dia 17/03/918 - A festa



Hoje foi o aniversário de minha mãe e eu me sinto completamente feliz por isso, claro, por ter passado. É um evento maravilhoso de comemoração em que se reunem todos os tipos de bruxos e bruxas chatos e desagradáveis das redondezas para oferecer seus filhos para se casarem comigo e eu claro, recusar a todos.
Um dos amigos de meu pai que estava em meio à uma expedição africana me tentou empurrar por todo custo um casamento marcado com seu filho Godric. Quem raios se chama Godric? Godric é quase um soluço. Ao escutar uma pessoa falando "Godric" a outra no mínimo diria "Tome um copo d'água querido, segure a respiração por três minutos". O amigo do meu pai, claro, não aceitou o meu polido "Não me casaria agora sou muito nova" que na verdade queria dizer " Prefiro ter um marido com nome de gente", ele continou insistindo."Godric adoraria uma garota linda com cabelos tão longos e corpo tão esguio. Ele apreciaria também esses olhos claros. Godric está na idade de casar. Ele já tem 33 anos" e me mostrou uma figura borrada de um homem que sinceramente, seria meu último tipo. Sorte minha que não precisei falar mais nada e que meu pai finalizou a conversa dizendo que talvez eu nem me casasse antes que como ele bem sabia, eu mesmo falasse a seu amigo que preferia ser esbofeteada por um rabo de peixe espada do que me casar com o filho dele.
O resto da festa foi boa, claro, quando consegui fugir e avistei Linx voando. Linx é o nome que eu dei para uma águia gigantesca que me visitou uma vez junto aos corvos. Linx é realmente muito grande, deve ter cerca de dois metros com as asas abertas. Ele me leva nas costas algumas vezes, já se acostumou com o meu peso. Fugimos da festa e fomos para a torre no meio da planície dos corvos que estava abandonada. Contei a ele sobre a festa chata e quando voltei pela noite disse à papai que estava todo o tempo no terraço de cima. Mamãe claro sabia onde eu estava e me entendeu, ela mesmo não suporta os amigos de meu pai.
Ah sim. Não contei o que eu fiz, caro diário. Eu mesma criei uma tiara com os dois pedaços de ametista que formavam um ovo que ganhei de mamãe e eles ficaram como um tampa orelhas no fim da tiara. Me agradam muito esses enfeites de cabeça: tiaras, correntes, coroas, diademas e presilhas. Não quero tirar quase nunca essa minha jóia. Ela me lembra meus pais. Vai ser meu porto seguro quando eles se forem. Acredito que as pessoas não devem ser presas nas coisas, mas eu sempre serei presa nessa minha jóia.

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