Floresta da Maldição



Harry teve a nítida impressão que Hermione queria falar alguma coisa... Algo que ele ainda não sabia, mas ia descobrir.
- Sua cicatriz tem doído muito? - perguntou Hermione para quebrar o silêncio.
- Não. - respondeu o garoto, frio.
- E você...?
- Por que você não me contou que você e o Rony...?
- Porque foi tudo tão...
- Deixa pra lá! Eu não quero a sua explicação.
- Mas você disse que...
- Esqueça o que eu disse.
- Harry, você está tão bravo... Eu não queria que você ficasse triste comigo ou com o Rony. Eu não... Olha, eu...
Harry estudou-a e quando ia falar alguma coisa o trêm parou.
- Por que paramos? - perguntou Hermione.
- E o Rony? Por que ele ainda não voltou?
Neville entrou no vagão dos dois desesperado.
- Harry, Mione, são eles. Os Comensais. Estão aqui. Pegaram o Rony.
- O QUE? - Berrou Hermione.
- É melhor saírmos daqui e rápido. Essas são as recomendações que estão nos dando. - disse Neville assustado.
- E para onde vamos? - perguntou Harry.
- Para a Floresta da Maldição. É aqui do lado. Vou chamar a Gina e a Luna!
- O que faremos? - perguntou Hermione.
- Não sei, mas acho melhor agirmos rápido.
- Harry você está com a capa de invisibilidade?
- Estou. - Harry pegou sua capa e cobriu ele e a amiga. Juntos sairam do trêm. - O que fazemos agora?
- Procurar o Rony!
- Mas e Hogwarts?
- Os alunos estão indo para lá. - apontou Hermione. - Vamos também! Pelo menos estaremos seguros!
Harry concordou. Os alunos corriam muito, amendontrados e foi difícil para os dois amigos acompanharem. Logo se perdaram, no meio da mata.
- Ai que ótimo! - exclamava Hermione nervosa. - Longe de casa, longe de Hogwarts, sem comida, em uma Floresta da Maldição.
- Por que aqui se chama Floresta da Maldição?
- Li uma vez sobre isso... Parece que é quando um bruxo das Trevas esconde seu ponto fraco.
- Na floresta inteira? Como assim?
- Não! Em um determinado local e se essa pessoa chegar nesse local ela será capaz de vencer o bruxo, mas será amaldiçoada para sempre. Como uma azaração... Terrível!
- E se levaram Rony para lá?
- Não fale uma coisa dessa nem brincando, Harry. Por favor. Mas a questão é... O que vamos fazer? Eu tenho medo de descobrir o ponto fraco de algum bruxo das Trevas, principalmente se esse bruxo for Você-sabe-quem.
- E no caso, por que eles "escondem" o ponto fraco em algum lugar da floresta?
- Não sei. Não terminei de ler o livro. De qualquer forma, poderemos descobrir quando chegarmos a Hogwarts.
- Chegaremos a Hogwarts? - perguntou Harry irritado. - Hermione, sei que você vai querer salvar o Rony, mas não temos uma pista de onde ele possa estar! Vamos para Hogwarts, lá as coisas ficarão mais fáceis!
- Mas Harry... - disse Hermione soluçando. - Hogwarts está a quilômetros de distância. E o Rony está aqui perto...
Harry pegou novamente a capa de invisibilidade e mandou Hermione esperar escondida em uma árvore. Ele foi atrás de suas bagagens e encontrou o que precisava. Sua Firebolt. Pegou-a, mas um Comensal da Morte viu a vassoura se deslocando e empurrou Harry ao chão.
O Comensal procurou uma das abas da capa e enfim tirou-a.
- Vejam só... Bom dia sr. Potter... Harry Potter... O Eleito. É assim que andam te chamando não é? Vamos ver o que vão falar quando descobrirem que o Eleito não resiste nem há mim.
Harry foi muito ágil. Pegou a Firebolt e saiu voando. Logo localizou Hermione.
- Vamos?
- V... Vamos. - disse ela. - Mas Harry... E a capa?
- Eu... - Harry não acreditou. Ele havia perdido a capa de invisibilidade. - Perdi.
- O que? Como?
Harry contou a história e voltou ao local em que quase fora liquidado por um Comensal da Morte. Mas nada da capa...
- Acho que teremos que ir sem ela. - lamentou Harry. - Mas eu vou reavê-la. Guardei bem a imagem do Comensal. Mas temos que ir para Hogwarts. Precisamos saber de Rony.
Hermione acentiu com a cabeça e ambos concordaram que o melhor a fazer era voar bem alto para não serem percebidos por algum trouxa. Na madruga chegaram ao castelo.
- Harry? Hermione? - perguntou Hagrid. - Vocês estão bem?
- Rony sumiu! Rony sumiu!
O trio entrou na escola.
- Cadê todo mundo? - perguntaram preocupados.
- Ninguém chegou. Vamos ter um grande problema agora, como vamos achar todos os alunos?
- Isso quer dizer...
- Que só tem vocês dois aqui? Não exatamente. - respondeu Hagrid. - Malfoy também está aqui. Veio voando, como vocês.
- O QUE?
- É. Só vocês três em toda a escola. Não sei porque os outros não pensaram nisso também. Mas... Parece que o professor Dumbledore quer dar uma palavrinha com vocês.
- Com nós dois? - perguntou Hermione exultante.
- Isso mesmo. Vocês vieram voando... Alguns trouxas viram vocês e isso resultará em problemas.
Harry riu.
- Malfoy está conversando com o Dumbledore? Tomara ele receba uma punição bem severa. - Hermione e Harry riram, mas o riso foi cortado pelas palavras de Hagrid.
- Não. Malfoy não foi visto por ninguém.
- Como? Não ter como não ser visto por ninguém ao menos que... Se tenha uma capa de invisibi...
- Não Harry! O fetiço da Desilusão também deixa as pessoas invisíveis. Li sobre isso em algum livro. Não pense que Malfoy roubou sua capa. Foi o Comensal da Morte lembra?
- Malfoy sabe fazer um feitiço da Desilusão? Hermione, acho que ninguém com dezesseis anos sabe!
- EU SEI. Quer dizer... Nunca tentei, mas li isso em algum livro e aprendi, mas não pude tentar porque estava fora da escola. Li nessas férias.
- Chega de conversa. O professor Dumbledore disse que queria falar com os alunos. Professor Hagrid, o senhor não disse isso ao Sr. Potter e a Srta. Granger?
- Professor Snape! Disse, mas eles estão discutindo o feitiço da Desilusão.
Snape tornou aos dois alunos.
- Que falta de inteligência, Potter. Qualquer idiota pensaria em um feitiço da Desilusão para não ser visto por trouxas. O mesmo para a Srta. Granger.
Hermione olhou-o com cara de ofendida. Ele deu uma risada desdenhosa e pediu:
- Acompanhem-me por favor. O professor Dumbledore pede urgência.
No caminho Harry e Hermione ficaram calados, apenas ouvindo os insultos de Snape.
- Que divertida será a nossa aula,vocês não acham?
Ficaram calados.
- Uma aula a três! Malfoy, Potter e Granger. - Snape ria. - E o único aluno péssimo em poções é você, Potter. Se eu fosse você pensaria em uma solução para fazer poções melhores. Eu estava até pensando que a Srta. Granger poderia te ajudar, mas hoje ela demonstrou uma incrível falta de raciocínio. Não gosto de pessoas que não conseguem pensar.
- Não fale assim da Hermione! Ela é muito esforçada, e o senhor sabe disso!
- 50 pontos a menos para Grifinória pelo insulto de Potter.
- Professor... - disse Hermione calma e respeitosamente. - Sem querer ofender, mas quem não pensou agora foi o senhor. Não há pontos para serem tirados. Acabamos de chegar e a escola está vazia!
- DETENÇÃO SRTA. GRANGER.
- Mas... O... O que? - Hermione estava espantada. Ela não esperava que Snape fosse ficar tão bravo com seu comentário.
- Na nossa próxima aula combinamos um horário para sua detenção. Agora - o professor indicou a sala de Dumbledore com a mão. - o professor Dumbledore. - Espero que se divirtam com seus castigos, jovens inconsequentes.
Os amigos hesitaram por um momento, não sabendo se seriam condecorados por terem voltado a salvo para Hogwarts ou castigados por não terem tomado o cuidado necessário. Hermione tremia, ainda assustada pela detenção que acabara de levar. Harry enrolou seu braço em torno das costas da bruxa e entraram na sala.
- Harry...? - perguntou Dumbledore com sua voz calma. - Ah, Harry! Fiquei muito feliz quando soube que estava bem. - Dumbledore enfim notou a presença de Hermione. - Srta. Granger... Como está?
- Eu? - perguntou ela surpresa. - Bem, eu vou... O Rony, professor! Ele sumiu! O senhor sabe se ele ficará bom? Tem notícias?
- Infelizmente... Infelizmente não. O Sr. Wesley parece ter sido pego pelos Comensais da Morte. Não acredito que ele corra grave perigo.
- Por que o levaram? - perguntou Harry. - Era a mim que eles queriam.
Dumbledore lançou um triste olhar a Harry.
- Na verdade, quem eles queriam nesse exato momento era o Sr. Wesley.
- Por que?
- Coisas do Ministério. Vocês devem saber que Hogwarts passará por algumas mudanças esse ano, não?
Harry e Hermione se entreolharam e responderam juntos com um "Não, senhor." Dumbledore ajeitou os óculos de meia lua e observou-os com seu par de olhos azuis.
- Vocês terão que ir para as camas mais cedo, terão muito mais tarefas e aulas no sábado e... - Dumbledore hesitou prosseguir. Hermione sorria feliz com a novidade mas Harry abaixou seus olhos já pensando no que deveria se suceder com as aulas de Snape. - darei aula para vocês.
Os amigos abriram um largo sorriso.
- De quê matéria? Para todos os alunos? Ou só para nós? Conte professor, conte. - disse Harry sem poder conter sua animação.
- Calma. - tranquilizou Dumbledore. - Não pensei que vocês fossem reagir assim tão bem. A matéria... Ah sim. É claro! Defesa contra as Artes das Trevas, mas só darei aulas para o sexto e sétimo ano. Vocês é claro...
- E quem dará aulas para as outras turmas?
- Não está ao meu alcance... O Ministério simplesmente... Tirou essa diciplina até o quinto ano. À partir do sexto os alunos voltam a ter. Muito errado, não acham? Voldemort - Hermione seu arrepiu ao ouvir o nome do bruxo mais temido de todos e Harry novamente enrolou seu braço ao redor dela. - está planejando algo, e tudo que vem dela, com certeza não é boa coisa. Devemos estar altamente preparados para resistí-lo, porém o Ministério está muito indiferente em relação a esse fato. Compreendem?
- Sim professor. Mas a nossa aula, serão os princípios básicos? Quer dizer... Se desde o primeiro até o quinto ano os alunos não tiverem aulas, então no sexto deveríamos começar a aprender os princípios básicos de Defesa Contra as Artes das Trevas, o que aprendemos no primeiro ano.
- É exatamente isso que o Ministério quer, Harry. Que vocês não aprendam nada. Mas eu não vou me sujeitar a isso. Não para as turmas que aprenderam conhecimentos que realmente farão a diferença contra Voldemort. Vocês vão aprender Defesa Contra as Artes das Tervas avançada. Vocês precisam muito!
Depois das novidades, o castigo. Dumbledore repreendeu os alunos pela falta de cautela e disse que pensaria em uma detenção a altura do que eles fizeram. Hermione já tinha roído todas as unhas de tão nervosa.
No primeiro dia, já DUAS detenções. Harry tentou acalmá-la, em vão.
No dia seguinte, Hermione acordou muito cedo.
Harry se sentia solitário. A escola estava vazia! Ninguém com quem conversar no dormitório antes de dormir ou na hora de trocar os pijamas. Ele desceu as escadas sozinho e viu Malfoy se sentindo tão só quanto ele, mas não viu Hermione.
Dumbledore propôs que professores e alunos sentassem juntos para quebrar o silêncio.
Snape adorou a idéia e não perdeu a oportunidade de azucrinar Harry com suas indiretas de aluno que não é exemplar e não possui raciocínio. O diretor percebia, e de vez em quando, Harry lançava um olhar a ele e percebia que estava contendo o riso. A idéia de vez Dumbledore se divertindo as custas das piadinhas de Snape pareceu-lhe estranha.
Logo Hermione chegou.
- HARRY! Harry! - gritou ela, e enfim percebeu que todos estavam sentados juntos. - Ha...rry. Eu... Posso falar um instante com você?
Snape adiantou-se dizendo:
- Se tem algo a falar a respeito desse livro que você está segurando é na nossa frente. Que livro é esse Srta. Granger?
- Eh... Hum... Nada não. Meu... Livro novo...
- Accio livro. - convocou Snape. Ele leu o título e olhou para a aluna. - Magia das Trevas & Como fazê-las? - Hermione corou. Harry imaginou que tudo que a amiga iria querer nesse momento era desaparatar e sumir dali. - Será que nós professores podemos saber o que a Srta. gostaria de saber sobre magia das trevas? Você e o Sr. Potter, é claro. Ele não poderia ficar fora dessa.
- Não, professor... É que...
- Quer se aliar ao Lorde das Trevas? - perguntou Snape. - É claro que quer! Você e o Potter!
- Não senhor! Nós queríamos saber... Da... Da... Floresta...
- Floresta da Maldição. - completou Harry.
- É. - afirmou ela.
Profª McGonagall lançou um olhar aterrorizado a todos os professores.
Dumbledore pediu licença e se levantou da mesa.
- Harry, por favor... Pode me acompanhar? - Harry olhou para Hermione e ela retribuiu o olhar de preocupação. - Pegue o livro também, por favor. - Ele pegou o livro das mãos de Mione e ela estava trêmula e quis acompanhá-lo. Por favor Srta. Granger, depois falo com a Srta. mas agora é necessário falar com Harry em particular. - Ela ficou parada como uma estátua.
- Vai dar tudo certo. - sussurrou ele no ouvido dela. Depois deu um beijo no rosto tão discreto que ninguém percebeu. Ele voltou a seguir o diretor.
Logo chegaram na sala de Dumbledore. Há algumas horas ele tinha estado lá, e agora a situação se repetia. E tudo por que? Por uma coisa chamada curiosidade.
- Harry... Por que estava com aquele livro? Você está tentando se juntar a Voldemort? Eu não quero esse livro na sua mão, Harry! Eu realmente não quero.
- NÃO PROFESSOR! Nem pense nisso! É claro que não! Eu e a Mione só queríamos saber o que era a floresta da Maldição.
- Certas coisas não convém saber.
- O senhor quer dizer que acha melhor eu não saber o que é?
- Acho. - respondeu Dumbledore sem pensar duas vezes. - Harry, me dê o livro, por favor. Vocês são jovens demais para ter certas curiosidades. As azarações são terríveis... Já li esse livro de capa a capa e garanto que você não deve lê-lo.
- Por que não? Só quero saber...
- Não são essas coisas que você precisa saber. - Harry assustou-se com o tom de voz do professir. - Não são essas coisas que farão a diferença quando você lutar contra Voldemort! Se você souber sobre uma Floresta da Maldição, irá querer descobrir mais e mais segredos! Mas você não tem noção das torturas e principalmente, das maldições que se passa para descobrir um grande segredo. Me prometa Harry, que você não irá procurar em outros livros o que é isso e o que tem lá. Me prometa!
- Eu... Sr. eu não quero ser curioso ou... Mas é que eu realmente quero saber... E... Ajudar se possível. Não posso lhe prometer algo que não sei se vou cumprir.
Dumbledore olhou desapontado.
Harry saiu da sala do diretor, que deu um suspiro revelando sua preocupação com o aluno. Snape e McGonagall entraram na sala.
- E então?
- Ele é igual Tom Riddle. Severo, cuide para que ele não descubra o que é uma Floresta da Maldição.
- Sim. - respondeu Snape pronto.
Enquanto isso Harry e Hermione procuravam mais livros que falavam à respeito da Floresta.
- Harry... - disse a bruxa sussurrando. - Achei um. Olha. Floresta da Maldição & Boatos sobre Você-sabe-quem. - Harry olhou o livro. Não havia outro. Teria que ser esse.
- Como vamos levá-lo? - perguntou o bruxo.
- Já sei! - Hermione murmurou alguns encatamentos e o livro estava invisível - Viu? Eu disse que sabia fazer um feitiço da Desilusão.
- Parabéns, mas acho que agora é uma boa hora para cair fora daqui. - Snape estava vindo. Ele não poderia reparar no livro, não agora que ele estava invisível.
- Harry, o Snape vai perceber que estou segurando alguma coisa.
- Não vai não. - disse Harry confiante. - Segura a minha mão.
- O que? - Agora ela havia entendido. As mãos estavam praticamente entrelassadas. A mão de Harry escondia a posição da de Hermione, assim ninguém perceberia que ela estava segurando o livro.
- Ótimo - disse ele. - Agora me acompanhe. - Os dois saíram andando e qualquer um que visse a cena acreditaria que eles realmente estavam juntos. Eles passaram por Snape que ficou observando cada passo dos dois. Ele fazia uma cara espantada. Logo depois deram de cara com Draco.
- Potter e Granger? O casal perfeito! - riu Malfoy. - E o beijo Potter? Vai ficar só segurando a mãozinha? Pena que só temos nós três aqui...
Os próximoas a encontrarem foram Dumbledore e McGonagall. Harry olhou apreensivo lembrando-se do que Dumbledore dissera. Os dois professores olharam impressionados para os dois juntos e logo Snape se juntou a eles.
- Estavam na biblioteca. Os dois. E saíram de mãos dadas. Até onde eu sabia a Srta. Hermione Granger estava namorando o Wesley. - comentou Snape.
Dumbledore não pode disfarçar sua tristeza com Harry.

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