A festa de Natal



N/A: Eu, pessoalmente, achei esse capítulo muito, muito divertido!

Capítulo 15 – A festa de natal




Faltava poucos dias para as férias! Pouco tempo para o natal! Adorava o natal, família unida, amigos. Este ano seria como o anterior, lá na sede da Ordem da Fênix. Teria uma pequena comemoração no sábado e Gina iria ver a tão esperada invenção de Fred e Jorge.

Gina arrumava as malas quando foi chamada para treinar com o time. Harry, Rony e Hermione assistiram ao treino que se passou tranqüilo. Gina não demorava muito tempo para pegar o pomo. Não era tão rápida quanto Harry, mas com certeza era muito melhor do que qualquer apanhador idiota da sonserina.

O seu excelente estado se devia um pouco ao Malfoy porque ela treinara muito com ele durante o tempo livre.

O jogo seria no dia anterior a saída de Hogwarts para as férias de verão. Os alunos estavam agitados para as férias e não conseguiam prestar atenção na aula. Ficavam fazendo planos por debaixo das carteiras, conversando aos cochichos ou abertamente. Apenas na aula de Snape que nenhum aluno do quinto ano se atreveu a conversar. Claro que estavam totalmente distraídos e as poções saíram todas erradas, o que gerou meia hora de sermão, falando que “não vão passar nos NOM’S nesse estado decadente, mesmo porque acho que nenhum de vocês merece.”. Pra falar a verdade, nem todas as poções deram errado: a poção de Luna saiu perfeitamente perfeita, só que Snape não comentou, apenas disse para sala, sobre Luna, que ela estava sem nota nas poções daquele bimestre pois haviam lhe roubado durante sua estada na África e disse isso muito satisfeito.

Quanto ao que Malfoy falou na discussão, uma coisa ele estava certo: Gina se aproximou muito mais dos seus amigos, mas não estava satisfeita. Ela assumia que sentia um pouco de falta de Malfoy. Pelo menos tudo não era tão certinho ao lado dele. Bola pra frente, fazer o que? Não pode obrigar o cara a ficar perto dela.

Quando não estava treinando Quadribol Gina estava buscando tricórnios com Luna e Colin, estudando com Mione, lendo com Neville ou conversando com Denis. Não se sentia mais sozinha, nem um pouco que se quer saber. Na verdade sentia um pouco de saudade do tempo que tinha para si mesma antes.

Foi por esse motivo mesmo que, em um de seus dias de rebeldia, resolveu voar sozinha pelos terrenos de Hogwarts, sem dar satisfação a ninguém, para pensar um pouco em si mesma. Não sei se foi por azar, coincidência ou destino, mas Malfoy também resolveu fazer a mesma coisa. Quando os olhares se encontraram, ambos empinaram o nariz e seguiram em frente. Poucos minutos depois voltaram a se cruzar.

- Ora Weasley, por acaso está me seguindo? – disse irritado.

- E o que ganharia com isso? Na verdade só perderia: meu tempo.

- Hogwarts é gigantesca. Porque escolheu voar bem aqui?

- É o meu lugar preferido. Aliás, os incomodados que se retirem.

E se retirou mesmo. Parecia disposto a evitá-la de todas as formas. Ela támbém não se preocupou. Continuou seu vôo noturno.

No dia seguinte, depois de uma busca por comensais da morte, Dumbledore liberou uma visita a Hogsmeade, para todos fazerem as compras do natal. Gina ficou andando com Luna e Colin até eles resolverem tomar sorvete e ela ter tempo de comprar seus presentes. Andando, parou em frente a uma lojinha de artigos de quadribol e ficou olhando para pequenos bonequinhos de madeira (de 3 a 5 cm no máximo), enfeitiçados para voarem dentro de um campo. De vez em quando aparecia uma rede e pegava alguns. Como se fosse um aquário de peixes. Ela já ia indo, mas um dos bonequinhos lhe chamou a atenção. Estava vestindo roupas verdes, com uma longa capa. Tinha olhinhos cinza escuros, o cabelo tão loiro que parecia branco e uma pele bem clarinha. Lembrava alguém. Alguém não muito agradável. Mas antes que Gina percebesse o que estava fazendo, entrou na loja e comprou o bonequinho. No começo ficou meio espantada por não ter nem visto o que fez. Depois ficou pensando no que fazer com o boneco. E no final, não fez nada, viu a loja de seus amados irmãos e esqueceu de todo o resto.

Entrou e estava lotada. Não via os irmãos a muito tempo e correu para abraçá-los quando os viu. Eles, é claro, largaram o que estavam fazendo para ir de encontro a irmã.

- Gininha! Como é que anda a vida? – perguntou Fred.

- Na mesma. E a de vocês? Como está? Parece que estão faturando muito!

- Muito mais do que pode imaginar! – completou Jorge alegre, vendendo orelhas extensíveis a um baixinho feio.

Quando Harry, Rony e Hermione chegaram à loja, os gêmeos a fecharam por um instante, para poderem tomar um refresco, sossegados nos fundos do local. Foi um dia agradável com os irmãos, mas nem essa alegria apagou a desgraça que se passou depois.

Já de volta ao castelo de Hogwarts, Gina tirava os presentes que comprara em Hogsmeade da sacola, vendo se não tinha esquecido de ninguém.

Estava em seu quarto, agora vazio. Cantarolava uma musica de natal, empilhando alegremente os presentes em sua cama. Mas a maldita voz veio novamente:

- Passando bem o natal, Gina?

Ela congelou. Aquele frio que ela sentia toda vez que ele falava a fez ficar sem movimento. Depois de tanto tempo sem aparecer ela não esperava, mas ele voltou. Novamente usando o presente de Sirius. A essa altura do campeonato, vocês já sabem de quem falo, não? Você-sabe-quem voltou.

- Gostou do presente que dei para você na noite do baile?– então foi ele que a feriu aquele dia. Ela deu um passo em direção oposta a cômoda, onde guardava o espelho, mas este apareceu magicamente em cima da cama, bem em frente a Gina. Ela sentiu o coração parar. O rosto daquele ser era horrendo.

- Saia. – ela pediu.

- Acha que pode mandar no Lorde das Trevas, sua tola? – e ela realmente não podia. Seus olhos se encheram de lágrimas por não poder fazer nada. E ele, vendo isso, deu uma risada sarcástica. Gina não agüentou. Aqueles olhos de cobra, tão malignos a encararam tanto que ela desatou a chorar e saiu correndo do dormitório, para algum lugar onde houvesse gente (para não se sentir solitária), mas que de preferência não a vissem (para não lhe encherem o saco). Foi para os jardins. Se escondeu na orla da floresta proibida e ficou lá, chorando, sozinha.

Nessa hora sentiu falta de Malfoy. Era o único que sabia sobre você-sabe-quem. E para ele ela podia desabafar.

Ouviu a sua voz, sua risada, juntamente com as risadas de Crabbe e Goyle. Se aproximou, sem ser vista. Crabbe tinha socado um lufa-lufo do quarto ano bem no estomago e este correu para o castelo, cambaleando. Logo Luna apareceu sorridente e se dirigindo a Malfoy.

- Olá Malfoy!

- Que Olá o que? Sua bruxa estranha. – respondeu ele, rancoroso, mas ela não pareceu nem um pouco ofendida.

- Você viu a Gina por aí? Nós combinamos de procurar o tri....

- Quem se importa onde essa Weasley pobre está? Quero mais que ela exploda, junto com toda aquela pobreza ruiva que é a família dela.

- Não a viu? Tudo bem então, vou procurar no corujal. – Luna era realmente muito estranha. Diferente de qualquer outro ser humano, ela não se ofendia com nada que Malfoy falasse, ela simplesmente ignorava, numa boa.

Gina limpou bem o rosto na manga da blusa e levantou-se da moita sorrindo.

- Estou aqui Luna! Vamos então?

- Certo! Tchau Malfoy! – despediu-se alegre Luna e este simplesmente ignorou.

- Porque continua a falar com ele Luna? – perguntou Gina para Luna quando já estavam longe do trio sonserino.

- Eu tenho meus motivos. – ela não disse mais nada então Gina não insistiu.


*********



Draco acordou naquela manhã bem disposto. Olhou para a sua escrivaninha. Abriu a gaveta. De lá tirou uma bonequinha minúscula vestida toda de vermelho, inclusive o cabelo. Comprou no dia de Hogsmeade. Nem ele mesmo sabe porque comprou, mas o que sabia é que não tinha coragem de jogá-la fora. Ficava a apreciá-la toda manhã que acordava, já se tornara um vício. E quando aquela bonequinha começava a lhe lembrar uma certa ruivinha, ele a atirava na gaveta e aquele ódio que ele tinha pela Weasley era o que fazia ele se levantar, se sentindo o Draco Malfoy. É como se ela fosse um....despertador. Desceu para o café onde se encontrou com Crabbe e Goyle. Viu a Weasley. Que ódio! Era impossível não repará-la. Tinha cabelos vermelhos flamejantes e se destacava muito fácil na multidão. Ela também olhou pra ele, desviaram o olhar. Ainda pensativo, Draco sentiu-se enforcado. Era Pansy que se pendurara em seu pescoço.

- Bom dia, Draco!
.
- Bom dia, Pansy. – disse ele com uma voz falhada, por não conseguir respirar. Logo ela voltou para perto de suas amigas sonserinas.

Insuportável ( N.A.: Eu não disse? Eu não disse?). Mas que garota mais chata. Quando aceitou “voltar” com ela já tinha esquecido o quão irritante ela era.

O resto do dia passou normalmente, a não ser pelo que ocorreu a tardezinha, mas também não foi grande coisa.

Ele estava voltando para a sala comunal da sonserina quando ouviu um gemido baixinho vindo de uma sacada logo ao lado. Seguiu o som. Colocou a cabeça para dentro da sacada ver quem era. A pessoa olhou pra ele também, com o rosto vermelho de tanto chorar. Era a Weasley. Ela virou o rosto rapidamente ao ver que era Draco. Ele sentiu uma enorme vontade de acalmá-la, consolá-la, ajudá-la, mas não o fez.

Ficou com um pouco de peso na consciência por isso, mas não voltou atrás. Não conseguia dormir pensando no quanto ela deveria estar sofrendo e porque (e também porque Goyle roncava igual a um motor de carro velho), mas no fim dormiu.



Na noite do dia seguinte teve uma deliciosa ceia de natal. Haviam uns ou outros azevinhos no teto e andavam dizendo que os gêmeos Weasley é que tinham feito. Todos desviavam deles por causa daquela tradição: se duas pessoas de sexos opostos ficassem debaixo de um mesmo azevinho elas teriam que se beijar. Mas ninguém sabia que aquele produto em especial era perigoso do jeito que era, nem mesmo Draco.

A árvore de Hogwarts estava muito bem arrumada, aparentando brilhar mais do que nos outros anos. As fadinhas de sempre prepararam uma dança especial que quando se uniam formavam frases como “feliz natal”.

Draco estava rindo e bebendo cerveja amanteigada com seus amigos sonserinos quando Pansy o puxou a força para os corredores de Hogwarts, no momento vazios.

- O que você quer Pansy? – ele gritou um pouco aborrecido.

- Quero que você veja uma coisa! – ela respondeu, dando risadinhas logo em seguida.

Draco percebeu que ela pretendia colocá-lo embaixo de um azevinho, para ser cumprida a tradição. Ela parou bem embaixo de um. Foi tudo muito rápido. Ele sentiu-se meio que preso em uma cabine, mas antes que isso acontecesse por completo ele pulou para fora, soltando-se da mão da menina.

- O que foi Draco? Está fugindo de mim? – ela disse meio braba tentando pegá-lo de novo. Ele se esquivou.

- Não é isso Pansy, é que eu lembrei que tenho um negócio pra fazer. – e saiu correndo pelo corredor antes que ela pudesse abrir a boca. Claro que ele não tinha nenhum negócio, só não queria ficar perto dela.

Agora ele percebeu, mais do que nunca, que aquela não era mesmo a garota que ele queria.


*********



A ceia de Hogwarts estava melhor do que ela esperava. Não esperava, mais os seus maninhos gêmeos estavam lá com a desculpa de “testar o novo produto”, mas na verdade só queriam rever a escola e os bons amigos que fizeram por lá.

Agora, falando do novo produto, Gina não o aprovou totalmente quando viu seu verdadeiro efeito. O casal não tinha oportunidade de fugir da tradição do azevinho. Afinal, quando um homem e uma mulher passavam debaixo do azevinho, era como se uma cabine transparente os fechasse e, enquanto eles não se beijassem, não poderiam fugir.

- Essa foi a pior invenção de vocês dos últimos tempos. – reclamou Hermione.

- Se quer saber é bem útil...- disse Fred a empurrando mais pra perto de Rony.

- .....quando se quer unir um certo casal....- disse Jorge empurrando Rony mais para perto de Hermione.

- ....que é lerdo demais para fazer isso por eles mesmos. – completou Fred pegando um azevinho e colocando em cima da cabeça dos dois. Eles se esquivaram rapidamente.

- Não se preocupem. – disse Jorge rindo. – está desligado. Mas aquele....- e apontou para um, meio que no centro do Salão Principal. - ...não está.

Harry veio correndo ao encontro deles, e Cho Chang o seguia quase colada em seu pé. Ele ia dizer alguma coisa, mas bateu na parede da cabine do azevinho, onde fora trancado junto com Cho Chang.

- Ih Harry! Agora vai ter que beijar. – gritou Rony indo de encontro a ele para explicar o mecanismo do invento.

- Ah Merlin...isso é tão infantil. – disse Hermione.

Gina não queria ver o grande amor de sua vida beijar a sua rival, então juntou-se a outro grupo de conversa, ficando de costas para a cena. Logo que entrou, Colin veio lhe avisar que Luna estava a procurando pelos corredores então ela também foi para os corredores procurar a amiga.

Ficou andando distraída pelo castelo, pensando no que Luna queria exatamente. De repente chocou-se com uma parede, mas ela era transparente. Olhou para cima, estava debaixo de um azevinho. Então provavelmente tinha algum menino trancado com ela lá. Estava tão distraída que nem o viu passar. Estava de costas para ele, mas sabia quem era por causa do perfume: Draco Malfoy.

- Ah! Mas o que é isso? – ele batia que nem um louco na cabine. Depois a olhou e se espantou. – De onde você surgiu?

- Eu estava aqui o tempo todo. - ela o olhou com desprezo e ele retribuiu o olhar. – Ah! Mas que ódio! Tanto homem nessa escola e eu tinha que ficar presa logo com você!

- Presa? Do que está falando! – ele se espantou pelo desespero dela.

Em poucas palavras, ela tentou explicar a nova invenção dos dois irmãos.

- Mas o que eles tem na cabeça?

- Eu também não sei. Só sei que não quero perder a ceia só para ficar trancada aqui com você.

- Muito menos eu. – e ele tirou a varinha do bolso.

- Ei! O que pensa que vai fazer!?

- Lançar um feitiço nessa cabine aqui.

- Perdeu o cérebro é? E se refletir em nós?

- Até parece. E é muito melhor arriscar do que ter que tocar nessa coisa nojenta que você chama de boca. – ele se posicionou e atirou um raio de luz amarelada. Refletiu na outra parede e depois o raio se desfez.

- “Até Parece”, “Até parece” – Gina o imitou, fazendo uma careta. – Ótimo. Agora estou presa aqui com um babaca e não sei até quando.

- A minha situação é muito pior. Eu to preso com você, e não há nada pior que você.

- Ótimo. – ela disse se sentando.

- Ótimo. – ele concordou sentando-se de costas para ela.

Ficaram um tempão assim, sentados, calados, com cara de quem comeu e não gostou. Até que ouviram passos pelo corredor. Apuraram os ouvidos. Se fosse alguém que comprometesse a reputação dos dois, eles fingiriam que não existia cabine nenhuma (afinal, ela é transparente) e que estavam lá olhando o teto e que nem sentiram a presença um do outro. Mas se fosse alguém que pudesse ajudá-los sem rir da cara deles, eles implorariam por ajuda. Sorte que era a Luna. Ela veio correndo até Gina ao vê-la, mas parou quando percebeu que alguma coisa as separava.

- Luna! Por tudo que é mais sagrado, chama os gêmeos aqui, por favor? – suplicou Gina.

- Seus irmãos!? Para me verem em tal situação humilhante? – reclamou Malfoy.

- Eles inventaram e podem acabar com isso. – ela explicou.

- Certo Gina! – respondeu Luna, radiante com essa missão.

- Mas só os gêmeos, certo? E nada de contar o motivo.

- Correto capitã Gina! – e ela saiu correndo pelo corredor.

Gina desmontou, encostando-se na parede.

- Não parece que ela vai voltar tão cedo....- reclamou Malfoy.

- Antes tarde do que nunca. Mas espero que ninguém insista em segui-la.

- Concordo. Seria catastrófico.

Silêncio. Eles perceberam que estavam conversando e se calaram. Não queriam tornar-se os mesmos de poucas semanas atrás, meio que... amigos.

Gina não gostava de silêncio. Toda vez que o havia, ela começava a pensar em Você-sabe-quem, e isso não era nada agradável. Então ela começou a cantarolar uma musica de natal.

- Cale a boca Weasley. – Malfoy reclamou no outro canto da cabine.

Vendo que ele se irritava com isso, ela continuou. Era bom vê-lo irritado. Ele ficou quieto. Por um tempo. Tentou se controlar. Mas era muito difícil.

- Por Merlin Weasley. Cale essa fuça antes que eu perca o controle! – ele berrou. Ela não queria assumir, mas ficou realmente com muito medo dele.

- Calma, calma... não tem espírito natalino por acaso?

- Não aqui, nem agora, muito menos na tua companhia. – ele disse com uma voz tediosa.

Silêncio novamente. E aquilo não era bom. Ela já estava começando a imaginar aquele rosto esquelético e os olhos de cobra brilhando feito fogo.

- Então, como anda a sua nova vida, Malfoy? – ela quebrou o silêncio.

- Não te devo satisfações. – ele respondeu sem pensar.

- Luna está demorando muito, não é? – ela observou, encostando a cara na parede e tentando ver ao longo do corredor.

Ele não respondeu. Era irritante o modo como Malfoy a tratava agora.

- Ah cara! Você é muito chato mesmo.

- O trato era você não falar comigo e você não está cumprindo.

- Mas eu não suporto o silencio. Me faz pensar em coisas.... ruins. – ela revelou.

- O problema é seu. – ele disse.

- Você se tornou muito mal-educado.

- Somente com pessoas que não merecem a minha educação. Como você.

- E me diga então: o que foi que eu te fiz para não merecer a sua educação?

Silencio. Ele parecia pensar muito para responder. Depois de um tempo disse com a voz tediosa de sempre:

- Nasceu.

- UAU! – disse irônica. – grande motivo. Eu nunca teria pensado nessa possibilidade.

- Não enche.

Silêncio novamente. Como a Luna estava demorando. Gina levantou-se e começou a examinar a cabine. Ela tentou pegá-la por baixo, para levantá-la, mas seus dedos não conseguiram passar pelo vão. Na verdade, era um vão tão minúsculo que quase não existia.

- Ah! Mas que droga! Odeio o Fred e o Jorge. Vou amaldiçoá-los quando conseguir sair daqui! Deve haver algum botão para desligar ou algo parecido...

- Está procurando uma saída?- ele resmungou, ainda sentado.

- Sim, e não me refiro pela porta. – que significava o beijo, que “abriria a porta”.

- Pode continuar a procurar então. – ele disse e isolou-se de novo. Ela sentou-se de costas para ele.

- Sabe Malfoy...Eu não gosto de ficar brigada com você. – ela começou. Bom, alguém tinha que se render, e como Malfoy era duro demais para se dar por vencido, ela resolveu ceder. – Eu gostava de conversar com você antes. Era confortável. Eu me sentia... bem. E se quer saber, antes não tinha tanto medo de você-sabe-quem...

- Eu não quero saber. – ele completou. Ela se sentiu um pouco triste por ele não compreender o quanto ela se sentia vazia e simplesmente responder de uma forma tão triste.

- Você está tão frio. Não era assim antes.

- Eu sempre fui assim.

- Não foi não. De vez em quando você parava para me escutar. E me consolava também. Nenhum de meus amigos grifinórios fez isso alguma vez.

- Ora, deixe de ser dramática. Está em ótima companhia agora. Do lado daqueles grifinórios. – disse a ultima palavra com muito desprezo.

- Ah! – ela gritou. – desisto! Não tem como você entender. – ela emburrou.

- Desculpe.- ele sussurou mais para ele do que para ela – mas é para evitar certos acontecimentos incontroláveis...

Silêncio. Ela olhou para o teto. O azevinho continuava lá, claro, mas do lado de fora. Talvez o botão fosse ali. Ela levantou-se. Pulou para tentar alcançá-lo. Sem sucesso. Ela era alta sim, mas não o suficiente. Quando foi colocar os pés no chão novamente, para voltar do salto. Torceu o pé e caiu em cima de Malfoy.

- Ai, ai, ai! – ela tinha batido a cabeça.

- Ah não Weasley! Não vá desmaiar! Vão pensar que a culpa é minha!

- Não se preocupe, senhor chato! Eu não sou tão fraca assim! – ela disse, ainda jogada no chão desconfortavelmente. – mas a minha coluna dói. – ela tentou levantar, ou ao menos sentar, mas doía muito.

- Eu te ajudo dessa vez. – disse contrariado o loiro. Ele segurou-a pela mão e a levantou delicadamente, como que, se ele fizesse alguma coisa, ela podia quebrar.

- Obrigada. – ela agradeceu.Seus olhos se encontraram, mas ele desviou logo.


**********



Ele estava quase se rendendo, mas não podia. Ela tinha falado tantas coisas, que ele realmente ficou com vontade de quebrar o acordo e voltar a falar com ela. Mas Draco era o tipo de pessoa que pensava nas conseqüências, para não se arrepender depois. Por isso não desfez o trato, continuou a ignorá-la e a fingir odiá-la.

Mas agora estava segurando sua mão e estava louco para olhar naqueles olhos castanhos, mas ele podia perder o controle. Ela gemeu um pouco. Parecia que tinha machucado as costas. Pensou em massageá-la um pouco, ver se a dor passava, mas não o fez.

- Malfoy, obrigada, está bem? Vejo que seu velho lado ainda não sumiu completamente. O lado bom que eu costumava presenciar.

- Mas que idéia ridícula Weasley. Já disse para esquecer o que aconteceu desde o começo desse ano letivo. – ele virou-se para o seu lado da cabine.

- Não pode me obrigar. – ela desafiou.

- De repente.... se eu usar hipnose..

- Fred e Jorge tentaram quando eu era pequena, nunca funcionou.

- Seus irmãos são uns fracassados. Não me impressiona que não tenho conseguido.

- Eles não são um fracasso...

- Esse invento é a prova disso... – ele apontou para o azevinho no teto.

- Tá bom, ESSE invento é um fracasso, mas os outros são bem úteis.

- Exemplo?

- Orelhas extensíveis.

- O que é isso?

- É para ouvir conversas por detrás das portas.

- Aquilo? Tem esse nome? E eles que inventaram?

- Decepcionado?

- Um invento somente não prova nada.

- Falsas varinhas.

- Esse invento tem alguma utilidade ÚTIL?

- Serve para irritar as pessoas.

- Esse não conta.

- Que tal as pílulas que deixam você doente?

- Eu comprei uma, ano passado. Não era exatamente um grande invento. Foi bem difícil parar de vomitar...

- Malfoy!? Você?! Um aluno exemplar fugindo da aula?

- Não era da aula.

- Não? Do que era então?

Já ia dizer, mas foi aí que percebeu que estava batendo um bom papo com ela, como nos... velhos tempos!!! E isso não era nada bom, nada, nada, nada bom. Virou de costas para ela e fez voz de nojo:

- Não vou perder meu tempo conversando com você.

- Ótimo. – disse brava virando-se para o seu lado da cabine. – então perca seu tempo olhando para o nada.

E foi isso que ficaram fazendo. E Lovegood não chegava. Mas que garota lerda! Talvez tivesse esquecido deles... daí a festa ia acabar e os alunos iriam passar pelos corredores e parariam para ver o sonserino e a grifinória presos em uma gaiola por toda a eternidade. Apontariam e jogariam migalhas de comida, como se fossem animais em um zoológico. Draco estava tão absorto em seus pensamentos que o que o trouxe de volta ao mundo foi um comentário da Weasley, que foi tão baixo que era só para ela mesma ter ouvido:

- Aposto que ele não sabe hipnotizar ninguém...

- O que está dizendo, Weasley? – ele disse em um tom meio que furioso.

- Nada! – ela disfarçou.

- Acha que não sei hipnotizar? – ele completou ainda mais furioso e deu pra perceber que ela estava com medo de dizer a verdade.

- N- não acho que alguém tão novo possa praticar esse tipo de mágica ainda... – ela disse meio na defensiva.

Draco conseguia se controlar perfeitamente em quase tudo, mas se existia um ponto fraco nele, era esse: não suportava que as pessoas duvidassem da sua capacidade.

- Pois então irei te provar que sei.

- Não... não é necessário.. acho que Luna já está chegando e...

- Ora, por acaso está com medo?

- Você também teria se se olhasse no espelho agora, tá muito assustador...você tá com uma cara de viciado matador.

- Ah Weasley.... me desafiou, agora vai ter que agüentar.

- Eu acredito em você! Acredito que pode fazer hipnose. – a cada palavra ele se aproximava mais e olhava bem fundo nos olhos castanhos da menina.

- Vou fazer um pequeno favor para você, o último. Esquecerá de cada lembrança minha.

- Não quero me esquecer de quando perdeu no xadrez para mim. – ela comentou.

- Eu quero.

- Mas quem vai esquecer sou eu.

- Não vai fazer falta nenhuma.

Eles ficaram em silencio. Ele a encostou em uma das paredes da cabine e a segurou pela cintura e olhou fixamente em seus olhos. Ela fez o mesmo, e ao fazer ficou tão corada que se confundia aos seus cabelos.

Ele se concentrou. Concentrou. Fez todos os passos direitinho. E ela ainda olhava para ele. Continuou. Falou as palavras. Fez questão de não piscar. Terminou. Ela tinha esquecido tudo. Por precaução, perguntou:

- Quem sou eu?

- Ainda é o Draco Malfoy, Sonserino, sexto ano e você ainda perdeu de mim no xadrez.

- Ah! Droga! Eu fiz tudo certinho – ele disse soltando-a e pondo as mãos na cabeça.

- Eu disse que não sabia fazer... – disse em tom vitorioso.

- Eu sei sim! Vamos tentar de novo!

- Ah não! Isso é realmente muito chato. Prefiro ficar olhando para o nada.

- Vamos Weasley! Só mais uma vez! – ele a segurou pela cintura novamente a fazendo corar dos pés a cabeça.

- Não gosto que fique olhando fixamente nos meus olhos, é tão.... desconfortável. – ela corou mais ainda, se é que era possível. Daí que ele percebeu que estava agindo de novo como nos velhos tempos e a soltou. Começou a socar a cabine e pedir que Lovegood chegasse logo. Funcionou! Ela veio correndo com os gêmeos a seguindo, desesperados.

- Então...era só pedir que ela aparecia? – comentou a Weasley para Draco.

- Pobre Gininha! Sinto muito mana! – desculpou-se um dos gêmeos quando se aproximava do casal.

- Isso foi tão desumano! Pode nos socar muito quando sair daí!

- E vou socar mesmo! Tirem esse negócio do mercado!

- Mas deu certo para o Rony e a Hermione.... – comentou o outro gêmeo.

- Sério!? Eles se beijaram em público! – disse a Weasley, seu rosto se iluminando.

- Do jeito que você fala, até parece que já se beijaram as escondidas....

- .....por acaso é verdade?

- Ei! Por Merlin! Me tirem daqui! – Draco se meteu na conversa.

- Me desculpe capitã Gina! – Lovegood interrompeu Draco. – você pediu para que não contasse o motivo, mas foi necessário, pois os gêmeos se recusaram a me seguir sem saber a causa.

- Não nos culpe! – pediu um dos gêmeos pondo as mãos para o alto. – Molly nos ensinou a não conversar e, principalmente, não seguir estranhos.

- E a Luna é bem estranha. – completou o outro gêmeo.

- Chega de papo, por favor! Me tire daqui! – suplicou Draco.

- Uau! Um Malfoy pedindo por favor? – começou um dos gêmeos.

- Se não fosse pela coitada da Gininha, nós jamais viríamos te libertar.

- É sério, gêmeos! – pediu Weasley. – Andem logo com isso, estou perdendo a maior festa.

- Desculpe. Olha, depois da Di-lua contar o motivo, procuramos o botão desse azevinho para trazer aqui e o trabalho ser mais rápido. Vejamos se é compatível. – um dos gêmeos pegou um pequeno aparelho que tinha apenas um botão e um número no verso. O outro gêmeo examinou um número que estava no azevinho, o qual Draco nem havia reparado.

- É compatível. – gritou o gêmeo que analisara o azevinho. O rosto da Weasley iluminou-se por pensar em liberdade, e ela abriu um grande sorriso.

- Aperta! Aperta! – implorou ela.

- Certo! – o gêmeo apertou. Nada aconteceu. A barreira ainda estava lá. Apertou de novo. Nenhuma variação.

- Talvez seja o botão errado... – tentou explicar um dos gêmeos.

- Ou esse 3 seja um 5....

- Ou esse esteja quebrado. – sugeriu o outro irmão.

- Mais provável...

- Bom, vamos tentar consertá-lo e já voltamos.

- E nós? – Gritaram Draco e Weasley ao mesmo tempo ao ver o trio se afastar.

- Já agüentaram três horas, meia horinha não vai fazer a mínima diferença.

Os dois viraram um para o outro, com aquela cara de acabados e a Weasley gritou, pendurou-se no pescoço de Draco e sussurrou no seu ouvido:

- Desculpe, mas é pelo bem da nossa sanidade mental. – depois foi tudo muito rápido. Ela deu um leve selinho nele e a barreira se abriu e ela saiu correndo pelo corredor, ultrapassando os irmãos e a amiga.



- Ei, aquela não é a capitã Gina? – comentou Lovegood apontando para a ruiva.

- Gina? Mas ela não estava presa com o Malfoy dentro do azevinho?

- Não vai me dizer que ela saiu pela porta ?

Olharam para trás e viram um Draco abobado, meio paralisado, pensando nos acontecimentos daquele último minuto.

Que história é essa? Sempre foi ele que a beijou, das outras duas vezes, foi ele que partiu para cima. Quem ela acha que é para ser tão.... atacada?

Os gêmeos iam partindo para cima dele quando ele acordou.

- Não acredito que se atreveu a tocar na nossa Gininha?! – gritou um deles.

- Hipnose neles! Hipnose neles! – ouviu-se a Weasley gritar do fim do corredor.

- Draco se concentrou e mirou os dois, fixamente. O estranho é que os dois caíram moles no chão. Parece que a hipnose havia funcionado nos irmãos Weasley.

- E a Lovegood? – Draco gritou para a Weasley.

- Não faça nada. Ela não contará. Né, Luna?

- Contar o que? – ela não tinha entendido a situação.

As duas saíram pelo corredor, indo direto a festa.

Draco ficou parado, chocado pela atitude da Weasley.Depois se desvencilhou de seus pensamentos e olhou para o teto, onde o azevinho reluzia. Pegou-o e jogou no chão com toda força. Depois pisou até destruí-lo. Parecia até um plano da vozinha, que há séculos não dava as caras.

Draco voltou para o salão principal e sentou-se no meio de seus amigos sonserinos. Seu olhar e o de Weasley se encontraram de relance e ela corou furiosamente, o que foi bem engraçado. Se a vítima não fosse ele, a história toda teria sido muito engraçada, mas não foi.

Dumbledore apareceu e começou a discursar com os alunos e desejar a todos eles um feliz natal. Foi até que bem rápido. O que o incomodava era que, durante o discurso, o seu olhar e o da Weasley se encontraram várias vezes, o que foi bem desconfortável.

Ao final da ceia os gêmeos Weasley já tinham voltado, mas não lembravam de nada que aconteceu a pelo menos duas horas atrás. Até perguntaram para Luna o que ela queria quando os chamou, mas ela mesma não se lembrara, o que ajudou.

Na hora de sair do salão, Draco e a Weasley se encontraram novamente na porta e... bem, olharam para o teto antes de dar o próximo passo!



N/A: Oie gente! Aí está o cápítulo 15!!!!Não? Jura? Achei que fosse o 537!!!---piada retardada.

Bom, se vocês darem uma passada em todos os outros capítulos verão imagens que eu e a tutimaru postamos! E vocês viram o resumo? Há um album de fotografias do Colin! E mais uma coisa: o capítulo 8 foi consertado, ele não tinha final e agora tem.

Mais duas coisas: eu roubei o e-mail da tutimaru, se quiserem me mandar algum é [email protected] e outra coisa: me inscrevi no concurso!!!!Então quem quiser votar em mim é só votar..

[voz do professor Binns] E eu prometo dar um desenho pra cada um que votar em mim e...*promessa de político* é mentira hein gente! Eu nem conheço vocês! É brincadeira, não acreditem, votem em mim pela história porque eu não vou dar desenho, não vou dar desenho!

Chega...chega...to falamndo besteiras demais hoje...ignorem o N/A.....

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