A Sentença para Hermione



CAPÍTULO 5: A Sentença para Hermione (EdD 05)


Com muito custo, os três pegaram no sono. Harry teve um sono agitado. Em seu sonho, estava andando pelos corredores de Hogwarts, durante uma noite muito sombria. Parecia que havia uma névoa do lado de fora e ele, aparentemente, estava sozinho nos corredores, andando com o uniforme da Grifinória. O silêncio do lugar era algo assustador. Harry sentia um frio percorrer a espinha a cada brisa gelada que sentia pelos corredores, e seus passos ecoavam secos. De repente, sentiu uma pontada na cicatriz, muito forte. Murmurou baixinho "...Voldemort?", quando escutou uma voz chamando. Era Hermione.

- ...Hermione? - perguntou em voz alta, fazendo um eco percorrer os corredores. "Por favor... me ajude..." -... Onde você está?

Ele saiu correndo pelos corredores, chegou na porta de uma sala, de onde escutava a amiga, e, ao abri-la, Hermione caiu, como um saco de batatas, em cima dele, levando os dois pro chão. Ele depressa sentou e levantou a amiga; levou um susto ao vê-la toda machucada, suja de sangue, as roupas rasgadas por algo muito afiado. Tinha um machucado na cabeça profundo, por onde escorria sangue e manchava a capa do uniforme. Ela estava quase desmaiando - ou morrendo, ele não sabia - e não tinha forças pra mais nada. Ele deu tapinhas no rosto dela para tentar animá-la:

- Hey, Mione! O que houve! Meu Deus, você está toda machucada! Por favor, me conte! O que está havendo?

- Vol...demort... Você não viu o... Que ele fez?

- Não... Voldemort? Ele está aqui? Onde está Dumbledore, os outros?

- Ele pegou todos nós, Harry! Onde você estava? - mesmo sem forças, ela começou a chorar baixinho, com a voz quase sumindo - Precisávamos de você... Você ia nos salvar, Harry...

- Mas... Eu não... Onde está Rony?

- Ah, Harry... Por favor... Você não soube? Eles nos pegaram, Harry! Eu... Sou a única que... Ainda estou viva. – O corpo de Harry gelou.

- Voldemort... Ele MATOU todo mundo? Ele... Pegou Rony?

- ...Ele está com os dementadores... Encontraram a mim e Rony aqui, nós tentamos lutar, mas... Voldemort... Foi horrível, Harry! Rony...

- ONDE ESTÁ O RONY???!!!

- Ah, Harry... - Hermione lançou um olhar para o fundo da sala escura, Harry engoliu um seco.

Ele deixou a amiga encostada na parede e entrou. "Lumus!", ordenou. Uma fraca claridade apareceu. Viu um caminho de sangue muito vermelho em direção à parede do fundo. Caminhou até ver que o sangue vinha da parede. Ao levantar a varinha, viu a cena mais chocante e terrível de sua vida: Rony estava literalmente pregado na parede, como se estivesse crucificado. Estava, é claro, morto. Harry abriu a boca e arregalou os olhos, mas perdeu a fala. Acima dele estava escrito: "Jamais brinquem com Lorde Voldemort". Sentiu o sangue ferver, um calor maior que fogo subiu até seu último fio de cabelo. A expressão tranqüila do garoto desapareceu, dando brecha para uma carregada do mais puro ódio, e as lágrimas desse ódio misturado com dor escorriam pelo rosto de Harry:

- VOLDEMORT! – gritou, com ódio.

Harry saiu pisando duro e apressado da sala. Agachou-se ao lado de Hermione.

- Onde está Voldemort? Onde ele está?

- Eu... Não sei, Harry... Por favor... Não SE MATE. Ele matou todo mundo, Harry, você não vai conseguir...

- Eu vou acabar com Voldemort! Eu juro, Hermione! Eu vou fazer ele pagar por tudo, eu lhe prometo! - Hermione agarrou-se à barra da capa de Harry como se procurasse abrigo. Com uma mão, Harry segurava a varinha a ponto de quebrá-la, com a outra, abraçou forte a amiga e lhe deu um beijo na testa, murmurado entre os dentes, chorando de ódio - Eu vou levar você pra casa assim que destruir aquele desgraçado!

Um gargalhada maquiavélica percorreu o corredor, tornando-se mais assustadora com o eco. Hermione apertou as vestes de Harry e se encolheu, sussurrando "...é ele! ". Harry ergueu o olhar, procurando Voldemort:

- APAREÇA, VOLDEMORT!

No fim do corredor apareceu, entre uma neblina, um homem de sobretudo preto e capuz. Ele andava de cabeça baixa, as mãos para trás da roupa. Harry sentiu a cicatriz arder, mas, ao invés de um rosto de dor, intensificou as rugas de ódio. O homem mostrou um sorriso de dentes afiados, ergueu a cabeça, tirou o capuz. Era Voldemort, com olhos muito vermelhos, pupilas de cobra e rosto amarelado, cheio de rugas. Sorria maliciosamente e parou a alguns metros do casal. Deu uma risada debochada.

- Tsc, tsc. Que menina feia, ainda está viva... Não posso reclamar, você me trouxe Harry Potter. Como prêmio, acabarei com o restinho dessa sua vida asquerosa, para que você não continue agonizando e sofrendo como foi com seu amigo ruivo, certo, sangue ruim?

- Você não vai pôr as mãos nela! - berrou Harry, levantando-se, pondo Hermione de pé também. Ela se apoiou na parede, quase caindo de cara no chão, o sangue pingando. Harry andou alguns passos e encarou Voldemort de frente, a varinha em punho. - Vamos acabar logo com isso, seu maldito! Você vai me pagar por ter matado Rony e os outros...

- Ai, ai... - suspirou o Lorde das Trevas. - Que pressa, garoto. Eu não quero que ninguém nos atrapalhe, entenda. - Voldemort tirou a mão direita das costas e exibiu uma espada, de lâmina transparente como vidro, com a bainha toda trabalhada com pedras e verde, lembrando a cabeça de um dragão.

- Assim como seus amigos, você vai morrer por esta lâmina, garoto.

- Harry... A espada... - murmurou Hermione. Harry olhou para trás. - Você precisa... Usar a espada... De Gryffindor...

Harry olhou de novo para frente e, como encanto, a espada apareceu fincada no chão. Ele a tirou e a olhou, para em seguida fitar Voldemort.

- Ah... - disse Voldemort, sorrindo. - Agora sim será um duelo decente. Mas, sabe... Ainda falta... - ele passou a espada para a mão esquerda e ergueu o dedo indicador da mão direita na altura do rosto. - ...Resolver um problema pequenininho... Pendente... Sabe? Ainda tem alguém sobrando nesse lugar. Uma respiração muito chata...

Harry sentiu algo balançar seu corpo por dentro, e imediatamente olhou Hermione. Voldemort apontou o dedo para a garota. Harry gritou alguma coisa e correu para pegá-la, mas ela desapareceu como se fosse fumaça. Ele procurou a amiga e voltou a olhar Voldemort, gargalhando. O Lorde estalou os dedos, e Hermione apareceu ao seu lado. Antes que caísse sem apoio aos seus pés, Voldemort a segurou pela gola do uniforme. Mudou a espada de mão novamente, desceu Hermione até a altura da cintura e ergueu a espada, apontando para o pescoço dela. A garota olhou Harry por um instante e fechou os olhos, chorando baixinho, com medo. Voldemort respirou fundo, afirmou a espada e a desceu com toda a força. Harry sentiu o corpo gelar e estremecer com o som que a espada fez

Voldemort, com um só golpe, trespassou o pescoço da garota. Ele sorriu com um prazer inexplicável, ergueu a garota no ar e terminou de enterrar a espada no pescoço. Harry sentiu que iria vomitar, mas foi interrompido pela ação de Voldemort. Ele largou o corpo da garota no ar e deu um impulso com a espada para o chão, fazendo o cadáver escorregar pelo fio da espada e cair no chão sem fazer barulho algum, tingindo o chão de vermelho vivo.

Harry não conseguiu se mover. Voldemort ergueu a espada e passou a língua em toda a lâmina, lambendo o sangue. Sentiu a cicatriz doer como nunca, seu corpo inteiro tremia com o calor do ódio. Ele serrou os olhos para evitar chorar, mas deu um grito contido:

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOO!

Harry deu um impulso, ficando sentado. O suor quase pingava. Olhou dos lados. Estava de volta ao quarto de Hermione, e na mesma hora, ofegante, levou a mão à testa dolorida.

- ...Harry? - murmurou Rony, ao seu lado. Harry escutou um movimento do outro lado, e em seguida o abajur acendeu, Rony e Hermione olharam-no preocupados. - O que foi?

- ...Meu... D...Deus... Um... Pesadelo horrível... Minha cicatriz... Rony? Mione? - Harry olhou os amigos, ofegante, e deu um longo suspiro de alívio. Em seguida tateou o ombro de Rony, procurando algum ferimento. - Vocês... Estão bem... Fiquei com medo.

- Com... O QUÊ você sonhou, Harry? - perguntou Hermione, ainda deitada, apoiada no braço, olhando Harry.

- N... Não... Foi nada.

- Foi... Você-Sabe-Quem? - estremeceu Rony.

- Não! - cortou Harry. - Não foi com ele, mas... De qualquer forma... Foi ruim...

- Foi só um pesadelo, Harry - disse Hermione firme. - Não foi nada de ruim...

Harry ficou alguns segundos olhando Hermione sem piscar, até que sua respiração foi voltando ao normal. Ele sacudiu a cabeça. Hermione levantou.

- Eu vou pegar um pouco de água, fique deitado, espere.

Quando ela passou por Harry, ele agarrou a barra do pijama dela, quase fazendo a garota cair.

- Não! Digo... Não precisa, eu já tô legal...

- Como “está legal”? - ralhou Hermione. - Eu já volto, fique quieto e acalme-se.

- Eu vou com ela, então. - disse Rony, levantando-se. Mas Harry puxou as calças de Rony no ar, fazendo-o cair de costas na cama quase sem elas.

- FIQUEM AQUI! - gritou Harry.

Os dois se olharam.

- OK, vamos então TODOS juntos, tá, Harry? Sem nada pra te acalmar você não fica. Vemos. - ordenou Hermione, oferecendo a mão para o garoto levantar.

Harry hesitou, mas foi com eles. Os três, agora com Bichento, desceram as escadas e foram para a cozinha. Harry bebeu quase um litro d'água, de tão seca estava sua boca.

- Ah, meu Deus... - murmurou Harry, passando a mão na testa. - Que droga... Vamos voltar pra cama.

Harry olhou o relógio, eram mais de três e meia da manhã.

- Não... Quer mesmo dizer o que houve? - perguntou Rony, hesitante.

- Se não quer falar, deixe, Rony - resmungou Hermione. - Ele precisa descansar.

De volta ao quarto, os três se deitaram. Harry ainda fitou o teto durante um tempo. Hermione e Rony o olhavam. Até que Bichento chegou perto de Harry, ronronando. Esfregou-se no rosto do garoto e deitou ao lado de seu travesseiro. Rony olhou Harry, encantado com a atitude do gato. Hermione deu um sorriso.

- Ele vai cuidar de você o resto da noite, tá?

Harry sorriu também e coçou a cabeça do gato, virando-se para o lado.

- OK, vamos dormir - e fechou os olhos. Hermione apagou as luzes, e ele não sonhou com mais nada.


*



Na manhã seguinte o trio estava na cozinha tomando café, com Rony achando ótimas as "iguarias" do café trouxa, e como eles faziam tudo aquilo com objetos eclétricos. Bichento insistia em esfregar-se nos pés de Rony e Harry, tentando ganhar algum pedaço.

- Mione... - perguntou Harry - Quando você vai para Hogwarts?

Ela pousou a xícara no pires e respondeu com naturalidade.

- Daqui a uns quatro dias. Tenho de esperar a carta dizendo quando será o meu julgamento ao certo.

- Você... Está tão... Tranqüila. - resmungou Rony. - Nem parece que...

- Eu acredito que o melhor vai acontecer, - continuou - mas... Não nego que estou com um frio na barriga.

- Poderemos ir? - perguntou Harry.

- ... Não. Não dessa vez... Nem mesmo meus pais...

- JURA!? - exclamou Rony, decepcionado. - Mas então...

- Eu aviso pra vocês qual foi o resultado. – sorriu - Não se preocupem.

Harry e Rony se olharam, estranhando a tranqüilidade da amiga.

- Você não COMPROU o júri, não é, Hermione? - perguntou Harry.

- HARRY! Eu não seria capaz de fazer uma coisa DESSAS! Hogwarts jamais iria se VENDER!

- Tá bom, tá bom, foi só uma opinião...

Cinco dias depois, Hermione encontrava-se com Hagrid na plataforma de Hogwarts. Ao fundo, no lago, o castelo de Hogwarts aparecia entre umas nuvens de neblina da manhã que repousavam sobre as águas. Hermione achou melhor não dar um pio durante a viagem. Hagrid já havia lhe pedido, meio que contendo um choro, que não falasse com ele, pois estaria no julgamento.

No Salão Principal de Hogwarts, que estava MESMO parecendo um júri, estavam todos os professores e, para surpresa de Hermione, os monitores-chefe das outras casas, com exceção do monitor-chefe de Grifinória, por um motivo óbvio: o monitor-chefe ERA Hermione. Ela chegou de mansinho, olhando os lados, parou de frente aos professores, completamente sozinha. McGonagall levantou-se e pediu que se sentasse. Ao fazer isso, a professora, de pé ao centro do balcão, onde outrora ficava Dumbledore, dirigiu a palavra à garota, com um sorriso não muito aberto.

- Nervosa?

- Um pouco - respondeu a aula, sorrindo de nervoso. – Acho que é porque estou... sozinha.

- Acho que podemos começar... – em seguida olhou para os lados, respirando fundo - Senhores professores, alunos, é chegado o dia da audiência final. Não haverá uma votação, Srta. Granger - Hermione ergueu as sobrancelhas. - Mas sim, uma decisão em conjunto de todos nós. Há uma semana viemos discutindo seu caso, estamos aqui para ouvir sua versão e darmos nosso parecer, sem a interferência de ninguém de fora das paredes do castelo de Hogwarts, como você pôde perceber.

Ela fez um "sim" com a cabeça e esfregava as mãos nos joelhos. Começou a contar tudo, tudo o que aconteceu, desde sua chegada ao parque.

- ... e quando nós escutamos Gina... eu soube que minhas expectativas estavam corretas... aquele trem fantasma tinha, sim, um feitiço, que nos prendia em um labirinto mágico. Então eu e Rony voltamos correndo, e quando chegamos junto de Harry e Gina, eles já estavam encurralados pelo Comensal... – todos continuavam atentos, até ela terminar - ...e, assim que eu pus a mão na varinha de Harry no chão, e escutei o Comensal pronto para executá-lo, eu... virei o corpo, como um reflexo, e imediatamente o ataquei... e... foi isso. – ela terminou suspirando, como se sentisse aliviada.

Em seguida, Dumbledore e Leah - já no corpo docente dos professores - falaram sobre o que presenciaram. Foi quando McGonagall ergueu um pergaminho, onde estavam os depoimentos de outras testemunhas: Gina, Fred, Jorge e Rony Weasley, e Harry Potter. Hermione não deixou de mostrar a surpresa ao saber disso. Cada um havia mandado o relato em dias diferentes, sem que soubessem que os outros prestariam o depoimento escrito. Assim, assegurava-se que cada versão poderia se diferenciar da visão de cada um, mas em um ponto todas concordavam: o “Avada Kedavra” salvou Harry e matou um seguidor de Voldemort, que estava, sem sombra de dúvidas, atrás de Harry.

O tempo se arrastou durante a discussão entre os jurados, Hermione não conseguia pensar em nada. Os dois professores que estiveram no parque falaram várias vezes, e repetiram, Hermione também, e estava extremamente desgastante tudo aquilo.

Até que se encerrou a discussão, horas depois. Foi a vez de Dumbledore se levantar, com uma expressão não muito animada.

- Srta. Granger... Levamos em conta todos os depoimentos a seu favor, que foram muito convincentes. Levamos em conta as circunstâncias do fato, também muito importante nessa hora... - Hermione esticou o rosto como se tentasse ouvir mais. - Porém, a senhorita, sem ser uma bruxa formada, usou uma maldição avançada que matou um bruxo, mesmo sendo ele um Comensal da Morte. E essa maldição é a pior de todas, o “Avada Kedavra”. O fato de a senhorita vir ser julgada aqui, nas terras de Hogwarts, e ter livrado uma jovem como você de Azkaban já foi uma grande e inédita vitória, a ser comemorada pelo resto de sua vida. Mas, a nossa decisão, a nossa punição, Srta. Granger, não há como ser piedosa - Hermione apertou os dedos das mãos, Dumbledore suspirou fundo, junto com o rosto de decepção dos outros professores. - E a senhorita deverá arcar com as conseqüências de tal ato, recebendo a penalidade máxima existente em Hogwarts: Ser destituído-lhe o direito de ser uma bruxa, bem como ter todo seu progresso e aprendizado dado como encerrado, ter seus materiais, inclusive sua varinha mágica, apreendidos pelos membros da academia de Hogwarts.

Hermione sentiu seu corpo afundar no banco. Boquiaberta, fixou os olhos em Dumbledore, sentiu os olhos se encherem de água e gaguejou:

- Eu... Quer dizer... Eu... Eu estou... Eu estou expulsa... De Hogwarts?

Dumbledore abaixou os olhos, evitando sentir piedade. Ele apenas balançou a cabeça devagar, sem ânimo, confirmando.

- Não... Diga que não é verdade... Por favor, professor...

- Sinto muito... Srta. Granger.

Hermione se sentou de novo e pôs a mão na cabeça. A ficha tinha caído, ela não queria acreditar.

- Um instante, Dumbledore. – Hermione levantou a cabeça. McGonagall tinha levantado. Todos os professores a olharam. Hagrid se escondia num enorme lenço empapado de choro. Snape fez uma cara apreensiva. - Cabe a mim a decisão final da punição de Hermione... E eu quero fazer um pedido a todos os professores presentes.

McGonagall olhou para todos, que a olhavam espantados e curiosos. As lágrimas não paravam de descer do rosto de Hermione, mas ela olhava com atenção. Então, a professora disse em uma voz de quase ordem:

- Quero, neste exato momento, renunciar à direção de Hogwarts. E voltar para a Grifinória, como antes, se for possível.

- Está me dizendo, professora McGonagall...

- É tradição e lei entre os bruxos diretores que saem de Hogwarts tenham um pedido atendido assim que sai de seu cargo, não? – Dumbledore fez que sim com a cabeça, tentando imaginar o que a professora tinha na cabeça. – Então é meu último pedido como diretora de Hogwarts, que anulem a expulsão de Hermione, e que não a impeçam de se formar como bruxa.

Dumbledore estava estático. Era uma atitude completamente inesperada. Mas... eficaz. Minerva continuou:

- Isso mesmo, Alvo Dumbledore. Eu estou renunciando. Demitindo-me. - ela, sem mudar de posição, apontou em direção a Hermione, mantendo os olhos em Dumbledore - Hermione Granger é vinda de pais trouxas, como gostariam de dizer os sonserinos, é uma “sangue ruim”. Mas é esta sangue ruim que está em nossa frente que tanto fez por sua casa Grifinória e, principalmente, por Hogwarts, num todo. O senhor sabe que ela é uma bruxa tão grandiosa quanto Lílian Evans, e não é só isso. Esta menina, é, sem sombra de dúvidas, a melhor aluna de toda a história de Hogwarts. Simplesmente expulsá-la vai contra minha ética profissional e de vida. Por isso eu renuncio à diretoria de Hogwarts, evitando que ela seja expulsa dessa escola.

Dumbledore continuou a olhar McGonagall. Todos estavam em silêncio.

- Eu quero que você fique em meu lugar, professor Dumbledore. - Dumbledore soltou um "ãn?". - Volte a ser o diretor de Hogwarts em meu nome, e, se assim o senhor, como diretor permitir, deixe-me voltar à Grifinória.

Após um silêncio sepulcral, Dumbledore suspirou, e concordou, para espanto de todos. Em seguida ergueu o dedo para McGonagall.

- Aceito sua proposta, professora McGonagall. E acatarei sua decisão final, porém, a Srta. Granger não pode escapar da expulsão da Grifinória. Ela cometeu um crime sério, e não pode sair impune apenas por ser uma boa aluna.

- Pois bem, a diretoria é novamente sua, Sr. Alvo Dumbledore. - concordou McGonagall, quase soltando o sorriso. Dumbledore abaixou o dedo, também sorrindo discretamente por baixo da barba prateada. Em seguida, eles trocaram de lugar na mesa. Ele olhou à sua volta de resmungou algo como "puxa, já tinha me esquecido como é sentar na frente de todo mundo...". Os outros presentes faziam um barulho quase ensurdecedor, como se discutissem a atitude dos diretores. Em seguida Dumbledore pigarreou, McGonagall sentou e lançou uma piscada de olho para Hermione, ainda no mesmo lugar, assim que o silêncio voltou ao lugar.

- Bem, devido essa mudança de última hora, senhores professores, - começou Dumbledore, olhando os demais - creio que devemos mudar a punição de Hermione Granger. Srta. Granger... Sua expulsão de Hogwarts está anulada – a aluna quase sorriu - Porém a sua expulsão cairá sobre sua casa, Grifinória. Você não poderá se formar nela. Você está expulsa. Mas não esqueça, ainda existem três outras casas em Hogwarts. Sonserina, Corvinal, e Lufa-Lufa. Basta a direção de alguma aceitá-la, e lhe enviar um convite formal, e, se você aceitar, fará parte dela até sua formatura. Caberá a você adquirir a aprovação da casa escolhida. Espero nos encontrar daqui a aproximadamente um mês, quando as aulas se iniciarem. Com você em sua nova casa, pronta para dar tudo de si, como sempre foram os anos na Grifinória.

Dumbledore deu por encerrada a sessão. Hermione não escondia a decepção da expulsão da Grifinória, porém tentava se alegrar com a possibilidade de continuar em alguma casa, afinal, o chapéu seletor havia dado a possibilidade dela ficar na Corvinal. Um vulto se aproximou. Era Hagrid, seguido de McGonagall e Leah. Hagrid chorava muito, Leah sorria e McGonagall mostrava um tímido sorriso num olhar vermelho. Ela abraçou discretamente a ‘ex-nova’ diretora da Grifinória.

- Ah, professora... Eu não mereço isso... Muito obrigada.

- Claro que merece, Hermione. - respondeu ela, segurando o rosto da garota entre as mãos - Se você pudesse continuar na Grifinória... Ah, como você vai fazer falta para nossa casa...

- Pelo menos eu ainda posso ficar em Hogwarts, não é? Posso tentar Corvinal, ou Lufa-Lufa...

- Claro que pode. Agora vá, descanse, garota. Diga a seus pais que você conseguiu de novo. Eles vão se orgulhar.

McGonagall deu as costas e saiu, enquanto Hagrid agarrava a garota, soluçando. Hermione virou-se e viu Leah.

- Senhora... Málaga?... A senhora é nossa professora, não?

Era afirmou com a cabeça, sorrindo.

- Também. Mas ainda não decidimos. Tudo depende de Severo.

- Snape? O que tem ele? – perguntou, indignada, secando as lágrimas, abraçada a Hagrid.

- Bem... Estou aqui com duas opções, uma delas depende da decisão de Snape.

- Qual?

- Ou ele me concede o direito de lecionar Arte das Trevas em Hogwarts... Ou me dá cargo de diretora da Sonserina... Dumbledore tem seus planos pra este ano...

- Como? Você? Diretora da Sonserina?

- Eu me formei na Sonserina. Mas confesso que acabei sendo mais próxima da Grifinória, por isso fiz amizade com os pais do Harry Potter. Acho que me sentiria melhor sendo professora. Onde morava, fui durante um tempo diretora da escola de magia de lá... sabe, não é uma tarefa fácil. Mesmo porque, creio que no fim das contas, Dumbledore prefere que eu seja só professora. – em seguida suspirou, com as moas nos bolsos - Bem... Estou voltando para casa, vou passar pelo Arlong antes. Você gostaria de uma carona?

- AH, claro! Lógico! Obrigada. Hagrid... Até.

- Mione... Se cuida, garota. E de um alô para os garotos. Já estou com saudades.

Hagrid fungou e enxugou as lágrimas, vendo-a ir embora com Leah. Dumbledore se aproximou.

- Que bom que tudo acabou bem.

- Oh, professor... - Hagrid voltou a chorar no ombro de Dumbledore. - O senhor é tão bom! Tão bom! Salvou minha vida, e agora a de Hermione! Por Deus! Ela é uma boa menina! O que será de Harry e Rony sem ela?

Dumbledore ficou muito sem graça, aquele velho magro com aquele meio gigante debruçado no ombro dele, soluçando. Ele apenas deu uns tapinhas no ombro de Hagrid.

- Calma, Hagrid, tudo acabou bem... O mérito é da Minerva... Oh, vamos, Rúbeo! Pare com isso, já chega! Estamos contentes! Ninguém aqui morreu! Tem de ficar alegre...

*


N.A 1: Bem... agora Hermione está fora da grifinória. Uma das mais atrativas e repulsivas características das duas primeiras fics da Espada dos Deuses, é essa: hermione não é mais aluna da Grifinória. Ela tem de esperar receber o convite de alguma outra casa, e a casa que lhe convidar primeiro, leva ela de presente. =)

N.A 2: Com Hermione longe de Harry e Rony, acaba que a atenção via muito só para ela na nova realidae - como eu já adverti. Como eu disse a vocês, na EdD o protagonista da história sempre muda, oscilando mais entre Harry e Hermione. Muitas outras vezes a atenção passa a ser dada à Leah, que tem um papel importante na 'nova elite mágica', que eu introduzo (ui) na série. Mas tudo a seu tempo.

N.A 3: Vamos ver se atualizo no meio da semana. Espero que continuem acompanhando e gostando da série. Até lá!

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