A Primeira Vez



CAPÍTULO IV


O quarto de Draco não era nem um pouco parecido com o de Mione. Tinha vista para a baía e sua discreta elegância faria jus até à realeza.
Ouviu ele fechar a porta. Nervosa, foi até a sacada, de onde pôde distinguir as luzes de um navio no porto.
O vento soprou seus cabelos e o vestido, fazendo-a sentir-se como uma viajante prestes a se deparar com uma nova descoberta.
— Um dos navios de passageiros — comentou Draco, aproxi¬mando-se. — Bonito, não?
— Sim. Não sei muito sobre navios, mas gosto de olhar para eles.
— Eu costumava velejar.
Mione voltou-se para o estranho que em menos de vinte e quatro horas se tornaria seu marido e amante.
— É mesmo?
— Sim — Draco confirmou. — Mudei para Chicago há oito anos. Tenho um apartamento próximo a um lago e costumava velejar por lá. Fiquei bêbado uma noite e o veleiro virou comigo. Eu o deixei afundar. — Mione franziu o cenho, intrigada com a estranha situação. Draco prosseguiu: — Não sou alcoólatra. Da maneira evasiva como cito o passado, pode até pensar que eu seja. Não bebo com freqüência, mas às vezes fico com um humor péssimo. Nunca beberei perto de você. Nunca.
Parecia uma espécie de promessa e Mione acreditou nele. Apro¬ximou-se devagar, olhando-o com sinceridade.
— Também posso fazer promessas — disse. — Viveremos onde você quiser.
— Não me importarei se precisar mudar de lugar.
— Eu sei, mas seu trabalho é em Chicago, caso contrário, não moraria por lá.
-— Meu trabalho é internacional — Draco explicou. — Moro em Chicago porque tenho amigos por lá.
— Amigas, você quer dizer?
Ele apenas sorriu. Tomou as mãos dela, puxando-a para si.
— Será a primeira mulher que terei esse ano — confessou. — Isso responde à pergunta?
Mione olhou-o com espanto.
— Mas... mas você não sentiu falta...? — ela não conseguiu encontrar uma maneira mais delicada de dizer.
— Pensei que tivesse superado isso, até você aparecer. Nem consigo lembrar a última vez que me senti assim por uma mulher.
— Tem certeza de quer se casar comigo?
— Absoluta — Draco sorriu. — Quero me casar com você ama¬nhã logo cedo. Não foi uma mentira para convencê-la a ir para a cama comigo.
Mione abaixou a vista. Chegara a pensar isso.
— O que foi? — Draco questionou.
Mione brincou com os botões da camisa dele.
— Estou com medo.
— Sim, eu já imaginava --— Draco disse sem surpresa. — A minha primeira vez também foi difícil para mim. Fiquei muito nervoso — sorriu.
— Não consigo imaginá-lo nervoso.
— Foi a muito tempo atrás. Mas não esqueci. Serei cuidadoso, pode deixar. — Beijou-a de leve. — Só quero que lembre de duas coisas. A primeira é que não há regras nisso, tudo depende do que agrada as pessoas envolvidas. Manterá isso em mente?
Mione engoliu seco.
— Sim.
— A segunda é que não sou super-humano — Draco prosseguiu. — Haverá um momento a partir do qual não conseguirei mais me controlar. Felizmente, posso fazé-la alcançar esse ponto antes de chegar a ele. Porém, se isso não for possível, tentaremos com mais calma depois. Ok?
— Tudo parece tão misterioso — Mione sussurrou como se a noite tivesse ouvidos.
— Não será mais pela manhã.
Draco olhou-a de alto a baixo. O brilho do desejo renasceu nos olhos acinzentados. Mione surpreendeu-se quando ele a ergueu com os braços fortes.
Tentou relaxar um pouco, escondendo o rosto junto ao pescoço de Draco. Inspirou o delicioso perfume da colônia masculina, ado¬rando sentir-se como uma menina nos braços dele.
Draco deitou-a na cama com gentileza. Mione pensou que ele fosse despi-Ia logo, por isso permaneceu quieta, esperando alguma atitude da parte dele.
Draco sentou-se ao lado dela, um sorriso insinuando-se nos lá¬bios.
— Imagino o que deve estar esperando — disse. — Que eu arranque suas roupas e a possua sem preliminares?
Mione corou.
— Desculpe...
Ele levou o dedo aos lábios dela.
— Lembre do que aconteceu ainda a pouco, quando eu a deitei na relva e a beijei aqui... -— Percorreu os dedos pelas curvas dos seios dela. — E você gemeu baixinho, dizendo que me queria...
Mione entreabriu os lábios, recordando as incríveis sensações que Draco lhe despertara.
— Agora também será assim — ele acrescentou, beijando-a nos lábios. — Exceto que dessa vez poderemos ir até o fim. - Draco abriu os lábios de Mione com os seus, enquanto suas mãos passaram a acariciar todo o corpo dela por cima do vestido. Aos poucos, as inibições de Mione foram se desfazendo.
Minutos depois, o vestido começou a deslizar por seu corpo, enquanto os lábios de Draco seguiam a trilha que ia sendo desco¬berta. Como ela poderia protestar? Seu corpo voltara a arder de desejo. Gemeu quando Draco acariciou seus seios com a boca, excitando-a de uma maneira que ela nunca pensara ser possível.
Não demorou muito para o vestido cair no chão, juntamente com sua calcinha de renda. Conteve o fôlego ao sentir os lábios de Draco roçando seus quadris e a parte mais sensível de suas coxas. Moveu o corpo com languidez quando ele mordiscou-a de leve. Incrível como as pessoas conseguiam sobreviver a um prazer tão intenso! Pensou em meio ao enlevo de desejo.
Hermione nem tinha mais noção do que estava fazendo. Seu corpo inteiro era pura sensação e prazer... Fechou os olhos, inclinando a cabeça para trás quando os lábios de Draco deixaram uma trilha de fogo em seu ventre.
Draco se despiu com destreza, fazendo do ato uma parte tão integrante da sedução que Hermione só se deu conta de que estava com corpo nu dele junto ao seu, pouco depois.
Abriu os olhos, percorrendo a vista pelo corpo másculo antes mesmo de se dar conta do que fazia. Então já era tarde demais; ela simplesmente não conseguiu mais desviar o olhar. Draco era magnífico! O mais belo exemplo de homem que ela já vira. Sua pele era bronzeada por igual, como se estivesse acostumado a tomar sol sem nenhuma peça de roupa.
Draco começou a tocá-la de uma maneira mais íntima. Mione sobressaltou-se, mas os lábios que cobriram os seus eram tão carinhosos que ela não teve forças para resistir. Rendeu-se de¬vagar, sucumbindo às carícias que Draco lhe fazia com as mãos e a boca ao mesmo tempo.
Em segundos, tornou-se trêmula, implorando por ele. Draco sen¬tou, encostando-se ao espaldar da cama, os olhos cinza quase negros de desejo. Levantou Mione e guiou-a até ele, mantendo o autocontrole com visível dificuldade.
Mione sobressaltou-se com o contato, levando as mãos ao om¬bros de Draco, sem desviar os olhos dos dele.
— Ficará por cima — anunciou ele com voz rouca. — Assim poderá controlar a dor.
Mione fez menção de protestar, mas notou que Draco já não estava conseguindo se controlar muito. Deixando o medo de lado, fechou os olhos e mordeu o lábio, movendo-se para baixo. Conteve a respiração e tentou novamente.
— Ajude-me, Draco — pediu, guiando as mãos dele até seus quadris. — Por favor... oh!
— Doeu muito? Desculpe, meu anjo...
Draco contraiu os dedos quando seu corpo começou a lutar contra sua mente. O desejo estava quase fazendo-o explodir. Segurou-a com firmeza, estremecendo.
— Mione...
Ela abriu os olhos. A visão do rosto enevoado de desejo a fez esquecer a dor. Continuou olhando-o, fascinada. Draco também abriu os olhos, encontrando os dela. Então seu corpo pareceu do¬minar a mente. Sua expressão mudou, assim como a respiração.
Ele intensificou o ritmo dos movimentos até arquear o corpo, contorcendo o rosto num espasmo de prazer. Mione corou violen¬tamente, dando-se conta do que estava presenciando.
Draco manteve-se imóvel por um momento. Seus olhos abriram devagar, voltando a fitá-la, ainda parecia trêmulo, com a respi¬ração alterada. Com as mãos, começou a acariciar os quadris de Mione.
— Pensei que você estivesse morrendo — ela murmurou.
— Senti como se estivesse — Draco respondeu com voz trêmula. Seus olhos procuraram os dela. — Estava me observando. Ficou espantada?
— Sim — ela admitiu, sem desviar o olhar.
— Doeu?
— Sim. Até eu começar a olhar para você.
Draco abraçou-a com carinho, encostando o rosto delicado junto ao seu peito.
— Acho que foi isso que me fez perder o controle — disse a ela. — Vi que estava me observando e não consegui mais me controlar.
— Parecia que estava prestes a morrer.
— Pode imaginar um prazer tão intenso? — Draco provocou-a. — Quando eu descansar um pouco, quero ver isso acontecer com você.
— Comigo?
— Sim. Precisava apenas de mais alguns segundos do que¬¬ pude agüentar. A segunda vez — acrescentou, afastando-a devagar —, sempre demora mais para um homem.
Mione fitou-o nos olhos.
— Agora é meu amante.
Draco sorriu de leve.
— Sim, sou seu amante.
Ainda segurando-a pelos quadris, puxou-a mais para perto. Beijou-a com paixão, reacendendo seu próprio desejo e o de Mione. Algum tempo depois, ao senti-la novamente lânguida em seus braços, sorriu para ela.
— Sim, você sabe o que vai acontecer agora, não é? — mur¬murou.
Deitou sobre ela com cuidado.
— Agora é a sua vez, meu anjo.
Mione apenas observou como que hipnotizada. Dessa vez as sensações foram totalmente novas provocando-lhe gemidos e de¬liciosos tremores pelo corpo.
— Shh... — Draco sorriu quando o olhar de Mione tornou-se enevoado de prazer. — Sim, irá sentir também dessa vez...
Seguindo o instinto da paixão, Mione começou a mover o corpo ao ritmo do de Draco. Aos poucos, os movimentos foram se inten¬sificando até todo seu corpo explodir em êxtase, corno que dividido em milhares de pontos de luz. Então veio o repouso, a languidez... Quando voltou a abrir os olhos estava exausta. Draco sorria, olhando-a com um misto de encantamento e satisfação.
— É sempre assim com os homens? — perguntou, curiosa.
Ele fez que não.
— Nunca foi assim comigo quando estive com outras pessoas. A segunda vez foi ainda mais intensa. Quase gritei.
Lágrimas surgiram nos olhos de Mione.
— Obrigada.
— Oh, Deus, nunca mais diga isso — Draco pediu voltando a beijá-la.
Abraçou-a com ternura, antes de tocar o rosto delicado com a ponta dos dedos. Roçou os lábios sobre a pele macia, aquecendo o corpo de Mione com os movimentos carinhosos de suas mãos e fazendo-a estremecer em seus braços.
Encantada com o prazer daquele contato íntimo, Mione se deixou ficar ali durante um tempo que pareceu infinito e maravilhoso ao mesmo tempo.
— Você também quase gritou — Draco sussurrou-lhe ao ouvido, pouco depois. — Tive que cobrir sua boca com a minha para que ninguém ouvisse.
— Nem nos meus sonhos era assim — Mione confessou.
— Fico feliz que tenha sido comigo — Draco beijou-a. — Ob¬rigado por me esperar.
Ela sorriu com um brilho de felicidade dançando no olhar.
— Estou feliz por haver esperado.
— Droga, não usei nada! — Draco lembrou - Quer ver um médico amanhã ou prefere que eu tome precauções até voltarmos para os Estados Unidos? Com uma mulher eu posso lidar, mas com um bebê ainda não.
— Então pode ser...? -— Mione hesitou. — Prefiro ir ao meu próprio médico.
— Ok.
Beijou-a mais uma vez.
— Você quer ter filhos no futuro? — Mione inquiriu com cautela.
Draco afastou os cabelos do rosto dela.
— Talvez algum dia — respondeu, evasivo.
— Daqui a muito ou pouco tempo? — Ela persistiu.
— Digamos que me acostumar com uma esposa já será suficiente por enquanto. — Olhou-a de alto a baixo. — Tem um corpo lindo, sabia?
— Você também.
Draco beijou-a de leve.
— Acho melhor dormirmos um pouco — sugeriu. — Infeliz¬mente só poderemos voltar a nos amar quando eu for à cidade. A menos... Há outras maneiras, se você quiser...
Mione sentiu o rosto em chamas e achou melhor mudar de assunto:
— Onde iremos nos casar?
— Em uma pequena capela nessa mesma rua. — Ele riu. — Eles abrem às dez da manhã. A essa altura, já estaremos à porta, esperando.
— Não está arrependido? — Mione questionou quando ele se dirigia ao banheiro.
Draco virou-se para ela. O corpo exposto ao olhar de Mione e um sorriso dançando nos lábios. Balançou a cabeça que não.
— E você, está?
Ela também fez que não. Draco ampliou o sorriso, encaminhan¬do-se para o banheiro. Minutos depois, continuaram nus um nos braços do outro, em meio à penumbra do quarto e aos ruídos distantes da cidade.
— Pode vestir uma das minhas camisas, se quiser — Draco ofereceu.
— Prefiro dormir assim se não se importa — Mione murmurou.
— Também prefiro assim. — Puxou-a mais para si. — Ficarei morrendo de vontade de amá-la uma terceira vez, mas e melhor dormirmos. Boa noite, lieveling.
— Boa noite, Draco.
Mione aninhou-se junto dele, exalando um profundo suspiro. Adormeceu quase em seguida.

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