Mãos à obra!



Capítulo VI - Mãos à obra


O sábado mostrou-se ensolarado. O trio almoçava como de costume na mesa da grifinória. Hermione, por sua vez, tomou a taça de suco de abóbora rapidamente levantando-se.

- Até mais - disse ofegante.

- Aonde vai? - perguntou Rony.

- Fazer o trabalho de poções, lembram? em dupla..., - respondeu estalando os dedos para despertá-los.

Harry teve um leve desconforto quando Hermione citou as duplas. Ela estava apressada para fazer o trabalho de poções que seria na companhia de Malfoy. Harry abriu a boca mas antes que pudesse dizer algo a menina já havia se virado acenando com a mão. Harry suspirou, mais uma vez ficava com o que quer que fosse falar entalado.

- Estou vendo essa cena demais ultimamente... - disse pensando alto.

- Hum?? - indagou Rony ainda com a boca cheia.

- Nada Ron... Nada - falou o moreno suspirando novamente.



***


Hermione caminhou rapidamente. Ainda tinha um certo tempo até a hora do encontro com Malfoy, pegaria suas anotações e podia ficar na biblioteca lendo algo para passar o tempo. Alguns minutos depois voltava pelo corredor adentrando na biblioteca. Para sua surpresa, o loiro já a esperava deslizando sua pena pelo pergaminho. Hermione sentou-se intrigada:

- Estou atrasada?

O loiro levantou o olhar em sua direção dando um sorriso encantador que contrastava com sua habitual expressão de escárnio.

- Não... Eu me adiantei e acho que você teve a mesma idéia. - Hermione retribuiu o sorriso. - Então, eu comecei a fazer algo - disse ele apontando o pergaminho - só não sei se está bom.

- Bem... éhr... eu também fiz algo - admitiu a menina - ontem a noite eu estava sem sono e comecei.

Ela abriu o pergaminho e o estendeu para Draco.

- Uau... eu acho que tem bem mais que trinta centímetros aqui - admirou-se Draco.
- Éh... eu acho que já fiz nossa lição

- De fato... - falou Draco encarando a menina profundamente.

- Eu realmente não estava querendo passar a tarde de sábado trancafiada nessa biblioteca, por incrível que pareça - confessou a morena

- E nem eu, a não ser, pela sua companhia é claro, por esse lado eu lamento - confessou corando.

- Não lamente então! - disse hermione rapidamente - Vou dar um passeio pelos jardins... Você vem?

Ele sorriu. Os dois levantaram-se e saíram em direção ao jardim. Várias pessoas faziam o mesmo e inevitavelmente dirigiam olhares gulosos para Draco e Hermione. Falavam sobre coisas triviais e divertidas. Hermione nunca pensara que seria tão fácil ou mesmo possível dialogar com Draco sem as hostilidades as quais estava acostumada.

- Algum dia você imaginou uma cena como essa? - perguntou Draco sem esconder uma risada de espanmto.

- Nunca... Mas... Devo confessar que estando aqui agora, em meio a tanta evolução, consigo imaginar coisas tão ou mais inacreditáveis para nós - falou Hermione olhando de lado para Draco

"Espero que ele pense exatamente o sentido maldoso da frase" pensou a menina otimista para derreter o loiro.

Draco estava confuso. De repente via dupl osentido em tudo que Hermione dizia. E a idéia de que de fato fosse real o que imaginava, o deixava feliz, embora sentisse que precisava ter certeza. Durante toda a tarde os dois ficaram no jardim até que Hermione tomou o rumo do castelo.

- Sabe Draco... eu tenho plena certeza de que não haveria coisa melhor para fazer hoje do que passar essa tarde com você - destilou Hermione decidida, tentada a gargalhar ao sentir como as palavras soavam estranhas saindo de sua boca.

Tinha que definitivamente aproveitar a oportunidade para deixar Malfoy com a pulga atrás da orelha e calar de vez Gina e Parvati. Draco ficou aparentemente sem ação por alguns segundos.

- Nossa... Você é mesmo bem segura em tudo - exclamou

- Sim... - começou Hermione maciamente - Eu tenho necessidade de dizer o que pensou e o que sinto, sempre. Ficaria feliz se você pensasse nisso tudo... que está acontecendo - completou lentamente.

- No que exatamente? - perguntou Draco também devagar.

- No que parece ser - concluiu HErmione quase sussurrando dando um beijo na bochecha do garoto.

Ele teve um sobressalto sorrindo em seguida. Hermione virou-se sorrindo com satisfação. "Isso!" pensou a menina "Ele vai cair direitinho" e dirigiu-se à torre da grifinória.

Draco andava sem rumo. Não sabia o que pensar, mas só Hermione vinha à sua mente e todos os súbitos acontecimentos dos útlimos dias. Sentia-se bem, era isso que importava. Sentou-se na escada da sonserina sorrindo para si mesmo e se perguntando mentalmente: "O que diabos está acontecendo?"



***


Hermione entrou radiante na sala comunal. Torceu para encontrar Parvati e Gina e contar as novas, ao invés disso deu de cara com Harry e Neville rabiscando anotações indecifráveis no pergaminho.

- Oi... - disse a menina sentando-se numa poltrona.

- Olá - respondeu Neville.

- Hey Mione - falou Harry - Então como foi o estudo?

- Bom - respondeu simplesmente - Onde está o Rony?

- Subiu para tomar banho depois de terminar essa droga junto com Parvati.

- Como está indo aí? - perguntou Hermione se aproximando e se debruçando para ler as anotações dos garotos.

- Terminando também... a-go-ra - respondeu Harry colocando o último ponto.

- Ufa... - desabafou Neville.

Harry levantou-se guardando o pergaminho sobre a mesa de centro. Virou-se olhando para Hermione que também o olhava. Ela sorriu e Harry sentiu como se fogos de artifício estivessem explodindo em seu estômago. Sentou-se de frente para a menina dizendo:

- Então...

- Então! - ela respondeu



***


Gina Weasley caminhava pelo corredor que dava para a Torre da Grifinória a meia-luz. Estava distraída quando subitamente sentiu agarrarem seu braço. Foi puxada agressivamente para uma sala, abriu a boca para gritar mas foi impedida por uma mão na sua face.

- Posso falar com você - indagou o par de olhos cinzentos.

Ela assentiu com a cabeça, assustada.

- Você enlouqueceu Malfoy? - disse a menina sem fôlego após ter a boca destampada.

Os dois estavam muito próximos. Ele a mantinha contra a parede uma mão em um dos seus pulsos e a outra na face sardenta de Gina. Naquele instante Draco teve uma sensação ímpar ao penetrar nos castanhos e sedutores olhos de Gina. Poderia tê-la beijado sem hesitar, estava enfeitiçado, mas, sem magia, apenas pela proximidade. Voltou a si perturbado.

- Desculpe... é que eu não pensei - falou soltando o rosto da menina.

- Eu sempre suspeitei disso - disse a ruiva sarcástica. Draco revirou os olhos - O que você quer afinal?

- Você é amiga da Hermione não é?

Gina levantou a sobrancelha como se lembrasse de algo.

- Sim... sou... o que tem isso?

- Eu vou ser bem direto. Sua amiga está interessada em mim GIna? Eu preciso saber. - perguntou o loiro ainda bem próximo de Gina.

Ela ficou sem palavras. "Ele me chamou pelo primeiro nome... E o que diabos eu vou responder?". Ele a encarava fixamente, a deixando seriamente desconcertada, podia sentir seu cheiro daquela distância. Afastou perigosamente os pensamentos perigosos que poderiam surgir a partir daí.

- Éh, eu... não sei - falou sussurrando - ela não me contou nada, até agora.

Ele fitou os olhos castanhos da garota como se analisasse se ela estava sendo sincera. Achou que sim e só então notou o quanto estavam próximos e como era inevitável olhar para os lábios suaves e rosados da ruiva. Ficaram fora do ar por alguns instantes até que finalmente ele soltou o pulso da menina.

- Obrigado - falou em voz rouca.

- De nada - respondeu Gina confusa voltando em seguida para o corredor.

"Oh meu Deus..."

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