Cavaleiros do Apocalipse e Aur



CAPÍTULO 08: Cavaleiros do Apocalipse e Aurores Supremos (EdD 08)




Um silêncio que misturava ansiedade e um leve medo pairava na sala. Leah voltou ao altar e bateu palmas uma vez. Os vitrais e as cortinas se fecharam, os alunos grudaram nas cadeiras. Málaga novamente se sentou no grande trono, cruzou as pernas e apoiou o rosto em uma das mãos. Com a outra, vez um movimento e, acima do corredor, nuvens surgiram, desenhando uma série de formas. Era como se fosse um filme, os alunos olhavam hipnotizados. Começou a narrar, enquanto várias cenas, pessoas, bruxos desconhecidos e conhecidos surgiam, à medida que a história corria:

- Há aproximadamente 20 anos, o império do Lorde das Trevas estava em seu auge, a cada dia que se passava mais vidas se perdiam, mais lutas aconteciam, mais terror se espalhava. De um lado, os grandes bruxos nomeados Aurores defendiam a paz - um grupo de bruxos usando capas brancas apareceu, entre eles Dumbledore, Moody, McGonagall e alguns outros bruxos - do outro lado, os chamados Comensais da Morte, representantes das trevas - Hermione, Rony e Harry prenderam a respiração ao ver Avery junto com um vulto que, com certeza, era Voldemort, ao fundo Crabbe, Goyle, Igor Karkaroff, e muitos outros bruxos, a maior parte presos em Azkaban, loucos ou mortos. - Estes eram os principais protagonistas da guerra que acontecia. Porém, o Lorde das Trevas quis dar um passo à frente, e escolheu alguns de seus melhores Comensais para fazer parte de um grupo especial, muito mais poderoso, com poderes que poderiam chegar à magnitude do próprio Voldemort - uma cena apareceu, com Voldemort de capuz e capa se aproximando, enquanto ao fundo apareciam vultos devagar, revelando bruxos jovens aos poucos -, entre eles, representando os mais poderosos - os vultos de bruxos jovens se aproximaram, usando uma roupa de couro negra e uma espécie de armadura, também preta, com espadas no cinto ou presas às costas, roupas que mais pareciam fardas da alta patente do exército - estavam os bruxos conhecidos como Pedro Pettigrew, Bellatrix Lestrange, Lúcio Malfoy, Severo Snape... E eu, Leah Málaga.

Os alunos, boquiabertos, olharam Málaga, mas ela fez um gesto para que voltassem a atenção ao filme. Foi o que fizeram. Dessa vez, surgiram bruxos de branco, com tiras de couro bege entrelaçadas ao corpo, prendendo uma armadura prateada, como as roupas de antigos legionários romanos ou soldados gregos. Harry gelou ao ver os vultos, assim como Rony e Hermione. Leah continuou a contar:

- Porém, Dumbledore descobriu o plano de Voldemort e transformou seus melhores Aurores na maior elite de bruxos da história, os chamados Aurores Supremos. Os mais poderosos e temidos pelos Comensais eram os bruxos Frank Longbotton - as orelhas de Neville coraram ao ver a imagem do pai jovem -, Mckinnon, Remus Lupin e Sirius Black, liderados... Por Lílian Evans.

Harry sentiu o estômago afundar e se encolheu na cadeira ao ver a imagem da mãe aparecer, com uma espada nas costas (a espada de Gryffindor), roupas brancas e tiras de couro amarradas ao corpo, prendendo ombreiras prateadas e uma longa capa branca, à frente da turma, séria, com Lupin e Sirus, muito novos, atrás, de braços cruzados.

- Resumindo e correndo um pouco a história, durante uma emboscada, os Comensais conseguiram matar Mckinnon, enquanto os Cavaleiros capturaram Longbotton e sua esposa, que também era uma Auror.

Neville já estava quase chorando quando viu a cena dissolver e, logo após, em meio aos Aurores Supremos e Dumbledore, surgiu um homem com roupas de Auror Supremo, de costas, caminhando em direção ao grupo.

- Porém... Um bruxo que seria indispensável à nossa vitória deixou de ser um simpatizante dos Comensais e se tornou um Auror Supremo - Harry notou um tom de voz abafado e meio rancoroso em Leah. - Ele era... Tiago Potter. Pouco tempo depois, Sirius e Tiago foram traídos por Pedro, não sabiam que era um Cavaleiro. Foi aí... Que aconteceu. Voldemort descobriu onde Lílian e Tiago estavam com seu filho recém-nascido... E ele se prontificou a eliminar os grandes Aurores. Mas Voldemort foi completamente destruído por Lílian, que se sacrificou para salvar a vida do filho. Sem Voldemort, os Comensais e Cavaleiros voltaram para o lado do bem, com exceção de Pedro, que fugiu, mandando Sirius para Azkaban em seu lugar.

A cena se desfez, Leah se ergueu e as cortinas e vitrais automaticamente se abriram. Os alunos estavam estáticos e boquiabertos.

- Bem, agora que o Lorde ressurgiu, não sabemos se seus antigos servos irão voltar para o lado do mal - Harry suspirou, já sabia que a maior parte deles já haviam se apresentado para Voldemort. - Com exceção dos Cavaleiros marcados para a morte por traição, como eu e Snape, claro. É por esse motivo que vocês devem ser treinados para uma eventual volta dos Aurores. Os melhores dentre vocês poderão vir a ser um.

Nessa hora uma pálida mão se ergueu na mesa da Sonserina. Era Malfoy, que, assim que a professora lhe passou a palavra, voltou a cruzar os braços com uma expressão de desafio, sem tirar o sorrisinho irritante da boca.

- Desculpe, professora, mas está insinuando que um de nós poderá se tornar um... Auror Supremo?

- Porque não, Malfoy? - perguntou a professora, abrindo os braços e olhando os outros alunos. - Creio que podemos encontrar GRANDES bruxos aqui em Hogwarts, quem sabe entre vocês mesmos?

- Bom - continuou Malfoy, em tom de ironia e desafio -, a senhora comentou que meu pai foi um Comensal, um Cavaleiro... E se ele voltasse para o lado do mal... E de repente eu me tornasse um Auror Supremo... Seria correto eu lutar contra meu próprio pai?

- Seria correto você lutar a favor do que você achar correto, Malfoy. Independente do lado em que está; é sua obrigação defender aquilo que acredita.

Malfoy resolveu voltar a fechar a cara e se sentar, já que as tentativas de enrolar a professora não haviam funcionado. Outro sonserino ergueu a mão:

- Qual o principal requisito para um bruxo se tornar um Auror?

- O poder. - respondeu. - Os bruxos mais poderosos dentre os Aurores se tornam Aurores Supremos.

Outra mão se ergueu, dessa vez a de Simas:

- Quer dizer que só os bruxos puro sangue podem se tornar Aurores Supremos? Quer dizer... Os puros que conheço são muito melhores do que eu na escola, que sou meio trouxa e meio bruxo...

- Não, não - disse Leah, muito calma. - O sangue puro não faz diferença. Vejam Alastor, ele é puro sangue, é um grande Auror, mas não se tornou um Supremo. Por outro lado, a bruxa mais poderosa dentre os Aurores Supremos era Lílian, que nasceu de uma família trouxa e sequer teve um bruxo na família.

Harry não deixou de corar e ao mesmo tempo sentir algo muito quente crescer dentro do peito, uma sensação que nunca tinha sentido antes, que fez ele sorrir tímido e ficar com os olhos brilhando. Quando todos o olharam diante dos elogios da professora, Hermione tombou o corpo para o seu lado e sussurrou, sorrindo:

- Não precisa ficar assim, eu também ia ficar morrendo de orgulho se fosse a minha mãe... - e, ao voltar à posição, trocou o primeiro olhar com Rony, que sorriu para o amigo, cutucando-o com o cotovelo:

- Certeza! Sua mãe já deve ter chutado a bunda do Você-Sabe-Quem uma porrada de vezes.

Málaga parou no meio do corredor e olhou os alunos.

- Bem... Vou dispensá-los... Ainda deve faltar um bom tempo para o almoço... Vão pensando se participarão do Clube dos Duelos ou não - em seguida ela se virou para a porta. - Não vamos obrigar ninguém a entrar pra turma que vai agir na hora do vamos ver, não é, Dumbledore?

Todos viraram a cabeça imediatamente. Dumbledore estava parado na porta, com os braços para trás, sorrindo por debaixo dos longos bigodes prateados e por detrás dos óculos de meia lua.

- Claro que não, professora - ele olhou os alunos. - É incrível como ninguém me notou entrar. A senhora realmente sabe como contar uma boa história.

- Ah - suspirou Málaga, apontando e girando o dedo em direção ao teto. – São só os efeitos especiais... Espero que tenha gostado...

- Adorei! - exclamou Dumbledore. - Há tempos não me prendo tanto a uma história. Podem ir, garotos.

Dumbledore deu passagem para os alunos, que saíram quando a porta se abriu. Ele ficou de lado olhando Málaga, que cruzou os braços e acenou, sorrindo, com a cabeça quando por último saíam Harry e Rony, com Hermione no meio. Dumbledore acenou para que eles parassem.

- Esperem um instante, por favor - o trio não entendeu. Dumbledore esperou os outros alunos deixarem os cinco sozinhos na sala para voltar a olhar os três garotos. Leah veio na direção deles também. - Mas o que vejo aqui? Olhe só, Leah. Dois grifinórios... E uma sonserina, juntinhos? Meu Deus, acho que estou ficando velho e caduco demais...

Dumbledore pôs a mão na testa. O trio ficou sem graça, Leah riu.

- Não, não está, Alvo... É isso mesmo.

- Ah, meu Deus! - exclamou Dumbledore, sorrindo por detrás das barbas prateadas. - Você não sabe a felicidade que estou sentindo, professora! Não vejo sonserinos e grifinórios unidos dessa maneira desde que a senhora namorou Tiago Potter!

- Dumbledore, por favor... - gemeu Leah, corando e olhando o teto. - Mão me venha com essa história de novo...

- Verdade! De uns anos pra cá as únicas vezes em que vi dois alunos dessas casas a menos de um metro um do outro eram Harry e Malfoy se atracando por causa de alguma briga! - os quatro riram. Dumbledore olhou os meninos e sorriu. - Fico feliz em saber que a nova casa da senhorita Granger não abalou a amizade de vocês.

- Não temos nada contra a Sonserina, professor - justificou Harry -, nosso problema é com o Malfoy.

- Natural e compreensível, é claro... - concordou Dumbledore, com Málaga torcendo o nariz pra ele como se não aprovasse, mas rindo em seguida. Ele sentou e fez um sinal para os demais fazerem o mesmo. - Por favor, sentem-se, ainda falta um tempo para o almoço, creio que alguns de vocês tenham alguma pergunta...

O trio se sentou. Rony foi o primeiro a fazer a pergunta.

- A senhora disse... Que foi uma Comensal... Quer dizer... Um Cavaleiro do Apocalipse?...

- Ah, sim, claro - respondeu Leah, com naturalidade. - Assim como Snape. Mas a amizade que eu tinha com os marotos e Lílian falou mais alto e acabei traindo Voldemort antes de Harry nascer. Estou marcada para a morte até hoje, sou uma pedra no sapato do Lorde das Trevas.

- Se você sabia que Rabicho era um traidor por que não avisou meus pais? - disparou Harry, com um pouco de rancor na voz. Málaga congelou no lugar e sua voz começou a falhar.

- Eu... Eu não sabia... Pedro fazia o trabalho sujo de Voldemort sem que ninguém soubesse! - em seguida a voz estremeceu e os olhos se encheram de água. - Quando descobri que ele era um traidor, corri para a casa de seus pais para avisá-los... Mas era tarde... Voldemort já havia chegado... Eu fui... A primeira, junto de Hagrid... A lhe encontrar, Harry; sozinho, no berço... Com a marca em forma de raio... - em seguida ela sacudiu a cabeça devagar, com os olhos fechados e respirou fundo, vendo um filme passar em sua cabeça. - Me lembro como se fosse ontem...


Peguei você nos braços junto com a coberta para que ficasse confortável, enquanto Hagrid, que tinha me encontrado na entrada da casa, ia vasculhar os outros cômodos, esperando por Dumbledore. Pouco tempo depois você parou de chorar. Olhei pela janela, mas nem vi sinal de Voldemort, apesar da casa inteira dar sinais de que houvera ali uma batalha entre grandes poderes bruxos. Concentrei em minha própria mente para poder me comunicar com os Aurores mais próximos. Senti a presença do Sirius e dos outros, que já estavam vindo. Quando olhei de novo pela janela, vi que alguns comensais vinham em direção à casa. Desci as escadas correndo com você nos braços, deixando Lílian e Tiago para trás. Hagrid me encontrou no meio das escadas:

-O que houve?

-Comensais... Aqui.

-Ah, não...

Quando saí já era tarde, cinco ou seis comensais nos cercavam, no jardim. Eu poderia vencê-los sem problema, mas não tinha arma alguma, nem Hagrid tinha condições de lutar. Nossa prioridade era Harry. Eu me encostei na parede da casa, enquanto Hagrid deu um passo à frente.

-Onde está Voldemort, Leah?- Rosnou Avery, ignorando Hagrid, com a besta apontada para ele.

-Eu...não sei... -Gaguejei. - Ele não está mais lá dentro, ele... matou Tiago e Lílian... Voldemort deve ter sido vencido por Lílian! Ela está morta na porta do quarto do filho... Mas o Harry está intacto... o lorde foi derrotado.

-Esse bebê... é o filho de Lílian e Tiago não é?! Voldemort deveria tê-lo matado! Entregue-nos esse bebê, Leah! Vamos!

- Fechei os olhos e apertei o bebê contra o peito para segurá-lo firmemente assim que os comensais avançaram atacando Hagrid, que estava disposto a morrer. Foi quando, do céu, uma parede de luz branca cortou o chã na velocidade de um raio, desenhando uma meia lua, como se fosse uma lâmina, e jogou os comensais de costas no chão. quando abri os olhos para espiar, alguns bruxos pousavam suavemente no chão, à minha frente, com as varinhas em punho. Eram Dumbledore, Alastor, Lupin e Figg. Alvo transbordava de fúria.

- Voldemort foi destruído por completo comensais! Afastem-se dessa casa agora e desapareçam antes que eu deixe de ser bonzinho!

Os comensais se levantaram em um pulo e ficaram fitando os aurores.

Alastor deu um passo a frente rosnado:

-Ele está falando sério, vermes malditos!

Os comensais se entreolharam, desconfiados, e desapareceram na penumbra da noite. Os aurores nos olharam, eu suspirei e dei dois passos até chegar em Dumbledore.

-Tudo bem? - ele perguntou, fazendo o olhar de calma e tranqüilidade voltar ao seu rosto.

-Creio que não... - murmurei. - Onde está Sirius?

-Foi atrás de Pedro, ele não apareceu desde que nossos grupos se dividiram e foram atrás dos comensais - em seguida ele olhou Lupin. – Lupin, vá ao encontro de Sirius, diga que precisamos dele aqui..

Lupin concordou com a cabeça e deu as costas desaparecendo em seguida.

- Vou pegar aqueles vermes comensais antes que digam Azkaban! - grunhiu Moody saindo apressado em direção os comensais que fugiram. Dumbledore pôs a mão em meu ombro e me puxou até próximo da calçada longe da casa, acenou com a cabeça pra que Hagrid dissesse o que tinha acontecido. Ele, relutante, começou a contar. Havia um ar muito pesado naquela névoa da madrugada que caminhava para a Aurora. Sentei na muretinha e observei o corte de Harry, uma queimadura em forma de raio. Figg apertava os nós dos dedos com ansiedade enquanto Dumbledore, de olhos fechados, respirava o ar da noite com o nariz erguido para o alto. Hagrid de morou um pouco para começar a contar, e disse entre soluços:

- Estão...mortos...Você sabe quem... matou... Lílian e Tiago...

Dumbledore deu alguns passos em direção ao meio gigante, que limpava o rosto peludo na manga da jaqueta velha e chorava como criança.

-Acalme-se Hagrid - disse Dumbledore, tentando consolar o amigo - eles não morreram em vão... Lilian conseguiu. ela destruiu o Lorde das trevas. Acabou...

- E o bebê?... quer dizer... Harry... ele ...

Dumbledore suspirou e deu as costas, olhando Figg e eu, que estávamos próximas da rua. Ele pensou alguns instantes. O tempo estava se esgotando. Até que respirou fundo e ergueu as sobrancelhas, como se tivesse tido uma idéia brilhante.

- Vamos para a cidade... Figg preciso que você acompanhe... - Figg concordou com a cabeça e pôs-se ao seu lado. Em seguida olhou para Hagrid e eu:

- Vocês dois... podem cuidar do resto até que eu resolva a situação?...

- Professor... -fungou Hagrid. - e quanto a Minerva?... ela vai ficar desesperada quando souber...

- Se a encontrar, Hagrid - Dumbledore olhou o chão - diga para me encontrar assim que eu resolver tudo... quem sabe amanhã à noite... - em seguida olhou o céu, que de negro se tornava púrpura.

- Quero dizer, hoje á noite... madrugada, talvez... na rua dos Alfeneiros... acho que sim... isso.

Em seguida Hagrid e eu ficamos com o bebê e os corpos de Lílian e Tiago. A notícia da vitória sobre Voldemort correu o mundo em poucas horas e de manhã vários bruxos já andavam pelas ruas, fazendo festas, comentando e comemorando. Na noite seguinte Dumbledore pediu que Hagrid levasse Harry. Só depois ficamos sabendo da decisão de deixar Harry com os Dursley. McGonagall não gostou nem um pouco da idéia e ficou o dia inteiro esperando por Dumbledore na casa dos trouxas, quando Hagrid iria levar Harry para ser entregue.



Dumbledore soltou um longo suspiro, mexeu nos óculos e se pôs de pé. Leah e o trio olharam para o professor.

- Bem, acho que isso é tudo... Eu sabia que esse dia chegaria... De qualquer forma, é bom ter escutado toda a história de você, Sra. Málaga, acho que não haveria pessoa melhor para contá-la...

Ela deu um tímido sorriso e levantou-se também, suspirado de alívio.

- Hum... Confesso que ter contado tudo isso para Harry tirou um grande peso de minhas costas.

Rony e Hermione permaneciam parados, sem dizer sequer uma palavra. Era muita coisa pra um dia só.

Harry abriu a boca, mas demorou um pouco para a voz sair.

- Então... Foi isso... O que aconteceu na noite... Em que meus pais morreram?... Quer dizer... Essa é toda a história deles? Aurores Supremos, Voldemort...

Leah e Dumbledore confirmaram calmamente com a cabeça. Ele ainda olhou o chão e voltou a perguntar:

- E... O que vocês fizeram... Com... Meus pais?... Quer dizer... Com os corpos deles?... Eles foram enterrados? Existe algum lugar onde eu possa... Vê-los? Até hoje meus tios nunca...

- Não, Harry...- cortou Dumbledore, com um pouco de arrependimento de acabar com as esperanças do garoto. - Seus pais... Assim como todos os Aurores que morrem... Eles têm seus corpos cremados durante uma cerimônia sagrada realizada pelos ex-companheiros... Bem, com seus pais não poderia ser diferente...

- Então... - suspirou Harry.

- Bem... - começou Leah, coçando o queixo e olhando as colunas do lugar. - As cinzas deles foram espalhadas em um lugar... É uma espécie de terra sagrada, onde só os Aurores Supremos pisavam... Todos os grandes bruxos têm suas cinzas espalhadas lá. É um lugar lindo, pacifico, onde ficam as homenagens, as lembranças...

- Mas é claro que esse lugar já se perdeu. - cortou Dumbledore. - Esse jardim era mágico, o acesso a ele também. Não havia um motivo para ele existir após o fim dos Aurores. Melhor deixar os que se foram descansar em paz, não?...

Harry voltou a encostar na mesa e olhou o teto. Dumbledore pigarreou e abriu os portões da sala.

- Vocês estão atrasados para o almoço... - em seguida olhou Leah e sorriu. - Aliás, nós também estamos, Leah. Vamos? Meu estômago já virou um buraco negro.

Leah sorriu e seguiu Dumbledore, com o trio atrás dos dois professores. A única palavra dita por eles foi um "até", dado por Harry e Rony quando se separaram de Hermione no Salão Principal.

Ao se sentarem, os garotos notaram uma agitação incomum nos alunos, todos olhavam davam risadinhas e comentavam sobre um quadrinho num papel branco que receberam. Ao pôr as mãos nos talheres para almoçar, Hermione viu que alguém esticava um desses em sua cara. Era Malfoy.

- Tome - resmungou Draco, olhando a garota só com a beira dos olhos, sem se dar ao trabalho de virar o rosto. - É sua ficha de horário das aulas - em seguida ele voltou a atenção ao prato e continuou a mastigar um pedaço do pernil do almoço. - Você tem quase metade dos horários vagos.

- Ah... É... Ahn... O... Obrigada... - Hermione puxou o papel das mãos do garoto e torceu o nariz, como se fosse a coisa mais estranha que ela já havia dito. Em seguida sacudiu a cabeça, afinal, dizer "obrigada" a Draco era mesmo a coisa mais estranha que ela poderia ter dito na vida. Olhou os horários e se espantou. - Ué? O que é isso aqui à tarde?

Hermione desceu o papel para o colo e olhou dos lados, como se buscasse explicação. Malfoy sorriu o habitual sorrisinho malicioso e tomou um gole da taça dourada. Mione voltou a olhar o papel e resmungar com voz incrédula:

- Exames Práticos de Quadribol?... Pra que eu vou ter que fazer isso?


*



N.A 1: Hum... tenho uma história pra contar. Os coelhos, há muito, muito tempo... sabiam voar. Ainda hoje, contamos os coelhos da mesma forma que as aves, por causa dessa época. Nos céus da antiguidade... coelhos voando pelos céus azuis, batendo aquelas grandes orelhas... Uma história assim, oculta... (Eiichiro Oda, publicado no volume 8 de One Piece)

N.A 2: Essa primeira N.A é a original da primeira publicação, além de referir-se ao meu mangá preferido, One Piece, refere-se ao shipper H/H, Harry e Hermione, meu shipper, ora bolas. Não sei em q pé está hoje, mas na minha época éramos chamados de coelhos, “família coelho”. Éramos conhecidos pela sigla H², o apelido coelho era usado mais pelos moderadores e administradores dos grandes fóruns da época. Mas fica a curiosidade.

N.A 3: Desculpem a demora! (ok, leitor velho da EdD lê isso e diz: “Vá se fuder, Massafera!” pq eu não engano mais ngm com essas desculpas, hahahahha) Minha vida andou bastante complicada nos últimos meses, além, claro, da reforma aqui na Floreios. Vamos ver se mudou alguma coisa nesse lugar. Não prometo atualização hiper veloz, mas darei meu melhor. Eu acho. XD

N.A 4: Eu leio esse capítulo e penso duas coisas: ou eu escrevia mal pra caralho, ou a EdD se desenvolve demais. Você relendo a história dos Comensais e Aurores, sabendo até onde a fic está (capítulo 88), vê a quantidade de absurda de mudanças que existe. Até mesmo forma de tratamento: aqui chamam muito a Leah pelo sobrenome Málaga, do meio da série pra frente, ninguém mais a chama assim, só chama de Leah, abandonando até o ‘senhora’, e trocando pelo impessoal você. Mas, de fato, acho que é só pq todos se tornam mais íntimos dela. Há muita diferença também na história que a Leah conta. Todos descobrem que “não era bem assim”, mas, ora essa, se fosse pra contar tudo detalhado agora, não teria assunto mais pra frente. Até o próximo capítulo!

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