Virando o jogo

Capítulo XII - Virando o jogo...

- Ela disse não? Ela disse "não quero"?? - indagou Rony boquiaberto incrédulo.

- Sim - respondeu Harry sem empolgação passando a página do livro de poções. Teriam aula no dia seguinte e ele achou melhor se preparar psicologicamente para não acabar piorando a sua situação, se é que isso era possível.

- Ela é definitivamente doida. - declarou convencido.

- Eu acho que ela não quer dar o braço a torcer, o que na realidade não deixa de ser uma doidice. - admitiu Harry.

- O que você pretende fazer Harry?

- A vontade dela. - respondeu simplesmente. - ou pelo menos o que ela acha ser a sua vontade.

- Eu acho que vocês estão fazendo tudo errado cara...- disse Rony fazendo uma careta.

- NÓS não! ELA, porque eu tentei. E agora Ron se não se importa eu gostaria de não falar mais sobre isso. - pediu Harry alterado.

- Tudo bem... - disse Rony suspirando - Eu já estava mesmo de saída. Até mais.

Harry podia não tirar os olhos da página na sua frente, mas não tinha a mínima idéia do seu conteúdo. A verdade é que era difícil se concentrar em algo, quando a única coisa que vinha à sua mente era Hermione. Ele olhou o relógio, dali a algum tempo faria vinte e quatro horas que tinha ouvido palavras cruéis da amiga. Sentiu-se extremamente babaca por involuntariamente estar contando as horas desde que beijara Hermione. Não iria mais se repetir, porque ela era medrosa demais para assumir seus sentimentos. Fechou o livro com violência, não ficaria ali mais nenhum segundo. Se martirizar pelo que já estava feito não o ajudaria a superar, já que era isso que tinha que fazer pelo menos tentaria fazer direito. Levantou-se jogando o livro sobre o estofado caminhando em direção ao retrato da mulher gorda. Queria apenas sair, talvez andar um pouco o fizesse se distrair com outras coisas. Foi o que fez.

Já havia perdido a noção de há quanto tempo estava a dar voltas pelo castelo, até que finalmente sentou-se em um local sombreado da grama jogando pedrinhas no lago.

- Harry... Sozinho por aqui a essa hora...

Harry virou-se ao ouvir a voz macia e feminina atrás de si. Era Felícia. Ele sorriu naturalmente enquanto a loira sentava-se ao seu lado.

- Eu estava só... Pensando...

- Isso é bom sabe?

- Nem sempre... Às vezes não temos só alegrias para pensar...

- Você está triste não é? Também é bom pensar sobre isso, talvez ache um modo de ficar feliz. - consolou Felícia com a mão em seu ombro, Harry sorriu.

- Eu vou ficar bem... E você como está?

- Bem, na medida do possível.

- Felícia, eu sinto muito se eu de alguma forma sou responsável por esse "na medida do possível".

- Não é sua culpa... é minha.

- Sua?

- Sim... Porque realmente me incomoda um pouco o fato de... Não estar mais com você. - murmurou a menina, Harry sentiu um entalo na garganta. - Eu... Sinto falta.

- Eu... acho que também sinto falta de alguém comigo - disse Harry com segurança.

Tinha acabado tudo com Felícia ao descobrir que gostava de Hermione, e se dera mal. Agora estava ali ao lado de uma garota que ao contrário de Hermione não tinha medo nem vergonha de dizer exatamente o que estava sentindo, mesmo sabendo que não havia mais nada entre os dois. Harry se sentiu amado por ela de uma forma sincera. Ela sentia sua falta, e ele realmente sentia falta de alguém para estar ao seu lado.

- Harry... Eu sei que eu errei te pressionando com aquela história de namoro... Eu... Não queria fazer aquilo. - sussurrou Felícia agora bem mais próxima de Harry acariciando seu rosto.

- N-não tem problema - disse hesitante

Ela sorriu e o beijou levemente, Harry teve um sobressalto.

- Felícia...

- Não Harry, não diga nada, eu sei que não estamos mais... Só viva esse momento, por favor... - suplicou o beijando, ele consentiu.

- Espere... - falou após alguns segundos - Eu acho que não há nenhum problema em ficarmos assim, mas eu tenho que ser honesto com você.

- Tudo bem, fale.

- Eu... Eu estou gostando de alguém. Mas eu e ela não podemos ficar juntos. Eu, tenho muito carinho por você Felícia, mas não posso continuar com isso sem que você saiba a verdade.

- Certo... - disse Felícia olhando para o chão. - Você disse que... Vocês não podem ficar juntos...

- É, não podemos.

- Que bom que você me contou isso... Por que você, não dá outra chance para... nós? Sempre nos demos tão bem lembra? Podemos tentar denovo... - falou Felícia lentamente, Harry refletiu por alguns segundos.

- Eu, sinceramente, não vejo porque não poderíamos tentar - respondeu o garoto com um sorriso tímido. Felícia o beijou.

Harry não sabia se estava fazendo a coisa certa, mas, a verdade é que nos últimos dias apenas vinha tentando fazer isso, seguindo seus instintos. Não obteve muito êxito, se fosse observar pelo ponto de vista das conquistas que ele aspirava, porém, conseguira mudar radicalmente o significado de várias coisas em sua vida. De uma coisa era consciente, ficar sozinho apenas se martirizando em silêncio tornaria mais difícil tirar Hermione de sua cabeça. Quem sabe recolocando as coisas nos lugares que estavam antes de tudo desmoronar fosse o melhor. Caso contrário, não precisava se preocupar, em breve saberia.



*

- Todos os trabalhos sobre a minha mesa, por favor – disse Snape com polidez.

- Leva o nosso Neville? – pediu Harry para o parceiro observando que Hermione se levantara da mesa que estava com Malfoy e se dirigiu ao professor.

Harry estava como sempre distraído, aliás, não... Estava concentradíssimo na verdade na mesa de Hermione e Malfoy. Ela parecia se divertir muito para uma mera aula de poções o que fez Harry pensar por um instante que ela deveria estar achando tudo divertidíssimo, incluindo a parte de estraçalhar o coração de Harry se exibindo com Malfoy. Antes que entrasse em mais uma sessão de tortura mental o sinal finalmente tocou. Ele foi o primeiro a sair, não esperou por Rony e Hermione, bem, Harry com certeza não esperaria por ela. Irrompeu no corredor por entre os alunos com só uma intenção: se afastar. Já estava quase saindo para o salão principal quando sentiu alguém puxar seu braço. Virou-se abruptamente. Era Felícia.

- Oi... – disse ela timidamente, Harry deixou surgir um longo sorriso.

- Oi... É bom te ver – respondeu o garoto a abraçando. Era verdade, encontrá-la ali era realmente bom.

- É bom te ver também... Quer...Dar uma volta lá fora antes da próxima aula? – indagou.

- Claro! Vamos sim... – respondeu Harry agora caminhando de mãos dadas com a garota.

Não reparou mas a direção que tomara era contrária a que estava indo anteriormente. Após andar alguns metros ele não pôde evitar passar por Hermione que vinha acompanhada por Gina. Ela olhou para Harry e parecia querer dizer algo desistindo ao notar Felícia ao seu lado. Ele desviou o olhar mas teve a impressão de que ela continuava a fitá-los, agora falando algo com Gina.

- Aquele era o Harry... – afirmou Hermione para Gina.

- Sim... era

- E ele estava com a Felícia...

- Sim... Estava – confirmou Gina um pouco confusa.

- O que eles faziam juntos? Eles terminaram...

- Eles estavam conversando Mione, pelo que eu pude notar sabe... – respondeu Gina com ironia.

- Eu vi que eles estavam conversando Ginny, mas... Estavam de mãos dadas – disse Hermione perplexa.

- Eu não reparei...

- Eu vi, eles estavam!

- Vai ver eles voltaram – sugeriu Gina.

- Não pode ser Ginny, não mesmo! – falou a morena com convicção.

- Foi só um palpite Mione... Eu não vejo outro motivo para eles estarem de mãos dadas, afinal o Harry não costuma andar assim com você ou comigo. – explicou

Hermione parou por um instante, Gina estava certíssima. Só havia um motivo para os dois estarem andando daquele jeito e aquilo era totalmente inaceitável para ela. Simplesmente não podia ser. Harry gostava dela e não de Felícia, por isso tinha terminado. Não pensou duas vezes.

- Ginny, eu tenho que ir te vejo salão comunal.

- Hey aonde você vai? – indagou Gina sem resposta, Hermione já caminhava a passos largos por entre os alunos na direção que Harry havia ido minutos antes deixando a ruiva parada no meio do corredor movimentado.

CRASH

- Grrrr... VOCÊ NÃO VÊ POR ONDE AND... – gritou Gina virando-se para encarar a pessoa que acabara de lhe dar um esbarrão.

- É claro que vejo Gina - respondeu Draco Malfoy enfatizando bem o nome da garota. – Agora não tenho culpa se você fica parada como uma estátua de cera no meio do corredor esperando para ser admirada.

Gina corou.

- Me deixa em paz Malfoy! – disse entredentes.

- Eu faço isso sim... Mas você está realmente certa de que quer ser deixada em paz?

- E por que eu não estaria? – zombou a ruiva cruzando os braços.

- Bem... Dizem por aí sabe... Que o meu charme é realmente de enfeitiçar! – disse Malfoy cheio de si.
- Oh é mesmo? – indagou Gina incrédula.

- Sim... Você não reparou? – indagou Malfoy aproximando-se da ruiva.

- Eu reparei que nesse caso o seu “charme” deveria ter cuidado... – começou Gina sarcástica – afinal... o “feitiço” parece estar saindo pela culatra não é Draco?

Ela sorriu desafiadora passando por ele e seguindo seu caminho. Draco levantou a sobrancelha, e a puxou pelo antebraço.

- O que você quis dizer com isso?

- Se você não sabe não sou eu quem vai te contar! - Zombou a ruiva.

- Você é bem petulante sabia?

- Ah você ainda não viu nada! E provavelmente não vai ver, vai estar bem ocupado admirando seu próprio reflexo no espelho e dizendo “Óh, olhem pra mim, o charme Malfoy é mesmo de enfeitiçar!” – disse sarcástica imitando a voz de Draco e gargalhando em seguida.

- Há há ... Até gostei do ‘Charme Malfoy’ ... Seria engraçadíssimo não é? – disse com um sorriso galante nos lábios.

- Não... - falou Gina puxando o braço e andando - Seria estúpido!

Ele ficou parado no corredor com a resposta entalada.

“Porque ela sempre tinha que ficar com a última resposta”?



*

Hermione andou estranhamente nervosa ao encontro de Harry. Ao chegar na área jardinada parou. Não precisava chegar mais perto para identificar Harry sentado no gramado ao lado de Felícia. Eles estavam próximos e...

- Se beijando? – murmurou para si mesma passada.

Ela encolheu os olhos para enxergar melhor. Com certeza era Harry lá. Não tinha mais dúvidas. Virou-se voltando para dentro da escola ainda digerindo a cena que acabara. “Como ele era capaz de fazer algo assim?”, pensava inconformada enquanto entrava na sala de Aritmancia. Ela ficou emburrada durante toda a aula com uma inexplicável vontade de chorar, aliás, uma explicável vontade. O motivo era óbvio: Harry. Isso podia resumir tudo. Apenas isso. Ainda estava desnorteada quando o sinal tocou, e pela primeira vez em muito tempo ela achava que não estava raciocinando direito, pois ao avistar Harry no corredor próximo à torre da grifinória se dirigiu até ele.

- Posso falar com você um minuto? – perguntou secamente, enquanto Harry tentava disfarçar a surpresa e desconforto que o encontro lhe causara.

- Já está falando. – respondeu friamente.

- Ótimo. – disse Hermione tomando fôlego – Eu achei ter visto você com a Felícia após a aula de Poções.

Harry teve uma sutil mudança de expressão.

- E daí?

- E daí? - ela perguntou perplexa, Harry deu de ombros – E daí que vocês estavam.... juntos... Eu vi!

- Estávamos, não tenha dúvidas.

- QUE TIPO DE GAROTO VOCÊ É?

- Como? Desculpe, eu não entendi a pergunta. – disse Harry sarcástico.

- Você é alguma espécie de canalha ou algo assim? Como você pode simplesmente ACORDAR HOJE E ESTAR COM ELA? – gritou.

- E O QUE TEM ISSO?

- O QUE TEM ISSO HARRY? Por acaso você esqueceu tudo o que VOCÊ ME DISSE E TUDO QUE ACONTECEU??

- Não Hermione quem parece que ESQUECEU O QUE DISSE FOI VOCÊ! – retrucou Harry vermelho.

- Eu não esqueci de nada Harry... Eu me lembro perfeitamente que ontem mesmo você disse que estava apaixonado por mim! Como você pode estar com outra vinte quatro horas depois? Você é... Um... CRÁPULA! – falou Hermione trêmula, Harry para a sua surpresa gargalhou.

- É um pouco tarde para ciúmes NÃO ACHA??

- CIÚMES?? EU NÃO ESTOU COM CIÚMES!!

- Ah claro... Eu esqueci...Você não sente nada não... Não está com ciúmes... Só está lamentando porque perdeu mais um brinquedinho não é? Você é patética Hermione!

- O QUE DISSE? – indagou a menina exaltada.

- Várias coisas caso não tenha escutado mas acho que a mais marcante foi quando disse que você é PATÉTICA! – respondeu Harry a fazendo bufar de raiva

- Você é um MENTIROSO, você estava mentindo para mim, nada daquilo era verdade não era? Afinal você já voltou correndo pra ela!

- Não Hermione... EU NÃO ESTAVA MENTINDO. Eu estou APAIXONADO por você, mas como você parece estar com a memória um pouco fraca eu vou lembrá-la: VOCÊ ME DEU UM FORA! – berrou Harry a deixando estática.

- Isso te torna PIOR AINDA! – retorquiu muito vermelha, Harry levantou a sobrancelha resmungando algo inteligível. – É verdade, te torna mais canalha, você acabou de admitir que está com ela, mas GOSTA DE OUTRA, você a está enganando!

- ME TORNA PIOR?? – gritou o garoto possesso – Talvez nós devêssemos recapitular e ver quem é que faz um papel totalmente hipócrita nessa história. Não esqueça que um pouco antes de falar com você eu estava com a Felícia e estava MUITO BEM pra falar a verdade. Eu fui capaz de largá-la para tentar ficar com você e o que eu ganhei? Um “Ah Harry, sinto muito, mas toda essa droga que você sente por mim sabe... não vale nada porque eu estou com medo de perder a nossa amizade mesmo eu sendo totalmente ciente de que amigos NÃO SE BEIJAM NA BOCA POR CINCO MINUTOS!” – berrou apontando o dedo pra ela.

- Sim é verdade eu queria salvar a nossa amizade Harry Potter, mas isso não é o que está em questão aqui, o que nós estamos discutindo é a sua completa FALTA DE ESCRÚPULOS! Você está USANDO e ENGANANDO aquela garota... Isso é nojento.

- Para sua infelicidade, NÃO EU NÃO A ESTOU ENGANANDO! Ela sabe perfeitamente dos meus sentimentos por outra, mas ela quer ficar comigo e você sabe por que Hermione? PORQUE ELA GOSTA DE MIM e não tem medo de admitir isso! – respondeu lhe apontando o indicador – ELA-NÃO-É-UMA-COVARDE.

- Eu não sou covarde – murmurou com voz falhada.

- Ah sim VOCÊ É! Só que estava muito enganada se achava que eu ia ficar eternamente esperando você se dar conta de que estava errada ou pior que eu ia ficar em uma DEPRESSÃO SEM FIM, SOZINHO, ME DECLARANDO PARA VOCÊ INFINITAS VEZES.

- Eu não achava isso – disse Hermione atônita.

- Mesmo? Sinto decepcioná-la, mas é bom você saber, eu não vou virar monge e SIM EU VOU ESQUECER VOCÊ! É melhor se acostumar com a idéia...

- Não se preocupe, isso não é nada comparado ao que você já me decepcionou com tudo... isso. Eu NUNCA imaginei que você fosse um garoto assim Harry Potter – falou Hermione com dignidade.

- “Assim”?. Ah por favor, Hermione, não me venha com essa conversa cheia de falsos princípios. TUDO o que eu queria era estar com você agora. Eu te disse, EU ATÉ INSISTI. E o que eu recebi? “NÃO”. Então...Veja bem como as coisas são... Se você não quer, TEM-QUEM-QUEIRA! – gritou Harry na cara de Hermione – Agora se me dá licença, eu vou almoçar com a minha namorada.

Hermione sentiu como se tivesse sido esfaqueada. Cada palavra que Harry dissera a atingia como uma navalha afiada, e as lágrimas que agora irrompiam de seus olhos eram inevitáveis. Elas vinham engasgadas em meio a estridentes soluços que ela não tinha mais como abafar. Havia perdido totalmente o apetite, só a idéia de ter que se sentar junto aos outros e ter que ver Harry e a sua namorada como ele mesmo tinha discriminado, a deixava ainda mais enjoada. Refugiou-se no dormitório feminino ainda em prantos, queria sumir e principalmente não queria admitir que tinha feito a escolha errada. Deitou-se na cama fechando os olhos marejados ainda com a voz de Harry soando em sua cabeça.

- Hermione... Hey... Acorde... – disse a Ruiva sentada na cama de Hermione tocando de leve o seu ombro.

- Ah... Oi Ginny... Eu acho que cohilei... Que horas são?

- Já são três... Porque você não foi almoçar? – indagou maciamente.

- Eu... perdi o apetite – respondeu.

- Aconteceu alguma coisa?

- Sim... Aconteceu... Eu falei com o Harry e... Foi... péssimo. – falou Hermione sentando-se.

- O que vocês falaram??

- Ele simplesmente está sendo um cretino Ginny! Ele voltou com a Felícia!!

- Tsc... Eu suspeitei disso quando nós o vimos lá no corredor... Mas... Por que ele está sendo um cretino?

- Como por que? Ele disse que estava apaixonado por mim ontem! E hoje já está com outra garota? Isso é ridículo...

- Mione... O que você queria que ele fizesse? - Indagou Gina Perplexa.

- Nada... Eu apenas não acho que seja certo, não é íntegro ele fazer declarações lindas para uma garota e no dia seguinte estar saindo com outra não é?

- Ele apenas voltou com a namorada...

- Ele não podia ter feito isso com ela! Não é sincero... Não tão rápido assim...

- Mione... Você deu um fora nele, disse para que ele te esquecesse. Eu acho que ele só está querendo fazer o que você pediu, e na minha opinião está fazendo certo. - Concluiu Gina, Hermione estava perplexa.
- Você concorda com isso Ginny? Concorda que ele goste de uma garota e iluda outra?

- Eu não acho que ele esteja iludindo ela, não o Harry. Eu também não acho legal ele gostar de uma e estar com outra, mas... Mione... Nada disso estaria acontecendo se você não tivesse dispensado o coitado daquela forma... sem lógica. Agora vocês três vão acabar sofrendo e...

-... A culpa é minha?

- Não foi isso que eu quis dizer... Mas as coisas poderiam ter sido diferentes não acha?

- Eu... - Começou a menina refletindo um pouco - só não queria arruinar o que existia entre nós...

- Eu sei... Não queria abalar a amizade. E deu certo? – perguntou Gina muito séria, Hermione abriu a boca para falar, mas pareceu desistir.

- Não... - disse quase sem voz, Gina levantou a sobrancelha - Não deu.

- Eu não vou te dizer o que fazer Mione... – falou Gina Levantando-se – Porque não é necessário... Eu tenho certeza que você sabe exatamente o que fazer... Só não espere até ser... Tarde demais.

- Eu sei.

Gina assentiu virando-se e saindo. Hermione esfregou os olhos respirando fundo. Sua vida estava caótica, e por mais que Gina tivesse tentado amenizar, a culpa era sua sim. Por querer tomar uma decisão “sensata” demais que acabou arruinando tudo que ela tentara salvar. Estava sofrendo mas também sabia que de certa forma era merecido. Tinha que aprender com aquilo... E rápido... Um turbilhão de idéias vinham à sua cabeça... Mas o tema central era sempre o mesmo:

“Agora é minha vez de correr... O jogo... virou
... Eu estou perdendo...”



TO BE CONTINUED!

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