Um Pedido Inesperado



N/A: Capítulo antecipado em homanem a minha grande amiga Marla, que vai morar fora. AMIGA... TE AMO³³³!


CAPÍTULO III


Mione ficou satisfeita por haver passado em uma butique antes de se preparar para o jantar. Comprara um vestido branco em estilo mexicano. O modelo simples, mas elegante, deixou-a com um ar misterioso. A leve maquiagem unida ao novo corte de cabelo atribuiu-lhe um aspecto delicado, feminino. Sorriu para sua imagem ao espelho, aprovando o visual. Já não estava se achando gorda e feia como antes. Os óculos deixavam-na com um ar intelectual, mas esse detalhe não era negativo. Com os devidos cuidados, tornara-se uma mulher até interessante.
Pegou a bolsa e desceu para o térreo, onde se encontraria com Draco. Ele trajava camisa e calça brancas e um blazer azul. Ficou de pé assim que a viu, deixando o jornal sobre a mesa da recepção.
— Linda — elogiou-a, segurando seu braço. — O que prefere? Comida mexicana, chinesa, italiana ou um bom bife?
— Prefiro o bife — Mione sorriu.
— Eu também.
Draco guiou-a através do restaurante familiar do hotel até che¬garem a uma outra área mais privativa. Garçons vestidos com roupas e luvas brancas circulavam de um lado para outro. Mione lançou um olhar apreensivo para Draco.
— O que foi? — ele indagou, conduzindo-a peio caminho indicado pela elegante mulher que carregava os menus.
— Esse lugar deve ser muito caro — comentou, preocupada.
Draco sorriu com prazer.
— Importa-se de lavar pratos depois? Mione também sorriu.
— Não se você os secar — respondeu.
Draco passou o braço pela cintura dela, puxando-a para si.
— É uma boa garota.
— Do tipo que sua mãe o avisou para manter distância. Por¬tanto, tenha cuidado.
Draco olhou-a um instante.
— Não. Minha mãe gostaria de você. Ela também era espiri¬tuosa.
Mione sorriu com timidez, ciente dos olhares de inveja que os seguiam ao longo do salão. Draco era bonito demais, pensou, olhan¬do-o de soslaio. Atlético, elegante e com um rosto de escultura grega. Um homem perfeito em todos os sentidos. Com certeza, qualquer artista adoraria tê-lo como modelo.
Ocuparam uma mesa próxima à janela. Draco franziu o cenho ao puxar a cadeira para ela.
— Em que está pensando com tanta seriedade? — indagou, sentando-se diante dela.
— Que você deixaria qualquer artista impressionado — Mione respondeu. — É muito elegante.
Ele respirou fundo. Um leve sorriso surgiu em seus lábios.
— Desse jeito vai encher demais meu ego, senhorita — brincou.
— Não se olha no espelho de vez em quando? — Mione inquiriu. — Eu tento evitar, mas não consigo parar de admirá-lo.
— Engraçado, sinto o mesmo com relação a você.
Mione desviou a vista, embaraçada com o olhar intenso que recebeu. Após os pedidos, Draco acendeu um cigarro.
— Espero que não se incomode. Esse é um vício que não pretendo deixar. Se bem que fumar é a coisa menos perigosa que pratico.
— O que você faz? — Mione indagou, curiosa.
Draco pensou um momento, imaginando o que Hermione respon¬deria se ele contasse a verdade. Provavelmente sairia do restau¬rante e de sua vida nesse mesmo instante. A idéia não o agradou.
— Pertenço ao exército — respondeu, por fim. — De certa forma.
— Oh. Em regime ativo? — Mione persistiu, apesar da relutância de Draco.
— Não. No momento estou inativo.
— E o que você faz é perigoso?
— Sim.
— Humm... quem sabe não estou diante de um agente secreto? — Mione brincou.
— Sou alto demais para isso — Draco explicou. — Agentes não podem ser altos para que possam sé esconder em matagais se for preciso.
Mione demorou um instante para se dar conta de que Draco estava brincando. Riu com divertimento.
— Você também sorri com o olhar — ele observou. — É sempre tão alegre?
— A maior parte do tempo. — Empurrou os óculos quando eles deslizaram um pouco por seu nariz. — Já tive dias difíceis, como todo mundo, mas tento esquecê-los sempre que possível.
— Deveria usar lentes de contato — Draco sugeriu.
Mione balançou a cabeça.
— Não tenho paciência para lidar com elas. Prefiro os óculos.
— Devem atrapalhar quando você beija um homem.
Mione sorriu, embaraçada com a sinceridade de Draco.
— Nunca tive motivo para me preocupar com isso.
— Teria sido diferente se eu a tivesse conhecido antes.
Mione conteve a respiração ao ler a promessa nos olhos dele.
— Pânico contido — Draco asseverou, observando a expressão no rosto dela. — Não pensei que eu fosse tão assustador.
— Não nesse sentido — ela o corrigiu, abaixando a vista.
— Hermione.
Draco fazia seu nome soar como uma oração. Ela voltou a olhá-lo.
— Seduzi-Ia não está nos meus planos — ele disse. — Mas se algo acontecesse, eu me casaria com você. Isso é uma promessa e eu nunca as faço em vão.
Mione estremeceu.
— Seria um preço muito alto a pagar por um erro.
Draco arqueou as sobrancelhas.
— Você acha? Há muitos anos não penso em casamento. -- ¬Encostou-se na cadeira para observá-la melhor, mantendo o ci¬garro aceso entre os dedos. — Imagino como seria ter sempre alguém para quem voltar...
Que maneira estranha de falar sobre o assunto, pensou Mione. Lembrou de não se deixar envolver muito pela conversa. Afinal, eles continuavam sendo apenas dois estranhos de férias no Mé¬xico, sem intenção de um relacionamento mais sério.
O garçom trouxe os pedidos. Conversaram sobre amenidades durante o restante do jantar. Draco era muito bem informado sobre conflitos internacionais. Mione deduziu que ele deveria ler muitas publicações militares. O assunto conduziu ao tipo de armas que eles costumavam usar e Draco também demonstrou muito conhe¬cimento a esse respeito.
— Na verdade — disse ele —, conheço mais sobre facas do que armas de fogo, embora use os dois.
Tirou uma faca do bolso interno do blazer e colocou-a sobre a mesa. Mione olhou o objeto com espanto. Tinha o cabo esculpido em marfim e uma lâmina de formato estranho, quase sinistro.
— Onde encontrou isso? — perguntou a ele.
— Eu mesmo a fiz — Draco respondeu, guardando-a novamente.
— Fez?
— Sim. — Sorriu diante do espanto de Mione. — De onde acha que as facas vêm? Alguém precisa fazê-las.
— Sim, claro, mas não pensei... Ela tem um formato bem inusitado — acrescentou.
— Não a carrego como enfeite — Draco salientou. — Aceita alguma sobremesa?
— Não, obrigada. Ainda bem que não gosto muito de doces, eles engordam demais.
Ele sorriu.
— Eu também não. Vamos caminhar um pouco pela praia.
— Ótima idéia!
Mione esperou enquanto ele pagava a conta. Depois o seguiu até o lado de fora.
A noite estava quente, mas a leve brisa tornava o ar agradável. Tirou as sandálias, molhando os pés na água. Draco a olhava de uma certa distância, mantendo as mãos nos bolsos e um sorriso no rosto. As luzes do hotel refletiam-se sobre seus cabelos loiros, deixando-os mais claros.
— Quantos anos disse que tinha? — perguntou quando Mione se aproximou, correndo com as sandálias na mão.
— Uns dez — Mione riu.
— Você faz com que eu me sinta velho.
Tocou o rosto e os lábios dela. Havia algumas pessoas cami¬nhando pela praia, mas se encontravam a uma boa distância.
— Quantos anos você tem? — Mione perguntou.
— Trinta e quatro. — Tirou as sandálias da mão dela e dei¬xou-as sobre a areia, levando-a para um local mais reservado, em meio à penumbra. — Você me excita -— afirmou com voz rouca. Segurou o rosto dela entre as mãos, puxando-a mais para perto. — Sabe como o corpo de um homem reage quando ele está excitado?
Mione sentiu o rosto em chamas. Draco desceu as mãos até seus quadris e puxou-a para si, ofegante. Ela conteve a respiração, fascinada com as mudanças que estava provocando no corpo de Draco.
— Nenhum protesto? — ele sussurrou-lhe ao ouvido.
— Estou... curiosa — Mione respondeu. — Como já percebeu, sei muito pouco a respeito dessas coisas.
— Não assustei você?
— Não, agora não.
Mione sentiu os lábios dele se curvarem num sorriso junto à sua têmpora. Draco levou as mãos às nádegas firmes, pressionando mais o quadril contra o dela.
As pernas de Mione estremeceram. Experimentou novas sensa¬ções em seu próprio corpo. Apoiou as mãos na cintura de Draco, incerta se suas pernas suportariam o peso de seu desejo por muito mais tempo.
-— Quero ficar sozinho com você — Draco afirmou com a res¬piração alterada. — Mas, no momento, essa é a coisa mais perigosa que poderíamos fazer.
— Você me quer — Mione murmurou, experimentando uma deliciosa sensação de triunfo.
— Sim.
Mione fechou os olhos ao sentir as mãos de Draco acariciando seus seios sobre o tecido do vestido.
— Você também me quer, não é? — ele sussurrou-lhe ao ouvido.
As sensações que os polegares de Draco estavam provocando tiraram o raciocínio de Mione. Tudo que ela conseguiu emitir foi um leve gemido.
— Ainda bem que não há ninguém por perto — disse Draco. — Não se assuste com o que vou fazer, meu anjo.
Mione sentiu o vestido deslizando por seus ombros. O lento ritual acendeu ainda mais seu desejo. Aos poucos, foi sentindo a brisa soprar seu colo, os seios, a barriga... Com um leve so¬bressalto, deu-se conta de que ficara nua da cintura para cima. Gemeu quando as mãos de Draco tocaram seus seios, acariciando os bicos enrijecidos com as palmas. Ele também estremeceu, sa¬bendo instintivamente que Mione nunca deixara que outro homem a tocasse assim.
— Gostaria de poder ver seus olhos — disse a ela. Levantou a cabeça, observando o rosto encoberto pelas sombras. Deslizou os dedos pela face e o pescoço de Mione. — Tem uma pele tão macia... — Desceu as mãos para os braços dela. — Posso senti-Ia estremecer e isso me deixa louco, sabia? E aquele leve gemido que emitiu quando abaixei seu vestido... — Acariciou os ombros dela. — Ah, minha doce virgem...
Mione ficou na ponta dos pés, enlaçando os braços em torno do pescoço dele, tocando-lhe os cabelos macios da nuca. Gemeu novamente quando os polegares de Draco circularam seus mamilos ardentes de desejo.
— Quero tocá-la com a boca, Mione — ele sussurrou, deslizando as mãos pelas costas dela. — Tudo isso é parte natural do ritual de se fazer amor, portanto não se assuste se sentir meus dentes tocando-a, está bem?
— Draco, as pessoas...
— Só havia um casal de idosos na praia. Já devem ter entrado a essa altura. Ah, Mione, como eu te quero...
Ela arqueou o corpo de encontro ao dele, concentrada apenas nas sensações que Draco tinha o poder de lhe despertar. No dia seguinte ela pensaria em tudo com mais calma. Agora só lhe interessava ter Draco assim, junto de si, e sentir, sentir... Encolheu-se ao sentir os dentes dele roçarem seu ombro.
— Draco! — gemeu, entrelaçando os dedos nos cabelos dele.
— Tudo bem — ele tranqüilizou-a. — Não vou machucá-la por nada desse mundo. Agora relaxe, meu anjo. Assim...
Draco levou-a mais adiante, até uma parte do jardim do hotel coberta por um gramado. Deitou-a com cuidado, sobre a relva. Mione olhou para as estrelas, sentindo-se tão brilhante quanto qual¬quer uma delas nesse momento.
Voltou a fechar os olhos quando os lábios e a língua de Draco passaram a explorar seu corpo daquela maneira inebriante. No momento em que seus lábios se reencontraram, Mione já ardia de desejo por ele.
Num impulso, puxou-o para si, beijando-o com uma paixão incontrolável. Draco sorriu com os lábios ainda colados aos dela. Mione já era sua.
— O que você quer?
Mione levou as mãos os botões da camisa dele.
— Quer me sentir?
— Sim — ela confirmou.
— Abra os botões.
Mione adorou sentir o peso dele sobre si, mirando as estrelas acima deles. Tocou a pele de Draco com mãos tímidas. Nunca tocara um homem antes, mas estava sendo maravilhoso sentir o calor que emanava do corpo de Draco.
— Mexa as mãos — ele pediu.
Quando Mione obedeceu, Draco encostou o peito sobre os seios dela, sobressaltando-a com a força do desejo que o gesto despertou em seu corpo.
— Está gostando? -- Draco sorriu para ela.
— Nunca pensei... — a voz de Mione saiu trêmula, como todo seu corpo. — Oh, eu quero você, Draco. Eu quero você...
— Eu também te quero, minha linda — beijou-a de leve. — ¬Mas não posso considerá-la uma aventura passageira. Minha cons¬ciência me cobraria depois.
Lágrimas rolaram pelo rosto de Mione. Draco beijou-a mais urna vez, antes de enxugá-las com a ponta dos dedos. Só então Mione se deu conta de que estava sem óculos há algum tempo.
— Meus óculos!
— Acima de sua cabeça — Draco sorriu.
Sentou devagar, erguendo as mãos dela até tocá-los. Uma fresta de luz vinda do hotel ofereceu a ele uma maravilhosa viso dos seios eretos.
— Você é mesmo especial, Srta. Granger. — sorriu com carinho.
Inclinando a cabeça, tocou os mamilos com os lábios. Mione estremeceu, contendo a respiração. Abaixou avista para os cabelos loiros de Draco.
— Eu... nós deveríamos... isto é... — balbuciou.
Draco levantou a cabeça.
— Que tal nos casarmos pela manhã?
— C-casar?!
Ele assentiu.
— Sim, casar.
Ajudou-a a sentar com visível relutância. Os óculos de Mione caíram com o movimento, mas ela os recuperou e colocou-os de volta no rosto.
— Mas...
Draco acariciou um dos seios perfeitos, sentindo-o excitar-se novamente sob seu toque.
— Isso não vai passar — disse a ela. — Amanhã estaremos ardendo tanto de desejo um pelo outro que nada conseguirá nos manter separados. Nunca senti nada tão tempestuoso desde minha adolescência. E tenho certeza de que você está experimentando isso pela primeira vez.
— Sim, eu sei, mas ainda somos estranhos, Draco-— Mione con¬testou.
— Não seremos por muito tempo — ele replicou. — Meu Deus, eu te quero demais— — Passou a mão pelos cabelos. — Se não casar comigo, sairei desse maldito hotel ainda essa noite e pegarei o primeiro vôo para longe de Veracruz. Não consigo suportar a idéia de ficar perto de você sem tê-la para mim. Todavia, não a terei sem primeiro me casar com você.
— Mas...
— Sou um partido tão ruim assim? — Draco indagou. — Meus Deus, já recebi propostas de casamento de tantas mulheres! Sei que não sou feio, gosto de cachorros, gatos, e pago minhas contas em dia. Tenho ótima saúde, amigos... Por que diabos não quer se casar comigo?
— Draco, isso é só desejo...
— Pare de tentar ser lógica! — ele protestou. — Não posso ser lógico ardendo de desejo desse jeito. Eu te quero, Mione. E sei que você também me deseja. Então, pelo amor de Deus, vamos resolver isso de uma vez!
— Pe-pediremos o divórcio se... depois nós... se você...
— Estou ficando velho. — Draco ficou de pé, ajudando-a a ficar também. — Viajo muito; terá de se acostumar com isso. Entretanto, até hoje nunca tive um relacionamento estável. Gosto de você e de sua companhia. Além disso, acho que nos incendiaremos na cama. E mais do que muitos casais têm no início de um casamento. Pelo menos não somos crianças para acreditar em contos-de-fada com finais do tipo "...e viveram felizes para sempre".
— E se você se apaixonar por outra pessoa depois? — Mione inquiriu com cautela, encarando a possibilidade de ver seu sonho desfeito.
— Nunca mais vou me apaixonar novamente — Draco respondeu no mesmo tom cauteloso. — Mas se isso acontecer, darei a sua liberdade. — Segurou as mãos dela. — Sim ou não? Não vou perguntar de novo.
— Sim — Mione respondeu sem hesitação.
Gina iria no mínimo desmaiar, pensou consigo. Ninguém acreditaria quando ela voltasse casada com esse gato. Todas as perguntas que ela pretendia fazer fugiram de sua mente de repente. Draco beijou-a com irresistível ternura.
— Meu nome completo é Draco Eduard Malfoy. Nasci na Holanda, em um lugar chamado Utrecht. Morei lá até a adoles¬cência, depois entrei para o exército. O resto você já sabe, um pouco. Algum dia lhe contarei a história toda. Quando eu achar que chegou o momento.
— Parece muito misterioso.
Draco passou o braço pelos ombros dela.
— Esse assunto não tem nada a ver conosco por enquanto — justificou. Segurou-a com mais firmeza. — Quer continuar virgem até amanhã de manhã?
Mione abriu os lábios com a intenção de responder que sim. Porém não conseguiu. As palavras morreram em sua garganta. Pensou na longa noite que teria pela frente e no quanto seu corpo cobraria sua decisão.
— Eu te quero tanto... — confessou.
— Não mais do que eu te quero -— Draco respondeu. Chegaram ao saguão do hotel. Draco parou, virando-a de frente para ele. Segurou o rosto de Mione entre as mãos, fitando-a com olhar intenso.
— Fui criado segundo a religião católica — disse a ela. — E nela, o que vou fazer essa noite é pecado. Talvez também seja de acordo com a sua religião. Porém, aos olhos de Deus, tomo-a como minha esposa aqui e agora. E amanhã, aos olhos dos homens, legalizaremos tudo.
As palavras fizeram lágrimas brotar nos olhos de Mione.
— E eu o tomo por marido de agora em diante — completou.
Draco beijou-a na testa, selando o compromisso.
— Em holandês, chamamos uma mulher casada de Mevrouw — sussurrou.
— Mevrocew — Mione repetiu.
— E querida — ele acrescentou sorrindo —, é lieveling.
— Lieveling — ela repetiu, também sorrindo¬
— Vamos subir, Lieveling. À noite nos espera.

~*~

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