Um simples beijo <i>dado</i>



Capítulo IV – Um simples beijo dado


Durante as duas semanas seguintes, Harry pode praticar algumas vezes como dialogar com Stacy com ninguém menos que a própria garota. Hermione armou inúmeras situações e pelos seus cálculos Harry estava quase preparado para convidar a amada para o baile. Naquela noite se terça os dois estudavam poções juntos como de costume e como Harry parecia não se cansar estava mais uma vez idolatrando Stacy no seu ouvido

- Quer dizer... depois que ela disse isso lá na mesa, eu começo a achar que ela vai aceitar ir ao baile comigo! – disse o garoto eufórico.

- Sim Harry, você vai levá-la ao baile, seguramente – completou tentando parecer o mais animada possível, sem tirar os olhos do pergaminho.

Não via a hora que esse assunto acabasse de uma vez, que chegasse o bendito baile para que não tivesse mais que aturar a ladainha do amigo. De repente o inevitável veio a sua mente, provavelmente o encontro seria um sucesso e após a data fatídica Harry estaria ainda mais apaixonado, Stacy não hesitaria em aceitar ser sua namorada. Hermione foi tomada por pânico. Teria que aturar brigas, reconciliações, ouvir, aconselhar por tempo indeterminado. A idéia de presenciar cenas românticas e amorosas explícitas do casal era desesperadora. “Não, não não” pensava relutantemente. Harry estava ali na sua frente falando sem parar mas a menina não ouvia uma palavra sequer que ele proferia. Porque imaginar Stacy e Harry juntos a incomodava tanto?? Sentiu uma forte pontada no peito, pois sabia muito bem a resposta. “É lógico sua burra! Você está completamente, totalmente, loucamente apaixonada pelo Harry!” Hermione tapou a boca com a mão para abafar a sonoridade de sua descoberta, mas para sua própria surpresa começou a rir sem procedentes.

- Qual a graça Mione? – perguntou Harry intrigado, mas Hermione não parecia dar sinais de querer parar de rir.

Após alguns minutos de crise de riso, ela finalmente tomou fôlego e respondeu com dificuldade:

- Ah, Harry.... N.... Não é nada.... Eu... eu... só lembrei de uma coisa muito estúpida.

- Posso saber o que? – indagou interessado.

Pela primeira vez Hermione sentia a pressão que os olhos verdes a proporcionavam. Procurava o que dizer mas as palavras simplesmente escapavam.

- N-nada Harry... esquece era uma bobagem – disse por fim

- Aconteceu alguma coisa? Você está.... estranha

- Não! – falou a garota quase gritando – Eu estranha... não mesmo! é impressão sua...

- Não é não. Você nem escutou nada do que eu disse, está distraída, com a cabeça nas nuvens, se comporta como se estivesse... – ele teve um sobressalto com o que acabara de pensar - APAIXONADA??

A menina cresceu os lhos chocada, “como ele havia percebido? Como?? Estava tão obvio assim?”

- NÃO Harry!! Não tem nada haver.... – tranqüilizou a morena.

Harry sentiu-se repentinamente aliviado.

- Hum... Hermione se você não tiver com quem ir ao baile eu não me importo que você me faça companhia, a mim e a Stacy quer dizer.

“Mas eu me importo Harry Potter!”

- De jeito nenhum Harry, eu não iria querer atrapalhar o seu tão sonhado encontro – começou com sarcasmo – Além do mais eu já tenho companhia para o baile.

- Tem???

- Sim – disse secamente

- Será que posso saber de quem se trata ou você pretende fazer suspense até o dia da festa?

- Billy Geller.

Hermione já tinha companhia para o baile e Harry sequer suspeitava disso, mesmo estando todos os dias quase o dia inteiro ao lado da menina. Ela iria com Billy Geller e Harry sinceramente não gostava nem um pouco do rapaz, o achava um garanhão arrogante e pretensioso.

- Você está mesmo decidida a ir com ele Mione? – perguntou receoso

- Sim, estou. Por quê?

- Bem... você sabe da fama dele não é? – continuou agora um pouco alterado - Ele é meio que um Don Juan de Hogwarts Hermione!

- E o que tem isso?

- Tem que, eu não acho que ele seja a pessoa ideal e íntegra o suficiente para sair com você. – completou quase sussurrando para si mesmo.

- E por acaso em algum momento você procurou saber se eu achava que a Stacy era a pessoa ideal e íntegra o suficiente para sair com você Harry Potter? – retrucou Hermione decidida. Harry abriu a boca para dizer algo mas parecia ter mudado de idéia.

- Esse caso é diferente. – disse o rapaz cheio de si.

- É mesmo? E por quê? – perguntou Hermione desafiadora.

- Por que... por que... por acaso você têm algo a dizer da Stacy? – argumentou colocando o dedo na cara da garota que voltava a encarar o pergaminho escrevendo com força.

- Isso não vem ao caso.

- É claro que vem. Você tem algo a dizer?

- Não, e se eu tivesse não diria, não é da minha conta, e você deveria fazer o mesmo a respeito do Billy.

- Eu só estou PREOCUPADO com você! – disse exaltado

- Pois não deveria estar. Quem irá me acompanhar ou não ao baile é minha escolha Harry e não sua. – completou levantando-se para dormir – Afinal a sua, bem, você já fez. Boa Noite.

Harry ainda não acreditava que Hermione ignorava conscientemente todos os fatos relacionados a seu par e de repente lhe ocorreu que ela podia sim ter mentido para não admitir que realmente estava apaixonada, e o pior, apaixonada pelo Billy. “Um mau-caráter” pensou “logo a Hermione tão inteligente, se deixar levar pelo primeiro rosto bonito galante que aparece. Ridículo”.

- Merda... – resmungou para si próprio enquanto seguia o exemplo da amiga e ia dormir.


***

- Então... Quer dizer que você vai ao baile com o gatíssimo Billy Geller hum? – indagou Gina quando se assentavam na mesa da grifinória para o almoço.

- Como você soube Ginny? – perguntou de volta Hermione intrigada.

- Ah... Harry contou pro Rony que comentou com a Luna que acabou de me falar quando eu vinha pra cá. – explicou a menina contando nos dedos a trilha da informação.

- Nossa...foi mais rápido eficaz e fiel à realidade do que qualquer Rita Skeeter – brincou Hermione e Gina riu.

Do outro lado do salão Draco Malfoy não parecia nada interessado na comida à sua frente. A cerca de duas semanas ele nem se reconhecia, estava disperso e um pouco irritado por não conseguir tirar a imagem, o cheiro e o gosto do beijo de Gina Weasley de sua cabeça. “Não seja ridículo Draco, pare de pensar nela! Pare!” ordenava para si mesmo levando as mãos à cabeça. Mas não adiantava, pelo contrário. Ao pensar isso simplesmente dirigiu seu olhar para a ruiva na mesa da grifinória e a admirou por um breve tempo, até que foi surpreendido quando o olhar dela encontrou o seu. Ele desviou sutilmente se achando o mais idiota dos homens. Ela o flagara no exato momento que a observava de longe. “Imbecil, uma Weasley não!”. Definitivamente aquele comportamento não podia ser normal. Era certo que o garoto mudara muito desde a guerra, a morte do Lord das trevas e a prisão humilhante de seu pai. Tinha plena consciência da ajuda que tinha prestado à Ordem como espião, mas, estar completamente encantado por Gina Weasley era o mais incomum de toda a história. Não podia continuar naquele estado deplorável, sabia o que tinha que fazer, mas também sabia o quanto isso custaria para seu ego.

- Aonde vai Gina? – perguntou Hermione vendo a amiga levantar-se apressada da mesa.

- Infelizmente sou obrigada a ir agora... – disse desolada – vou para a biblioteca pegar um livro e tentar estudar. – finalizou fazendo uma careta.

- Fico orgulhosa! – sorriu Hermione enquanto Gina saía.

A ruiva atravessou o refeitório tranqüilamente virando na direção da biblioteca passando pela mesa da sonserina. Mirou Draco Malfoy e por um instante seus olhares se cruzaram, a menina estremeceu, o que (diga-se de passagem) vinha acontecendo freqüentemente quando essa cena acontecia. Respirou fundo e seguiu em frente. A biblioteca estava praticamente vazia e Madame Pince* parecia cochilar sobre seu birô. Dirigiu-se para a última estante de livros procurando algo sobre poções, sempre poções. Apanhou um exemplar sisudo do alto da prateleira e quase gritou de terror ao se virar e dar de cara com...

- Draco?? – perguntou a menina caminhando em sua direção – O Que você está faz....

Gina não pôde terminar a frase, pois Draco já a tinha tomado nos braços e unido seus lábios num profundo beijo, do qual, ela não se preocupou em rejeitar, muito pelo contrário, satisfez todo o desejo que tinha acumulado desde o dia que Draco lhe roubara um beijo. Desejava muito aquele momento e não teve forças para resistir. O garoto por sua vez já havia reunido toda a suas forças para segui-la até a biblioteca e não sairia de lá antes de tocar os doces lábios da ruiva que se tornara a dona dos seus pensamentos nos últimos dias. Gritava de felicidade por dentro ao notar nenhuma resistência da parte dela. Soltaram-se atônitos alguns minutos depois.

- Isso não pode e não deve acontecer mais Malfoy – disse calmamente ligeiramente sem ar.

- O QUÊ? – contestou o garoto alterado – Você não está falando SÉRIO!

- Pare de gritar, nós estamos numa biblioteca – sussurrou entredentes – E sim, eu estou falando sério é melhor que você não duvide.

- Você queria!!

- Não – disse Gina friamente olhando para o chão.

- Não seja hipócrita Gina!

- Não estou sendo. – retrucou

- Você tem medo...covarde! – provocou Malfoy indignado.

- Não-me-chame-de-covarde – disse Gina apontando o dedo na cara do loiro.

- Você é... Mente pra si mesma, porque a mim você não engana – desdenhou Malfoy.

- Você é insuportável Draco – suspirou a menina cruzando os braços, o loiro apenas virou os olhos – O que você está esperando afinal? – perguntou impaciente.

- O quê? – indagou confuso.

- Me beije – murmurou a ruiva sendo prontamente obedecida por um “Perplexo Malfoy”

- Ô... – sonorizou estupefato com o que ouvira – Agora!


CONTINUA...

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