledore sabe. Mas é uma poção muito forte, enfraqueceu muito Dumbledore, no dia em que fomos à caverna.

- E ele já sabe como neutralizar seu efeito? – indagou Kely.

- Ainda não, está pesquisando sobre isso.

Ficaram conversando por um tempo e resolveram ir dormir, tinham dormido pouco na noite anterior. A semana passou rapidamente, e logo chegou domingo, Dia das Bruxas.

- Acordem seus dorminhocos! – falou Tiago, andando pelo quarto, tirando as cobertas dos amigos, menos de Pedro, de propósito. Remo abriu o cortinado e levantou a cabeça, ainda meio sonolento e Harry esfregou os olhos, bocejando.

- Que foi? – perguntaram os dois juntos a Tiago, que sorria.

- Hoje é Dia das Bruxas! – respondeu Tiago.

- E daí? – indagou Frank, que acabara de acordar.

- Tem festa hoje!

- É, mas só as oito da noite – disse Remo.

- Não precisava acordar a gente tão cedo – completou Frank.

- E por que está tão feliz? – perguntou Harry, se levantando.

- Sei lá – respondeu ele, dando ombros. – Só estou feliz.

- Vai nos acordar e deixar o Almofadinhas dormindo, é? – indagou Remo, com cara de indignado.

- Nem pensar! – exclamou Tiago, abrindo um sorriso maroto. Puxou a varinha do bolso, abriu o cortinado de Sirius silenciosamente (não que fosse preciso) e apontou para ele, que dormia gostosamente. – Levicorpus! – Sirius foi erguido no ar pelo tornozelo, e as cobertas caíram no chão.

- Na próxima, tente ser mais delicado – falou Sirius, fechando a cara e os olhos, de tanto sono.

- Nem pense em voltar a dormir, Almofadinhas! – disse Tiago, quando viu que o amigo tinha fechado os olhos. – Liberacorpus! – Sirius caiu com tudo de volta na cama, acordando completamente.

- Você devia ser melhor com seus amigos, sabia? Olha o jeito que você me acorda! – reclamou ele.

- Só estou fazendo o mesmo que meu amigo faria – respondeu Tiago, sorrindo.

Sirius entrou no banheiro quase de olhos fechados. Depois de meia hora, ele ainda não tinha saído. Tiago, que não agüentava mais esperar, foi até lá e chamou o amigo. Não recebeu resposta. Chamou de novo, mas nada. Então, abriu a porta e olhou para dentro. Quando viu, abafou uma risada.

Remo, Harry e Frank foram até lá, também, ver o que estava acontecendo. Quando viram, não agüentaram, os quatro começaram a rir alto.

Sirius estava sentando no vaso sanitário, com a cabeça apoiada na pia, dormindo, de boca aberta. Nem os risos o acordaram. Remo pegou a arinha e apontou para Sirius.

- Aguamenti! – disse ele, fazendo com que um jorro de água saísse da ponta da varinha direto na cara do garoto, que acordou imediatamente.

- Estou falando que estão fazendo um complô contra mim! – reclamou ele, se levantando.

Os cinco se arrumaram e desceram para a Sala Comunal, que estava vazia, pois eram sete da manhã, mas deixaram Pedro lá, preferiam ir sem sua companhia.

**

- Alguém está acordada? – perguntou Kely, por trás de seu cortinado.

- Eu estou – responderam Kely e Lily.

- Eu também – disse Gina. As quatro abriram os cortinados e se levantaram.

- Dormi tão bem essa noite – falou Kely, sorrindo.

- Aposto que sonhou com o Sirius! – brincou Alice, rindo.

- Sonhei mesmo – respondeu Kely, sonhadora, e entrou no banheiro. Uma hora depois estavam todas prontas. Desceram para a Sala Comunal e encontraram apenas os marotos e Tonks lá, com Remo.

- Bom dia, marotos – disseram as garotas.

- Bom dia, meninas – responderam eles. Cada uma com seu namorado, foram para o Salão Principal, que também não estava cheio. Seguiram para a mesa da Grifinória e se sentaram.

- Acho que deveríamos ter dormido um pouco mais – disse Lílian.

- Por que, meu anjo ruivo?- perguntou Tiago, dando um beijinho estalado em sua bochecha.

- Hoje tem a festa, vai acabar tarde – respondeu ela.

- Tem razão – concordou Sirius. – Mas nós não tivemos escolha, fomos acordados!

- Por quê? – perguntou Kely, começando a comer.

- Tiago nos acordou – respondeu Remo.

- E por que ele fez isso? – indagou Tonks.

- Não faço idéia – disse Harry, rindo.

- Só acordei cedo, e não queria esperar vocês sozinho, meninas.

- E acordou eles só por causa disso? – perguntou Gina.

- Sim.

Depois do café, decidiram passar a manhã na faia à beira do lago, com muita insistência de Tiago e muita resistência de Lily, que queria estudar.

- Eu não posso levar nenhum livrinho para ler? – perguntava ela.

- Nem pensar, hoje é dia de diversão, não de estudo. Outro dia você estuda.

- Mas e não tenho estudado nesses dias! – reclamou ela.

- Como assim? – perguntou ele. – Você faz todos os deveres e estuda duas horas por dia. E ainda me diz que não tem estudado?

Eles se sentaram embaixo da faia e ficaram conversando por um tempo.

- O que vamos fazer agora? – perguntou Tiago.

- Não sei – responderam todos, menos Sirius.

- Que tal jogarmos alguma coisa? – sugeriu ele.

- Como o quê? – perguntou Frank.

- Verdade ou desafio! – falou ele, sorrindo. Todos concordaram e Sirius pegou uma garrafa. – O bico da garrafa é a pergunta e o fundo, a resposta.

- Vamos fazer assim, só são permitidas duas verdades, o resto é desafio, senão todos só vão pedir verdade – disse Tiago. – Concordam?

Todos afirmaram e se sentaram em círculo. Alice, Frank, Gina, Harry, Tiago, Lily, Kely, Sirius, Tonks e Remo, respectivamente. Sirius colocou a garrafa no centro e girou-a.

Remo X Frank

- Verdade ou desafio? – perguntou Remo.

- Verdade.

- Qual foi a sua maior decepção?

- Quando Alice disse que não gostava de mim, no terceiro ano.

Lily X Gina

- Verdade – disse Gina, sem nem esperar Lílian perguntar.

- Desde quando gosta do Harry?

-Meu primeiro ano, segundo dele – respondeu ela.

- Você ainda ganha, Pontas – falou Sirius, rindo. – Falava da ruiva desde a primeira vez que olhou para ela, acho que foi no Expresso de Hogwarts, pelo que me falava... - terminou ele, fazendo todos rirem.

Harry X Tonks

- Verdade ou desafio?

- Desafio! – respondeu ela.

- Te desafio a ficar com os cabelos como os do Snape, durante três rodadas.

Tonks fechou os olhos e, quando abriu, seus cabelos estavam pretos, curtos e oleosos.

Sirius X Lílian

- Verdade – disse ela, rapidamente. Não se atrevia a pedir desafio para Sirius.

- Só fingia que odiava meu amiguinho Pontas ou não gostava dele mesmo?

- Eu... – começou ela, ficando vermelha. – Eu acho que... Que gostava dele, mas não... Não admitia isso... Nem para mim mesma.

- Ei! – reclamou Tiago. – E você me fez passar todos esses anos atrás de você? Por que não cedeu logo de uma vez?

- Simples – respondeu Lily. – Você era um galinha, arrogante e prepotente, com um ego enorme. Resumindo, isso fazia com que eu te odiasse. E eu dizia para mim mesma que te odiava, tinha medo de me machucar.

Três rodadas depois, Tonks voltou seu cabelo ao normal.

- Credo, como ele agüenta esse cabelo assim? – perguntou a menina. – É horrível!

A brincadeira se sucedeu até a hora do almoço. Nesse tempo, várias loucuras foram feitas. Sirius teve que se vestir de perua e fazer uma declaração para a lula gigante. Tiago teve que dançar a egüinha pocotó (desafio de Lily, que conhecia a música, por ser trouxa). Remo, dançou a boquinha da garrafa, o que ficou lindo considerando que uma tábua tinha mais flexibilidade. Frank teve que recitar uma poesia dançando balé e Harry, dançar a macarena.

Kely teve que entrar no lago. Alice teve que fazer uma declaração para Malfoy, a muito contragosto. Gina teve que ficar um minuto pendurada de cabeça para baixo na árvore e depois sair correndo atrás de uma coruja que estava voando. Lily teve que mandar um bilhetinho anônimo para alguém, dizendo um bando de besteiras e beijar Tiago no meio do Saguão de Entrada. Ele não perdeu tempo, e deu um beijo cinematográfico na ruiva, recebendo olhares assassinos e decepcionados das garotas que passavam por ali.

Depois de tudo isso, foram almoçar. Quando adentraram o Salão Principal, olhares os seguiram até se sentarem na mesa da Grifinória e, ora ou outra alguns se viravam para olhá-los.

- O assunto do mês – comentou Remo. – vai ser o namoro de vocês, sabem disso, não é?

- Claro, meu caro Aluado – respondeu Sirius, sorrindo.

- E é melhor cuidarem das duas – disse Frank, apontando para Lílian e Kely.

- Por quê? – perguntou Kely, confusa.

- Se olhar matasse, vocês duas já estariam mortas – respondeu Gina.

- Você acha que as garotas vão se conformar de ver os garotos mais populares da escola namorando? – indagou Alice.

- Elas têm que se conformar, ora! – exclamou Lily.

- Não é tão fácil assim – falou Harry.

- Se alguém chegar perto da minha ruivinha, eu mando para a ala hospitalar – disse Tiago, abraçando Lílian, que recebeu mais olhares assassinos das garotas.

- Vão ter que pensar em como fazer todas deixarem de persegui-las – disse Tonks.

- Vamos pensar nisso – respondeu Sirius. – Agora, vamos comer – terminou, se servindo de um pouco de tudo que havia na mesa.

Depois do almoço, saíram do Salão, rumo à torre da Grifinória. No meio do caminho, foram parados por um grupo de garotas do quarto ano.

- É verdade que estão namorando, Tiago? – perguntou uma loira, apontando para ele e Lily.

- É sim, Mary – respondeu Tiago, sorrindo.

- E vocês, Six? – perguntou uma morena de cabelos ondulados, para Sirius.

- Também – respondeu Sirius, abraçando Kely.

- Não pode ser! – disse Mary, enquanto todas do grupinho faziam cara de indignada.

- E por que não?- perguntou Lílian, arqueando uma sobrancelha.

- É inacreditável que os dois maiores gatinhos da escola estejam namorando! – exclamou outra morena, de cabelos lisos.

- Pois podem acreditar – disse Remo.

- Até você, Remo? – perguntou a morena de cabelos ondulados.

- Sim, Lucy – respondeu Remo.

- E você, Harry, não é? – perguntou Mary.

- Sim – respondeu o garoto.

- É bem bonito também – disse Lucy.

- Nem pense nisso, garota, a não ser que queira parar na ala hospitalar! – exclamou Gina, lançando um olhar assassino ao grupinho de garotas.

Elas saíram dali bravas e pisando forte, reclamando, enquanto todos riam da reação de Gina.

- Adorei isso! – disse Tiago, rindo.

- Foi ótimo – completou Sirius.

- Eu sabia que isso não demoraria a se espalhar – começou Frank.

- E a escola inteira ficaria sabendo – terminou Alice.

- E foi tudo por causa daquele desafio – falou Tonks.

- Depois dele, as pessoas começaram a assimilar as coisas – disse Remo. – Vocês não estavam mais brigando, andavam sempre juntos.

- Até aí, podia parecer apenas que tivessem se entendido, ficado amigos – falou Alice.

- Mas depois do beijo de hoje... – começou Remo, sorrindo. – Todos perceberam que, na verdade, estavam juntos.

- Mas e eu e o Sirius? – perguntou Kely.

- Vocês não foram tão discretos como a Lily e o Tiago – respondeu Remo, rindo. – Mas elas devem ter pensado que o Sirius, como sempre, estava só ficando com a Kely, e deixaria ela, daqui a alguns dias, as como isso não aconteceu... E vocês duas – continuou, apontando para Kely e Lílian. – Estão usando um anel, sim, mas eles não.

- Eu acho que o Remo está entendendo demais da cabeça das mulheres – brincou Sirius, rindo.

Depois disso, retornaram para os jardins. Os dez se sentaram, separados em casais, para conversar, até a hora de voltar para a torre da Grifinória, se arrumar para a festa.

Todos estavam sonolentos, pois tinham acordado muito cedo. Sem querer, acabaram cochilando. Kely foi a primeira a acordar e olhou no relógio de Sirius, que marcava três e meia.

- Ai, meu Merlin! – gritou ela, se levantando rápido. Com o grito, todos acordaram.

- O que foi, Kely? – perguntou Lílian.

- Por que o grito? – indagou Sirius, esfregando os olhos.

- São três e meia! – gritou ela, totalmente acordada.

- E daí? – perguntou Tiago.

- A festa! – dessa vez quem quase gritou foi Lily.

- A festa é daqui a três horas e meia, meninas – disse Remo.

- Só três horas e meia, você quer dizer – falou Lílian, se levantando.

- Precisamos nos arrumar! – disse Kely, apressada.

- Vocês têm muito tempo ainda, meninas – falou Harry.

- Não mesmo! – exclamou Alice. – Menos de quatro horas!

- Vamos, meninas! – chamou Gina, puxando Lily, que puxou Kely, que puxou Alice, que puxou Tonks e foram para o castelo. Os meninos se entreolharam, confusos.

- Por que elas já entraram? – perguntou Tiago, arqueando uma sobrancelha.

- Sei lá, Pontas, não tente entender as mulheres – disse Sirius dando ombros.

- Elas foram se arrumar para a festa – começou Remo.

- Mas já? – perguntou Tiago, espantado.

- É, elas gostam de enrolar para se aprontar – respondeu Harry, sorrindo.

- Isso é verdade – concordou Frank, rindo.

Eles ficaram conversando até as seis, e resolveram voltar para o dormitório. Nem se importaram que Pedro não estivesse lá.

**

- Vamos logo, não podemos perder nem mais um minuto! – disse Kely, correndo para o dormitório feminino.

Elas entraram quase voando na Sala Comunal mas, quando iam entrar em seu dormitório, viram que Tonks não as seguiam.

- Qual o problema, Tonks?- perguntou Alice.

- Agora tenho que ir para o meu dormitório. É para o outro lado – respondeu a garota.

- Vamos, pegue suas coisas e venha se arrumar conosco – disse Gina, sorrindo.

- Mas eu... – começou ela, mas foi interrompida por Lily.

- Não aceitamos não como resposta, pegue o que precisa em seu dormitório e venha.

Tonks seguiu para seu dormitório e, em menos de dois minutos, estava de volta, com uma malinha, em que devia haver sua fantasia, sapato, maquiagem, e mais alguns objetos.

Elas entraram no dormitório e começaram a arrumar o que iam usar, colocando tudo em cima da cama. Enquanto isso, Tonks entrou no banheiro e tomou seu banho, Gina foi a segunda, depois Lily, Alice e Kely foi a última.

Depois que todas já tinham tomado banho e estavam com os cabelos secos por magia, colocaram a fantasia. Todas prontas, começaram a se maquiar e arrumar os cabelos.

**

No dormitório masculino, os meninos tomaram um banho rápido, colocaram as fantasias e desceram para a Sala Comunal, esperar suas namoradas. Remo estava de cavaleiro antigo, Harry, Sirius e Frank combinaram de irem fantasiados dos três mosqueteiros e Tiago, que queria ser mais diferente e tradicional, foi de príncipe.

Estavam esperando as meninas fazia mais de meia hora. Já eram quase oito, o que significava que a festa estava prestes a começar.

- Será que elas vão demorar muito? – perguntou Sirius, impaciente.

- Conhecendo elas, com certeza sim, Almofadinhas – respondeu Tiago, que olhava para a escada que levava ao dormitório feminino a cada dez segundos.

Dez minutos depois elas descem para a Sala Comunal. Os cinco ficaram boquiabertos.

- Você está perfeita! – disseram eles, ao mesmo tempo.

Tonks estava de japonesa, até transformara seus cabelos em pretos e lisos e os olhos ficaram mais puxados, sua pele mais branquinha do que o normal. Estava com um kimono vermelho lindo e um leque florido.

Alice estava de alemã. Usava uma bata branca com alguns detalhes bordados, uma saia comprida preta com duas faixinhas, uma amarela e uma vermelha na parte inferior, uma tiara com algumas flores presas, um conjunto de colar e brinco com pedras avermelhadas.

Kely estava de odalisca, com uma linda fantasia azul brilhante, que combinava perfeitamente com seus olhos e uma sandália prata, só para não ir descalça. Seus cabelos estavam presos num alto rabo de cavalo, usava sombra e lápis de olho azuis e batom forte, brincos com pedras azuis e o colar que Sirius lhe dera, braceletes e pulseiras.

Gina estava de havaiana, com uma saia que ia até um pouco abaixo do joelho com flores na parte de cima, na cintura, um colar de flores, uma rasteirinha e um hibisco vermelho atrás da orelha, além da sombra e batom vermelhos.

Lily estava de princesa, com um vestido verde esmeralda rodado contrastando com seus olhos, luvas igualmente verdes até o cotovelo, um colar e um brinco de pedras também verdes e uma sandália de salto, prata. Usava também uma maquiagem fraca, com uma sombra prata e batom rosa.

Cada uma se uniu ao seu namorado e seguiram para o Salão Principal, sobre os olhares curiosos e espantados de todos que passavam por eles.

- O assunto do dia ainda é o namoro de vocês – comentou Remo, ao ouvido de Tiago e Sirius, rindo.

- Mas, pelo visto – começou Frank. – Agora a escola inteira já sabe.

- quanto a isso não resta dúvida – disse Alice, sorrindo. – É só ver os olhares que lançam às duas, quando passam por nós.

- É, e é bom se cuidarem – sugeriu Gina. – As meninas vão cair matando em cima de vocês.

- E eu sei muito bem disso – falou Tonks.

- Por quê? – perguntaram Tiago e Sirius.

- As meninas no meu dormitório não falavam de outra coisa a não ser o Tiago e o Sirius. Elas deliravam! Até brigavam para ver quem é que conseguia ficar com um dos dois primeiro e apostavam quem ficava por mais tempo.

- É sério? – perguntou Tiago, um pouco espantado.

- É – confirmou Tonks.

- Mas se eu ver você dando bola para alguma delas, pode tratar de me esquecer! – avisou Lílian.

- Eu digo o mesmo. Ouviu senhor Black? – disse Kely.

- É claro, linda – falou Sirius, dando um sorrisinho. – Mas, fique tranqüila, nunca vou trocar você por nenhuma delas.

- E eu digo o mesmo, meu lírio – falou Tiago, com um sorriso sincero que convenceu a ruiva.

Eles entraram no Salão Principal, que estava completamente diferente e totalmente decorado. As mesas das quatro casas tinham sido retiradas. No lugar delas, foram colocadas umas trinta ou quarenta mesas, nas quais cabiam dez pessoas cada uma. Nelas haviam bandejas com petiscos, jarras de suco de abóbora, pratos, taças e talheres. No centro havia uma abóbora pequena com uma vela dentro.

Umas cem abóboras gigantes estavam flutuando pelo teto encantado, com luzes coloridas em seu interior e morcegos voavam entre elas. O salão estava se enchendo aos poucos e todos pareciam felizes com a mudança deste ano: a festa a fantasia em vez do tradicional banquete.

Ao fundo, onde ficava a mesa dos professores, havia um palco, não muito alto, com uma coisa estranha em cima que ninguém conhecia, exceto Lily e, pelo que parecia, alguns nascidos trouxas, que explicavam sua função aos amigos, que estavam maravilhados.

- É o karaokê – disse Lily, sorrindo.

- Então, agora explique, minha princesa ruivinha, como funciona isso? – perguntou Tiago e todos se viraram para ela, escutar a explicação, pois nenhum deles conhecia o objeto. A ruiva respirou fundo e começou a falar.

- É um microfone, você canta a música que passa na televisão, vai seguindo a... – começou, mas foi interrompida por todos, quase ao mesmo tempo.

- Uma o quê? – perguntaram Sirius, Remo e Gina, enquanto Harry começava a rir da confusão, pois ele sabia o que era televisão, afinal, tinha vivido a vida inteira com trouxas, sequer sabia que era bruxo até completar seus onze anos.

- É uma espécie de telão – respondeu a ruiva. – Isso vocês conhecem, certo?

- Sim – respondeu Alice. – O professor de Defesa Contra as Artes das Trevas já usou ele na sala.

- Ótimo – disse Lílian, e continuou sua explicação. – Então, a letra da música passa na televisão e você vai cantando. No fim, você recebe uma nota. Entenderam?

- Acho que sim, mas quem dá a nota? – perguntou Kely.

- O próprio karaokê dá a nota – respondeu ela, e todos começaram a entender.

Eles se sentaram em uma mesa para esperar Dumbledore chegar para dar início à festa. Aos poucos o Salão foi se enchendo com diversas fantasias diferentes e até estranhas. Tinha gente vestido de tigre, girafa, até ursinho de pelúcia e canário.

Quando Pedro entrou no Salão, o grupo inteiro caiu na gargalhada. Ele estava com uma fantasia de maçã. Depois de, no mínimo uns cinco minutos rindo, eles conseguiram parar. Mas, toda vez que olhava para Pedro, começavam a rir ou abafavam risos.

Ele chegou na mesa com a cara fechada.

- Foi a única fantasia que sobrou – reclamou ele.

- Também, você demorou demais para ir, Rabicho. Não foi com todos, não sobraria muita coisa – disse Sirius, tentando não rir. Pedro fechou mais ainda a cara e foi sentar em outro lugar.

- Ou foi a única que coube nele – comentou Tiago, fazendo todos rirem de novo.

Em poucos minutos, o Salão estava completamente lotado e, quando Dumbledore entrou, todos silenciaram. Ele estava vestido de egípcio, era uma fantasia bonita e colorida.

- Não tenho muitas palavras a dizer – começou Dumbledore, sorridente, de braços abertos. – Aproveitem a festa, daqui a meia hora vai começar o karaokê, então, os que cantarão serão sorteados. Não adianta dizer não. Quem for sorteado terá que cantar, mesmo que seja ruim, eu mesmo sou péssimo! – continuou ele, rindo e fazendo todos rirem com esse comentário. – Depois darei uma demonstração de como se canta pessimamente a vocês! Podem começar a festa!

Dizendo isso, uma música começou a tocar e logo a pista de dança se encheu, principalmente de garotas. A música seguinte foi uma para dançar em pares. Lílian, Kely, Gina, Alice e Tonks puxaram os namorados para a pista.

Logo sobraram poucos sentados, a maioria estava dançando. Pedro era visto facilmente sentado com a cara emburrada. Provavelmente não tinha encontrado nenhuma menina que quisesse vir à festa com ele.

Depois do que pareceram dez minutos, a música parou e todos exclamaram.

- Agora vamos iniciar o karaokê, depois a música continuará tocando para vocês dançarem – disse ele, se dirigindo a um objeto que parecia um baú de madeira, todo desenhado. Colocou a mão dentro e tirou um pergaminho. Leu o primeiro nome e levantou a cabeça, para anunciar o primeiro escolhido. – Johnny Charper – disse ele, e um primeiranista muito assustado subiu ao palco, tremendo igual vara verde.

Dumbledore entregou-lhe uma lista de músicas, para ele escolher qual delas queria cantar. O garoto apontou para um número e Dumbledore apertou o controle remoto com força, não sabia se funcionaria ou não. A música entrou e o garoto começou a cantar. Até que cantava bem, deu uns deslizes por causa do nervosismo, mas a voz era boa.

Terminada sua vez, os alunos aplaudiram e ele desceu do palco com um sorrisinho fraco e se juntou aos seus amigos.

Passaram mais algumas pessoas. Duas cantaram super bem, outras três estavam razoável e cinco delas pareciam que queriam quebrar os vidros das janelas, que nem a Mulher Gorda quando cantava.

Dumbledore tirou mais um pergaminho.

- Lílian Evans – anunciou ele.

Lily arregalou os olhos e todos os olhares se viraram para ela. Por essa ela não esperava. Agora teria que cantar na frente da escola inteira. Não conseguiria, sequer chegar ao palco, sua pernas não obedeciam, não queria pagar mico na frente de todo mundo...

Foi tirada de seus pensamentos quando sentiu alguém encostar nela e começar a levá-la até o palco. Era Tiago. Se ele não estivesse ali, com certeza ela ficaria parada, olhando para o nada e todos olhando para ela.

Ela subiu no palco, ainda nervosa e Dumbledore lhe entregou a lista das músicas. Ela escolheu uma e Dumbledore colocou-a. A música começou a tocar, era lenta e bonita. Após algumas notas, Lily começou a cantar. O salão ficou em silêncio, sua voz era linda, doce e suave. Tiago ficou olhando-a com um sorriso enorme.

Only Hope

There's a song that's inside of my soul
It's the one that I've tried to write over and over again
I'm awake in the infinite cold
But You sing to me over and over and over again

So I lay my head back down
And I lift my hands
and pray to be only Yours
I pray to be only Yours
I know now you're my only hope

Sing to me the song of the stars
Of Your galaxy dancing and laughing
and laughing again
When it feels like my dreams are so far
Sing to me of the plans that You have for me over again

So I lay my head back down
And I lift my hands and pray
To be only yours
I pray to be only yours
I know now you're my only hope

I give You my destiny
I'm giving You all of me
I want Your symphony
Singing in all that I am
At the top of my lungs I'm giving it back

So I lay my head back down
And I lift my hands and pray
To be only yours
I pray to be only yours
I pray to be only yours
I know now you're my only hope.


Quando a música acabou, todos ficaram boquiabertos com o talento de Lily. Ela cantava perfeitamente bem e o karaokê deu nota máxima a ela, assim como os professores, que estavam como jurados e davam notas de zero a dez. Ela recebeu dez de todos.

Ela desceu do palco, todos aplaudiram e Tiago veio correndo de encontro a ela. Ele a abraçou e beijou-a no meio do Salão Principal, sem se importar com o fato de que a escola toda os observava.

- Você é perfeita até na voz, minha ruivinha! – disse Tiago, ao seu ouvido, fazendo-a sorrir.

- Parabéns, Lily, foi ótimo! – falou Remo, também sorrindo.

- Não foi ótimo, Aluado – reclamou Tiago. – Foi perfeito, maravilhoso!

Mais alguns alunos cantaram, mas nenhum deles foi tão bem como Lílian.

- Severo Snape – chamou Dumbledore e todos olharam para o sonserino de cabelos oleosos e nariz de gancho, vestido de capitão gancho. Ele subiu no palco com uma cara péssima, prestes a azarar o primeiro que começasse a rir dele.

A música que ele escolheu já não era fácil de entender, com a voz dele, ficou pior ainda. Ele não demonstrava nenhuma vontade de cantar e era desafinado. O nome da música, descobriu-se depois, era I feel good. Parecia que ninguém tinha entendido absolutamente nada do que ele cantou. Enrolou a música, desafinou... Resumindo, foi um desastre. Por piedade dos professores, recebeu nota três. Mas o karaokê não foi tão piedoso, deu nota zero.

Snape desceu do palco lançando um olhar assassino aos poucos que riram ou comentaram, parecendo furioso. Depois desse completo fiasco, Dumbledore pigarreou para chamar a atenção de todos e tirou mais um pergaminho do baú.

- Tiago Potter – chamou ele. Tiago abriu um enorme sorriso e subiu no palco, recebendo sorrisinhos de algumas garotas que, por sua vez, receberam olhares furiosos de Lily. Tiago lançou um olhar para Lily, que sorriu para ele, de volta.

Ele escolheu a música e começou a cantar. Sua voz também era linda e calma.

Wherever you will go

So lately, been wondering
Who will be there to take my place
When I'm gone, you'll need love
To light the shadows on your face
If a great wave shall fall
And fall upon us all
Then between the sand and stone
Could you make it on your own

If I could, then I would
I'll go wherever you will go
Way up high or down low
I'll go wherever you will go

And maybe, I'll find out
A way to make it back someday
To watch you, to guide you
Through the darkest of your days
If a great wave shall fall
And fall upon us all
Then I hope there's someone out there
Who can bring me back to you

If I could, then I would
I'll go wherever you will go
Way up high or down low
I'll go wherever you will go

Run away with my heart
Run away with my hope
Run away with my love

I know now, just quite how
My life and love might still go on
In your heart, in your mind
I'll stay with you for all of time

If I could, then I would
I'll go wherever you will go
Way up high or down low
I'll go wherever you will go

If I could turn back time
I'll go wherever you will go
If I could make you mine
I'll go wherever you will go
I'll go wherever you will go


Tiago terminou recebendo aplausos e assobios. O karaokê, assim como os professores, deram nota máxima a ele. Depois de agradecer, desceu do palco, indo ao encontro de seus amigos.

Remo não cantou mal, mas também não foi o melhor. Tonks cantou bem, mas não tanto quanto Lily. Kely e Alice receberam a mesma nota: oito. E Gina recebeu nove. Frank, sete. Harry oito e meio e Sirius, nove e meio. Este ficou emburrado pois Tiago se gabou pelo menos umas vinte e cinco vezes de ter tirado uma nota maior que a dele, mesmo que seja apenas meio ponto de diferença.

Depois de quase todos os alunos cantarem, eles se sentaram para comer e beber alguma coisa.

- Agora, teremos a premiação do karaokê – anunciou Dumbledore, com a voz magicamente ampliada, para que todos escutassem. – Eu sei que não havia falado nada sobre isso antes, mas essa era a intenção, era para ser uma surpresa. E, pela carinha de vocês – continuou ele, sorrindo. – Eu consegui.

O Salão fez completo silêncio quando a professora McGonagall, o professor Slughorn e Dumbledore ficaram lado a lado, cada um com um pergaminho na mão.

- A premiação será de primeiro, segundo e terceiro lugar – continuou o diretor. Ele ergueu o primeiro pergaminho e leu o nome. – Em terceiro lugar, houve um empate, então, os professores votaram e, que ganhou foi... Sirius Black, Grifinória!

Sirius se levantou, com um sorriso enorme e foi até a frente do Salão, onde Dumbledore o esperava, sorridente. Entregou um pequeno troféu a ele e pediu para Sirius se postar ao lado deles.

- Em segundo lugar – disse Dumbledore, olhando para todos no Salão. – Também houve um empate, mas, assim como no terceiro, pelo voto dos professores, o escolhido foi... Tiago Potter, Grifinória! – anunciou ele, e Tiago recebeu aplausos de todos, mas alguns alunos de outras casas reclamavam “Por quê só os da Grifinória?” ou “Isso não é justo, é preferência!”

- E, em primeiro lugar – falou Dumbledore, com a voz normal. O silêncio era tanto no Salão que nem ouvia-se a respiração dos alunos. – Felizmente, para o primeiro lugar não houve empate. Então, quem ficou em primeiro foi... Lílian Evans! – anunciou Dumbledore, e Lily arregalou os olhos. Não acreditava no que estava ouvindo. Ficara em primeiro lugar! Tiago abriu um enorme sorriso.

Ela foi até o palco e recebeu o troféu do diretor. A professora Sprout, vestida de mandrágora tirou uma foto dos três vencedores e dos professores. Logo depois, a música recomeçou e todos voltaram a dançar.

Antes do fim da festa, Tiago sumiu. Voltou logo depois, com um sorriso enorme, e não quis falar a razão de tal felicidade a ninguém. Eram quase uma e meia da manhã quando Dumbledore parou a música.

- Antes que me perguntem por quê parei a música, o que deve estar passando pela cabecinha de muitos de vocês, digo que alguém me pediu – disse o diretor, sorrindo para Tiago, que também sorriu. – Podemos começar, senhor Potter?

- Claro – respondeu Tiago. – Me acompanha, senhorita Evans? – chamou ele. Lily estava estática na cadeira, não sabia para onde e para quê Tiago estava chamando-a, até que teve uma vaga lembrança do que poderia ser...

Flash Back

- Vamos logo, minha ruivinha! – chamou Tiago, puxando-a por um corredor, que levava ao sétimo andar.

- Mas onde você que me levar, Ti? – perguntou ela, confusa. – Já está quase na hora de voltar para a Sala Comunal, não podemos demorar!

- Você é a monitora chefe! – exclamou ele.

- Por isso mesmo, tenho que dar o exemplo, e hoje nem é dia de ronda.

- Esquece isso, vamos – disse ele, parando na frente de uma parede, e de costas para uma tapeçaria, em que Barnabás, O Amalucado, tentava ensinar balé aos trasgos.

Ele passou três vezes na frente da parede e, logo após, ela se transformou numa porta. Entrou, puxou-a para dentro e fechou a porta. Lily correu os olhos pela sala. Parecia uma sala para dança, mas não fazia a menor idéia da razão de estarem ali.

- Me acompanha? – chamou Tiago, dando a mão a ela, que aceitou, mesmo sem saber o que fariam. Ele acenou a varia e uma espécie de Tango começou a ecoar pela sala.

- Ah, não, nem pensar! Não vou dançar isso, não sei dançar isso! – disse ela, se virando, mas Tiago a segurou pelo braço e a virou, fazendo-a ficar de frente para ele.

- Não tem problema – falou ele, se aproximando. – Eu te ensino, minha ruivinha! – terminou, beijando-a. Quando se separaram, ele abriu um sorriso e acenou a varinha novamente, fazendo a música voltar para o começo. – É só me acompanhar, vamos fazer devagar uma vez, depois aumentamos a velocidade.

A música ficou mais lenta, e Tiago foi conduzindo-a, ensinando os passos para ela. Não era tão difícil, mas a velocidade ainda estava baixa.

- Não quero nem ver o que vai sair quando aumentar a velocidade – disse ela, rindo.

- Não se preocupe, você vai conseguir.

Depois de umas três ou quatro vezes, ele começou a colocar a música mais rápida. Lily errou algumas vezes, mas não estava se saindo mal.

- Tiago, para quê você está me ensinando isso? – perguntou ela, desconfiada.

- Surpresa, não osso contar.

- Ah, não faça isso comigo, conta logo!

- Nem pensar, ruiva, ficará sabendo em breve – disse ele, com um sorriso maroto. Quando viu que ela ia protestar, mudou de assunto. – Acho que temos que ir, já passa da meia- noite

- Por que está se preocupando com as regras? Nunca fez isso...

- Vamos voltar – continuou, levando-a de volta para a Sala Comunal.

Sem falar mais nada, voltaram para a torre da Grifinória. Lílian estava mais confusa ainda, não fazia idéia do que Tiago estava planejando.

Fim do Flash Back


- Agora eu entendo... – pensou Lily. – Por isso que quis me ensinar aquilo... Para dançarmos hoje, mas eu não sei danar direito... E agora?

Não tinha como negar, todos os olhares estavam, agora, nela e em Tiago. Portanto ela apenas aceitou. Se levantou e Tiago guiou-a até o centro do Salão, onde abriram um espaço em forma de círculo.

Dumbledore colocou a música dita por Tiago e começaram a dançar. Lily estava nervosa em ter que dançar algo assim, na frente de todos, mas, por sorte, não errou os passos. Quando terminaram, todos no salão aplaudiram e os dois sorriram um para o outro.

- Te amo, meu anjo ruivo! – disse Tiago alto, para que ela ouvisse no meio dos aplausos e, sem esperar mais nenhum minuto, agarrou-a e deu-lhe um beijo de tirar o fôlego.

Eram duas da manhã quando a festa acabou e todos, mortos de cansaço, voltaram para suas Salas Comunais, para tomar um banho e dormir.

Na entrada para a escada que levava a cada um dos dormitórios, eles se despediram e os meninos foram para um lado, enquanto as meninas foram para o outro.

Os dez subiram, tomaram banho e se largaram na cama, adormecendo em poucos instantes. Os marotos nem viram a chegada de Pedro, que havia ido comer mais um pouco, de tão rápido que dormiram.

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