Final



Ele ficou vermelho, pôs a mão no bolso, chegou mais perto da lareira e falou: - Sirva-me um pouco mais de café. – Relutante, ela encheu a xícara. - Traga-o agora para mim. – Ela levou. - Assim é melhor. Agora você já sabe que tipo de mulher eu quero... obediente, submissa, mansa. Hermione tinha vontade de esbofeteá-lo. Em vez disso, voltou para a poltrona em silêncio e serviu-se de mais café. Tinha a cabeça confusa, debaixo da aparência calma. E Hermione se entregou feliz, oferecendo seu corpo sem medo, para os braços ansiosos do homem amado. Na hora em que Draco se levantou, ela perdeu as esperanças; ele devia estar com sono. Mas não, ele escolheu um disco colocou-o na vitrola e estendeu-lhe a mão. - Não quero dançar - ela falou. - Venha aqui. - Não. - Se você me obrigar a ir buscá-la, vai se arrepender... Ela foi. Ele a abraçou pela cintura. Os dedos longos tocavam as costas nuas de Hermione. Começaram a dançar pela sala. Os dois olhavam-se fixadamente e Draco a guiava em movimentos ligeiros e sensuais. Por vezes descia as suas mãos por suas costa, fazendo-a se arrepiar. Ficaram de rosto colado. Num gesto deliberado e rápido, ela passou os lábios pelo rosto dele. Ele a olhou, desesperado. - Eu a odeio... Odeio tanto que estou ficando louco... Beije-me. – Hermione entregou seus lábios aos deles, de olhos fechados, cheia de sensualidade. Quando tornou a abri-los, ele falou: - Você me sobe à cabeça mais rápido que qualquer vinho. Não consigo deixar de tocá-la... - Podíamos continuar dançando - ela sugeriu. Ela o largou e virou de costas. - Não! Hermione se afastou devagar, com a seda preta marcando suas formas. Ele a seguia com um olhar cheio de desejo. Ela parou na porta e se despediu com um convite doce e insinuante: - Vou para cama, querido. Boa-noite. – Ele não se mexeu, nem disse nada. No quarto, ela tirou o vestido e se preparou para dormir. Estava com a camisola verde na mão quando a porta se abriu. Num gesto automático, encostou a camisola no peito, tentando cobrir a nudez. Draco vestia somente as calças do pijama. Veio em sua direção e tirou a camisola das mãos dela: - Você não vai precisar disso. Hermione estava ansiosa. Num primeiro momento, ele não a tocou. Passou a olhar pela pele macia dos ombros dela, o vão profundo entre os seios, os biquinhos tão cor-de-rosa e cercados por uma perfeita auréola mais escura, a barriga e as coxas bronzeadas. Ela se esforçava para suportar toda a inspeção, olhando-o no rosto. No final, ele soltou um suspiro de desejo incontrolável e disse: - Você sabe muito bem o que faz comigo, não sabe, Hermione? Eu venho dizendo que você é minha prisioneira, mas a verdade é bem outra. Eu é que sou seu prisioneiro. Há quantos anos eu a desejo sem tê-la comigo! Anos de verdadeira obsessão, que nunca vou conseguir satisfazer. Você sabe que ódio não é a palavra para expressar tudo o que sinto. - Draco, foi você quem decidiu não fazer mais amor comigo - ela falou, com o peito cheio de esperanças. Será que ele estava arrependido daquela atitude? - Não me atormente! Não está vendo por que estou aqui? Aproximou-se e beijou-a. Sem interromper o beijo, pegou-a nos braços e levou-a até a cama. - Apague a luz - Hermione pediu, lânguida. - Não! Quero vê-la. O tom cruel que percebeu na voz dele, sobressaltou-a. Ela o olhou e percebeu que ele a encarava sem um pingo de amor. Ele continuou: - Você sabe o que planejei para esta noite? Vou torturá-la até não aguentar mais. Quero vê-la enlouquecida pelo desejo. Você pensa que não percebi que tentava me seduzir usando aquele maldito vestido? Tudo ficou muito claro, querida. Eu lhe disse que era o começo de uma guerra, não disse? - Mas não deve ser... Chega de guerra! - Tem que ser, se eu quiser preservar um pouquinho do meu amor-próprio. Dancei muito tempo a sua música. Agora é minha vez. Quero ouvi-la implorar, Hermione, nada mais vai me satisfazer. - Querido, beije-me. - Assim? - Ele se aproximou e deu-lhe um beijo longo. Hermione não conseguia se controlar, gemendo de satisfação. - É desesperador, não é? Mas continue, querida, mostre-me o quanto você me quer. Quero vê-la pedir, implorar, como fiz por tanto tempo. Você destruiu meu orgulho, minha dignidade. Hermione começava a entender. Tinha alguma coisa que Draco não queria ou não conseguia dizer... Talvez, para acabar com o ódio dele, tivesse que ajudá-lo a recuperar o orgulho, a auto-estima. O período em que o rejeitou havia alterado sua mente. Precisava ajudá-lo a recompor sua personalidade, ou nunca teria calma. Era impossível continuar oscilando entre o amor e o ódio. Tinha que convencê-lo de que o queria; tinha que mostrar que seu desejo era tão grande quanto o dele, e que esse desejo podia levá-la tão longe quanto ele foi. Hermione olhou para ele, enxergando agora a louca paixão que ele tentava controlar. Aproximou-se até tocar-lhes os ombros com os lábios com suas mãos macias, acariciava-o sensualmente nas costas, enrijecendo cada músculo do corpo dele. - Eu o quero... Pegue-me... Faça amor comigo. Draco, eu o amo - ela sussurrava, passando o rosto pelo pescoço dele, tocando o peito musculoso e sentindo que o coração de Draco disparava. Ele ainda resistia aos mil beijos que recebia no pescoço, no peito, no ouvido... - Por favor! Por favor, Draco! E foi com uma verdadeira sensação de triunfo que Hermione percebeu que ele se rendia. Deitou-se sobre os travesseiros e, quando ele a possuiu, ela sentiu o corpo dominado por uma fogueira. Entregaram-se um ao outro com muita intimidade, já não eram pessoas estranhas. Até que um delírio maravilhoso tomou conta de seus corpos... Após um descanso breve, com a respiração já normalizada, ele falou: - Não posso acreditar no que aconteceu! - Está se queixando, Draco? - Não, você foi maravilhosamente sedutora... - Ele passava os lábios pelos lábios dela. - Diga que me ama. - Você não sabe disso? Não fui clara há poucos instantes? - É que quero ouvir outra vez... - É, amo, amo, amo você... Quer que eu fale, que escreva isso centenas de vezes? - Ah, não brinque assim... Nunca vou me cansar de ouvi-la dizer isso... - Eu amo você. Ela colou sua boca à dele, obrigando-o a se deitar, e começou novamente a acariciá-lo. Quando ele conseguiu se livrar dela, disse: - Você é irresistível, Mione. Sabe disso, não sabe? Todo homem que a vê não consegue deixar de desejá-la. - Não seja bobo. - Ela continuava a beijá-lo em todo o corpo. - Mas é verdade. Nunca vou esquecer a expressão de Ravern dizendo que era incapaz de tirá-la da cabeça. Sei o que ele sentia. Você é um desafio para os homens... Mesmo quando era uma mulher fria, bastava que sorrisse e eu já me sentia excitado... Hermione sorria. Não queria que ele voltasse a se perturbar com ciúme. - E... você está excitado agora? - O que você acha? Não consegue sentir? - E você não sente meu coração apressado? Ela fechou novamente os olhos e se entregaram a mil carícias. - Eu amo você, querida... Só Deus sabe como... - ele finalmente confessava. - Por favor, não faça isso soar como uma sentença de morte. - Ela começou a brincar, mas parou, séria, diante da paixão que via nos olhos dele. - Não. É uma sentença de vida. Se soubesse como fiquei enciumado de Ravern aquela noite! Estava apavorado com a simples possibilidade de você se sentir atraída por ele. - Como pôde pensar uma coisa dessas, Draco? Não me diga que não sabia que você é muito mais sexy? - Ei, também não precisa gozar a minha cara! Mas não é verdade que você ficou meio apaixonada pelo dr. Daniel? - Fiquei foi meio atordoada pelas lembranças que ele trazia do julgamento... Quando o encontrei, não estava preparada; não soube resolver a confusão que ele causou na minha cabeça. E, depois... já estava completamente entregue, já era sua, não podia ser atraída por outro homem... - Minha? Você é mesmo minha, Mione? Completamente minha? - Bem, se não está convencido disso, quem sabe eu possa provar novamente? Ela o provocava, beijando-o e olhando-o com os lindos olhos sorridentes, apaixonados. - Deve provar sempre. Vou querer muitas provas deliciosas a vida inteira. Você nem imagina como estive preocupado nos últimos dias. Tinha medo que desaparecesse novamente. Tinha ciúme de todo homem que a via, de todo homem para quem você sorria. Tinha ciúme até da maneira como você sorriu para Goyle hoje no jantar! - Oh, Draco, como você pode ser tão bobo? - Hermione ria, alegre como há muito tempo não se sentia. - Até Goyle, o empregado que quebra tantos galhos e que, além do mais, detesta mulheres? - Mas ele achou você irresistível, o que eu posso fazer? Nunca o tinha visto tão cativado por uma presença feminina... Normalmente ele trata as mulheres com frieza e indiferença. Quando voltei e encontrei você rindo para ele e recebendo sorrisos em troca; não pude acreditar... Talvez eu seja mesmo um idiota, mas quero para mim todos os seus risos, suas gentilezas. Com um gesto rápido, ele segurou com as duas mãos o pescoço da mulher. - O que você vai fazer agora? Me estrangular? - Ela o olhava sem medo. - Já pensei nisso muitas vezes. Planejei mais de uma centena de mortes para você, durante os três anos em que estivemos separados. Mas todos esses projetos acabavam em sonhos apaixonados de possuí-la e ser correspondido. As mãos agora acariciavam o pescoço de Hermione. - Já lhe disse, querida. Eu era um louco que tinha uma única obsessão: você. - E agora você me tem. - Agora eu a tenho - ele admitiu com uma voz rouca, que a deixou louca de desejo. - E... está satisfeito? - Precisa perguntar? - Você já falou uma vez que quando estivesse satisfeito não ia me querer mais. - Era mentira. Queria puni-la pelo sofrimento que me provocou. Estava fora de mim. Morria de ciúme daquele rapaz, amigo de Nathan. Racionalmente, sabia que ele não tinha importância, mas a insegurança faz a gente ficar violento. Bastou você sorrir para ele e uma raiva já tomou conta de mim. Se tivesse uma chance, podia até ter machucado aquele pobre idiota! Ou assassinado... Ele e você! Ela sentiu renascer alguma coisa do velho medo e o olhou, meio confusa. - Você... faria isso? - Talvez depois de fazer amor com você por vários dias, meses, anos... Não sei se percebe o quanto a quero, Mione. O seu simples olhar me incendeia o sangue. Vivo condenado a esse inferno desde que a conheci, e só Deus sabe como tentei pular fora, me salvar. Atravessei meses de verdadeira loucura, quando procurei esquecê-la, tendo casos com outras mulheres... - Verdade? - Eu tentei, Mione, mas você sempre me voltava à cabeça. No final, resolvi procurá-la e acabar com tudo. Vivia das notícias que o detetive mandava de você. Do outro lado do Atlântico, quando estava na América, lia cada detalhe de seu cotidiano como se fosse a Bíblia. Tentava obter todas as informações sobre você e lutava contra a necessidade de vê-la outra vez. Pedia até ao detetive que tirasse fotografias suas, secretamente. Guardei-as todas. Costumava ficar olhando para elas horas a fio. Cobri até a parede de meu quarto com elas. E você parecia ficar mais bonita a cada mês... - Mas o que eu estava fazendo nesses retratos? - Fazendo compras, cantando no clube, andando pelas ruas... Qualquer coisa me agradava. O detetive achava que eu era um lunático. Pensou que eu estivesse planejando alguma coisa... Talvez um rapto. Ele sabia que tínhamos sido casados, é claro. - Oh, Draco... - Eu achava que você não pensava em mim nunca. - Mas eu pensava, sim, todos os minutos. Quando li a notícia de sua morte, quase morri também. Foi a coisa mais maravilhosa do mundo vê-lo no clube aquela noite. Pensei que estivesse tendo alucinações... que meu subconsciente trazia você de volta para me confortar. - Eu queria mesmo que você sofresse um pouquinho... - ele confessou. - Devia ter contado a você toda a verdade quando nos encontramos pela primeira vez. - Ela se lamentou. - De tempos em tempos, quando eu conseguia ficar mais lúcido e pensar calmamente no nosso caso, imaginava que devia existir uma razão muito forte para explicar sua atitude diante do sexo. Até pedi para o meu detetive investigar seu passado, mas ele não conseguia ir além de sua estreia no Henrique's Place, porque você tinha trocado de nome. - Tive que fazer isso. Não queria que as autoridades me encontrassem e levassem Nathan embora. Eles não aprovariam o fato de uma criança se achar aos cuidados de uma menina de dezesseis anos, que cantava num clube noturno. Tive sorte, apesar de tudo. Com uma boa maquiagem eu passava tranquilamente por uma garota de dezenove e Henri também me ajudou bastante a evitar problemas. - Precisamos compartilhar com Nathan essa nova vida que estamos começando, Mione. Esse rapaz precisa de uma mão firme para ajudá-lo. - Ele teve uma infância terrível, Draco, - Eu sei. Mas ele tem que crescer, como você, querida. Confia em mim? Vai me deixar ajudá-lo? - É tudo o que quero, meu amor. - Oh, Deus, como a amo! Draco procurou a boca da mulher e beijou-a com a mesma loucura e possessão de quando estavam fazendo amor. Ela se entregava sem reservas, misturando o fogo de sua paixão ao dele. - Você vai conseguir perdoar toda a crueldade que usei em nossa lua-de-mel? - Ele perguntou. - Queria ser paciente, mas perdia a cabeça toda vez que chegava perto de você. Tinha sede de você. E você é tão maravilhosa que eu me destruiria para tê-la... Só não queria destruí-la também. - Por algumas horas, depois da nossa primeira vez, eu o odiei muito – ela desabafou, no ombro dele. - Mas eu o amava muito e sabia que, bem no fundo, queria tanto quanto você... Não posso dizer que não tinha medo. Tinha, querido, mas queria que fizesse amor comigo. Acho que me curei um pouco dos meus problemas quando recebi a notícia de sua morte. Quando imaginei que nunca mais ia tocá-lo, percebi que o medo não era mais forte que o amor... - Mas quando me viu no clube ainda brigou comigo... - Eu sei. Acho que eram as últimas barreiras caindo por terra. Depois da primeira vez que fizemos amor, essas barreiras caíram definitivamente; principalmente depois que você não se chocou nem me culpou pelo meu passado... Eu esperava que me acusasse e foi por isso também que tive medo de que soubesse de tudo... - Você é boba. Não ia conseguir que eu me afastasse. E, agora, nada neste mundo pode interferir entre nós dois. Consegui você e pretendo tê-la para o resto da vida. - Então, se quer mesmo me ter, é melhor começar agora. Ela o desejava, de qualquer forma. Mais cedo ou mais tarde ele ia conseguir o que queria, vendo-a implorar por um beijo, um carinho... Fim ****** ÊÊÊ lê lê.... Ta ai o ultimo cap... Vlwo por todos os coments... ; ] Vlw mesmo... Agora esperem a proxima fic... ok? Ta mtu legal... ; ] Bom... Beijos

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