Descobertas



Hermione ficou branca como cera. Desprotegida, assustada, ela o encarava tentando desesperadamente descobrir a expressão daquele olhar. Mas os sentimentos dele se escondiam debaixo de uma máscara fria, nada transparecia.
- Naquela noite em que encontrei Nathan, fiz, o que já devia ter feito há anos - ele confessou. - Quis saber de sua vida antes de nos conhecermos. Ele relutou em dizer qualquer coisa, mas era óbvio que escondia algum fato importante.
- Você... você não ameaçou Nathan, ameaçou?
- Não, não precisei fazer isso. Mas, se fosse preciso, iria até o fim... Eu tinha o direito e devia saber, Mione... Mas não. Só deixei claro para o seu querido irmãozinho que se ele quisesse contar com alguma ajuda futura de minha parte, precisava cooperar. E, para ser sincero, parece que o próprio Nathan compreendeu que a revelação ia ser benéfica para você. Então, ele me contou toda a verdade.
- Toda... toda a verdade? - A voz dela tremia, em pânico.
- Bem, ele me deu as pistas mais importantes. O resto dos detalhes encontrei no arquivo de jornais de uma biblioteca.
Hermione se afastou dos braços protetores de Draco e foi sentar na ponta da cama. Suas pernas pareciam não aguentar o peso do corpo. Sentia-se muito cansada, como se tivesse corrido horas seguidas.
- Então você sabe...
- Sei. Sei que seu padrasto era um verdadeiro animal, que costumava espancar você e Nathan toda vez que chegava bêbado em casa... E que, por fim, começou a bater também em sua mãe. Nathan me contou que vocês a escutavam chorar, muitas vezes, no quarto.
- É verdade. Foi... - As palavras ficaram paradas na garganta. Hermione chorava convulsivamente.
- Sua mãe acabou ficando doente, passando dias seguidos na cama. Ela começou a definhar, a emagrecer, foi virando um fantasma... - Draco colocou as mãos no bolso. Num tom que revelava muita precaução, continuou:
- Então, uma noite...
- Não! Pare! - Ela não podia suportar que Draco falasse sobre aquela noite; não ia permitir.
- Temos que falar sobre isso, Hermione. – Aparentemente , ele sentia piedade dela. Ela ficou muda.
- Você tinha dezesseis anos. Ele chegou mais bêbado naquela noite e, depois de lhe dar uma surra, quando você estava quase inconsciente, tentou estuprá-la.
Hermione soltou um gemido de horror, passando os próprios braços ao redor do corpo, a cabeça abaixada. Estava tão trémula que batia os dentes. Draco puxou a colcha da cama e cobriu-a, percebendo o choque violento que aquelas lembranças provocavam. Ele pegou uma cadeira no canto do quarto e sentou-se, olhando Hermione de frente.
- Agora que eu já sei, você não gostaria de conversar sobre isso?
Ela negou com a cabeça.
- Mione, você tem que falar. Eu quero ajudá-la a resolver esse problema de uma vez por todas. Diga-me tudo, especialmente a parte que você não quer lembrar.
- Eu não posso. Não consigo.
- Você pode, se tentar. Você tem que contar isso a alguém, para conseguir aceitar e enterrar de vez esses fatos.
- Eu não quero que você saiba.
- Eu, especialmente?
Ela confirmou com a cabeça.
- Por que não, Hermione? Pelo amor de Deus, não pense que vou culpá-la pelos atos selvagens de um bêbado bruto. Você acredita nisso?
- Parecia que até o juiz me culpava... O advogado de defesa insinuava que eu queria... - Os soluços a impediam de continuar.
Draco estava muito sério.
- Eu sei como eles agem nesses casos. A mentalidade dessa gente é muito atrasada. Eles sempre atribuem a culpa às mulheres...
- No julgamento... foi... foi como ser atacada novamente... num lugar público... com a sala cheia de gente olhando para mim...
Ele se aproximou mais dela e passou a mão, carinhosamente, sobre a sua cabeça.
- Eu nunca agiria dessa forma, Mione. Eu só vou escutar o que você tem a dizer... Estou do seu lado, acredite.
Ela respirou fundo e começou:
- Nate estava dormindo quando... quando ele... chegou em casa, entrou em meu quarto e eu corri. Pensei que quisesse me bater outra vez. Desci as escadas, rapidamente...
“Ele veio atrás, me acertando algumas pancadas que me derrubaram no chão. Eu caí meio tonta. Fiquei assim, no chão, sem sequer saber o que estava acontecendo, até que despertei daquela semiconsciência e percebi que ele me tocava... Eu gritei, gritei muito. Tive sorte que o vizinho acabava de chegar do trabalho e bateu em nossa casa. Meu... meu padrasto gritou-lhe que fosse embora, que cuidasse de sua vida, mas eu continuei berrando e o vizinho quebrou a janela, para entrar em casa.”
Draco andava pelo quarto, tenso. Passava a mão na cabeça, como se não pudesse acreditar na violência que ouvia.
- Tudo bem... está bem, Mione. - Ele tentou acalmá-la, pensando se não seria melhor ficar por ali, pelo menos por enquanto.
Mas ela não conseguia parar, agora que já tinha começado.
- Eu não podia lutar com ele; ele era muito mais forte. Estava me machucando e eu não tinha como escapar...
Draco estava pálido, transtornado mesmo.
- Mas ele não...
- Não. O vizinho chegou a tempo. Mas... desde aquela época eu me sinto como se estivesse suja, como se ele tivesse... E me sinto culpada, sobretudo depois do julgamento.Foi nessa época que minha mãe morreu. Nate e eu adotamos um nome falso e Henrique nos arranjou um quarto barato. Tínhamos que nos esconder, ou as autoridades separavam Nate de mim. Então, comecei a trabalhar no clube para ganhar dinheiro e cuidar de Nathan como tinha prometido à minha mãe...
- E seu padrasto morreu na prisão?
- Morreu. Pegou pneumonia, eles disseram. – Draco passou a mão pelo rosto dela.
- Você tem motivos muito sérios para achar o sexo uma coisa tão horrível. Mas, por Deus, por que não me contou tudo isso antes?
- Eu não podia suportar a idéia de você saber. Queria esquecer que isso aconteceu um dia.
- Mas, se não podia... Por que você casou comigo, Hermione?
- Eu... eu o amava. - ela desabafou, depois de tantos anos. - A primeira vez que nos encontramos no clube, percebi que você não era como os outros homens, que só queriam um encontro comigo... As suas maneiras... você era gentil e... e controlado.
- Controlado? Isso parece meio sem vida, não acha?
- Pode ser. Eu errei, me deixando levar por uma atmosfera de sonhos; via as coisas de maneira falsa, ilusória. Era como conseguia viver...
- E, na noite de núpcias, sem aviso, deixou que tudo estourasse na minha cara... - ele disse, com uma amargura que ela jamais poderia esquecer.
- Draco, eu tentava me controlar, parar de rejeitá-lo. Mas, toda vez que você se aproximava, minha reação era automática.
- Agora entendo - ele murmurou. - Você estava mentalmente mutilada pelo que ocorreu naquela noite e no julgamento. Se tivesse me contado tudo naquela época, evitaríamos muito sofrimento...
- É verdade. Cometi um grande erro, quando aceitei casar com você. Eu sabia que não tinha condições de encarar uma vida em comum, mas me deixei iludir, pensei que tudo seria diferente com você... E tinha medo de que se você soubesse do meu passado, seus sentimentos mudassem. No julgamento, me senti tão acusada por tantos olhares... Durante muito tempo sonhei com aqueles olhos curiosos, cruéis... Tinha pesadelos sem fim...
- Você ainda tem pesadelos?
- Só de vez em quando.
Ele tornou a acariciar suavemente a cabeça dela, enquanto perguntava:
- E agora, que já falamos sobre tudo, como se sente?
- Bem... não foi tão ruim como eu imaginava... – Ele sorriu para ela.
- Eu lhe disse que não seria.
Ela abaixou o olhar e também sorriu.
- Você foi um verdadeiro amigo, Draco. Muito compreensivo.
- Você acreditava mesmo que eu ia deixar de querê-la se soubesse disso?
- Eu tinha medo. Não sabia o que você ia pensar...
Ele levantou o queixo dela com dedos ternos, até que seus olhares se encontrassem e ela pudesse ver a centelha de paixão que faiscava nos olhos dele.
- Eu só penso em torna-la uma mulher completa, Hermione - ele disse, delicadamente. - Você ficou acorrentada a essas imagens da infância por muito tempo. Deu um grande passo abrindo seu coração e confessando tudo para mim; agora precisa dar mais um passo. Você é uma mulher bonita e maravilhosa por fora, mas, dentro de sua cabeça, como nós sabemos, existe uma criança indefesa e apavorada. Essa criança precisa crescer, transformar-se em mulher. Nós vamos conseguir isso juntos, devagar, de uma forma natural. Como se fosse na sua adolescência.
- É só o que eu queria... - ela confessou um pouco envergonhada, encostando seu rosto nas mãos dele.
- Temos todo o tempo do mundo. Não se force a nada. Deixe as coisas simplesmente acontecerem.
Uma batida na porta interrompeu aquele momento de ternura e confidência e levou-os de volta ao movimento da casa.
- Quem é? - Draco perguntou.
- Melissa.
Draco virou-se para Hermione:
- Imagine o que ela deve ter pensado, vendo nós dois aqui trancados a essa hora...
- O que... o que você acha que ela pensou? - Os temores de Hermione estavam novamente presentes.
- Posso imaginar, você não pode? - Ele agora voltava ao tom cínico de sempre, provocando Hermione. - Venha, vamos logo fazer essas compras.
Dizendo isso, estendeu sua mão para ela que, sem hesitar, deu-lhe a sua, com um sorriso. Agora que não escondia nada mais de Draco, sentia que podia confiar nele.
Quem sabe poderiam até tentar ser felizes mais uma vez? A esperança inundava seu coração, fazendo com que ela se esquecesse de que há algumas horas atrás lutava ferozmente contra esse homem que, agora, apertava sua mão com toda a delicadeza do mundo.
Eles caminharam com calma pelas ruas da cidade, admirando os jardins bem cuidados, as montanhas cobertas de vegetação, e o sol que se punha àquela hora. Uma brisa refrescante vinha do mar.
- A paisagem parece um cartão-postal - disse Hermione. - Tudo aqui se destaca com uma força incrível. O céu é muito azul, o mar muito calmo, as flores muito coloridas. É como se os mágicos trabalhassem à noite para que essas coisas maravilhosas surgissem com o dia...
- Talvez seja isso o que você precisa. Um mundo com espaço para a fantasia, o sonho... Onde possa respirar tranquila.
- Acho que nós dois precisamos, Draco. Você também...
- Oh, eu sei muito bem do que preciso... - ele disse ríspido.
- E o que é?
- Eu lhe direi quando conseguir.
- Por que não antes?
- É impossível. Você não conhece aquele ditado: um desejo revelado é um desejo perdido?
- Não, nunca havia escutado...
- É claro. – Ele sorriu. – Acabei de inventá-lo.
Entraram numa loja de artigos para praia. Hermione comprou um chapéu de abas largas, sandálias para andar na areia e uma sacola de plástico. Draco carregava um pacote, quando voltaram à rua.
- O que é isso?
- Um presente. - Ele o colocou dentro da sacola de compras dela. – Abra mais tarde.
Em seguida, sentaram-se num desses bares que têm cadeiras com guarda-sol na calçada. Pediram dois sucos de laranja.
Um rapaz bem jovem, vestindo jeans, passou por eles. Olhou para Hermione, e, depois de um momento, aproximou-se com um sorriso.
- Sei que pode parecer aquela velha história mas... não nos conhecemos?
- Não creio - ela respondeu friamente.
Ele olhava para ela e Draco, com um ar meio sem graça.
- Desculpe, mas eu acho que... Eu venho de Londres. Você parece londrina, não é? Acho que foi lá que...
Até aquele momento Draco assistia a cena com indiferença. Mas a persistência do jovem começou a irritá-lo.
- Minha esposa disse que não o conhece... Acho que é o bastante. – Levantou-se e estendeu a mão para Hermione. - Vamos embora.
- Hermione! - O rapaz gritou. - É isso! Você não é a irmã de Nathan? – Ela se voltou, surpresa.
- Você conhece meu irmão?
- Trabalhamos na mesma empresa. O mundo é mesmo pequeno...
- Que coincidência! - Ela sorriu.
O rapaz procurava fazer com que Draco se interessasse pela conversa, mas encontrava tão pouca receptividade, que se sentia embaraçado...
- Vocês também vieram em férias? - Ele insistia, sem reparar que não era bem recebido. - Oh, mas vamos beber alguma coisa juntos. Estou aqui há uma semana e dificilmente consigo conversar com alguém. Nesta época, fora de estação, só se encontra gente velha no hotel. Andava louco para conhecer alguém...
Hermione olhou para Draco. Foi ele quem respondeu:
- Desculpe, mas estamos com muita pressa de chegar em casa.
- Tchau! - ela disse. - Foi muito agradável encontrá-lo aqui.
- Talvez possamos nos ver em outra ocasião - o jovem insistiu. – Estou hospedado no hotel Lorelei e meu nome é Rony Weasley. Que tal amanhã?
- Nós telefonamos para o hotel. - Ela procurava ser gentil. Quando se afastaram mais um pouco, Hermione virou-se para Draco:
- Você não foi nada simpático. Ele conhece Nate...
- Eu estou aqui para me divertir, não para ter que suportar um rapazinho com saudades de casa e que nem percebe quando não é desejado.
- Mas não é justo. Ele me reconheceu.
- Não foi bem assim. Ele apenas não resistiu ao seu corpinho delicioso, querida. E foi pura sorte ter encontrado uma desculpa para se aproximar... Qualquer uma ia servir se ele não conhecesse Nathan...
- Você é muito malicioso, Draco!
- Sou mesmo. Mas parece que você facilita muito.
- O quê? O que você quer dizer com isso?
- Eu sei do que estou falando. É a primeira vez que vejo você encorajar um conquistador barato... Pelo menos, antes, costumava afastá-los. Hoje em dia, dá sinal verde...
- Absolutamente, não fiz nada disso.
- Fez sim, e sabe muito bem. Vocês estavam flertando. Que esta seja a última vez. - Ele estava possesso. Caminhava tão rápido que Hermione quase tinha que correr para alcançá-lo. - Mas o problema é seu, não posso vigiá-la vinte e quatro horas por dia. Leve como quiser esse seu novo interesse pelo sexo oposto...
- Você não sabe o que está falando, Draco. Tudo o que fiz foi ser gentil e educada. Você já me coloca na cama com ele...
- Isso não, minha querida. Porque se fosse assim tão claro, já tinha quebrado seu pescocinho ali mesmo.
Voltaram para a vila sem trocar palavra. Draco foi direto para o quarto e bateu a porta. Hermione também correu para o seu. Melissa arrumava a mesa para o jantar, quando os dois passaram. Que casal estranho, ela pensou. Ficam a tarde inteira trancados no quarto, e agora, voltam para casa como inimigos. Deu de ombros e voltou para a cozinha, cantando.
Enquanto se aprontava para o jantar, Hermione não se conformava com as acusações injustas de Draco. Só para provocá-lo, escolheu um vestido que raramente usava, de um vermelho bem vivo, que lhe caía como uma luva. Do bustiê muito -justo, que lhe moldava os seios, saíam duas tiras fininhas que se amarravam na nuca. O vestido caía justo, marcando a cintura, para então se soltar em vários panos até o joelho. Era todo de musseline, alternando vermelho com creme na saia.
Maquilou-se com cuidado redobrado. O batom, também vermelho-brilhante, e os olhos sombreados de ambar, para salientar sua cor natural, lhe deram uma aparência magnífica.
Quando chegou no terraço, Draco tomava um drinque recostado à parede. Hermione se aproximou.
- Posso tomar alguma coisa?
Ele a serviu em silêncio. A lua lá fora era uma bola de luz refletida nas águas do mar. A temperatura estava agradavelmente quente, mas a atmosfera era tensa entre eles.
- Estou morta de fome!
- Que bom! - Draco tinha um tom seco.
Ele sequer notara sua presença, Hermione pensou. Tanto cuidado para se arrumar e não merecia a mínima atenção! Melissa veio anunciar o jantar.
- Hoje teremos um jantar frio - avisou.
- Ótimo - Draco respondeu. - Pode ir para casa agora, Melissa. Nós nos servimos, obrigado.
- Boa noite!
Hermione e Draco se sentaram à mesa. Entre eles, dois candelabros de prata suportavam velas vermelhas. Uma garrafa de vinho branco descansava no balde de gelo. Havia carnes de vários tipos, queijos, saladas e frutas. Draco provou do vinho e serviu os copos. Em seguida, ergueu um brinde:
- Ao futuro!
Aparentemente, estavam em paz. Toda a irritação da tarde já havia se dissipado. Comiam em silêncio, até que ele falou:
- Está faltando uma coisa!
Levantou-se, foi até a outra sala e uma música suave invadiu o ambiente. Hermione sentiu uma pontada no estômago. Será que as velas, o vinho e a música eram uma forma de sedução? Ele tinha dito que lhe daria tempo; tinha prometido ser paciente mas... essa tarde, por exemplo, havia perdido toda a calma... Fora ciumento, possessivo e violento. Ela percebia algum traço de violência sexual nesse homem... Era como se uma ameaça constante de brutalidade existisse nessas mãos fortes, nesse corpo atlético, que a deixavam sempre trémula, ansiosa...
Também era verdade que uma parte de sua mente queria que ele a tocasse, precisava admitir. Ele era muito atraente. Quando adotava uma posição passiva, permitindo que ela o beijasse sem se apressar em corresponder, Hermione se sentia completamente livre, à vontade, e possuída por um desejo enorme. Mas quando ele começava a reagir e tomava a iniciativa, o velho medo reaparecia com força. A possibilidade de violência sexual a aterrorizava sempre.
Draco tinha acabado de comer e a observava. Ela respirou fundo, imaginando se ele podia ler seus pensamentos... Ele falou:
- Vou fazer o café.
- Deixe que eu faço. - Ela pulou rápido. com esse movimento, seu prato se espatifou no chão, espalhando comida por toda parte. Desculpe - balbuciou, agachando-se para catar os pedaços.
- Largue isso. - Ele estava bravo. - E pare de pedir desculpas por tudo o que faz. Não suporto mais essa palavra!
- Posso limpar tudo rápido, antes de fazer o café...
- Melissa limpará amanhã. É para isso que ela é paga.
- Mas não quero deixar o chão sujo a noite inteira.
- Por que não? Vamos fazer o café juntos.
Enquanto ela colocava a água para ferver, ele pegava as xícaras. Quando acontecia de se tocarem por acaso, ela sentia os nervos à flor da pele. Até que ele a segurou pelo pulso, dizendo:
- Pare com isso, Hermione!
- Parar com o quê?
- Pare de se esquivar como um sabonete, toda vez que me aproximo. Pensei que tivéssemos superado isso. Você estava tão agitada essa noite que acabou quebrando o prato. Até parece que não mudou nada entre nós, seu pânico é o mesmo. Por quê?
- Eu não sei, mas você não está ajudando em nada me apertando dessa forma...
- Apertando? Você não sabe o que está dizendo. Se eu fizesse agora o que realmente desejo, você ia ter motivos para ficar assustada...
Ele parecia soltar faíscas dos olhos.
- Não, Draco. - Ela implorou, já sentindo o medo tão conhecido.
- Pelo amor de Deus, Hermione! Você está me deixando louco! Puxou-a para si. - Você é tão bonita! Será que todo o fogo está na cor de seus cabelos, ou a chama vem lá de dentro e ainda precisa ser reavivada?
Ele começou a beijá-la. Mesmo sem perceber, Hermione suspirava, sentindo um prazer imenso. E a fome desesperada de beijos retirava-lhe toda a energia, toda a resistência que pudesse oferecer. Ninguém notou a água fervendo para o café. Ele abaixou-lhe as alças do vestido, sem interromper as carícias, até que a roupa caiu no chão...
- Oh, Deus, como a desejo...
Ela sentiu seus beijos nos bicos dos seios. Gemia de prazer.
De repente, escutaram passos na sala e se largaram, apressados.
Hermione pegou o vestido e correu em direção ao quarto, se atirando na cama. Chorava e ria ao mesmo tempo, meio histérica. Por que Melissa tinha que chegar justo naquela hora? Havia chegado na hora errada... Ou na hora certa? Ela enfiou o rosto no travesseiro, confusa.
- Eu não queria que ele parasse... Preferia que Melissa não se ocupasse tanto da casa - confessou, finalmente, para si mesma.

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Eba!! Muito feliz com os comentarios!
Quero agradecer a todos!
^^
Muito bom... Como pedido de vcs:
Mas um cap!
Será que agora esses dois se acertam??
Continuem lendo e principalmente comentando para ver
o desfecho dessa historia!
Muitos beijos!
Até a proxima postagem ; ]
.:: Charlotte Vanssuer ::.

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