Disputas



Foi uma dificuldade imensa para chegarmos ao nosso dormitório. Além de não termos conseguido pegar todos os lírios vários deles caíram durante o percurso, fazendo ficar uma trilha de flores por alguns lugares do castelo.
Quando finalmente chegamos eu conjurei um vaso e colocamos as flores que ainda restavam.
E a Mandi ainda dormia.
Eu e a Pah começamos a puxar as cobertas dela, enquanto ela puxava de volta e resmungava coisas ininteligíveis. Então eu segurei em um pé dela, a Pah no outro e a puxamos da cama. Ela acordou na hora e começou a gritar, chamando-nos de loucas.
- Você está muito atrasada! Se se arrumar logo talvez dê pra chegar a tempo na primeira aula. – disse a Pah apressando-a.
- E perder o café-da-manhã? De jeito nenhum – ela respondeu, colocando o uniforme de qualquer jeito.
- A primeira aula é do morcegão, você não vai faltar né? – a Pah perguntou
- Não, mas também não vou sem comer. E aquele morcegão que se exploda. – terminou saindo correndo do dormitório.
- Então é melhor a gente também ir antes que nós cheguemos atrasada na aula do morcegão – eu disse e nós saímos do dormitório rindo.
No momento em que nós colocamos o primeiro pé pra fora do Salão Comunal eu pude ver que eu havia me tornado a fofoca da semana. As pessoas começavam a cochichar quando eu passava; olhavam-me, alguns com admiração, outros com raiva; apontavam pra mim... Enfim, tudo o que ninguém merece.
Então eu o vi na outra ponta do corredor, junto com Zabini, e tive uma idéia. Arranquei um pedaço de pergaminho, e apoiada nas costas da Pah escrevi uma mensagem. Então guardei minhas coisas de novo e continuei andando normalmente.
Então ele passou por mim. Mas ele não passou simplesmente. Ele passou perto, muito perto, o suficiente para ficarmos com os braços completamente encostados. E então eu coloquei o pedaço de pergaminho na mão dele, e continuamos andando, cada um pro seu lado.
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A vi saindo do Salão Principal carregando aquelas flores com a ajuda da Mini-Granger, e comecei a rir, recebendo um olhar feio de Zabini.
Continuei tomando nosso café tranquilamente, enquanto todo o resto do salão não parava de falar na Weasley e suas flores, e eu ria internamente.
Terminei o café e fui com Zabini pelos corredores. Normalmente eu iria para a torre Norte pelas escadas, era mais rápido, mas descobri com uma quintoanista grifinória que eles teriam aula agora com o Snape, ou seja, eles teriam que passar pelos corredores.
Quando estava entrando no corredor a vi com a Mini-Granger. Então ela parou, pegou algo dentro da mochila e apoiou nas costas da amiga. Continuei andando, ignorando os olhares que algumas garotas me lançavam... Não, elas eram novinhas demais, e a Weasley estava se saindo um bom desafio...
Então passei por ela, perto, muito perto, o suficiente para sentir nossos braços se encostando... Era a minha intenção. Mas então ela colocou algo na minha mão, algo que parecia ser um pergaminho, e continuou andando...
Disse para o Zabini que continuasse andando que eu tinha que resolver umas coisas e depois o encontrava na aula. Ele continuou andando, com aquele sorrisinho de: “Eu sei o que você está fazendo” que eu tanto odiava. Entrei no primeiro banheiro e abri o pergaminho.
“Se você chegar perto de mim de novo, soco sua cabeça na parede”.
Comecei a rir quando li o que estava escrito. As flores haviam surtido algum efeito, não o desejado, afinal, ela era difícil, mas era melhor do que efeito algum.... E ela falou se ele chegasse perto, mas não escreveu nada quanto eu longe.
Saí do banheiro e continuei o caminho para a aula.
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Chegamos às masmorras do Snape e entramos. A aula começou e por um milagre milagrosamente milagroso o Snape ainda não havia tirado nenhum ponto nosso, nem dos Corvinais que dividiam a aula conosco.
Eu já estava começando a me preocupar com a Mandi, pois ela ainda não havia chegado, quando ela entrou, normalmente, como se não estivesse nem um pingo atrasada.
- Bom-dia Senhorita Ferraro. – disse Snape quando notou sua presença
- Bom-dia Professor Snape – respondeu, calmamente, sentando-se em seu lugar.
- Você sabe quantos minutos está atrasada? – perguntou naquele tom de sarcasmo. E nesse momento toda a sala olhava para a “conversa” dos dois.
- Sinceramente, não faço a menor idéia – respondeu, com indiferença.
- Acho engraçado a senhorita estar tão indiferente, já que sua prova não foi das melhores – respondeu, calmamente, abrindo uma das gavetas de sua mesa. – Vamos ver... Primeira pergunta: Qual é, aproximadamente, o tamanho de um besoar? Sua resposta: Grande, muito grande, porque eu aumento para causar impacto.
A sala inteira olhou para a Mandi, segurando o riso, e a Pah querendo matá-la com os olhos.
- Mais uma. Pergunta: Onde se pode encontrar o ingrediente mais importante para a poção de confundir? Resposta: Longe, muito longe, porque eles aumentam pra causar impacto.
Depois dessa, a sala inteira rompeu em gargalhadas.
- Silêncio – disse para o resto da sala – Portanto, senhorita, eu não acho que você esteja com condições para ficar com gracinhas ou indiferenças na minha aula.
- Concordo plenamente, professor. – disse Mandi com uma falsa vergonha. E quando o professor se virou para o quadro mostrou a língua, arrancando risos de todos.
- Eu já mandei ficarem em silêncio – disse Snape virando-se – Menos 20 pontos para a corvinal, menos 50 para a grifinória, e você tem uma detenção comigo, senhorita. – terminou apontando o dedo para Mandi.
A aula terminou e eu e a Pah saímos e ficamos esperando a Mandi na porta. Quando ela saiu disse que havia pegado uma semana de detenção, picando ingredientes para o estoque do Snape, sempre às 20:00h, sem atrasos, e naquela masmorra fria, escura e fedida.
Eu comecei a rir, mas a Pah censurou a mim e a Mandi, e começou a perguntar onde ela estava com a cabeça, e a falar milhões de coisas sobre responsabilidades, as quais eu tenho certeza que entraram por um ouvido e saíram pelo outro.
Saímos dos corredores e entramos nos jardins, pois nossa próxima aula era nas estufas. Então quando já estávamos quase chegando vimos três sonserinas fazendo uma rodinha em volta de algo enquanto riam com suas vozes de gralhas. De repente a Pah segurou no meu braço e apontou para o meio do círculo, e então eu vi que havia uma primeiranista lufana agachada ali.
- Vocês lufanos são patéticos e covardes, essa escola está indo pro brejo em aceitar vermes como vocês aqui. – gritou uma das sonserinas para a menina que já estava prestes a chorar, e então foi para chutá-la, quando eu gritei:
- Sabe que eu discordo de você?! Eu acho os lufanos pessoas muito simpáticas e corajosas, ao contrário de vocês sonserinos. Vocês sim são os verdadeiros vermes dessa escola.
As três olharam imediatamente para nós, finalmente notando que estávamos ali, e então uma das sonserinas disse:
- Weasley. Quanto tempo eu não te via. Que foi, veio apanhar de novo? – e as outras duas começaram a rir.
- Acho que você está ruim de memória, querida, então deixa eu te lembrar: Quem apanhou no nosso último encontro foi você.
- Então está na hora do troco. – e as três sonserinas vieram pra cima da gente no mesmo instante em que Rony, Hermione e Harry apareciam nos jardins.
- O que vocês pensam que estão fazendo com a minha irmã? – perguntou Rony para as sonserinas.
- Ei, e a gente? – perguntou a Mandi
E o Rony lançou uma careta feia para ela
- Estamos dando o troco na sua irmãzinha querida e nas amigas dela por se intrometerem no que não é da conta delas. – respondeu uma das sonserinas voltando a partir para cima da gente, no que foi impedida pelo Harry.
- Você acha mesmo que nós vamos deixar você fazer alguma coisa com elas? – perguntou o Harry como que explicando que um mais um é dois.
- Potter, vai salvar o mundo e não se mete, esse assunto é entre eu, a lufana, minhas amigas, a Weasley e as amigas dela.
E como que lembrando da lufana eu comecei a olhar para os lados procurando-a, só para constatar que ela havia fugido. “Pela primeira vez na minha vida vou ter que concordar com essa cara de bosta: os lufanos são covardes!!!”
- Bulstrode e cia., por que vocês não largam a Weasley e vão procurar alguém do tamanho de vocês?
Eu virei para trás na mesma hora em que ouvi aquela frase ser proferida, e não acreditei quando o vi ali, parado, encostado na árvore, como se estivesse comentando sobre o tempo, com Zabini do seu lado, como sempre. “O que Draco Malfoy não faz por uma aposta...”.
- Malfoy, a minha irmã não precisa de ninguém pra defendê-la, ela faz isso muito bem sozinha.
- Engraçado não, Weasley – respondeu ele, cm sua típica risada sarcástica – Eu tinha certeza que era isso que você estava tentando fazer, mas fracassou como sempre.
- Malfoy, não se mete. – disse Hermione, se manifestando pela primeira vez.
- E você sangue-ruim, que a única coisa que sabe fazer além de ser uma intragável sabe-tudo é poluir o ambiente?
- Malfoy, cala a sua boca – disse Pah ficando revoltada com os comentários que ele havia feito.
- Tá irritada, amor? – perguntou Zabini, segurando a risada.
- Cala a boca você também Zabini – eu disse irritada com a situação.
- A gente vem salvar vocês e é assim que vocês nos tratam? – ele perguntou com fingida mágoa.
- Ah, me poupe. O Malfoy veio salvar a Gina, e você a Pah, então não fale de nós três. – disse a Mandi.
- Claro, ninguém te quer, Ferraro – provocou uma das sonserinas.
E então o que veio a seguir foi muito rápido. A Mandi voou para cima da sonserina, aí as amigas dela foram cima para tentar defende-la, no que eu e a Pah fomos para ajudar a Mandi. Aí o Rony, o Potter, a Mione, o Draco e o Zabini vieram para ajudar a gente, mas estavam mais brigando entre si. Então uma voz se fez presente naquela confusão.
- Todos pra minha sala agora! – Era a Minerva, com a cara mais brava que eu já havia visto.
Todos nos separamos, arrumamos nossas vestes, e seguimos Minerva calados para a sala dela. Chegamos lá e nos sentamos, e então ela perguntou: - Como começou?
Todos começamos a falar ao mesmo tempo, e muito alto, não dando pra entender nada, então ela levantou uma mão e nós paramos de falar imediatamente.
- O’Conner, o que aconteceu?
A Pah explicou tudo direitinho, tin-tin por tin-tin, e então a Minerva começou a distribuir as detenções.
- Watson, Grint e Bulstrode, vocês irão ajudar o Hagrid nas inspeções pela floresta. – disse Minera para as três sonserinas, que começaram a reclamar – Se vocês não se calarem eu acho uma coisa pior. Podem ir embora.
- Senhorita Ferraro, você já tem uma detenção com o senhor Snape não é? – ela perguntou pra Mandi, que afirmou – Então a sua detenção continuará sendo essa só que você fará uma semana a mais com o Senhor Potter. Podem ir também.
- Senhor Weasley, você limpará a sala de troféus durante uma semana. Pode ir.
- Senhores Malfoy e Zabini, vocês ajudarão os elfos na cozinha, e senhoritas Granger, Weasley e O’Conner, vocês me ajudarão na correção de provas. Podem ir.
Nós cinco saímos e vimos que os outros, exceto as sonserinas, nos esperavam do lado de fora da sala. Então o Malfoy veio até mim, mantendo uma distância.
- Posso falar com você?
- Malfoy, não se mete com a minha irmã.
- Rony, não se mete você. – disse para o Ron e então me virei para o Malfoy – Se você não demorar, tenho uma aula pra assistir ainda.
- Tudo bem – e se virou para os outros – É uma conversa particular sabiam?
- Nós não vamos deixar você sozinho com a Gina – disse o Harry.
- Que foi Potter, com medo de perder a Weasley pra mim? – Malfoy perguntou, provocando, e Potter ameaçou ir pra cima dele, no que a Pah o segurou.
- Já houveram detenções de mais por hoje.
- Vamos embora, a conversa é a dois – disse a Mandi dando por encerrado o assunto.
- Tudo bem, eu vou, mas depois, Gina, quero conversar com você sobre aquelas flores – disse Rony e todos foram embora deixando os dois a sós.
- Tá vendo o que você arranjou pra mim? – Eu perguntei, e ele começou a rir. – O que você quer? – perguntei a ele quando vi que todos já haviam virado o corredor. – Não te disse pra não chegar perto?
- Eu não estou perto – disse ele apontando para a distância que havia entre nós, que era cerca de dois metros.
- Tá, então fala logo.
- Eu te salvo e é assim que você me trata?
- Ah Malfoy, me poupe, as coisas estavam indo muito bem, e eu poderia ter me virado sozinha, você só apareceu pra levar detenção e armar intriga.
- Me ofendeu agora – disse ele com fingida mágoa e se virou para ir embora.
- Malfoy – eu o chamei, segurando em seu braço e rompendo com a distância que havia. Eu não sei por que fiz aquilo, mas quando o vi indo embora eu senti como se todo o calor que eu sentia estivesse indo embora junto, e numa tentativa de mantê-lo ali segurei em seu braço, o que pelo jeito funcionou, pois ele virou-se novamente para mim, colocando sua mão na minha cintura – Obrigada por ter me salvado. – eu disse para ele, sarcástica.
- De nada, Weasley – ele respondeu, sorrindo de forma sincera, o que me surpreender, pois dele eu só havia visto sorrisos sarcásticos – Mas é só isso que eu ganho como agradecimento? – ele me perguntou, já se aproximando mais.
- Ah, pode acreditar que sim – eu respondi me afastando dele e pegando minhas coisas para ir pra aula. – Até mais – disse me despedindo e então fui para a aula de Feitiços.

N.A.: Pessoal, desculpa pela demora, é que durante as aulas é difícil pra mim escrever, e durante as férias dá preguiça... Mas enfim, mais um capítulo, espero que gostem. Quero muito agradecer aos coments, pois foram eles que me instigaram a mandar a preguiça embora.
Beijão

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