O Novo Ano



Um garoto muito branco entrou na cabina e a olhou, parecendo pedir permissão para sentar-se lá. Ela deu nos ombros.
-Pode entrar. Não tem problema. – ela disse.
Ele sentou a sua frente e estendeu a mão.
“Escorpio Malfoy .”
Branco e louro, pensou. Deveria ter se lembrado. Apertou sua mão.
“Louise Fontenelle.”
Ele realmente parecia como pai. Louro , branco. Porém, seu louro era menos pálido que o do pai.
Sua mãe já a apresentara para o casal de pais do garoto, Draco Malfoy e uma certa Chamma Hertz-Malfoy
Seus olhos que eram estranhamente diferentes. Aparentavam um castanho acinzentado, mas havia algo mais.
Não falaram mais nada.

Ela era bonita.
Claro, ainda não sentia atração especial pelas meninas. Ela era branca e sardenta, tinha olhos profundamente azuis e cabelos negros, longos, levemente ondulados. Era magra.
Não conversaram mais nada.

“Você é muito diferente de seu pai na sua idade!”
Murmurou a diretora Mcgonagoll em seu ouvido, antes que o Chapéu Seletor anunciasse Grifinória.
Realmente, ele era. Porém, seu pai o aguardava na mesa de sua casa. Claro que teria que tratá-lo como professor Longbottom, para assegurar que não haveria vergonha. Mas tinha um grande intuição de que não gostaria muito de Herbologia. Afinal, é sempre ruim ter aula com o pai. Ou qualquer parente, na verdade.
Passou por Escorpio Malfoy, que provavelmente seria o próximo garoto a ser selecionado. Sentou-se ao lado de Louise Fontenelle, uma garota de olhos azuis que já fora selecionada.
Quando ele contou-lhe que era filho do professor de Herbologia e diretor da Grifinória, ela pareceu surpresa.
“Não parece com seu pai!”
Não, realmente puxara a mãe. Era moreno, o cabelo de um castanho mais claro e tinha os dentes e as orelhas em tamanho real.
“Bem, Andrew, família Longbottom não parece ter deixado nenhuma marca em você.”
Andrew apenas sorriu e tomou um gole da água.
“Acha que vai gostar de Herbologia?” perguntou ela
“Tanto quanto gosto de ratos.”
Os dois apenas riram e assistiram Escorpio Malfoy ser declarado um grifinório.
Houve uma tensão leve e temporária entre os professores do Salão. Era a primeira vez que um Malfoy se sentava embaixo da flâmula vermelha do leão da Grifinória.

Archie McGragor era louro e parecia estranhamente avoado. Caiu na Lufa-Lufa por pouco, todos tinham uma estranha certeza de que ele cairia na Corvinal. Usava um broche com alguma coisa parecida com rabanete preso na lapela.
“É filho da editora daquela revista, O Pasquim.” comentou Andrew para Louise para a primeira manhã em Hogwarts.
“Quem? Lovegood? Luna Lovegood, que herdou a edição da revista do pai?”
Ele acenou com a cabeça.
“Aquilo é um rabanete?” indagou Louise
Andrew deu nos ombros.
Assistiam o excêntrico colega Lufa-Lufa debater animado com um certo Lenny sobre a lua (?).
Caminhavam pelos corredores em direção ao café da manhã. Perceberam que, apesar de estar razoavelmente cedo, haviam passos solitários os acompanhando por trás. Se viraram repentina e quase assustadoramente, fazendo cara de maus.
Eram crianças, queriam se divertir.
“Ah... oi?” Escorpio pareceu surpreso com Louise e Andrew e suas caras “más”, mas não assustado.
Louise imediatamente sorriu.
“Escorpio!”
“Oi.”
Andrew ainda não reconhecia bem o aluno, até que a lembrança de sua seleção pipocou em sua cabeça.
“Malfoy?”
Ele acenou positivamente com a cabeça.
Por um instante, houve a mesma tensão que houve no Salão quando Escorpio foi selecionado para a Grifinória. Mas se dissipou tão rapidamente o quanto se dissipara da primeira vez.
“Andrew Longbottom.” Apresentou-se o garoto
Escorpio deu um meio sorriso.
“Eu sei.”
Louise olhou para os dois garotos e sorriu levemente.
“Vem tomar café da manhã com agente. É uma ordem.”
Ele deu nos ombros e os acompanhou.

Filhos de Harry Potter, Hermione Granger, filhos também de Ronald Weasley, a grande trindade que salvara o mundo bruxo! Era assim que quase todos os alunos de Hogwarts viam Lílian, Alvo e o resto da prole dos três. Mas Andrew, Escorpio e Louise não viam nada de tão especial neles, tanto que os achavam um tanto convencidos de si mesmos. Era verdade que a família de Longbottom convivia muito com eles, fazendo Andrew perceber que eles nõ eram exatamente convencidos, e muito menos chatos. Mas não era do tipo de Louise, ele e Escorpio.
Andrew sorriu.
“Hey, querem ver eu transfigurar água em vinho?”
Louise pareceu um pouco surpresa.
“Duvido que saiba alguma coisa com esta.”
Escorpio tirou um sicle do bolso e o jogou na frente do garoto.
“Vá em frente e o sicle é seu.”
Andrew empunhou a varinha e disse, antes de começar:
“Dinheiro fácil.”
Um, dois, três movimentos. E, opostamente ao que o pai havia tentado anos arás em seu primeiro ano em Hogwarts, naquele mesmo lugar, o feitiço dera certo. Uma leve fumaça transparente saiu do copo.
“Obrigado por participar.” disse Andrew, puxando a moeda para si.
Escorpio soprou a franja que lembrava tanto a de seu pai. Ele empunhou a varinha e disse:
“Me ensine.”
Louise apenas acompanhava. Quando Escorpio movia a varinha como Andrew lhe mostrava, seus olhos pareciam estranhamente claros.
Estranhamente mel?
“Escorpio, que há com você? Seus olhos! Isso é... normal?”
Ele arregalou os olhos um tato surpreso, parando o feitiço no meio.
“Não, você deve...!”
Andrew não conseguiu terminar o aviso. A água que era o alvo do feitiço começou a borbulhar, explodindo aquela grande bolha e espalhando água em todos os presentes próximos.
Louise percebeu que era a culpada.
“Desculpe, eu... olha, ilusão ou não, foi assustador, admita! O que faria se os meus olhos do nada ficassem mel?”
“É normal. Eu nasci assim.”
Ambos os outros dois amigos levantaram uma sobrancelha, surpresos.
“Nasceu assim?” indagou Louise
“É. Minha mãe disse que veio da família dela, só que pulou a sua geração.”
“E ‘assim’ seria?” perguntou Andrew
“Digamos que... digamos que os meus olhos mudem de cor conforme o meu estado.”
“No duro?”
“Aham. Tipo, quando uso a varinha, ou tento qualquer magia, meus olhos ficam mel. Quando estou com muita, muita raiva, beiram a um castanho bem forte. Ódio, se não me engano é azul, que nem a tristeza.”
Os outros dois o ficaram olhando um tanto pasmos, causando um certo embaraço. Escorpio avermelhou-se um pouco e desvio os olhos, agora verdes.
“Ahá! Você não ia contar que quando tem vergonha fica mais que vermelho!” riu Andrew
Escorpio mordeu os lábios e riu junto com o amigo, o vermelho e o verde desaparecendo lentamente.

“Agora tentem vocês!”
Flitwick mostrava o movimento de Wingardium Leviosa. Lílian Potter o acertou de primeira, fazendo a pena levitar com facilidade.
Depois, Archie acertou. Ele brincava com a pena sorrindo. Logo em seguida foi Andrew, que a moveu mais rápido e com maior facilidade.
Em seguida, o resto dos presentes o fez tranquilamente, e isso incluía Louise e Escorpio. O segundo fez os movimentos lentamente, pálpebras semi-serradas e olhos amarelados. A primeira acertou na segunda tentativa.
O resto da aula não foi emocionante, mais em si já era divertido aprender o feitiço. Louise fazia anotações esquemáticas, Andrew mexia com a pena e Escorpio brincou com a varinha entre os dedos até o final da aula.

Era incrível como a magia daquele lugar conseguia envolver sem ser percebida. As vítimas relativamente aleatórias haviam sido escolhidas.
Vítimas, claro, é uma palavra forte. Agraciadas, desafiados, poderosos ou relativamente capazes, mas vítimas? Realmente, era muito forte.
Mas nem a magia das casas nem aquelas crianças eram maduras o suficiente...

Um ano letivo se passou. A amizade do tiro amadureceu, e os três também.
Louise, fora aumentar alguns centímetros em altura, descobrira ter um talento para Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas. Tivera uma queda por um sonserino, o qual ela descobrira não ser o melhor garoto do mundo.
Andrew descobriu poder ser bom em qualquer coisa que necessitasse varinha, ao contrário do pai. Isso não incluía História da Magia, Poções e Herbologia, entre algumas outras.
Escorpio era uma espécie de intermédio: conseguia ser bom no que gostava e se descobrira bastante sensitivo.
Os professores não tinham apreço pelos três, mas eles não haviam pego tantas detenções.
E assim chegou o último dia do ano, o qual os três partiram, cada um para o seu lar.
Nos anos seguintes, eles experimentariam a magia das casas.

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