Rony Weasley e Hermione Grange

Rony Weasley e Hermione Grange



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Capítulo 5 – Rony Weasley e Hermione Granger, por favor apresentem-se!


 


Um grande e desconfortável silêncio se instalou na cabine. Alexa olhava encorajadoramente para Cassandra e Draco olhava confuso, parecia que travava uma intensa batalha em sua cabeça. Questões essenciais, como para onde olhar, o que dizer, em quem bater...   


- Como assim você é da Grifinória? – ele disse por fim desviando os olhos da saia dela.


-Bom, eu não sei, eu só sei que sou. – eles deram um solavanco, Cassandra caiu sentada. O trem havia parado.


- Qual é o problema dela ser da Grifinória? Eu sou da Corvinal e você não pareceu se importar muito outra hora! – disse Alexa com as mãos nos quadris


- Alexa! – disse Blaise


- Admita você está mais distraído com as minhas pernas do que com a casa à qual eu pertenço! – disse Cassandra se levantando


- O que? – disse Draco corando até a raiz dos cabelos loiros.


Cassandra sorriu com a reação de Draco. Ela pegou sua varinha jogada sobre o banco e a escondeu dentro da bota, não havia outro lugar onde colocá-la, então a bota era realmente a melhor opção. Ela se esticou toda para pegar suas malas, sua saia subiu alguns centímetros. Ela colocou as malas no chão com pouca delicadeza, estavam realmente pesadas. Ela foi até a porta, Draco estava plantado lá, sem saber o que fazer.


Ela apontou a varinha para a mala de rodinhas e murmurou um feitiço, ela começou a se mover sozinha. Cassandra passou pela porta carregando uma das malas e a gaiola de Merlin. A garota acenou para Alexa, que retribuiu.


Cassandra caminhou por um metro, esbarrando em alguns alunos, antes de ser detida. Ela se virou e encarou Draco, sem jeito, segurando o seu pulso. Ele parecia meio desconfortável. Cassandra sorriu para ele.


- Você não é dá Sonserina, mas – ele pigarreou – você é...? Digo, sua família...


- Sou...?


- Você sabe...  puro sangue!


- Oh, bem, eu...


- Não? – ele disse soltando o braço dela, como se tivesse tomado um choque. Ela sorriu um pouco confusa


- Eu venho de uma família bem bruxa, se é essa sua dúvida


- Sem trouxas ou abortos?


- Como assim? Por que esse interrogatório?


- Só me diz, sim ou não?


- Não, nem trouxas nem abortos, por quê?


- Apenas curiosidade


Ela soltou uma risadinha


- Você faz umas perguntas muito estranhas, não quer saber o número dos meus documentos também?


Ele riu e tirou a mala da mão dela, apoiando a gaiola do gato sobre aquela.


- Você precisa de um monitor para te levar até o castelo. – disse passando o braço em torno dela e a prendendo contra a parede.


- Você não é da minha casa – disse chegando perigosamente perto dele


- Eu sei disso– disse ele se aproximando também.


-Bem, é melhor eu procurar um da minha casa não? – disse a garota se soltando com uma complexa pirueta por baixo do braço dele – Au revoir – Ela acenou para ele desajeitada, tentando segurar suas malas. Ele sorriu confiante, como se olhando para algum tipo de desafio.


Cassandra puxou suas malas para o final do trem onde algumas pessoas deixavam suas bagagens maiores, provavelmente para serem transportadas para o castelo, ela resolveu deixar as suas lá.


Na volta ela encarava cada estudante na esperança de encontrar Harry. Alguns a encaravam de volta, assustados. Afinal, dar de cara com uma maluca ‘encarante’ no seu primeiro dia de aula não é a coisa mais comum do mundo. 


Ao chegar ao inicio do trem várias pessoas se aglomeravam, um homem muito pequeno que segurava uma lanterna juntava os alunos menores. Cassandra avistou Harry entre algumas pessoas. Três meninas, uma loira, uma morena e uma ruiva, e dois garotos, um ruivo e um moreno.


Cassandra sorriu e começou a andar na direção deles, esbarrando o tempo todo em algum ou outro aluno apressado que corria para abraçar os amigos.


- Alunos do primeiro ano aqui, por favor! Primeiro ano da Grifinória aqui! – dizia a garota com o cabelo cacheado e armado.


- Assim não vai adiantar Hermione! Tenta assim. Ei! Você aí, o pequenininho, você mesmo com o uniforme de Hogwarts...


Um garotinho loiro apontou para si mesmo e olhou confuso. Cassandra riu.


- Todos eles estão com o uniforme de Hogwarts Ronald!


- E nenhum deles está com o uniforme de Grifinória porque eles ainda não foram selecionados Hermione! A gente não precisa fazer nada ainda!


- Ronald! Nós somos monitores, nós temos que fazer alguma coisa! Não é Harry?


- Eu não tenho nada a ver com isso, isso é briga de monitores.


Cassandra conseguiu vencer a multidão e se aproximar do grupo. A menina loira encarava o vazio, sonhadora, com um sorriso aéreo, a ruiva segurava a ponta do cabelo perto do rosto e separava as pontas. O moreno mexia em uma espécie de cacto.     


- Olá Harry! – disse Cassandra sorrindo, parando em frente ao garoto.


- Cassandra! Oi! Eu achei que você tivesse desistido de Hogwarts, por que eu te procurei, e bem – a menina morena de cabelo armado pigarreou – oh, sim. Cassandra, esses são Hermione – ela sorriu simpaticamente – Rony – o ruivo acenou meio desajeitado – Neville – o moreno levantou os olhos do cacto e meneou com a cabeça – Gina – a ruiva sorriu e largou o cabelo – e Luna – a loira a encarou, sonhadora, e sorriu abertamente – Cassandra é minha vizinha. Acabou de se mudar, não é?- ela confirmou com a cabeça  


- Oi! – disse Cassandra apertando a mão de todos – é um prazer!  - ela sorriu e apontou para Hermione - Foi você a garota que foi com o Victor ao baile de inverno? – Ela e Rony coraram


- Sim – disse Hermione sorrindo timidamente – você o conhece?


- Oh sim, ele é um amor. Nós nos conhecemos no torneio tribruxo no ano passado


- Você não estudava em Hogwarts no ano passado, estudava? – perguntou Hermione


- Não, não. Em Beauxbatons.


- Você é francesa, então? – perguntou Rony. Cassandra negou com a cabeça


- Inglesa, na verdade. Eu nasci aqui, mas me mudei pra França há algum tempo! –


- Eu sei quem é você! Você é a garota que inventou o versinho que as francesas cantavam para torcer para Fleur, não foi? – perguntou Gina


- Sim, fui eu mesma– disse Cassandra interessada – Mas, como você sabe?


- Porque ela não falou de outra coisa por muito tempo. Como o “Verrsinhe” dela era “Marravilhose”  – Gina fez uma imitação afetada de Fleur, vendo o olhar confuso de Cassandra ela continuou – ela e o meu irmão estão noivos, então ela está meio que morando lá em casa por enquanto, sabe, até o casamento.


- Oh – Cassandra deu um risinho afetado – então você é irmã do famoso Gui Weasley?


- Você conhece o meu irmão? – perguntaram Gina e Rony juntos. Cassandra olhava de um para o outro.


- Bem, não ao vivo, mas a Fleur sempre me escreve, e fala muito bem dele. Sabe, como ele “ces’t magnifique”    


As meninas riram e os meninos se entreolharam


- Vocês são irmãos do Fred Weasley também? – Cassandra perguntou mordendo o lábio – ele tem um irmão gêmeo, Jorge.


- Você também os conhece? – Rony perguntou surpreso


Cassandra sorriu um pouco sem jeito e corou disfarçadamente


- E como conheço – ela brincava distraidamente com a ponta do cabelo – digo o Fred. Com Jorge, bem, nós só conversamos algumas vezes, mas o Fred e eu fomos ao baile juntos, e, er


- Então você é a misteriosa correspondente do Fred? – Gina perguntou entre risinhos


- Eu acho que sim


- Bem vinda à família – disse Gina disfarçadamente


- Oh não – Cassandra corou violentamente – eu e ele somos apenas amigos agora, só amigos!


 Gina e Hermione deram umas risadinhas de descrédito. Cassandra começou a brincar com a ponta do cabelo timidamente enquanto a ruiva se oferecia para chamar o irmão, ela agradecia e voltava a concentrar se no cabelo, mas depois de um tempo passou a aceitar de bom grado a brincadeira.


Eles andaram por alguns minutos antes de chegarem a uma segunda aglomeração. Várias carruagens estavam estacionadas no meio dos alunos que riam enquanto entravam apressados nelas, afinal, ninguém queria ir a pé para o castelo.


Cassandra entrou em uma das carruagens com Harry e seus amigos. Elas eram puxadas por cavalos sombrios e fantasmagóricos, a menina tomou um susto ao ver os animais, mas logo se recuperou. O que a espantou mais foi o fato de nenhum dos outros parecia ver os cavalos, somente Harry e a menina loira sonhadora, Luna.


Cassandra sentou se entre Harry e Rony e defronte a Hermione e Gina, com quem foi conversando durante todo o percurso. Luna não conversava muito e nas únicas vezes que falou fazia menção apenas à Nargles. Estranho? É pouco. Cassandra achou a menina muito divertida, apesar de extremamente peculiar.     


Ao entrarem no castelo Cassandra constatou maravilhada que não havia teto. Conforme seu olhar subia as paredes desapareciam e o céu escuro e sem estrelas se tornava visível. Apesar de não haver uma única estrela no céu pesado ainda era algo impressionante. Flutuando sobre suas cabeças milhares de velas iluminavam o salão.


Cinco grandes mesas estavam dispostas no salão. Quatro delas paralelamente no meio do lugar e uma perpendicular às outras. Sobre cada mesa paralela havia uma bandeira com um brasão.  Havia um amarelo com um texugo, um azul com um corvo, onde Alexa estava sentada, uma verde com uma cobra, onde estavam Draco e seus amigos e uma quarta, vermelha com um leão altivo, igual ao das vestes de Cassandra. Harry apontou para essa mesa, indicando que seria lá onde se sentariam.  Na mesa perpendicular estavam os professores, com o diretor sentado no meio, em destaque. Duas cadeiras estavam vazias nesta mesa.


Harry, Rony e Hermione se sentaram à mesa abaixo do brasão da Grifinória. Cassandra se acomodou ao lado deles. Ela não conseguia deixar de encarar o teto.    


- Esse teto é realmente incrível – disse maravilhada para Hermione


-É mesmo, não é? Como é em Beauxbatons? – Cassandra sorriu


- É lindo. O castelo é todo em branco e ouro com jardim enorme e magnífico com todo o tipo de planta mágica que seja bonita, é claro, e unicórnios correndo por lá. E as pessoas, oh Merlin – ela suspirou – todos tão alinhados e elegantes praticando seus esportes e feitiços, e os rapazes, oh, os rapazes – Hermione e Cassandra deram risinhos – são realmente encantadores, você adoraria conhecê-los, tenho certeza  


- Deve ser muito bonito lá – disse Hermione


- É sim!


A professora McGonagall adentrou no salão seguido por vários aluninhos curiosos. Eles olhavam para todos os lados embasbacados, Cassandra suspeitava de que sua expressão não fosse muito diferente ao adentrar no castelo. A mestra pousou um chapéu velho e sujo sobre um banquinho e retirou um pergaminho de dentro de suas vestes.


O chapéu se moveu e um enorme corte como uma boca se abriu próximo a sua aba. Ele começou a cantar. Cassandra olhava todo aquele espetáculo encantada. Era tudo tão diferente. 


Assim que o chapéu se calou os alunos aplaudiram entusiasmados. Cassandra fez coro aos aplausos, cada vez mais fascinada. Harry e Hermione trocaram olhares significativos.


- Se expandiu um pouco esse ano, não? - Rony disse com as sobrancelhas erguidas


- Sem a menor dúvida – respondeu Harry  


- Será que ele já deu avisos no passado? – Hermione perguntou parecendo nervosa


Aparentemente Cassandra não era a única surpresa com todas as novidades


- Certamente que sim – uma quarta e desconhecida voz falou atrás deles. Cassandra se virou para constatar que era um fantasma – O Chapéu sente que é sua obrigação de hora alertar a escola sempre que acha...


A Professora McGonagall lançou um olhar severo a todos e cada aluno que conversava se calou. O fantasma levou o dedo e o pressionou contra os lábios, em um gesto que indicava silencio. Ela limpou a garganta e disse em voz alta:


- Abercrombie, Euan.


Um garotinho saiu do meio dos alunos. Era pequenino e parecia inseguro. Cassandra imaginou que se tivesse que passar por aquilo na frente do todo o colégio também estaria extremamente nervosa. Ele se sentou no banquinho encarando todos os lados. O rasgo em forma de boca na aba do chapéu se abriu e exclamou


- Grifinória


Todos os alunos na mesa de Cassandra irromperam em palmas. Harry aplaudiu extremamente entusiasmado. Cassandra fez coro educadamente e Euan andou até a mesa como se tivesse tirado um enorme peso de suas costas. Alguns alunos lhe deram tapinhas cordiais nas costas. Ele sorriu e depois se encolheu.   


Aos poucos os alunos foram sendo selecionados para suas respectivas casas. Cassandra observava esse ritual novo com extremo interesse. Assim que o ultimo aluno foi selecionado Rony fez uma expressão de puro deleite.


O diretor Dumbledore se levantou e abriu os braços para os alunos com um sorriso.  


- Para os nossos novatos, bem-vindos! Para os nossos alunos antigos. Bem vindos de volta! Há uma hora para fazer discursos, mas não é agora. Sirvam-se!


Repentinamente as mesas se encheram de delicias. Rony soltou um ruído de apreciação.  Vários alunos riram e aprovaram. Havia tortas, bolos, pães, sucos, molhos, carnes, havia de tudo.  Os estudantes avançaram sobre seus pratos.


- Excelente – exclamou Rony puxando uma travessa de costelas


- O que o senhor ia dizendo antes da Seleção? – perguntou Hermione ao fantasma


- Ah sim – disse o fantasma desviando os olhos do prato pitoresco de Rony - mas antes – ele se virou para Cassandra – seja bem vinda senhorita – o fantasma lhe deu um gelado beijo no dorso da não – eu sou Sir Nicolas de Mimsy-Porpinton e espero que se sinta em casa na Grifinória


Cassandra o olhou desconcertada


- Ora, obrigada. Mas como o senhor sabe que eu...


- Oh minha cara! A Grifinória é a minha casa e eu conheço cada estudante que a ela pertence e o seu belo rosto não me é familiar – ele sorriu e Cassandra retribuiu o sorriso – Bom, senhorita Granger, sim o chapéu já deu avisos em outras situações, sempre que percebe grande perigo para a escola. E é sempre o mesmo, unam-se, fortaleçam-se por dentro.


- Comele sacascó taapigo senchpéu? – Rony perguntou com as bochechas cheias de batatas


- Como disse? – perguntou o senhor Nicolas


- Como ele sabe que a escola está em perigo sendo um chapéu?  


- Não faço a menor idéia. Naturalmente ele vive no escritório de Dumbledore, então imagino que perceba o que está se passando.


- E ele quer que todas as casas sejam amigas? – perguntou Harry encarando Draco, que olhava para Cassandra – é ruim, einh! Afinal, por que o Malfoy está olhando para cá?


- Bem – Cassandra disse timidamente – as pessoas da Sonserina não são tão ruins assim


Harry engasgou com o suco de abobora que colocava na boca. Rony e Hermione trocaram olhares preocupados. Naturalmente alguém falhara em explicar o sistema de castas de Hogwarts à Cassandra.


- Digo, não todos – ela se apressou em dizer – aquela Parkinson é realmente detestável, mas os outros, como Draco e Blaise, foram realmente simpáticos comigo. Bem, eu sei que como sou da Grifinória eu não deveria gostar deles, mas


- Exatamente, você não deve gostar deles – disse Harry assim que percebeu uma brecha – confia em mim, Cassandra, eles não são o tipo de gente que vale a pena ficar amiguinhos


- Er, claro – ela respondeu, não queria nenhum tipo de confusão no seu primeiro dia


Ela esticou a mão para pegar algumas batas enquanto Sir Nicolas repreendia Harry contando a historia de tal de barão sangrento. Ela parou segurando o cabo da colher e mordendo o lábio inferior. Ela estava realmente faminta, mas não queria passar a impressão de ser um tipo de draga.   


- Alguma coisa errada senhorita? – Cassandra olhou surpresa, como se tivesse acabado de acordar e viu que além do fantasma Rony, Harry e Hermione também a observavam.


- Não, é que – Cassandra olhou novamente para os pratos a sua frente – vocês já imaginaram a quantidade de calorias que tem nesses pratos?


- Meu deus Cassandra – disse Harry rindo – por favor, não me diga que você é uma daquelas loucas anoréxicas obcecadas por peso, calorias e essas coisas!


- Não – ela disse rápido – não, não é nada disso, é só que...


- É só que com um corpo desses é preciso alguns cuidados mesmo – disse um rapaz ruivo alto que se sentava ao lado direito da garota, enquanto seu irmão gêmeo fazia o mesmo à esquerda. 


- FRED! – Ela gritou rindo e jogando os braços em torno do pescoço dele, plantando-lhe milhares de beijos nas bochechas, ele alisava as costas dela enquanto a abraçava de volta


- Caramba, você esta linda! – ele disse a afastando e encarando – que tal a gente retomar de onde deixamos no ano passado? – o ruivo lhe lançou um olhar maroto


- Nossa. Assim você me deixa sem jeito, Fred - ela passou os dedos pelo cabelo, falsamente encabulada.


- E o que você faz por aqui, Cassie? – perguntou o outro irmão – certamente não é só saudade do Fred, afinal de contas, é só o Fred, e não eu.


Ela riu enquanto Fred tava um tapa na cabeça do irmão


- Eu resolvi mudar um pouco, estava ficando cheia do ar Frances, quis algo mais inglês.


Rony fechou a cara e ficou encarando os irmãos, quando indagado por Fred o motivo do mau humor ele disse emburrado


- Eu não consigo acreditar que você foi ao Baile com uma garota de Beauxbatons e eu passei a noite toda com aquela fantasia horrível sentado. 


- O que podemos fazer? – disse Jorge – as garotas não resistem ao nosso charme– ele fez uma expressão de Don Juan


- Mas foi com o Fred que eu fui ao baile, Casanova – disse zombeteira


- Bom, nós somos muito parecidos, a única diferença é que eu sou mais bonito – Jorge passou os dedos pelos cabelos ruivos


- Mas foi comigo que ela foi ao baile. – Fred revidou arremessando um pão na direção do irmão


- Por favor – ela disse apaziguadora colocando batatas em seu prato – não briguem por mim, há Cassandra para todos


Fred colocou a mão no pescoço de Cassandra e ficou a encarando, com uma expressão provocante. Ela desviou os olhos corando


- Fred Weasley nunca aprendeu a dividir – ela sorriu sem jeito e revirou os olhos enquanto Jorge lançava uma colherada de purê em direção à testa de Fred


- Deixa de ser ridículo, seu Casanova paraguaio, você divide tudo desde que foi concebido.   


Cassandra colocou uma generosa garfada de carne na boca, fingindo não notar o olhar homicida que Fred direcionou ao irmão. A essa altura o fantasma da Grifinória já havia se retirado e se sentava ao lado de dois garotinhos, aparentemente irritado com algo que lhe havia sido dito.    


- Mas então – ela disse tentando desviar o assunto para águas mais calmas – como são as lideres de torcida dessa escola?


- Lideres de torcida? – Hermione perguntou – não há lideres de torcida por aqui


- Não?


- Não – disse Fred – mas bem que podia ter


- Que bom que eu tenho o apoio de vocês então – disse Cassandra sendo vencida pela fome e colocando mais comida no prato – porque agora vai ter!


- Isso vai ser ótimo – disseram Fred e Jorge juntos estalando os dedos


Pouco a pouco os alunos foram acabando de comer e o barulho de conversas e risos foi substituindo o barulho de talheres. Fred e Jorge contavam animados à Cassandra sobre suas férias criando novos logros, enquanto Hermione os repreendia, dizendo que não poderiam vendê-los aos alunos.


Rony e Harry conversavam entretidos sobre suas próprias férias. Cassandra deixou seu olhar vagar pelo salão. Na mesa da Corvinal Alexa conversava alegremente com duas garotas que Cassandra nunca havia visto e Luna encarava o vazio, sonhadora. Na mesa da Sonserina Draco falava altivo, a todos na mesa, enquanto Parkinson o encarava fantasiosa. Crabbe e Goyle comiam compulsivamente e Blaise e fazia uma expressão de leve tédio diante de toda a cena que, Cassandra suspeitou, se repetia todo ano. Por curiosidade ela olhou para a mesa da Lufa-lufa, onde todos comiam e conversavam animadamente.


Assim que o último aluno pousou o garfo e se virou para conversar o professor Dumbledore se levantou e sorriu para todos os alunos docemente e disse:            


- Bem, agora que estamos todos digerindo outro magnífico banquete, peço uns poucos momentos de sua atenção para os nossos usuais avisos início de ano.  Alunos do primeiro ano devem saber que a floresta do terreno é terminantemente proibida para alunos. E uns poucos de nossos alunos mais velhos devem estar sabendo agora também. Sr. Filch, o zelador, me pediu, pelo que ele me disse é a quadricentésima sexagésima segunda vez, para lembrá-los que mágica não é permitida nos corredores entre classes, nem um monte de outras coisas, todas podem ser checadas na extensa lista que agora fica fixada na porta do escritório do Sr. Filch


- Deixe-me adivinhar – disse Cassandra – esse aviso foi mais para vocês do que pra qualquer outro aluno e vocês conseguiram usar todos os objetos?


- Precisamente – cochichou Jorge de volta


- Nós tivemos duas mudanças na equipe de professores esse ano. - Dumbledore continuou - Estamos muito felizes em dar as boas-vindas de volta à professora Grubbly-Plank, que estará dando aulas de Trato das Criaturas Mágicas; também estamos encantados de apresentar a professora Umbridge, nossa nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.


Alguns alunos bateram palmas educadamente. Cassandra fez coro gentilmente, mas não por que gostasse da pessoa apresentada, porque não era o caso, em absoluto. Cassandra já havia tido o desprazer de ser apresentada à Dolores Umbridge e não havia sido uma ocasião feliz de maneira alguma, sem contar que ela se lembrava daquele laçarote rosa patético do julgamento de Harry.


- Os testes para entrar para os times de quadribol das casas serão realizados...


O diretor se calou e direcionou um olhar indagador à Umbridge. Todos no salão começaram a se entreolhar, sem conseguir entender o porquê da repentina interrupção do diretor


- Hem- hem – a professora Umbridge pigarreou


Todos os alunos começaram a cochichar surpresos.  Cassandra perguntou a Fred o motivo de tal espanto. Ele a respondeu que ninguém nunca interrompia o discurso de Dumbledore. Ela suspirou. Na França as coisas não eram assim.


- Obrigada, diretor – ela disse com sua voz afetada e infantil e um sorriso – pelas bondosas palavras de boas vindas – ela tossiu – Bem, devo dizer que é um prazer voltar a Hogwarts! – ela sorriu – E ver esses rostinhos tão felizes voltados para mim        


Cassandra decidiu que era hora de parar de prestar atenção, pois sua filosofia pessoal dizia que o momento perfeito para se distrair é quando começam a falar como criança com ela, e se existe algo que tirava Cassandra do sério era alguém falando com ela como criança.


Aos poucos todos os alunos foram se dispersando e no meio do discurso não havia mais nenhum aluno prestando atenção às palavras de Umbridge. Cassandra conversava animadamente com Fred e Jorge, apesar de não tirar os olhos de Draco.  


Cassandra voltou a prestar atenção em volta quando Harry sussurrava para Rony e Hermione


-Soou como um monte de bobeira para mim.


- Sobre o que ela falou? – perguntou Cassandra – eu parei de prestar atenção quando ela começou a falar como uma professora de jardim de infância.


- Eu já disse um monte de bobeira! – disse Harry


- Havia coisas importantes escondidas no meio da bobeira – falou Hermione levemente irritada


- Havia? – perguntou Rony perplexo


- Havia que tal: "progresso por fazer progresso deve ser desencorajado"? Ou então "podando sempre que achar práticas que deveriam ser proibidas"?


- Ela disse isso? – perguntou Cassandra distraída


- Disse


- E o que isso significa? – perguntou Rony


- Eu vou dizer o que isso significa - disse Hermione por entre os dentes, que rangiam. - Isso significa que o Ministério está interferindo em Hogwarts.


Os alunos foram dispensados por Dumbledore. Hermione se levantou assustada, em pulo, e puxou Rony pelo pulso, exclamando que era trabalho dos monitores levar os alunos novos a seus dormitórios. Cassandra decidiu que, como era aluna nova, seria uma ótima idéia segui-los.


Harry, Fred e Jorge se levantaram pouco depois de Rony e Hermione. Fred e Jorge logo se juntaram a um amigo deles, Lino Jordan. Eles sugeriram a menina que se juntasse a eles, mas ela achou melhor seguir com Harry.    


Harry a guiou por alguns corredores antes que a menina encontrasse seu caminho bloqueado. Cassandra se virou para trás para dar de cara com Alexa, que segurava seu punho. Cassandra disse a Harry que seguisse seu caminho. Alexa sorriu de leve para ele enquanto puxava Cassandra para outro canto. 


- Eu te vi com o Weasley! – disse Alexa animada assim que Harry estava longe


- Que Weasley? O Fred? – perguntou Cassandra inocente


- Não se faça de burra! Vocês são muito amiguinhos não são?


- Talvez eu tenha ido ao baile de inverno com ele no ano passado e talvez a gente tenha saído algumas vezes e trocado algumas cartas no verão, mas nós somos apenas amigos e, segundo o Jorge, irmão dele, ele conheceu uma garota nas férias


- Jura? Não foi o que pareceu na hora do jantar!


Ela corou fortemente


- Nós somos apenas amigos, eu juro! E como eu já disse, ele conheceu uma garota nas férias


- E isso a deixa livre para o Draco não é? – perguntou Alexa sorrindo maliciosamente


- Alexa! – disse Cassandra corando


- Não se preocupe, não há ressentimentos!


- Não é questão de haver ressentimentos ou não, é questão de...


- De...? – Alexa incentivou


- Oh Merlin, enfim! É questão de outra coisa.


- Eu já te disse Cassandra, eu não sou garota de lutar por causa perdida, e eu sei reconhecer uma causa perdida.


- Que bom, pois eu não gostaria de ver duas garotas brigando por mim!


Atrás de uma pilastra estava escondido Draco. Alexa riu da expressão aparvalhada de Cassandra.  Ela corou fortemente, não sabia onde enfiar o rosto. A menina começou a considerar cavar um buraco no chão com as unhas e morar ali até o fim da vida.


Bom, ela podia fazer isso, ou fazer de conta que não estava nem um pouco envergonhada, apesar de ser meio complicado esconder as bochechas vermelhas


- Caramba, Draco – ela disse fazendo de conta que estava totalmente confortável – não é tarefa dos monitores levarem os alunos novos a seus dormitórios?


- Merlin, você tem razão – ele disse passando os dedos pelo cabelo – ainda bem que a Parkinson também é monitora e – ele sorriu – você é aluna nova, não é?


- Alunos da sua própria casa


- Eu acho melhor deixar os dois sozinhos – ela se virou e começou a subir escada principal do castelo, mas parou no meio no meio dela e se virou para Draco e Cassandra – Afinal, eu não gosto de segurar Vela!


Alexa piscou para Cassandra e acenou, correndo escada a cima assim que percebeu que Cassandra fazia menção de persegui-la 


- Eu vou matar essa garota! – ela disse virando o rosto para que Draco não percebesse suas bochechas rubras


- Na verdade – Draco ria – eu que falei pra ela fazer você esperar, largar um pouco do Potter.


-Ah é? – ela perguntou zombeteira, ele confirmou com a cabeça – então nesse caso, eu vou matar os dois


Ela bateu de levo no braço dele. O loiro olhou para ela surpreso, mas ainda sorria. Ele massageava o braço, com uma falsa expressão de dor.


- Você me bateu sua agressiva


- Eu sei que eu te bati, eu estava lá, lembra?  


Draco sorriu para ela, apreciava a constante necessidade da garota da não falar sério.


- Então – ele começou - você estudava onde? Pelo que você me disse você veio da França


- Beauxbatons.


- Então você esteve aqui no ano passado.


- Oh sim, vim torcer por Fleur, se bem que, honestamente, o que eu queria mesmo era participar do torneio – respondeu a garota, franca. – Mas e quanto a Você, Draco? Você já sabe que eu sou da França! De onde você é, exatamente?


- Do seu coração – Ele havia respondido com uma expressão de conquistador barato


Ela o encarou por alguns segundo, se perguntando se havia escutado corretamente, mas as bochechas corando do rapaz a diziam que, sim, ele realmente havia dito isso. Talvez um livrinho novo de cantadas fosse uma boa idéia.


- Pééssima! Por Merlin!  – disse garota entre risos


- Ah, qual foi? – ele tentava disfarçar o tom rubro na pela – não é possível que tenha sido tão ruim assim! O Blaise disse... 


- Foi sim! O Blaise te sacaneou por que, por Merlin, essa foi horrível, Draco!


- Tudo bem, tudo bem – ele disse tentando mudar de assunto – talvez não tenha sido tão bom assim, mas veja bem, eu a fiz rir e isso vale de alguma coisa, certo?


- Realmente – ela limpou os olhos e respirou profundamente tentando se conter – Você me fez rir


Eles sorriram um para o outro, Cassandra ainda tentava conter as gargalhadas que insistiam em escapar


- Ótimo, mas agora você já pode parar, por que eu já estou me sentindo um trasgo por ter acreditado no Blaise


- Okay – disse Cassandra pondo a mão na boca para conter o riso – eu paro, mas eu tenho uma condição – ele a encarou encorajando-a a continuar – Você tem que me contar onde fica meu dormitório e de preferência me mostrar, por que se não eu provavelmente vou me perder


- O dormitório da Grifinória? Por que eu saberia onde fica esse chiqueiro de sangues Ruins?


- Que sangues ruins? – perguntou Cassandra perplexa. Toda a Graça de segundos atrás havia ido embora repentinamente. Um clima pesado se instalou no cômodo, nada que Draco tivesse percebido


- Ah, você sabe, a sangue-ruim da Granger, os traidores dos Weasley, o estranho do Potter, não tinha como você se cercar de gente pior!


- Eu não acho que eles sejam tão ruins assim, muito pelo contrário! Digo, eles foram realmente gentis comigo, e pouco me importa a ascendência deles. Eu não ligo se os pais de Hermione são trouxas ou se a família do Rony gosta deles e caso você não tenha reparado eu sou da Grifinória.   


- Eu só digo o todo sangue puro pensa, mas não quer falar.


- Eu não ligo pro que todo sangue puro pensa, eu sempre pensei diferente de todo mundo.


- Se você prefere continuar saindo com eles, é com você, só não pense que todo mundo vai te tratar bem, como eu te trato.


- Bom, então devo entender que você não vai me mostrar onde fica meu dormitório, certo? Na verdade acho que é melhor assim mesmo, não seria bom se suas preciosas narinas de puro sangue ficassem impregnadas com esse repulsivo cheiro de chiqueiro dos grifinórios.


Ela girou os calcanhares e subiu pela escada que havia visto Alexa desaparecer. Seu cabelo balançava em suas costas conforme andava firmemente. Ela seguia sem sequer prestar atenção a onde estava indo. Na verdade pouco se importava com isso. Talvez Harry tivesse razão, talvez sonserinos realmente não fossem boas companhias. Cassandra subiu outra escada, sem reparar que a anterior, por onde havia acabado de passar agora chegava a outro destino. Além disso, a ultima coisa que queria era se envolver com toda essa bobagem pró-trouxa ou anti-trouxa, afinal, que se danem os trouxas, ela pensava, afinal, eles não a incomodavam em nada então, para ela, pouco importava se estava conversando com um trouxa ou com um bruxo, desde que não a importunasse.


Com raiva ela empurrou uma porta qualquer e seguiu por um corredor consideravelmente mais vazio. Ela se lembrou, sem querer, dos olhos de Draco a encarando no trem, depois do pequeno desentendimento no salão principal ela não queria admitir, mas ele possuía olhos realmente encantadores e intrigantes. Ela empurrou outra porta sacudindo a cabeça, como se quisesse se livrar desses pensamentos, e adentrou um corredor vazio e escuro, fracamente iluminado por uma única tocha que se apagava, ela andou por ele, apreensiva por alguns metros, mas quando percebeu que não chegaria a lugar algum achou mais prudente retornar.


Com um silencioso “tschh” a tocha, que era a única fonte de luz do corredor, se apagou, deixando Cassandra sozinha na escuridão. Ela soltou um palavrão enquanto tateava as vestes a procura da varinha.


- Eu posso estar errado – uma voz disse as suas costas – mas esse não é o tipo de coisa que uma dama deveria dizer      


- Quem está aí? – ela perguntou para o vazio, se virando bruscamente


- Aqui – a voz respondeu. Cassandra virou o rosto para uma janela e encarou uma silhueta negra iluminada pela luz da lua, que entrava fracamente no aposento pela janela


Ela semicerrou os olhos, tentando reconhecer o vulto. Quem quer que fosse soltou uma risadinha ao ver que não era reconhecido


- Não sabe quem sou não é mesmo? De qualquer modo, sabendo ou não, esse corredor é vetado aos alunos e você está bem longe do seu dormitório. É melhor você me seguir, eu te levo até lá


Ele começou a se afastar, na direção oposta a da porta. Cassandra olhou confusa, era fato que a voz lhe era familiar, mas não conseguia saber quem era.


- Ah bom, agora sim – ela disse sarcástica – por que agora que eu sei muito bem quem você é eu posso te seguir por um corredor escuro e desconhecido perfeitamente, né?


A silhueta se virou lentamente para ela, Cassandra pensou ter vislumbrado um sorriso, mas acreditou ser somente em sua mente, pois, se não conseguia ver o rosto da pessoa como poderia ver um sorriso?


- Não sabe quem eu sou ainda? – perguntou se aproximando.


- Eu não consigo ver direito – Cassandra deu alguns passos à trás, tentando se afastar um pouco do desconhecido, mas havia uma parede em seu caminho


- Não consegue ver meu rosto? – a pessoa se aproximou tanto de modo a pressionar a garota levemente contra a parede, apoiando a mão na parede. Era uma cabeça mais alta que Cassandra por isso precisava olhar para baixo para encarar a garota – assim está melhor?


- D-D-Draco? – ela perguntou encarando os orbes cinza que havia deixado na escada. Ele confirmou com a cabeça – o que você está fazendo aqui?


- Eu achei que você fosse se perder, então pensei em te seguir, pra me certificar que você conseguiria encontrar seu dormitório, e parece que eu estava certo quanto a você se perder...    


Cassandra fechou os olhos, o rapaz estava tão próximo de seu rosto que poderia beijá-la a qualquer momento. Ele acariciava-lhe o rosto calmamente. Como se recobrando a razão ela abriu os olhos rapidamente e afastou o loiro, encarando-o quase ferozmente.


- Eu consigo encontrar o dormitório! Sozinha! Sabe como é, né? Eu acho que posso me guiar pelo cheiro!    


- Está bem, eu já entendi! Você não gostou do meu comentário...


- Não, mesmo? – Cassandra o interrompeu – e qual foi a sua primeira dica?


- Eu tive algumas, na verdade – ele deu de ombros – mas, por mais que você esteja na Grifinória, nada me tira da cabeça que deveria estar na Sonserina


A menina desviou o olhar se lembrando de alguns meses antes, poucos dias antes de partir, na sala do Diretor Dumbledore. Já estava tudo certo que ficaria na Grifinória, no entanto a professora McGonagall disse que, por convenção, seria melhor que a garota passasse pela seleção, ali mesmo, no escritório. O chapéu havia cismado que, apesar de possuir, sim, algumas características da Grifinória, como coragem e honra, ela se sentiria melhor na Sonserina.  Desde então quase todo dia ela se perguntava por que tinha tanto a ver com essa casa e se comprometeu a estudar o comportamento dos sonserinos.


- Por que você tem tanta certeza disso? – ela respondeu infantilmente


- Intuição – ele deu de ombros novamente – Ora, admita de uma vez que você deveria estar na Sonserina! Você passou pela seleção – A menina teve a nítida impressão de que ele estava lendo seus pensamentos – o que chapéu realmente de disse?    


- Se você está tão curioso assim – ela disse se recompondo dos devaneios e reassumindo seu comportamento provocador e, até mesmo, irritante – por que não pergunta você a ele?


Ele riu. Cassandra o intrigava, apesar de se conhecerem a muito pouco tempo    


- Eu irei – ele respondeu – agora vamos, você ainda não encontrou seu dormitório e esse é o corredor do terceiro andar, alunos são proibidos de entrar


- Proibidos? Por quê?


Ele deu de ombros


- Apenas são. Agora vamos, não estou nem um pouco a fim de arrumar algum tipo de encrenca, principalmente com aquele aborto nojento do Filch!


Draco acendeu a ponta da varinha e pegou Cassandra pela mão. Ela pensou em protestar, mas, por fim, decidiu calar-se. Ele a puxou por um longo caminho antes de saírem por outra porta, distante da que havia entrado. Ao questionar o garoto sobre isso ele se limitou apenas a sorrir para ela, sem responder sua pergunta, Cassandra bufou. Ela poderia pelo menos tentar passar uma boa primeira impressão.


Depois de andar por mais alguns tempo Draco parou em frente a um retrato grande onde uma mulher gorda vestida de rosa dormia calma e despreocupadamente. O loiro largou a mão de Cassandra entes de anunciar que haviam chegado ao salão comunal da Grifinória. Cassandra olhou em volta e começou a puxar o ar com força


- Tem certeza? – ela disse ainda aspirando a atmosfera – não sinto cheiro algum!


Draco riu do gracejo dela


- Absoluta, assim que você entrar sentirá.


- Como você tem tanta certeza, costuma invadir dormitórios alheios?


- Por que eu entraria nesse âmbito de imund...


Draco se calou diante do olhar de Cassandra, sabia que se terminasse a frase a menina sairia dali no mesmo instante.


- Não, não costumo – ele disse se virando e rumando para o fim do corredor – Mas posso começar, se você me chamar


- Narcisista – Cassandra murmurou sorrindo para as costas dele enquanto o garoto se afastava cada vez mais.  

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