Cap 2 – Como nos conhecemos.

Cap 2 – Como nos conhecemos.



Enquanto estava dirigindo o carro, em direção ao hospital, Harry começara a lembrar de como havia conhecido Hermione.

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A 1º vez que vira Hermione, fora suficiente para Harry concluir que ela não era o seu tipo. Ele gostava de cabelos morenos. Os dela eram morenos e formavam infinitas ondas, mas sua preferência, em geral, recaia em mulheres que lembravam modelos. Hermione Granger não se encaixava nesse perfil. Parecia ingênua demais. A atenção dela recaía sobre o professor mais chato do mundo.

Famoso em sua especialidade, o professor lecionava arte barroca e neoclássica e destinava o dinheiro á uma bolsa de estudos para o pagamento do curso de arquitetura de Harry. Em troca, ele corrigia as provas e os trabalhos dos alunos e ajudava-o em pesquisas.

O interesse pela arte barroca e neoclássica era nulo para Harry. No entanto, tratava-se de uma oportunidade única. Oxford era a melhor faculdade da Grã-Bretanha, não poderia perder essa oportunidade, principalmente sendo gratuito, e recebendo uma pequena ajuda de custo com o pagamento da bolsa. Sem um tostão, precisava das duas coisas.

O trabalho não era difícil. O professor em questão vinha dando as mesmas aulas há vinte anos. Como Harry as lia antes, comparecia ao anfiteatro apenas para realizar pequenas tarefas, como buscar um livro ou um jornal esquecido, e não para aprender algo ou enriquecer o espírito. Sentava-se num canto afastado, mas acessível ao professor.

Hermione Granger não perdia uma única aula. Ouvia fascinada as palavras do professor e fazia anotações. Cursava o último ano de belas-artes e morava num conjunto de apartamentos não muito longe do de Harry. Era uma moça solitária, embora a expressão tranqüila de seu rosto revelasse que costumava encarar a vida com otimismo.

Dois fatos impediam Harry de aproximar-se de Hermione: ela não era seu tipo e ele tinha uma namorada que julgava atraente. Susan Bones era alta e possuía pernas longas e bem torneadas. Mas os atrativos de Susan não eram apenas físicos. Além de fazer poucas exigências, ela cozinhava e limpava a casa para o namorado. Harry, no entanto, não havia ainda conseguido convencê-la a cuidar das suas roupas. Este detalhe justificava a sua presença na lavanderia, na noite de terça-feira, quando Hermione cruzou a porta.

Os cabelos estavam presos por uma fita turquesa. A cor da fita destoava do roxo da blusa justa de alças, mas o short e as sandálias eram brancos e tão castos quanto o rubor que lhe tingiu as faces quando ela o viu ali.

Hermione deteve-se na estrada assim que o avistou. Durante aqueles instantes que lhe pareceram longos demais, Harry teve a impressão de que ela hesitava entre seguir adiante e dar-lhe as costas e retirar-se. No intuito de impedi-la de escolher a segunda opção, ele dirigiu-lhe a palavra:

- Olá, como vão as coisas? - Ela sorriu.

- Ótimas. – o rubor continuava. Em seus braços havia um saco abarrotado de roupas sujas. Hermione correu os olhos pela fileira de máquinas á procura de tampas abertas. – Ah – exclamou, ao localizar duas vazias, uma ao lado da outra. Sorriu-lhe mais uma vez ao se dirigir para as máquinas.

Harry sentia o coração martelar. Não sabia por quê. Mas levantou-se de onde estava, seguiu-a e recostou-se na lavadora em frente à dela.

- Arte barroca e neoclássica?

- Acertou em cheio... – continuava enrubescida ao enfiar a roupa suja na máquina. Ele a observou por um instante antes de anunciar:

- A minha já está na secadora.

Talvez tenha sido a coisa mais idiota que já dissera a uma mulher. Mas não tinha como lhe dizer que ela acabara de colocar roupas vermelhas e brancas na mesma máquina. Nem lhe perguntar se as vermelhas eram camisas, sutiãs ou calcinhas. Tampouco ousava olhar diretamente para as peças, Hermione ficaria mortificada. Além disso, não conseguia desgrudar os olhos dos dela. Eram castanhos, com salpicos dourados, e os mais meigos que ele já vira na vida.

- Você é professor assistente – ela disse, ao encher a segunda máquina. –Está se preparando para ensinar?

- Não, faço arquitetura.

Ela sorriu.

- É mesmo?

- É. – ele confirmou, retribuindo-lhe o sorriso.

- Que tipo de coisas pretende construir?- perguntou, perecendo sinceramente interessada.

- Casas para começar. Venho de uma cidade mínima, onde as moradias parecem caixinhas enfileiradas. Eu passava por elas a caminho da escola e, durante as aulas, fazia rabiscos para transformá-las em coisas mais bonitas.

- Eu também vivia rabiscando. – confessou ela, quase tímida.

Ele gostou da timidez. Fazia-o sentir-se mais seguro.

- Onde?

- Ah, em tantos lugares... Tive uma infância nômade. Meu pai é do ramo imobiliário. Compra imóveis comerciais, faz reformas e os vende. Sempre que concluía as transações, mudávamos de cidade. E você?Onde mora?

-Liverpool. Aposto que você só conhece por ser a cidade dos The Beatles. O que você rabiscava?

- Ah, pessoas, pássaros, animais, peixes... Qualquer coisa que se move.

- Continua rabiscando?

- Gosto de pensar que é mais que isso. Espero ganhar a vida com a pintura.

- Com ou sem emprego fixo?

Ela cruzou os braços na frente do corpo. Com discrição, quase tristeza, respondeu:

- Sou uma felizarda. A situação financeira da minha família é boa. Meus pais acham que sou uma louca por estudar arte. Não consideram a minha escolha um bom negócio. Querem que eu volte para casa, use vestidos de grife e botas importadas. – respirou profundamente. – Você tem irmãos?

- Não, mas fui vizinho de uma família que tinha seis filhos e uma filha, e a minha mãe se dava muito bem com eles, então era como se eles fossem meus irmãos. E os pais trabalhavam fora, então passavam o dia todo lá em casa.

Os olhos de Hermione se iluminaram.

- Nossa! Que maravilha. Não tenho irmãos e não convivi com muitas crianças na minha infância.

- Por isso acha uma maravilha. Não tinha que enfrentar as brigas nos almoços de domingo. Todos eles continuam por lá. Sou o único que se mandou.

Ela arregalou os olhos.

- È mesmo? Como?

- Uma bolsa de estudos. Estudo e trabalho. Desesperado. Eu tinha de me mandar. Não me dou bem com a minha família.

- Por que não?

- Eles são baixo-astral. Vivem fazendo críticas para encobrir o que lhes falta, mas a única coisa que lhes falta é a ambição. Meu pai poderia ter feito qualquer coisa que quisesse... É um sujeito brilhante... Só que encalhou numa fábrica de processamento de batata e nunca mais saiu. Minha mãe é a pessoa mais inteligente que já conheci, mas se contentou a cuidar dos filhos da vizinha... E hoje em dia somente cuida da casa, do meu pai e dos meus sobrinhos, que são como se fossem netos dela. Eu fui para a faculdade, o que os leva a considerar inferior o que fazem. Nunca me perdoarão por isso.

- Quer dizer que você não visita a sua família com freqüência?

- Não. E você? Volta sempre para casa?

Ela franziu o nariz.

- Não sou uma pessoa de cidade grande.

- Qual é a coisa que você mais gosta em Oxford?

- A forma que eles preservam as obras de arte. E você?

- Da arquitetura dos prédios.

De novo os olhos dela se iluminaram mais dourados que castanhos.

- Você gosta de observar as coisas? – assim que ele assentiu com a cabeça, ela acrescentou. - Eu também.

Os dois conversaram sem parar até que as roupas de Hermione ficarem limpas, secas e dobradas. Quando finalmente saíram da lavanderia com os braços carregados, Harry sabia três vezes mais sobre ela do que sobre Susan.

Harry interpretou o fato como uma espécie de aviso. Terminou o namoro com Susan no dia seguinte, ligou para Hermione e os dois se encontraram para uma pizza. Retomaram a conversa exatamente do ponto em que a haviam interrompido na lavanderia.

Harry ficou fascinado. Nunca fora muito de falar. Não gostava de revelar seus pensamentos e idéias, mas alguma coisa em Hermione fazia-o sentir-se seguro. Ela era gentil, interessada e inteligente. Tão solitária quanto ele, parecia igualmente surpresa de estar se abrindo com um quase desconhecido, mas os dois davam permissão um ao outro. Harry confiava instintivamente nela, que, por sua vez, parecia lhe retribuir a mesma confiança.

Com essa simplicidade, haviam se tornado inseparáveis. Comiam, estudavam e desenhavam juntos. Iam ao cinema. Passeavam. Ela era seu anjo, e ele se apaixonara.

A sala de espera do centro cirúrgico ficava no segundo andar, no fim de um longo corredor. Ao desabar numa poltrona, Harry percebeu que não estava sozinho. Uma mulher sentada numa das extremidades de um sofá perto dele lançou-lhe um olhar insistente. Parecia cautelosa, mas não piscou quando ele a encarou.

- Você é Ginevra? – ele acabou perguntando.

- Por que a surpresa?

- Não parece o tipo que minha mulher escolheria como amiga.

Hermione era toda natural – cabelos, rosto e unhas. Aquela mulher era armadíssima, da cabeça aos pés; desde as pestanas carregadas de rímel ás unhas pintadas e aos cabelos longos, ruivos, escovados de acordo com a ultima moda.

- Ex-mulher – corrigiu Ginevra – e as aparências enganam. Então você é Harry?

Ele mal teve tempo de confirmar com a cabeça, pois a porta se abriu e surgiu um cirurgião, com o avental amarrotado. Tinha cabelos loiros curtos.

Harry levantou-se de um salto e avançou para a porta antes que se fechasse.

- Harry Potter – disse, estendendo a mão – Como ela está?

- Prazer, Draco Malfoy. Está na sala de recuperação. A cirurgia correu bem. Os sinais vitais se mantém estáveis. Respira sem aparelhos, mas ainda não recuperou a consciência.

- Coma. – concluiu Harry. Precisava que o médico negasse. Para seu desânimo, Draco Malfoy confirmou com a cabeça.

- Ela não reage a estímulos, luz, dor, ruído. Sofreu uma grave contusão aqui. – tocou o lado esquerdo do rosto. –Há um edema externo. Essa ausência de reação também sugere um edema cerebral.

Harry correu as mãos pelos cabelos.

- Ela vai morrer?

- Espero que não.

- Como podemos impedir?

- Não podemos fazer nada para impedir. Ela talvez possa. Quando os tecidos sofrem lesões, incham. Quanto mais incham, mais de oxigênio precisam para se recuperar. Infelizmente, o cérebro é diferente dos outros órgãos, porque está encaixado no fundo da estrutura craniana. Quando os tecidos cerebrais incham, o crânio impede a expansão de que necessitam e a pressão intracraniana aumenta. Isso provoca uma redução do fluxo sangüíneo e, como o sangue transporta oxigênio, tal fenômeno significa menos oxigênio para o cérebro. Menos oxigênio quer dizer uma recuperação mais lenta. A maior ou menor lentidão vai depender da reação do organismo dela.

Harry precisava saber mais.

- Qual é o pior quadro?

- A pressão subir demais e interromper completamente o fluxo sanguíneo. Nesse caso, a oxigenação do cérebro cessa, causando a morte da pessoa. Por isso estamos monitorando sua mulher com aparelhos. Se constatarmos um aumento da pressão logo de início, teremos mais chances de socorrê-la.

- Qual o período necessário para determinar isso?

- As próximas 48 horas vão nos dizer.

- Pode haver lesão permanente?

- Ainda não sei.

- Não há nada que possa fazer para diminuir a inchação?

- Ela está no soro para diminuí-la.

- O que podemos fazer para ajudar? – perguntou Ginevra, que havia se posicionado atrás de Harry.

- Não muito. – respondeu Malfoy. – Mas perguntem as enfermeiras especializadas em coma, que elas vão pedir a vocês que conversem com a paciente. Elas afirmam que os comatosos ouvem as coisas e ás vezes as repete, com assustadora precisão quando voltam a si.

- Acredita nisso? – perguntou Harry.

Malfoy baixou o tom de voz.

- Muitos colegas ridicularizam tal possibilidade. Quanto a mim, não vejo que mal pode haver em conversar com ela.

- E as meninas? – perguntou Harry – Nós temos duas filhas. De 13 e 15 anos. Devo mantê-las afastadas?

- Não. Traga-as. A voz de um filho talvez ajude a mãe a fixar-se em alguma coisa.

- Como ficou a aparência dela? As meninas não vão ficar assustadas?

- O rosto está inchado e arranhado. Começa aos poucos a mudar de cor. A perna foi engessada e suspensa; enfaixamos as costelas para impedir que se machuque, caso fique agitada, mas é só isso. O resto está perfeito.

Harry tentava assimilar tudo aquilo.

- Quando vou poder vê-la?

- Assim que ela ficar estável. Vamos transferi-la para a Unidade de Tratamento Intensivo, a UTI. – lançou um olhar para o relógio de parede. Eram, 04h10min. – Dê-nos mais uma hora.

A única coisa que podiam fazer agora era esperar, e os dois resolveram esperar na lanchonete. Podiam ter se estranhado de inicio, mas estavam juntos naquele momento por uma pessoa especial: Hermione Granger.


Olha eu aki d novo... rsrsrrss
Gente.. eu sumi pq eu viajei no carnaval... calma tah Paulinha... rsrsrs
Respndendo ás duvidas qnto a separação... garanto q nos proxs caps v6 vao saber... suspense no ar.. rsrsrsrs
Não sei se v6 sabem... mas eu faço parte do fantastic four... e o nome da fic d nos quatro eh "Desencalhando Harry Potter".. eh mto hilária.. dpos v6 passam la pra ve... o endereço eh esse:
http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=26395
para mais informaçoes passem la... rsrsrs
Eh isso.. o prox att eh Sempre te amei tah!?!??!
Vlw pelos comentarios... amo mto msmo.. rsrsrs
Bjoks e ate +
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