E o vencedor é...



Capítulo VII

Se aquilo não funcionasse, pensou Hermione com tristeza, ela desistiria de uma vez por todas e para sempre.

Contudo, pela expressão concupiscente de Harry e o brilho libidinoso que viu nos olhos dele, além do volume indiscreto na calça, achava que ele não seria capaz de voltar atrás daquela vez.

Os homens, quando dominados pelo desejo sexual, tornavam-se fracos e se descontrolavam, incapazes de ponderar sobre o que era certo ou errado, de raciocinar com clareza. A única coisa que lhes preenchi a mente num momento assim era a satisfação de seus próprios desejos.

Verdade que ela lhe armara uma cilada. Tinha de admiti que jogara sujo naquele jogo de seduções, mas resolvera se vingar de Harry, pagando na mesma moeda o que ele a fizera sentir com a conversa erótica ao telefone, deixando-a desorientada e fora de si, mais parecendo uma adolescente boba e fácil de enganar.

Portanto, naquela briga de gato e rato, eles estavam quites.

Harry perdeu o equilíbrio de suas emoções e a capacidade de discernimento. A única coisa que podia fazer era tomar aquela linda e sedutora mulher nos braços e saciar sua vontade latente.

-Oh, meu Deus... – murmurou ele, e com sofreguidão beijou-a com desespero.

Ah, o gosto doce do sucesso! Harry cobriu-lhe a boca num beijo ardoroso que causou uma onda de calor através do corpo de Hermione, concentrando-se entre suas pernas.

Aquela sensação a envolveu num prazer tórrido indescritível. Havia quanto tempo ansiava por aquele momento?! E enfim conseguira. E era tudo com o que sonhara, o que queria.

Ele moveu a boca para o lóbulo de sua orelha e o mordiscou de leve, numa quase carícia, para em seguida aliviar a mordida com a ponta da língua, que produziu um arrepio pela coluna dela.

- Você tem gosto de chocolate... e é muito sedutora e tentadora, querida. Tem idéia do que está fazendo comigo? – perguntou com voz rouca, quase em estado de transe.

Hermione gemeu, fechando os olhos. Quem não gosta de chocolate?, teve tempo de indagar-se, com ironia.

- Como na noite passada você por pouco não me fez me render.

- Sinto muito – desculpou-se Harry. – Mas terá sua revanche agora.

Ele se ajoelhou. Sua respiração fazia cócegas na penugem dourada das pernas dela.

- Estou me arrastando a seus pés, Hermione. Sou seu escravo, hoje e sempre.

Ela gargalhou.

- Não. Você está apenas olhando para mim.

- Isso também. – Harry tocou a calcinha rendada com a língua. – E experimentando.

Saboreando-a. E posso assegurar que estou gostando muito – completou, com malícia e ar maroto.

Hermione deu um forte suspiro e agarrou a cabeça dele para impedi-lo de continuar, pois não suportava mais o fogo que a consumia por dentro. Cerrando as pálpebras com força, experimentou a delícia da língua molhada contra sua área mais sensível, ainda que protegida pelo tecido rendado.

- Você se importa que eu esteja provando-a?

Ela quase não podia falar.

- Pelo contrário, Harry, prefiro que você não pare.

O rumo que o diálogo tomava, e o teor sexual da troca de palavras, deixavam-na mais excitada anda.

Harry, então, deslizou a língua em círculos sobre a renda. Que coisa maravilhosa!

Segurou as nádegas redondas, puxando-as cada vez mais para si, sem parar de brincar com o centro da feminilidade. A língua serpenteava sobre a calcinha, tocando... lambendo...

- Não agüento mais, Harry. – Hermione gemeu. – O que está fazendo comigo é de deixar qualquer mulher louca. É uma tortura!

- Você quer que eu me detenha? Ou prefere que a torture de prazer?

- Não, não pare! Não suporto mais... quero dizer, vou desmaiar se você não parar, mas, ao mesmo tempo, não quero que o faça.

Harry se levantou. Uma lamúria mais forte ainda escapou da garganta de Hermione quando percebeu que a língua dele interrompeu sua função acariciante.

- Por favor, continue – ela implorou. – Não corte minhas asas agora que levantei vôo para o infinito.

- Não se preocupe, querida. Nada no mundo me deteria. Mas você passeou pelo apartamento com roupas sexy até eu achar que enlouqueceria. Portanto, está me devendo isso. – O olhar dele deslizou sobre o esbelto corpo feminino. – Quero ver o que está sob a embalagem. Quero desvendar um mundo novo para mim.

E Hermione se sentiu mais do que satisfeita em obedecer. Levou a mão para rãs, para abrir o fecho do sutiã, mas Harry a impediu.

- Gosto de desembrulhar eu mesmo os meus presentes. – Ele a fez virar e abriu o fecho. – Sonhei em vê-la toda nua, deitada na cama, nua posição em que eu pudesse ver cada delicioso detalhe...

Harry a fez virar-se de costas, baixando primeiro uma alça do sutiã pelo ombro, depois a outra.

A peça foi atirada ao chão.

- Maravilhoso!

Foi então que o telefone tocou na sala. Ambos tiveram um sobressalto. Impossível atender a ligação. O acordo era tácito, e o ardor do desejo esmoreceu um pouco. Não poderia haver ora mais imprópria para um telefone tocar com tanta insistência.

- Deixe que toque – disseram ambos quase em uníssono.

E voltaram a se agarrar com mais empenho e sofreguidão.

Harry respirou fundo e segurou os seios firmes, massageando-os com gentileza.

Hermione gemeu e se contorceu em direção a ele.

Enquanto Harry continuava acariciando-lhe com total intimidade por cima da calcinha, ela gemia alto e agarrava-lhe os braços para estabilizar-se. Seria tão fácil acostumar-se a carícias tão sensacionais... Talvez até mesmo viciar-se.

Antes que Hermione pudesse sentir que a tensão diminuía, Harry retirou a mão de entre suas pernas. Ela não teve tempo de protestar, no entanto, porque ele começou a acariciar seus seios outra vez, beliscando de leve os mamilos. Um novo prazer começou a dominá-la.

Quando os joelhos passaram a tremer, descontrolados, Harry a conduziu para o leito e a fez deitar-se.

A cama era ampla e convidativa. Os lençóis de cetim prata eram deliciosamente eróticos so toque. Harry ajeitou os travesseiros e colocou-a numa posição confortável. Com as pernas dela pendendo para os lados, puxou a calcinha e tornou a ajoelhar-se.

- Agora, abra-se para mim, Hermione.

Um nervosismo de hesitação apossou-se dela, visto que não se achava bastante certa de que queria ficar assim, exposta perante ele. Era diferente se expor com uma calcinha rendada a cobri-la, por menor que fosse.

Harry acariciou-lhe as coxas.

- Quero ver você inteira. – Beijou-lha a nuca. – E vou provar cada pedacinho de sua carne, saborear sua pele sedosa. Vou fazê-la delirar de prazer. Seu corpo inteiro vai esticar-se como as cordas de um violino, e quando eu o tocar você vibrará de excitação.

De novo aquela quentura sensacional fragilizando sua vontade, pensou Hermione.

Ele entreabriu os lábios femininos e passou o indicador sobre eles.

- Você é tão encantadora, querida. Tão fascinante. Tão mulher. Abra-se para mim – repetiu.

Hermione afastou as pernas e ouviu a respiração ofegante de Harry pouco antes de a boca sensual cobri-la , experimentando, brincando, arranhando-a. Ele gritou, arqueando os quadris.

- Gosta disso, Hermione? - perguntou ele com a voz cheia de desejo.

- Sim. É muito bom...

- Apenas bom?

- Formidável... fantástico... maravilhoso. Por favor, não pare!

Harry estendeu um dedo em direção a ela.

- Talvez eu possa fazer isso melhor. Ponha meu dedo em sua boca.

Obediente, Hermione lambeu o dedo dele, sentindo imenso deleite em fazer aquilo.

- Minha intenção é deixá-la louca de prazer, e saiba que não acabei com você ainda. – Harry abriu mais ainda as pernas dela. – Ah, doçura, você gosta das minhas carícias? Que tal isso? Gosta?

Harry a afagava com habilidade. Hermione se via lançada a outro mundo. Foi quando Harry começou a fazer carícias mais rápidas e ousadas. Ele beijou-a com total paixão e depois começou a lambê-la, com seus dedos fazendo um movimento ritmado.

- Venha para mim, minha princesa.

Hermione não o desapontou. Em instantes, espasmos vigorosos a fizeram tremer, ao explodir num clímax estupendo. Ela gritou, enquanto os músculos relaxavam.

Estivera esperando por aquilo a vida inteira. Era o céu e o inferno ao mesmo tempo. Sentia-se voando solta no infinito. Livre. Nunca se sentira assim com um homem antes.

Ainda com os espasmos a sacudi-la, viu Harry despir-se. Queria apreciar aquele corpo másculo nu. Era algo que a excitava demais, e aguardara tanto... Mas estava ainda entorpecida pelas sensações prazerosas que acabara de ter. Haveria muito tempo mais tarde. Não tinha dúvida quanto a isso.

Harry deitou-se ao seu lado e passou a mão de leve sobre sua pele suada antes de segurar um seio e roçar o polegar sobre o mamilo enrijecido.

- Quero ver o seu rosto quando você atingir o auge, Harry.

Ele sorriu, malicioso.

- Mesmo, pois vamos agora mesmo tratar disso.

Hermione ofegou e baixou a mão para o baixo-ventre dele. Harry prendeu o fôlego ao senti-la acariciando-o com tanta desenvoltura, suspirando e deixando claro que adorava a sensação da textura delicada.

Deslizou a língua sobre o peito peludo, fazendo pequenos movimentos giratórios sobre cada mamilo, sem parar de afagar o ponto mais sensível da anatomia dele.

Harry gemeu e se arqueou.

- Não imagina quantas vezes sonhei com você fazendo isso comigo, Hermione.

-O mesmo acontecia comigo, meu querido – ela confessou, sincera.

- Por Deus, meu amor! Pare ou não conseguirei me conter!

- Olho por olho, dente por dente. – Hermione sorria, gostando de sentir-se senhora da situação, de estar no controle.

Ele se desvencilhou dos braços dela e deslizou o corpo feminino para cima do seu.

- Quero que me possua, meu príncipe. Desejo tê-lo dentro de mim. Todavia, preciso pegar alguma coisa antes.

De sua posição em cima dele, Hermione podia estender o braço até a penteadeira.
- Eu o pegarei coberto. – brincou, com um sorriso perverso.

- Em mais de uma maneira.

Hermione deu risada e retirou uma cartela de envelopes laminados da gaveta. Comprara os preservativos numa drogaria naquela tarde.

- Não me incomodarei se nos apressarmos. – A expressão dolorida dele dizia tudo.

- Então, nada de brincadeiras. – Ela rasgou um envelope.

Assim que colocou o preservativo nele, Harry jogou-a de costas no colchão e forçou-a a abrir as pernas, penetrando-a no mesmo instante, com força e paixão, e todos os pensamentos razoáveis desapareceram da mente dela.

Harry a possuiu. O corpo de Hermione se acomodou sob o peso dele. Hermione elevou as pernas e trançou-as em volta da cintura dele. Seus músculos interiores comprimiam-se e distendiam-se. Não demorou muito para que os dois atingissem o auge. Harry deixou-se cair para o lado, e respirou fundo. O famoso repouso do guerreiro, lembrou-se Hermione, contente.

O som da respiração cansada de ambos enchia o aposento parcamente iluminado. Hermione não queria que aquele momento mágico que os envolvia desaparecesse. Sentia-se bem demais. Melhor do que já estivera algum dia em vida. Toda quente e realizada.

Harry aconchegou-a na dobra de seu braço, e ela se sentiu completa. Feliz.

- Sinto muito que você tenha quebrado sua promessa a Luna. – comentou, bocejando.

- De verdade?

Hermione pensou por um momento.

- Sim. Por que não haveria de ser?

Harry apenas sorriu.

Hermione se deitou de costas sobre os travesseiros, cerrando as pálpebras, enquanto uma exaustão doce começava a envolvê-la em sono.

Hermione sonhou que era a bela adormecida que fora despertada pelo príncipe encantado.

E na realidade Harry não deixava de ser o príncipe pelo qual esperara anos a fio, para saber o que era ser uma mulher desejada e realizada.


N.A.: E é isso aí, pessoas.

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