O dia seguinte



Capítulo 6- O dia seguinte


 


Acordei assustada levando bicadas nos pés, descobertos pelo lençol, de uma pequena coruja que se encontrava ao pé da minha cama. Levei um tempo para assimilar o que estava acontecendo. Certo, eu acabara de acordar. Havia uma coruja me mordiscando. Essa mesma coruja trazia um pedaço de pergaminho amarrado à perna. Desamarrei-o delicadamente e desenrolei o papel. Quase tive uma síncope ao ler o nome no fim do bilhete. Era de Lestat. “Aaai que fofo” pensei. Sua caligrafia era firme e bonita e o bilhete trazia as seguintes palavras:




“Bom dia, Goleira.


Espero que tenha dormido bem, porque nosso dia será cheio.


Primeira parada: Dedosdemel.


Estarei esperando na porta.


Lestat”




-Oh Méeeeerlin! - Essa era eu surtando sozinha no quarto - Com que roupa eu vou?

Peguei todas as roupas que tinha e atirei por cima da cama. Alguma delas teria de servir. Não tinha roupas para encontros com caras gostosos. Tive de improvisar. Um jeans surrado e uma blusa preta sem manga com um decote em V era uma boa combinação. Tá legal, não era tão boa assim, mas era o que eu tinha no momento. Ia ser aquilo mesmo. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e calcei minhas adoradas botas de combate. Eu realmente não tinha a menor noção de como me vestir para um encontro, então me vesti como sempre e esperei que ele não se ligasse muito nessas coisas.

Tomei meu café da manhã correndo e fui me encontrar com Al, Hugg, Lily, Colin e Darcy. Seguimos juntos para Hogsmead. No caminho coloquei Lily e Darcy a par de minhas peripécias noturnas com Lestat. Elas pareciam mais empolgadas do que eu. Qualquer garota de Hogwats teria dado a vida para estar no meu lugar ontem.

Paramos em frente ao Três Vassouras, onde deixei meus amigos e segui sozinha para encontrar Lestat na Dedosdemel. Avistei-o de longe. Estava parado na porta do estabelecimento, conforme o combinado. Fiquei me perguntando se ele adivinhara que eu iria com aquela roupa, porque ele se vestiu exatamente da mesma forma, só que ele ficava absurdamente melhor que eu com aquele tipo de roupa – chegava a ser injusto.Calça jeans, blusa preta, botas de combate e seu cabelo perfeito estava preso num rabo-de-cavalo frouxo, na nuca.



Abriu um sorriso de ofuscar o sol quando viu que me aproximava. Mudou sua pose de, até então, totalmente sexy-despreocupado para uma pose do tipo “bad boy de filme trouxa adolescente”. Ainda era sexy, muito sexy.



-Você veio Goleira - exclamou satisfeito, caminhando em minha direção com os braços abertos para um abraço.



-Claro que vim. Você me prometeu doces e bebida. Achou mesmo que iria perder isso?-brinquei enquanto seus braços me envolviam em um abraço apertado. Ele cheirava tão bem!



-Tem razão, se fosse você também não perderia. -disse ao me soltar do abraço.



-Então, estou esperando. Quero muitos sapos de chocolate.



-Claro. -respondeu e me pegou pela mão.



Entramos na loja e escolhemos nossos doces. Os olhares curiosos nos seguiam aonde quer que fôssemos. Tive a impressão de que algumas garotas me fuzilavam com os olhos, mas não ousei desviar minha atenção de Lestat ou dos doces para confirmar minha teoria. Compramos nossas guloseimas e saímos da loja com duas sacolas cheias.

-Você prefere as bebidas agora ou depois?- perguntou



-Depois. - respondi sem pensar muito.



-Ótimo – disse, pegando minha sacola de doces para segurar. – Só mais uma pergunta, você tem algo contra A Casa Dos Gritos?



Opa! A Casa Dos Gritos ainda era um trauma para mim... Da última vez que pensei em entrar nela quase fui esmagada pelo Salgueiro Lutador. É, acho que tinha muita coisa contra a casa dos gritos.



-Er...n-nãaao, nem tenho nada contra aquela casa velha e mal assombrada...Imagina...- mas acho que ele percebeu que era tudo mentira, porque ele ergueu a sobrancelha e me encarou com cara de quem duvidava do que eu dizia enquanto me ouvia gaguejar sobre não ter nada contra aquele lugar.



-Tudo bem então, a gente pode ir para o Cabeça de Javali, se você preferir.



-Eu já disse que não tenho nada contra a-aquele lugar.


-Uhuum... Claro.-Por que diabos ele não acreditava em mim? Ok, talvez eu não fosse tão convincente. – Goleira, se você tem medo de alma penada ou coisas do tipo, não há com o que se preocupar. A casa não é mal-assombrada.



-Eu já disse que não tenho medo. – Mentirosa! – É que eu tive uma experiência de quase-morte quando tentei... bem... entrar na casa através de meios ilícitos.



-Meios ilícitos. Uma ótima forma para descrever o Salgueiro Lutador. – Ele riu. - Eu costumava utilizar muito esse “meio ilícito” e nunca tive nenhuma experiência de quase-morte.



-É, mas você é esperto... Eu era uma mula naquela época.



-Você nunca chegou nem perto de ser uma mula. -ele riu da minha autodescrição



-Você que pensa...



-Certo, você está tentando me distrair para se livrar da casa dos gritos, mas não vai conseguir.- Droga! Ele acertou.



-Como você ousa pensar isso de mim?- Me fingi de ofendida.



-Você não confia em mim o suficiente, né?-Perguntou, ignorando meu ataque dramático.



-Claro que confio. - Estava sendo sincera. Confiava nele como se fosse um...um irmão mais velho. Ops, um irmão mais velho que eu podia beijar e andar abraçada e...e...e não deixava de ser um irmão. Estaria eu confundindo meus sentimentos em relação a ele?

Fiquei muda por alguns instantes, absorta em meus novos pensamentos. Talvez eu estivesse confundindo a amizade e o carinho que sentia por ele. Talvez eu nem estivesse apaixonada por ele. Talvez ele fosse como um irmão mais velho mesmo. Um irmão lindo, encantador, divertido, sexy - devia agradecer por meu pai não poder ouvir meus pensamentos – e que eu podia beijar. Isso é pecado, né?Beijar o irmão mais velho. Eu era uma garota muuuuito má por isso. Comecei a me sentir mal, mas em seguida mudei o rumo do meu pensamento. Quero dizer, ele NÃO era meu irmão, eu JAMAIS teria vontade de beijar meu irmão mais velho;portanto, não estava cometendo pecado algum e não precisava me sentir mal.



-Heeey goleira!- Lestat me chamava, passando a mão na frente dos meus olhos.



-Ah, desculpe...Eu me distrai.



-Er...eu notei.-Respondeu, sorrindo.



-Então, vamos?-Chamei, pegando sua mão.



-Vamos - disse, começando a andar - Não se preocupe, não vou deixar nenhum salgueiro malvado bater em você.



-Ah claro, e o que você faria para impedir uma árvore gigante de me matar?-Perguntei.


 


Estranhamente coloquei uma expectativa enorme na resposta que ele me daria, afinal um outro garoto quase morreu para me salvar da árvore em questão. E ele nem ao menos gostava de mim.



-Se fosse preciso me atiraria na sua frente. -Tive a impressão de que ele só dissera aquilo para me tranqüilizar. Em seguida me senti um lixo novamente. Eu estava tentando comparar Lestat com Malfoy!



-Ótimo - Disse. Era realmente ótimo, mesmo que não fosse verdade... Pelo menos eu me sentia um pouco mais segura.



Caminhamos durante uns dez minutos até chegar ao terreno cercado da casa dos gritos. Ficamos olhando através da cerca por um tempo até que ele teve a incrível ideia de invadir o terreno. Eu não aprovei de primeira, mas depois fui obrigada a concordar que era melhor que entrar pelo colégio visto que não havia nenhuma árvore assassina ali.

Lestat foi primeiro. Escalou a cerca e se jogou no gramado mal cuidado do outro lado. Eu fiz o mesmo, com a diferença que ele me pegou quando passei para o lado proibido da cerca. Até que a sensação de invadir uma propriedade não era tão ruim. A adrenalina e o medo de ser pega formavam uma dupla incrível.



-E aí, foi tão terrível assim?-Perguntou ele, rindo da minha cara.



-Não. Foi bem legal. Agora a gente já pode voltar né? – Okaaay, o medo agora era a emoção predominante.



-Não, ainda nem começamos. - Ele falava sério. Essa era a pior parte.



-Era isso que eu temia. – Disse enquanto olhava para as tábuas de madeira que cobriam as janelas e as portas da casa. - Espero que você não esteja pensando em entrar na casa...



-Foi exatamente isso que planejei. Ou achou que eu ia invadir o terreno e não me aventurar a entrar? – Odiava aquela convicção dele. Sempre tão seguro do que queria. Não tinha como competir com aquilo.



-Eu tinha esperanças... - resmunguei.



Ele riu e pegou minha mão. Praticamente me arrastou para mais próximo da casa, que era ainda mais assustadora de perto. Soltei um gemido de desespero quando reparei que ele não mudaria de ideia e ia me fazer entrar naquele prédio feio e pseudo-mal-assombrado. Ele me abraçou pela cintura quando percebeu meu desgosto, mas aquilo não aliviaria minha tensão.



A coisa mais impressionante era que ele estava tão tranqüilo que parecia que fazia aquilo há séculos. Aquele maldito invasor de propriedades bonitão estava tão a vontade que me fazia parecer patética. Certo eu estava sendo patética, morrendo de medo de entrar em uma casa velha e fedida – patética e infantil, falando desse jeito.

Ele retirou as tábuas de uma janela e pulou. Fui obrigada a fazer o mesmo. Quando terminei de atravessar janela adentro e avistei o lado de fora, algumas pessoas normais admiravam a casa pelo outro lado da cerca. Quis, por alguns instantes, estar com elas. Então, ao avistar uma cabeça loira junto ao grupo, mudei de idéia. Tive vontade de sair gritando: “Olha pra mim, seu idiota. Olha o que eu consigo fazer! Aposto que você não tem coragem de invadir uma propriedade. Uma propriedade mal-assombrada ainda por cima!” mas pensei bem e achei que aquilo seria infantil e desnecessário, visto que tínhamos uma trégua.



-Está viajando de novo, Goleira... - Lestat chamou minha atenção, sacudindo de leve meu braço e espantando Malfoy de minha mente.



-É tudo culpa sua, que me trouxe até aqui. – Reclamei, fazendo uma careta para ele.



-Eu admito a culpa. – Disse levantando os braços, como se estivesse se rendendo ou algo assim e falou – Mas já que veio até aqui, você podia parar de reclamar e aproveitar o momento.



-Aproveitar o momento? Você só pode estar brincando comigo. Eu estou tremendo até agora. Eu invadi uma casa, esse lugar me causa arrepios e a imagem da minha mãe gritando comigo e pirando quando descobrir o que fizemos não sai da minha cabeça. Acho que tenho coisas demais com que me preocupar pra simplesmente “curtir o momento”! – Quando percebi estava quase aos berros com Lestat. Ele devia estar querendo me matar, eu imaginei apenas, porque ele mantinha uma expressão divertida.

Ao invés de gritar comigo também e me mandar para um lugar feio e sujo que não seria correto citar aqui, ele simplesmente riu do meu ataque e me abraçou. Cedi ao toque daqueles braços e relaxei.



-Goleira , não precisa ter medo. – Ele disse em meu ouvido – Não vou deixar que nada de mal lhe aconteça e sua mãe não vai descobrir nada. Agora, será que você pode relaxar e se deixar levar por mim?



-Não sei se você percebeu, mas já me deixei levar por você, caso contrário estaria beeem longe daqui. – Disse olhando brava para ele. – E você realmente não conhece minha mãe...Se ela souber que eu invadi esse lugar, faz picadinho de nós dois e joga para os cães...



Ele riu novamente.



-Você tem cães ?



-Não, mas ela é capaz de comprar alguns só para alimentá-los com nossa carne.



-Engraçado, sempre pensei que seu pai fosse o cara mal da relação.



-Mas ele é. Se meu pai descobrir, não sobra nada de nós para servir de alimento pra animal nenhum.



Ele riu novamente. Não estava levando muito a serio, mas devia. De verdade. Se mamãe sonhasse que eu invadi o terreno alheio com um garoto, era capaz de me estrangular. Ela sempre fora muito certinha e não admitia que eu não fosse também. Meu pai surtaria também, mas por eu estar com um garoto – e um garoto mais velho! – e não pelo fato de estar entrando na propriedade dos outros sem permissão.



-Certo. Podemos esquecer dos perigos de sua família por um tempo e fazer o que viemos fazer? – Perguntou, me trazendo de volta à sua companhia.



-Claro, apesar de não ter a menor idéia do que viemos fazer aqui. – Respondi, sorrindo.



-Quero lhe mostrar uma coisa. Por isso viemos. – Explicou. – Agora, se puder fechar os olhos e confiar em mim, ficarei grato.



-Está bem. Eu confio em você, mas de olhos abertos.



-Que mulher difícil! Feche os olhos!



Ao dizer isto, passou meu braço por seu pescoço e senti minhas pernas sendo erguidas. Minha primeira reação foi agarrá-lo e fechar os olhos. Deixei que aquele filho-da-mãe me carregasse por todo o caminho. Quando chegamos ao local que ele desejava, pediu que eu abrisse os olhos e me colocou, cuidadosamente, de pé.



-Não sabia que era tão forte... – comentei abobadamente.



-É, tem muitas coisas sobre mim que você parece desconhecer – Ele usava aquele tom desafiador da noite passada.



-Talvez o que eu saiba sobre você seja o suficiente. Pelo menos por enquanto.



-Fiquei curioso... O que você sabe sobre mim? – Ele estava me provocando. Com que outra finalidade ele olharia para mim daquela maneira tão... Perigosa?



-Eu sei, por exemplo, que você é um excelente jogador de quadribol, que faz um sucesso tremendo com as garotas, que está apaixonado no momento e que... – Esqueci o que ia dizer quando ele me beijou repentinamente.



-Desculpe. O que você dizia mesmo? – Aquele cínico.



-Que você beija muito bem... – Respondi sem pensar. – Digo... Que você é lindo... Ai droga! Não era isso! Interessa mesmo o que ia dizer? Porque eu esqueci o que era.

Ele me beijou novamente.



-Ah...a gente tava falando sobre o que mesmo? – Perguntei meio tonta.



Que coisa! Ele não podia responder como uma pessoa civilizada e parar de me beijar daquele jeito?



-Claro, não estávamos conversando...



Eu o beijei dessa vez.



Ele me abraçou pela cintura enquanto nossos lábios se completavam. Passei os braços por seu pescoço. Estava tão envolvida com seu beijo que não ouvi quando ele entrou no cômodo. Só percebi que tinha alguém além de nós ali quando nos separamos por uns instantes, para respirar. Ele estava parado na porta do quarto – pelo menos era isso que parecia ser – com os braços cruzados na altura do peito, aquela expressão prepotente no rosto e aquele cabelo loiro sujo dele. Maldito Malfoy!



Rapidamente me livrei do abraço de Lestat para poder encarar Malfoy. Não ousei olhá-lo nos olhos, essa era uma parte dele que me incomodava muito. Lestat ficou ao meu lado, também encarando o intruso. Pelo que conseguia ler em seu rosto, estava pouco a vontade com a situação. Acho que o único que se divertia era Scorpius. Ele foi o primeiro a quebrar o silêncio mortal que se formara.



-Ora, ora, Weasley. Que cena mais perturbadora essa aqui. Acho até que poderia manchar sua reputação de boa-moça se alguém por acaso desse com a língua nos dentes e espalhasse pelo colégio o que você faz quando vem a Hogsmead. – Disse com todo o sarcasmo que possuía. Nem eu, nem Lestat conseguíamos falar. – Pense que constrangedor para o Sr.Weasley, ficar sabendo que sua brilhante filha invadiu uma propriedade e foi encontrada em um quarto, aos beijos com um cara mais velho. Uhhh.



Tremi ao pensar na possibilidade de meu pai descobrir tudo.



-Malfoy, não adianta me ameaçar, eu não tenho medo de você. – Verdade, não tinha medo dele. Tinha medo de Rony Weasley.



-Sei que não tem. Mas devia. – Senti a maldade em sua voz.



-Malfoy, o que você quer?O que veio fazer aqui? – Perguntou Lestat, tentando ser amigável.



-Eu vi quando a Weasley pulou a janela e fiquei me perguntando o que ela estaria fazendo, afinal, até onde eu me lembro ela tinha um trauma com relação a esse lugar. Resolvi investigar. Nunca tinha entendido muito bem o motivo de ela ter uma fixação por essa casa. Mas acho que a cena que vi agora a pouco esclareceu tudo. – Disse com um ar descontraído.



-Eu não tenho uma fixação por esse lugar! – Falei entre dentes.



-Claro que não. Você só gosta de vir aqui para se agarrar com caras mais velhos... – disse, cínico.



-Malfoy, falando assim até parece que está com ciúmes – Disse Lestat.



-Ciúmes? Dessa coisinha insuportável? Que tipo de idiota você acha que eu sou? – Riu-se Malfoy. Quer dizer que eu era a “coisinha insuportável”... Garoto mais ridículo!



-Pra falar a verdade, eu acho que você é um idiota. Dos grandes – eu disse cheia de coragem.

Quando dei por mim, Malfoy já estava com a varinha apontada para a minha cabeça, como se fosse uma arma. Mais que depressa, Lestat sacou sua varinha e apontou para a cabeça de Malfoy. Dois jorros de luzes se cruzando e as duas varinhas voaram longe das mãos de seus donos. Eles não perderam tempo, Malfoy foi atingido com um soco certeiro no nariz e caiu no chão. Senti uma vontade estranha de socorrê-lo, mas era meio ridículo da minha parte tentar socorrer o cara que até alguns segundos atrás estava apontando uma varinha para mim e me ameaçando.



Ele não deixou barato e acertou Lestat na barriga. Enquanto ele se contorcia de dor, Malfoy aproveitou para dar cotoveladas nas costas de Lestat. Eu ali no meio tentando, inutilmente, separar os dois. Malfoy continuava a bater em Lestat quando decidi intervir ativamente. Saltei em suas costas e grudei minhas pernas nas dele, puxei seus cabelos com tanta força que sua cabeça se inclinou para trás. Enfiei o indicador da mão livre em seu olho e isso fez com que ele parasse de bater em Lestat e se virasse contra mim. Com um único impulso, me fez voar para a parede e cair no chão.



Ao se livrar das investidas de Malfoy, Lestat agarrou-o pelo pescoço na tentativa de imobilizá-lo. Malfoy conseguira livrar-se do braço de Lestat e a luta continuava. Lestat dava socos em Malfoy, que revidava como se nem ao menos tivesse sido atingido. Nenhum dos dois ganharia a luta. Só sairíamos dali quando um deles estivesse morto. Era o que eu pensava quando James, Fred e Arnye irromperam quarto adentro.
Em poucos minutos Malfoy estava no chão, totalmente imobilizado.



James foi ao meu encontro. Ainda estava caída, quase na mesma posição que Malfoy havia me arremessado. Um galo se formava na minha cabeça e havia algo quente e grudento escorrendo pela minha testa. Devia ter me cortado. James me ajudou a levantar e, agarrada ao braço dele, fui avaliar o estrago em Lestat. Nada que Madame Pomfrey não pudesse resolver. Olhei para Malfoy, imóvel no chão. Senti uma pontada de culpa. Ele salvara minha vida por duas vezes e eu, quando devia ter retribuído os atos heróicos, bati nele e deixei que apanhasse. Então senti o galo em minha cabeça e o corte em minha testa e o remorso desapareceu.



-Rose você ta legal? – Perguntou James, quando eu cambaleei e me segurei em seu braço.



-Como vocês chegaram aqui?- perguntei, ignorando a pergunta feita por James.



-Pelo Salgueiro Lutador, estávamos com algumas garotas e... Isso não vem ao caso. O fato é que chegamos bem na hora, hein?



-Aham... O Malfoy morreu? – Perguntei esperançosa.



-Não, só está desacordado. - respondeu James, com uma expressão infeliz.



-Seu idiota! – disse, dando um tapa no braço de James. Estava desapontada. Por um momento desejei que ele estivesse realmente morto.



-Vem, vamos levar vocês para a enfermaria. – Disse James, praticamente me carregando.



-Hei Jam, obrigado cara... -disse Lestat, apoiado em Fred.



-Não foi por você, idiota! E da próxima vez que você colocar alguém da minha família em perigo, eu te mato!- Respondeu, com raiva. Eu sabia que não duraria muito. Eles eram como irmãos.



-É eu sei... -respondeu Lestat.



-É bom que saiba mesmo. Não se preocupe, não vou falar mais nada. Só espero que você tenha uma boa explicação para dar ao pai dela. – James disse, quase rindo da desgraça alheia.




Espera aí, meu pai? O Mérlin! Meu pai ia descobrir... Era meu fim! Senti minhas pernas bambearem. Minhas vistas escureceram. Eu ia morrer! Meus olhos se fecharam e não vi mais nada.




N/A:
Heey^^
huum...bem, desculpem pelo capítulo horrível


prometo que vou compensar no próximo


Atéee

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.