Talk Tonight



Capítulo X - Talk Tonight...



Harry não pôde conter a sua impaciência durante o resto daquele dia. Era irremediável que ele se sentisse aflito. Não tinha mais dúvidas, tudo havia se esclarecido, então. Durante toda a tarde vagou sem rumo pelos corredores do castelo. Como era um domingo, a maioria das pessoas fazia o mesmo. Ficou extremamente aliviado por não ter dado de cara com Hermione, precisava daquele tempo sozinho. Precisava pensar, e já tinha certeza que se Hermione estivesse perto isso seria impossível. Por incrível que pareça, a idéia de perder totalmente a razão por estar perto de alguém não lhe entristecia nem um pouco, muito pelo contrário, ele se sentia muito mais vivo.

Não importava mais o que ele sabia sobre Draco e Hermione. Aquele era um momento só dele, em que ele analisava e aproveitava o que sentia, o que brotava. Queria desfrutar de cada particularidade que aquele sentimento lhe proporcionasse, estava numa fase de fascínio, descobertas e não de desilusão. Por mais que ela viesse a acontecer Harry não iria se preocupar agora e sofrer com antecipação. Ele iria apenas viver aquele momento, que para ele era inédito, ímpar, incomparável a o que quer que tivesse passado antes. Deu incontáveis voltas pelos jardins, mas acabou parando à sombra de sua árvore favorita. Deitou-se fechando levemente os olhos.

Várias recordações vieram a sua mente naquele momento. Como a imagem dos marotos ano atrás naquele mesmo local... Quem visse aquela cena jamais poderia imaginar que seus pais viriam a se casar e se tornarem seus pais. Harry sorriu suavemente, nunca imaginara que estaria naquele momento apaixonado por sua melhor amiga. Ao lembrar disso um frio percorria a sua espinha ao mesmo tempo que sua consciência pesava. Não podia continuar com esses pensamentos antes de fazer algo que não tinha mais como adiar. Levantou-se decidido e em poucos minutos percorria apressado os corredores e pátio até finalmente achar quem procurava sentada sozinha no pátio central.

- Hey... oi... posso falar com você um instantinho?

- Claro Harry - respondeu Felícia sossegada.

- Bem... ehr...

- Eu já sei o que você veio me dizer...

- S-sabe?

- Sei. Eu soube quando você chegou aqui. Aliás, eu sei o que você não veio me dizer.

Harry não sabia o que fazer, estava atônito com a reação da menina.

- Felícia... Me desculpe... eu não queria, não foi minha intenção te magoar. - disse Harry com cautela.

- Eu sei Harry.

- E nem pretendo te magoar... é por isso que... eu acho melhor que nós...

- Eu também acho. - disse Felícia calmamente antes que Harry pudesse terminar - Até mais Harry.

Ela levantou-se e saiu. Harry fez o mesmo indo na direção oposta. Havia tirado um grande peso de suas costas. Independentemente do que fosse acontecer em relação aos seus sentimentos por Hermione, não poderia continuar com Felícia. Era desonesto, e a última coisa que queria naquele momento era machucar a garota, o que provavelmente aconteceria caso ele não colocasse um ponto final na história. Retornou à Torre da Grifinória com a consciência mais tranquila, encontrando Rony fazeno algo que Harry não estava acostumado a ver nos últimos dias.

- Estudando Ron? O que houve? - perguntou Harry sem disfarçar uma risada.

- Ah... nem vem Harry... eu fui persuadido a fazer isso. - respondeu o ruivo e Harry o olhou interrogativo - Não me diga que não sabe por quem... Luna...

Harry suspirou sorrindo, aquilo era realmente de se orgulhar, pois era algo difícil de se conseguir até mesmo por Hermione.

- Você tem mais sorte no amor do que eu Ron... - admitiu desanimado.

- Não fica assim cara... Você só precisa gostar de alguém pra valer... aí vai dar certo

Harry se afundou no sofá. Esse era o problema... Gostava de alguém pra valer, e esse alguém não gostava dele. O conforto que Rony tentara passar estava longe de ser uma solução. Apoiou o queixo nas mãos. Do outro da sala comunal, Hermione estava sentada em uma mesa acompanhada por Gina e Parvati em meio a vários livros, mas Harry teve a leve impressão de que elas poderiam estar fazendo qualquer coisa, menos estudando.

- E-eu... Não posso acreditar nisso Mione... - disse Parvati pasma ao ouvir o relato de Hermione sobre os acontecimentos dos últimos dias, enquanto Gina arranhava sua pena por um pergaminho.

- É melhor você acreditar minha cara...

- Não é possível... Você não pode ter conseguido tanto progresso em apenas dois dias, não com o Malfoy!

- Você vai querer negar os fatos agora??

- Não estou negando os fatos - retorquiu Parvati - Eu só acho que talvez nós tenhamos interpretado mal o garoto.

- Não - interferiu Gina docemente - Definitivamente, o progresso é verídico. Eu não comentei com vocês mas... Eu encontrei com o Malfoy hoje pela manhã, e ficou mais do que claro que ele mordeu a isca sim.

- Do que você está falando Ginny? - indagou Hermione empolgada.

Gina narrou minuciosamente seu encontro com Draco Malfoy, enquanto as outras duas ouvíam atentamente. Os olhos de Parvati brilhavam e até Hermione parecia realmente surpresa.

- Uau...
- Hermione... Você... você usou um feitiço, poção do amor ou algo assim? - indagou Parvati, levando as duas amigas às gargalhadas que ecoaram por todo o salão.

- Bem... - começou Hermione tomando fôlego - eu ignorarei essa sua insinuação, e darei como vencido o desafio!

- Ah... não MESMO! - exclamou Parvati

- Como não? Eu provei pra vocês... não era isso que vocês queriam? Então.. ele está fisgado.. está provado! - disse Hermione, Gina deu de ombros levantando a sobrancelha.

- Não é suficiente... - conclui Parvati - Para encerrar o desafio...Você tem que ir... às... vias de fato!

- O QUÊ?? - gritou Hermione atônita, Gina explodiu em risinhos.

- Caaalma Mione... Não é isso que você está pensando - tranquilizou Parvati e Hermione parecia voltar a respirar - Basta que você, faça o Malfoy te beijar...

- De jeito nenhum! - disse Hermione com dignidade olhando para Gina que apenas assentiu com a cabeça.

- Hey, veja bem... Eu não disse que você o beijaria... Só disse que você fizesse ele te beijar... Você não é obrigada a aceitar o beijo...a não ser que queira é claro...

- Não Parvati... Isso já foi longe demais, já basta.

- Não...não... Continue pelo menos até ele se declarar ou tentar alguma coisa... senão não vale, não é Ginny? - disse recorrendo à ruiva.

- Mione... não custa não é? - retrucou sem muita certeza.

Hermione respirou fundo concordando com a cabeça. Parvati vibrou, Gina apenas sorriu sacudindo a cabeça. Harry levantou-se da mesa, cansado de tentar adivinhar o que as garotas conversavam e jogou-se no estofado fechando levemente os olhos. Passou alguns minutos daquele jeito, sem se preocupar com nada, tranquilo. Parecia ter penetrado em uma dimensão alternativa, uma espécie de transe, e de repente não ouvia mais nada do que se passava a sua volta. Poderia ter ficado ali por horas que não se daria conta que o tempo havia passado.

Ele então, notou alguém sentar-se do seu lado. Por alguns segundos não percebeu movimento algum, até que finas mãos tocaram sua face passando delicadamente por entre seus cabelos o acariciando. Harry sentiu um lento arrepio brotar do seu coro cabeludo e percorrer seu pescoço e braços. Imediatamente reconheceu o cheiro doce que se propagava daquela proximidade. Um acanhado sorriso irrompeu em seus lábios e uma felicidide incomensurável preencheu seu peito. Abriu lentamente os olhos, e sua vista aos poucos foi se focalizando na garota ao seu lado. Ela também sorria ainda acariciando seus cabelos. "Linda...", pensou. Eles ficaram ali se olhando, e Harry desejou que ela não dissesse nada, palavras apenas iriam arruinar aquele momento único. Mas era inútil, as palavras viriam mais cedo ou mais tarde. Mais cedo no caso...

- Quer conversar? - indagou docemente a garota, Harry quase não conseguiu ouvir sua voz.

- Não - respondeu sinceramente.


Palavras não eram suficientes para dizer a ela o que sucedia, e mesmo que fossem, Harry não conseguiria proferí-las. Gostaria que seu olhar pudesse transmitir a ela a súplica que fazia internamente, que ela simplesmente ficasse ali, com ele, ao seu lado. Palavras só o lembrariam da realidade, não queria conversar. Mas ela não poderia entender... ou será que sim?

- Quer...dar uma volta?

Harry sorriu. Ela realmente poderia tê-lo entendido? Não parou para descobrir a resposta, ela parecia óbvia. Era algo que sempre admirara em Hermione, sua perspicácia. Nada lhe escapava. Os dois se levantaram quase instantaneamente e saíram da sala comunal, atravessaram o retrato da Mulher-Gorda e os corredores do castelo, chegando no jardim. Caminhavam ainda em silêncio, uma brisa fria soprava vinda do lago fazia Harry estremecer. Pararam por fim À beira do lago. Harry sentou-se e Hermione fez o mesmo, então ele sentiu uma súbita necessidade de quebrar o silêncio, não que este o incomodasse. Estar ao lado dela já era grandioso por si só, mas aquele era o momento de falar. Porém, mais uma vez Hermione foi mais rápida.

- Então... como você está?

- Eu... estou realmente... ótimo - respondeu francamente - e você?

- Bem... estou bem. Só um pouco preocupada com você.

- Não fique - disse Harry olhando de lado para ela.

- Você estava estranho...

- Eu estava... confuso com algumas coisas, mas, não estou mais...

- Felícia. - disse a menina parecendo afobada

- Não exatamente.

- Vocês brigaram. - afirmou Hermione

- Não...

- Não?

- Terminamos

- Terminaram?? - perguntou a morena quase sem conseguir esconder sua euforia com a declaração. Por que se sentiu momentaneamente feliz com a notícia? Harry é seu amigo, deveria estar triste com o término e ela devia apoiá-lo e não se alegrar. "Pare, pare Mione... não pense!"

- Sim...

- Ah Harry... eu sinto muito - mentiu

- Não precisa sentir - admitiu Harry sorrindo deixando a garota perplexa.

"O que ele quis dizer com isso??" Hermione foi pega por uma onda de pensamentos que definitivamente não deveria ter. Ela olhava atônita para Harry sendo bombardeada por idéias que nunca, nunca poderia dizer a ele. De repente estava ali, com seu melhor amigo feliz por descobrir que ele não tinha mais namorada. Era bizarro, errado, não... deveria acontecer? "Não...não...não...você não imaginou isso, imaginou?" pensou Hermione massageado desesperadamente as têmporas.

- O que... Ah... Não se preocupe, não vou perguntar o que foi. - Disse Harry desanimado ao reparar o comportamento de Mione.

- Não foi nada... Então porque você terminaram? - perguntou atordoada, Harry riu satisfeito. - Qual a graça??

- Vo-cê...

- Eu???

- Sim... - respondeu tomando fôlego - Você se preocupa em mudar de assunto até quando eu deixo claro que não vou perguntar o que é...

Hermione abriu a boca para dizer algo, mas nada parecia lhe ocorrer. Vendo aquilo Harry voltou a rir. Após algum tempo de resistência, ela também riu.

- Eu espero sinceramente que quando eu tenha meus pensamentos mais ousados e secretos eu não faça uma cara como essa sua. - Disse Harry mansamente a olhando de lado.

Hermione ficou vermelha como um pimentão. Ele definitvamente quis insinuar que o que ela pensara era ousado e secreto. O que era verdade... estaria ele lendo mentes? E porque diabos estava tão nervosa e vermelha? E porque ele a olhava tão irresistivelmente charmoso?

- Desculpe, eu não queria te constranger - sussurrou com um sorriso de canto de boca.
- Não me contrangeu Harry...

- Ah claro... - confirmou com falsa convicção - Não tem motivo.

- O quê?

- O término... você tinha perguntado porque terminamos... Não tem moti... aliás... Tem um motivo enorme sim, mas nada haver com ela.

- E o que seria? - indagou intrigada.

- Eu gosto de... outra pessoa. - disse hesitante.

"É claro Hermione... Sua burra... Para terminar só estando apaixonado por outra...e você deveria se alegrar com isso...não devia?", pensou a menina.

- Ah - sonorizou parecendo decepcionada - Quem?
- Eu... prefiro não dizer por enquanto - respondeu sinceramente.

- Eu a conheço? - perguntou Hermione não segurando sua curiosidade. Mentalmente já analisara todas as "candidatas".

- Sim

- Ela é do nosso ano?

- É.

- Da Grifinória?

- Ah...Já chega... Mais duas perguntinhas dessa e teremos uma catástrofe aqui... - zombou Harry realmente preocupado. Hermione não era burra e continuasse o interrogatório acabaria descobrindo tudo da pior forma possível.

- Você não respondeu. Então ela é da Grifinória. è claro! - afirmou Hermione como se fizesse uma grande descoberta, Harry gelou e cerrou os dentes. - Eu a conheço...

- Não... Mione, espere - começou Harry tentando chamar sua atenção.

- Nosso ano... Grifinória... Harry! Não acredito... - exclamou com mais decepção.

- O quê?? - indagou atônito

- Parvati, Harry? - perguntou chocada Harry suspirou aliviado

- Não mesmo... - disse sorrindo - Você nunca adivinharia, desista.

- Estou sem fome... Você não vai querer entrar para o jantar?

- Não... Também estou sem fome.

Passaram alguns segundos em silêncio enquanto uma brisa fria invadia os campos de Hogwarts.

- Por que não me fala de quem você gosta? - indagou arrependendo-se instantaneamente, a pergunta lhe lembrava Malfoy.

- Ninguém - respondeu prontamente e sem pensar.

- Mentira - falou o moreno convencido

Hermione abriu a boca para responder, mas naquele momento pesadas gotas de água começavam a cair do céu. Os dois se olharam por um instante antes que uma grossa chuva tomasse conta do local. Levantaram-se sincronizadamente, Harry agarrou o braço da menina e os dois saíram correndo de volta para o castelo. Após alguns metros, Harry parou. Hermione fez o mesmo um pouco a sua frente, virou-se e o olhou.

- O que foi? - Gritou a menina

- Nada!

- Por que parou então? - indagou impaciente

- Por que estamos correndo? - gritou o garoto de volta rindo.

- Está chovendo! - respondeu apontando em volta.

- É...é eu reparei... - disse fingindo pensar um pouco para Hermione boquiaberta.

- Então??

- É só chuva Mione... Veja! - declarou Harry sorrindo abrindo os braços e aproximando-se da amiga - Água... Que mal tão terrível há em uma simples chuva do qual temos que correr?

- O mal de um grande resfriado - retrucou Hermione com desalento.

- Bem, eu suponho que já pegamos chuva suficiente para um resfriado, então de qualquer forma não adianta mais correr não concorda? - insistiu, Hermione sorriu confusa.

- O que você vê de bom nisso? - indagou perplexa.

- Eu não sei. Eu me sinto... bem... Talvez porque não seja algo que as pessoas fazem frequentemente...

- Louco! - exclamou Hermione ainda sorrindo.

Os dois estavam muito próximos, e a chuva não parecia querer cessar. Por detrás de suas lentes embaçadas Harry observava atentamente Hermione que parecia travar uma imensa batalha interior para dar o braço a torcer e simplesmente ficar sob a água. Ele sorriu e ela fez o mesmo. Harry reparou que os lábios da amiga tremiam levemente enquanto ela sorria. Ele levantou a sobrancelha.

- Está com frio. - afirmou.
- Naturalmente... Com muito na verdade - admitiu mordendo levemente o lábio inferior, o que Harry simplesmente amava que fizesse. Novamente sentiu que seu cérebro parecia não funcionar como de costume.

- Isso é... psicológico - declarou Harry sem ter a mínima idéia de onde tirara isso.

- O frio? - indagou Hermione incrédula.

- Sim... Você só sente frio porque está concentrada demais na água, na temperatura, no vento, se desligasse sua mente disso por um instante e fizesse outra coisa além de se punir, não ficaria com frio.

- Impossível - contestou entredentes. - O que eu poderia fazer?

- Várias coisas - disse Harry embora as palavras não parecessem ser pronunciadas por ele. Mais alguma insistência da parte dela e ele não responderia por seus atos.

- O quê por exemplo? - Perguntou sorrindo desafiadora para ele.

Foi o suficiente para que Harry se desligasse totalmente de tudo que não fosse aquele momento. Só o som da chuva era escutado, como se todo o universo tivesse parado e apenas a água que caía testemunhava a cena. Ele não teve dúvidas e nem medo, aquela era a hora, ninguém nem nada interferiria que ele calasse a petulância de Hermione. Uma força extraordinária que ele não imaginava ter se manifestava ali. Não hesitou mais, dane-se as consequências, o depois, só o agora importava. E na verdade, não havia exemplo melhor para dar a Hermione do que aquele.

Sem dizer nada passou sua mão direita pelo pescoço de Hermione, puxando num impulso o rosto dela de encontro ao seu submetendo-a a um ardente e profundo beijo. Um beijo que não se comparava a nenhum que tivera antes, era sedento, e Harry sentiu uma forte euforia associada a um frio que subia da sua barriga para seu peito, algo ímpar, majestoso. A chuva caía fortemente misturando-se ao beijo que Hermione não se importou em retribuir. De repente seu corpo parecia ter sido tomado por chamas, o calor se propagava à medida que Harry intensificava as carícias de sua língua quente e macia na dela numa sincronia perfeita. Passou suas mãos por entre os cabelos molhados dele arranhando levemente por entre eles e apertando sua nuca. Ao se separarem Harry ainda tinha uma mão rente a face da garota e outra enlaçada em sua cintura. Ela abriu os olhos lentamente mordendo o lábio inferior em seguida preocupada. Ele a beijou rapidamente, não poderia resistir àquele gesto quando já tinha rompido a barreira do primeiro beijo.

- Isso... por exemplo - sussurrou no ouvido dela quebrando o silêncio crucial.

- Uau - disse num suspiro enquanto Harry beijava seu pescoço.

Hermione estremeceu em um arrepio, seu coração estava acelerado e seu cérebro ainda tentava processar o que acabara de acontecer. Harry a beijou e foi maravilhoso. Ao mesmo tempo que gritava de felicidade foi tomada por terror. Era seu melhor amigo, mas como as coisas ficariam a partir de agora? Harry a abraçou forte e olhou no fundo dos seus olhos que pareciam aflitos. Podia sentir pela sua respiração ofegante que Hermione estava em choque. Ela parecia tentar dizer algo mas as palavras não saíam, antes que ela falasse Harry a beijou novamente devagar e com calma. Punha todo o seu amor naquele momento. Ao fim ela o olhou e Harry viu que dessa vez, era inevitável não falar.

- Harry... - começou Hermione sêm fôlego.- Eu...nós... Precisamos falar sobre isso.

- Suponho que sim - disse calmamente - Vamos entrar, e conversar lá dentro então?

Ela saiu caminhando na direção da torre da Grifinória, ele a seguiu. Quando chegaram no primeiro corredor coberto, ela parou. Ficaram em silêncio por algum tempo.

- Hermione

- Harry

Disseram os dois juntos.

- Harry... Isso que aconteceu, lá fora....

- Nós nos beijamos - afirmou Harry naturalmente.

- Eu sei - confirmou - Mas isso não devia ter acontecido.

- Como? - indagou perplexo

- Isso não devia ter acontecido - repetiu metodicamente.

- E por que não?

- Nós somos amigos Harry, e amigos não... não fazem coisas assim . Isso não pode acontecer mais, você entendeu? - disse Hermione friamente.

Harry não poderia acreditar que estava ouvindo aquilo dela. Tinha acaba de viver o momento mais apaixonante da sua vida e ouvía tal declaração da garota. Não poderia ser verdade. Ela também tinha vivido intensamente, tinha retribuído e o beijado de volta com a mesma paixão, nada do que dissesse contestaria isso.

- Eu sei que nós somos amigos Mione, mas isso não quer dizer que você simplesmente tenha que ignorar o que aconteceu aqui. A-con-te-ceu - retrucou o menino já com a voz alterada

- Mas não se repetirá! - falou convencida.

- Você não pode estar falando sério! - disse Harry gargalhando sem convicção, Hermione corou - Você quis...

- Eu não tive escolha!

- Sempre há uma escolha! E você escolheu ficar comigo. Será que você não considerou por um instante sequer o porquê de eu ter te beijado??

- Eu... não sei

- Mas deveria saber... Você me conhece, somos amigos não somos? Só um motivo faria eu te beijar Mione... Eu gosto de você
.

"Harry gosta de mim?", perguntou-se mentalmente chocada. Sim ele gostava dela, por isso a tinha beijado, por isso terminara o namoro, por isso estava estranho. E ela ao saber disso só conseguia se sentir... feliz. Também gostava dele. Mas o que seria da grande amizade dos dois depois daquilo? Não conseguia pensar em nada exato para dizer naquele momento.

- Você... gosta de mim?

- Sim foi o que eu disse, eu gosto. É por isso que eu não aceito o que você quer, não dessa vez. Porque eu quero que o que aconteceu há pouco se repita sim, várias vezes. E, principalmente, eu sei que você também quer, não negue porque só estará enganando a si mesma. Eu senti que você também me quer. - disse decididamente.

- Não dá Harry. Esqueça. Somos amigos. Só isso. - respondeu simplesmente engolindo seco.

Harry não teve forças para retorquir. Ela dissera claramente "não". Ele abaixou a cabeça para não encarar de frente Hermione virando-se e saindo para entrar na Torre. Não a seguiu. Como ela podia ser tão... hipócrita? Ele até gostaria de acreditar que o que ela dissera era realmente verdade, e simplesmente desistir, mas não podia, não depois de tê-la beijado, tocado de uma forma tão recíproca. Não... Ela não ia escapar daquele jeito, e não era uma teimosia sem cabimento de Hermione que o faria desistir depois de ter ido tão longe... Mesmo que pra isso tivesse que enfrentar seu rival Draco Malfoy.

"Vamos ver até quando ela vai aguentar..."



CONTINUAAAAAAAA

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