Teardrop



Capítulo 3
“Teardrop”



No último capítulo...
[...]- Devido a uma história que sua mãe me contou, e devido a todos os últimos acontecimentos nessa casa e fora dela que envolvem você, nós decidimos que você vai se mudar. – O QUÊ? EU VOU ME MUDAR? MORAR SOZINHA? Ok. Eu ‘tô bege.

- Vou morar sozinha? - perguntei esperançosa, uma esperança bem idiota.

- Não Marlene, vai ser uma mudança radical, mas para o seu bem. – falou meu pai. Eu to ficando SÉRIAMENTE com medo.

- Como assim? – não, eu não estou me fazendo de desentendida u_U eu não estou entendendo mesmo.

- Vai morar com seu tio, Peter, em Londres. Você precisa de novos ares e novas companhias. – EU NÃO ACREDITO! DEIXAR NY? DEIXAR NAOMI E ANNE?

Morri



New York, 3:00PM, McKinnon’s Living Room

Eu simplesmente não acredito. MORAR EM LONDRES? Longe das minhas amigas, longe do cara que me deu a noite mais maravilhosa da minha vida? Eles só podem estar BRINCANDO comigo, só pode ser isso.

- QUÊ?! Você realmente espera que eu vá pra LONDRES e deixe NY? – agora ela vai ter que agüentar meus gritos.

- Comentei sobre ingressos para o show dessa bandinha que você gosta, se você for? – MEU DEUS! FOB OU NY? NY OU FOB? Ó DUVIDA CRUEL!

- Camarotes? – não custa tentar.

- Certo, mas você vai sem maiores escândalos. – quero ver eu contar para Nao e pra Anne que eu troquei elas por Londres e o show do FOB. Mas na realidade, eu não troquei, eu apenas tentei amenizar o fato de que: EU VOU EMBORA. Se tem uma coisa que eu aprendi todos esses anos de vivência, é que não adianta brigar quando meu PAI endossa o que minha mãe decide. Só me resta tirar todo o proveito possível.

- Isso tudo é uma MERDA, sabiam? Eu não sei porque vocês querem me tirar daqui. É POR QUE EU AGARREI TEU SÓCIO, PAI? SÓ por isso? Pois fique sabendo que ELE-GOSTA-DE-MIM. Mas tudo bem, eu APRENDI que não adianta discutir nessa casa quando VOCÊS DOIS se unem contra mim. QUE MERDA! – eu saí, batendo os pés, passando a mão em cima de uma mesa com dois vasos, que viraram um zibilhão de cacos no chão. Eu precisava descansar, eu precisava me despedir. Despedir... eu nem perguntei quando eu ia.

- QUANDO MEUS CARRASCOS DECIDIRAM QUE EU VOU DEIXAR MINHA CIDADE NATAL? – eu gritei já com as chaves do carro e a bolsa na mão. Meus pais apareceram no portal, e olharam pra mim com algo semelhante à pena. Pelo menos meu pai, minha mãe parecia triunfante.

- Você vai no fim dessa semana, ou seja, você tem quatro dias de despedida. – falou minha mãe. Eu podia/queria ir lá, e arrancar cada fio de cabelo dela. Eu estava pra espancar cada centímetro da cara recauchutada dela. O ÚNICO ponto positivo, era que o Tio Peter era legal, o ÚNICO.

- MUITO OBRIGADA! PORRA! – eu estava realmente maneirando nos palavrões, afinal, eu estava internamente soltando vinte palavrões por minuto. Saí e bati a porta, deu até pra ouvir a chave caindo lá dentro. Peguei meu celular e liguei pra Anne.

- Alô? Lene? – perguntou a voz da minha amiga. Eu já sinto saudades.

- Anne, central park, agora. – eu falei, as lágrimas corriam na minha face, eu parecia um... Ser estranho, com a maquiagem borrada, o moletom cinza com pingos escuros, e as pernas de fora por conta do short micro. Eu pouco ligava se eu estava quase nua, foda-se. Entrei no carro e dei partida, capota fechada. Eu não estava para momentos alegres com cabelos ao vento. Eu mandei ver no acelerador, como quem fugia da policia, não demorou muito e cheguei no CP, sai do carro e tranquei. Uns caras ali do lado assobiavam pra mim, eu simplesmente mostrei o dedo pra eles. Entrei de qualquer jeito, e quando eu cheguei no banco de sempre, Anne já estava lá.

- Lene? O que aconteceu? – perguntou ela me abraçando, enquanto eu chorava que nem uma condenada, sentada na grama. Haha, eu limpava minha maquiagem na blusa preta dela.

- Anne... E-eu vou ter que.. Ter que ir pra Londres. – eu comentei olhando pra ela, como quem pedia desculpas, como quem iria embora no dia seguinte e se redimia por tudo que tinha feito. Ela me olhou, os olhos dela oscilaram por um instante, e se encheram de água, mas logo a água sumiu, ela parecia querer me apoiar.

- Calma Lene. Me explica isso direito. – falou ela. Eu me encostei a árvore. Eu ia sentir saudades dessa árvore. E contei tudo, como mamãe tinha descoberto sobre mim e Teddy, sobre a noite passada com ele, sobre como meu pai descobriu tudo, como eles me condenaram. Ela ficou triste. Mas para quebrar o momento de tristeza mutua, chegou a Naomi, ela vinha estabanada, com uma calça jeans e uma blusa azul marinho com escritos em branco.

- LENE! ANNE! O que aconteceu? – perguntou ela, quando notou que nenhuma de nós conseguia sorrir pra ela. Pobre japa. O que eu vou fazer sem ela em Londres? Será que eu consigo levar ela na mala? Ela e a Anne. Ela sentou, eu no meio das duas, e contei tudo de novo. Naomi era mais sensível que Anne, e ela chorou, e me abraçou. Eu estava me recuperando, agüentando. Se eu realmente fosse despejar meus sentimentos maníacos depressivos, eu ia chorar tanto que ia me desidratar. Então veio o golpe final, as duas me abraçaram falando que iam sentir saudades, e um monte de outras coisas. Eu chorei como nunca tinha chorado antes, mas sem perder meu bom humor. A Naomi já tinha se recuperado, e já tava meio cansada da minha choradeira.

- Quem sou eu? A que vim? Por que eu to nessa merda de vida na maior fossa por que vou ter que deixar NY? Por que o Teddy não ta aqui me abraçando? Por que eu ainda não virei EMO? – eu to vendo a Naomi me dando um tiro, mas ela tem que entender, eu to em crise, mais do que o normal.

- Lene, CHEGA! Você não vai morrer, a gente não vai se ver nunca mais, calma garota! E toma, minha prima trouxe do ultimo show deles a pedido meu. – MEU DEUS! MEU DEUS! É UMA TODO DO PATRICK STUMP? AUTOGRAFADA POR ELE? DEDICADA A MIM? EU VOU MORRER? AQUILO É UMA LUZ? Ah não, é só o farol de uma moto.

- MEU DEUS NAOMI COMO EU TE AMO! QUERO DIZER, PATRICK COMO VOCÊ É GATO! – notem que a cena é o central park ok. Elas vão superar. MAS MEU DEUS EU GANHEI UMA FOTO DO PATRICK!!!!!!!!! [morre] eu me joguei na Naomi, e a Anne se jogou em mim.

- AH NAOMI! EU TE AMO, TE AMO, TE AMO, TE AMO, TE AMO! – eu ia gritando, e ficando sem ar com o peso da CRIATURA chamada ANNE em cima de mim. Ela toda alegre por que tava no topo u_u vadia.

- AHAA AHAA AHA AHA AHA! EU TO NO TOPO, EU TO NO TOPO, TOPO, TOPO, TOPO! – cantava ela, e digamos que ela pseudodançava, meio que se retorcendo que nem uma minhoca bizarra. Eu simplesmente virei minha cara pra ela numa cena meio macabra.

- SAI DAÍ SUA VADIA DE CABELOS ROXOS! – eu gritei pra ela. Ela olhou pra mim com uma careta, e saiu de cima, caindo na grama, e eu logo depois, do outro lado. Lindo. Agora era o momento de ‘vamos superar seus problemas, juntas’. Estranho, e muito consumista (?).

- BOM Marlene, se você vai para um outro país, você precisa de roupas e coisas do gênero. Ou seja, amanhã de manhã nós vamos GASTAR BEIBÊ! – gritou Naomi, caindo na risada, junto comigo e com a Anne.

- Claro. Se meus pais querem me colocar em outro país, eles vão ter que arcar com TODAS as despesas, pré, durante e pós-viagem. EU VOU QUEBRAR ELES! Ok, nem tanto. – eu comentei, fazendo caretas e gestos malucos. Eu levantei de um pulo, ainda com minhas belas e sexys pernas brancas de fora. Um amor. Uns carinhas olhavam, e eu nem olhava pra eles, eu só agarrei as mãos estendidas das meninas e as levantei. Era hora de eu ir pra casa, e hibernar mais um pouco. Amanhã o dia seria cheio.


New York, 9:00AM, Marlene’s Bedroom

Eu abri os olhos beeem devagar, alguém que não tem nenhum amor à vida abriu as cortinas do meu quarto, e uma luz fria e CEGANTE ta entrando por ali, e isso que me acordou, se eu descobrir quem fez isso! Mas tudo bem. Argh, eu sinto algo estranho na minha cara, melhor eu ir tomar banho, eu devo ter babado, haha. Levantei e fui andando até o banheiro da maneira mais lenta possível, entrei no banheiro e fui escovar os dentes.

- NAOMI E ANNE SUAS !@#$#$&%¨&(¨&&$#@ - PORRA MEU ROSTO TAVA CHEIO DE PASTA DE DENTE! UM TUBO TODO! Argh, como eu as odeio, só porque eu vou embora elas acham que podem se aproveitar do meu estado debilitado. Eu levei meia hora pra lavar o rosto, enquanto as duas animais, que estavam escondidas no meu closet, riam de se acabar. Eu tomei banho e coloquei meu roupão. Fui procurar uma roupa.

- PAREM DE RIR, OK?! – eu gritei, elas me olharam com caretas e reclamaram.

- Ui, ta estressadinha é? – perguntou a Naomi, sentando na minha cama, enquanto Anne se jogava no tapete, e eu passava com um jeans e uma blusa militar. Passei batendo a porta do banheiro. Uns segundos depois saí vestida.

- Perspectiva das despedidas. – eu respondi, sentando na cadeira do computador e colocando meu tênis. Depois indo me maquiar, afinal, eu estava com uma cara de dar medo em defunto.

- DA despedida você quer dizer, né? – perguntou Anne. Ela estava certa. Como eu ia me despedir do Teddy? COMO? Eu realmente estou gostando dele, e agora que eu achava que ia conseguir um namorado que gostasse de mim, tudo ferra pro meu lado. Parece praga. Eu olhei para elas, elas me encaravam sérias.

- É, eu não quero ter que me despedir dele. – eu comentei, voltando pro closet para pegar um casaco, e pegando minha bolsa na volta. Perguntei: – Vamos?

Elas se encararam, notando que eu só queria mudar de assunto. Logo elas sorriram, afinal, HOJE É DIA DE GASTAR! Elas ficaram de pé num pulo.

- OH YEAH! Vamo nessa! – gritou Anne, correndo para as escadas e pulando no corrimão, onde eu pulei em seguida, e Naomi depois de mim. Lindo, lindo, lindo. Fomos rindo, alegres, como se nada fosse mudar nossa amizade. Entramos na garagem, eu coloquei o portão para abrir e pulei no banco do motorista, dando ré. Ganhamos a rua como um bando de maníacas, arrancando legal rumo ao Time Warner Complex, ao Columbus Circle Shopping. Eu tinha que gastar lá, comprar MUITAS revistinhas, dar tchau pro Ted no Bouchon, e tudo mais. Como eu ia sentir saudades.

- Marlene, mais devagar garota, eu quero viver! – reclamou Anne, ao meu lado. Eu tava bem rápido, ohyeah. Diminui, e logo nos chegamos ao complexo. Parei meu carro no estacionamento, e sai, as meninas também. Tranquei o carro e fomos para dentro do shopping. Estava bem cheio, tinha gente pra todo lado. Fomos primeiro nas lojas, e havia muitas lá. Eu comprei tudo que tinha direito, desde roupas até maquiagem, passando por bolsas, sapatos e adereços. No fim, eu tive que ligar pro Carlos, o nosso faz tudo lá em casa, pra me acompanhar com as sacolas. Então eu fui até o Bouchon.

- TED! – eu gritei ao ver ele. Estava vazio, o pessoal estava focado nas compras. Sentei num banco e pedi um café com leite. Ele veio sorrindo conversar comigo e as meninas, enquanto um outro cara ia providenciar meu café. Conversamos um tanto, as meninas contaram do meu mais novo caso, e ele pareceu meio contrariado.

- Lene, tu tem certeza que esse cara realmente gosta de você? Quem é ele? Quais são as intenções dele para com minha pseudo-irmã-mais-nova? – perguntou ele todo ciumento. Eu ri de me acabar. Apertei as bochechas dele.

- Óóówn, que fofo! Meu irmão ta com ciúmes *-* - eu comentei irritando ele, que fez uma careta. As meninas riam da minha cara, e mais da dele. Continuamos a conversa, e quando eu cheguei na noticia da mudança, meu café chegou.

- Tem uma última notícia Ted. – comentei tomando um gole, como quem não quer nada. Ele me olhou e sorriu. Aquele sorriso “Colgate”.

- Conte maninha! – falou ele piscando pra mim, enquanto servia as bebidas das meninas. Eu olhei pra elas, e elas olharam pra mim como que dizendo “Vai lá Lene”. Ted notou.

- Ihh, pelo jeito a coisa é feia. Nunca é boa coisa quando vocês se olham assim. Vai lá Lene, fala o que aconteceu. – ele comentou, puxando um banco atrás do balcão e sentando. Eu olhei de novo pras meninas, e depois olhei para Ted.

- Eu vou me mudar Ted. Eu vou morar em Londres. – falei como que temendo. Abaixei a cabeça e me concentrei no café. Foca no café Marlene, no café.

- Como? Espera Lene, eles vão te mandar para o outro lado do OCEANO por que você é encrenqueira? – perguntou ele descrente. Eu confirmei. Ele ficou reclamando e sugerindo meios de eu fugir, enquanto eu me afogava em café com leite. Depois da conversa com ele, nós fomos até a loja de revistinhas, eu comprei três sacolas cheias. Não que no Reino Unido eles não tenham, mas é que eu preciso fazer meu estoque nessa loja, saca. Então nós fomos almoçar no Fred’s. Ah, como eu vou ter saudades disso tudo. Uma constatação: eu amo Nova York.


New York, 6:00PM, McKinnon’s Living Room

Véspera da minha partida. Eu realmente não acredito que esses últimos dias passaram tão rápido. Eu me despedi da maior parte das pessoas e dos lugares que eu amo em NY, mas pareceu tão vago e inútil me despedir tão depressa de quem marcou tanto minha vida, quem participou dos meus momentos especiais. Eu até me despedi da Carrie, minha arquiinimiga da escola, menina que uma vez eu quebrei dois dedos porque ela estava me irritando. Apesar de eu ter me despedido de muitas pessoas, e todas as despedidas terem sido MUITO dolorosas, nenhuma ia se comparar a que eu tinha que fazer hoje. Agora. Meu vôo partiria pela manhã, ou melhor, madrugada pra mim: seis da manhã. Mas voltando a despedida, eu realmente não queria ter que passar por isso, mas é preciso: me despedir do Teddy. Nos últimos dias mal nos falamos, mas ele já sabe que eu to de partida, nesse momento eu estou saindo de casa para ir ao apartamento dele. Um último adeus.

- Hey, avisa meu pai que eu volto antes das dez como ele pediu. – eu falei cabisbaixa para a empregada que arrumava um dos sofás, eu sorri miúdo. Eu estava usando uma calça jeans folgada, um moletom preto, tênis branco, cabelo preso. Sem maquiagem. Peguei apenas a chave do carro, e sai. Não queria contato com o ‘mundo exterior’, eu queria me trancar num quarto com o cara que eu gostava. Eu entrei no carro e dei partida, em cada rua que eu passava, eu tentava gravar detalhes, coisas que as milhares de fotos que eu levava não poderiam mostrar. Eu sentia lágrimas finas, frias e silenciosas escorrerem pela minha bochecha. Aumentei o volume enquanto tocava Ocean Avenue, do Yellowcard. Parecia meio ridículo como uma tão animada podia se encaixar perfeitamente no meu momento “sad, sad, miserable...dead¹”.

- If I could find you now things would get better. We could leave this town and run forever. Let your waves crash down on me and take me away. - eu meti a mão no volante fechando a mandíbula. Merda de vida. Desliguei o rádio com uma pancada, e limpei as lágrimas, era o momento de enfrentar o pior.

Algumas ruas depois eu cheguei em um alto edifício de apartamentos. Havia uma placa de cobre MUITO trabalhada onde dava para ler pelos holofotes “Arthos”. Devia ser o nome do edifício. Eu parei na frente do portão e apertei o número 315, então ele atendeu.

- Sou eu. Tem como abrir pra mim? – perguntei com a voz baixa.

- Sim. – falou ele, e o portão se abriu. Eu entrei pela porta de vidro e depois no elevador. Quinto andar. O tempo que o elevador demorou para subir pareceu uma eternidade, como se o tempo conspirasse para que casa segundo ficasse mais longo. Absurdamente longo. Eu cheguei em um corredor muito bem iluminado e decorado, procurei o número desejado nas portas claras, com números de cobre, uma combinação legal. Achei a porta certa e bati, três vezes. Logo ele veio. Ele estava mais maravilhoso que nunca, um jeans folgado e velho, uma blusão de frio, cor de vinho, os cabelos bagunçados, um violão em uma mão, a outra no trinco. Olhando para mim com duvida, olhando para meu estado deplorável com preocupação.

- Entra. – murmurou ele, e eu sorri miúdo de novo, entrando. O apartamento era muito arrumado, mas eu pouco me atentei aos detalhes. Eu simplesmente sentei no sofá branco dele, e ele sentou ao meu lado. Eu encarava meus pés, eu encarava o nada, eu sentia o olhar dele queimar em minha bochecha, eu não conseguia chorar. Ficamos assim por algo que para mim soou como uma eternidade, eu soluçava seco, eu conseguia sentir lágrimas que não existiam escorrerem em meu rosto. Ele pegou o violão e começou a tocar suavemente.



- Summer has come and passed. The innocent can never last, wake me up when september ends. Like my father's come to pass, seven years has gone so fast. Wake me up when september ends. – ele cantou com aquela voz maravilhosa, aquela voz que eu queria ouvir. Eu apertei os olhos, os punhos, a mandíbula. Ele continuou.

- Here comes the rain again, falling from the stars. Drenched in my pain again becoming who we are. As my memory rests but never forgets what I lost, wake me up when september ends. – eu podia delimitar cada tom que ele usava, aquele toque do violão dele, a sensação dele cantando ao meu lado, para mim, era tudo tão perfeito, eu queria que jamais acabasse. Eu olhei para ele, ele dedilhava o violão de olhos fechados, cantando.

- Summer has come and passed, the innocent can never last. Wake me up when september ends. Ring out the bells again like we did when spring began, wake me up when september ends. – ele abriu os olhos e olhou para mim, sem errar a nota. Eu não conseguia entender o olhar dele, e conseguia ao mesmo tempo. Era como se ambos nos compreendêssemos completamente, e ainda assim nos desconhecêssemos. Algo complexo e perfeitamente simples.

- Here comes the rain again, falling from the stars. Drenched in my pain again, becoming who we are. As my memory rests but never forgets what I lost, wake me up when september ends. Summer has come and passed, the innocent can never last. Wake me up when september ends. – cravei meus olhos nos dele por uns momentos, cinza puro e verde acinzentado, colados e unidos, um tentando passar uma mensagem muda para o outro. Um hesitando, e o outro seguindo firme, mas penoso.

- Like my father's come to pass, twenty years has gone so fast. Wake me up when september ends, wake me up when september ends, wake me up when september ends. – ele terminou os últimos acordes da música, e me encarou. Finalmente algumas lágrimas escorreram no meu rosto, ele secou todas elas. Ele segurou minha mão que estava gelada e me puxou para perto dele, me abraçando. Mudos, ambos nos confortamos. Eu por ter que deixá-lo, ele por ter que me deixar ir. Eu o abracei forte, e solucei.

- Ted, eu... E-eu acho que também faço mais que gostar de você. – confessei para ele, com meu rosto sobre o tórax dele, onde ficavam minhas lágrimas. Ele passou a mão de leve pelo meu cabelo, e levantou meu queixo de leve, e lá depositou um beijo leve.

- Eu sei pequena, eu sei. Eu posso dizer com segurança que eu amo você. Nossa relação, firme, começou a pouco, mas desde cedo que eu gosto de você, do seu jeito de menina. – falou ele. Eu sorri, desde que ele tinha me conhecido ele já gostava de mim, o que era bom. Eu me senti culpada por não poder encher a boca para dizer “Eu te amo Ted”. Ele leu meus pensamentos.

- Pequena, eu não me preocupo se você não pode dizer isso para mim, você sente o que você sente, e nada vai mudar isso. Lene, por você eu iria bem longe. – falou ele, e a última parte ficou em suspenso, como que uma afirmação perdida. Perdida num momento triste. Eu funguei de leve, e respondi.

- Sim, eu sinto o que eu sinto e nada vai mudar isso. – eu respondi. Não apareceu nenhuma afirmação solta, nada do gênero.

Ficamos ali, um abraçado no outro até que chegasse a hora de eu partir. Era a última vez que nos veríamos. Último encontro do meu romance de uma semana, último beijo do primeiro cara que me passou confiança no “Eu te amo”. Ele pegou minha mão de leve, e me levou para a sacada. A visão era linda, toda a cidade iluminada.

- Não é o mirante, mas eu queria que você guardasse um momento como esse com você. – falou ele. Ficamos lado a lado, mãos dadas, olhando a cidade. Então ele me virou de leve e me beijou nos lábios, de maneira que eu classificaria como sofregamente apaixonada. Ele me queria ali,e ali para sempre. Eu correspondi na intensidade que minha certeza sentimental permitia. Foi um beijo molhado, banhado de lágrimas, recheado de sentimentos. Ele me levou até a porta, e lá me deu o último abraço, um abraço de amigo-irmão que você ama, e ao mesmo tempo um abraço de namorado. Ele não disse uma palavra sequer. E não foi preciso. Eu saí porta afora, fazendo o caminho de volta. Eu passei insensível por todas as ruas, e nem vi como entrei em casa, não sei como não tropecei nas inúmeras malas espalhadas no chão. Amanhã seria o dia, o dia do adeus.


New York, 5:30AM, New York International Airport

Lá estava eu, meu pai, minha mãe e minhas duas grandes amigas no aeroporto. Esperando o horário do meu vôo, todos esperando. Uma espera horrível. Eu estava com Anne e Naomi, que se debulhavam em lágrimas, eu não conseguia chorar, nenhuma lágrima. O tempo passou, então veio o informe aos passageiros. Hora de ir Marlene. Eu me levantei, todos se levantaram. Nos olhamos. Eu me despedi primeiro da minha mãe.

- Bom, parece que eu tenho que ir mãe. E-eu queria que você soubesse que... Por mais que eu não te ame profundamente, eu vou sentir sua falta. – a abracei, ela não chorava, mas eu vi algo tremular nos olhos dela. Então eu me virei para minhas amigas. Anne estava vermelha de tanto chorar, bem como Naomi. As duas me olharam por um momento, então me abraçaram juntas.

- Lene, promete que jamais vai esquecer a gente? – falou Anne.

- Nunca roxinha, nunca. – eu respondi para ela.

- Trata de ligar sempre, de conseguir internet... – Naomi desenrolou a lista de pedidos. Eu ri bastante, então respondi que tudo seria cumprido. Elas molhavam toda minha blusa verde folha, mas eu não me importava. Era tão difícil me separar delas, elas que tinham sido minhas melhores amigas a vida toda, minhas meninas, minhas colegas, parceiras de planos. Companheiras para tudo. Elas sabiam o quanto significavam para mim, sabiam que eu jamais ia abandonar elas, que nem do outro lado do oceano eu ia as esquecer, que não importava a distância, eu sempre ia ajudar, sempre ia estar junto delas. Então veio a ultima despedida de todas: meu pai. O cara que me fez, junto com minha mãe, o cara que sempre me defendia. Meu herói. Eu o encarei, ele chorava abertamente. Olhei-me também, eu pouco liguei para despedidas diplomáticas, e me joguei nos braços dele.

- Pai, eu quero que você saiba que você não é carrasco, que eu te amo mais que tudo, que eu perdôo tudo que você possa ter feito de errado. Eu te amo tanto, mas tanto. Me perdoa por ser essa garota problemática? – perguntei pra ele, enquanto ele me abraçava forte.

- Filha, é claro que eu te perdôo, você é a melhor filha que eu poderia pedir. Eu te amo mais que a minha vida, e você sabe disso. Eu que tinha que pedir desculpas, e agora eu sei que você perdoa minhas decisões. – ficamos abraçados um tempo, então nos soltamos, e nos encaramos. Eu dei um beijo na bochecha dele.

- Eu te amo muito pai. – falei.

- Também te amo filha. – falou ele.

Então eu peguei minha bagagem de mão, e segui para embarcar no vôo que me levaria para uma vida completamente diferente. Eu não virei nenhum momento, eu não espiei pela janela do avião até que esse tivesse decolado. Eu queria que minha última despedida ficasse na memória. Pensei em Teddy no caminho, olhei para fora: nuvens. Em algum lugar lá embaixo estava ele. Era hora de mudar, querendo ou não. Eu ia guardar tudo e todos no meu coração. Londres, chegou a hora de receber Marlene McKinnon.




N/Beta: sua baranga que me deixou com lágrimas nos olhos. Teddy (L) Anne e Naomi ;; ohGod, se eu não soubesse o que vem a seguir, eu te mataria :x hahaaha capitulo mais que perfeito! E cara, eu nem sei o que falar. Eu estou no meu estado depressivo agora u____u uishaushauishi mas ai tudodebom eu estar betando essa fic ma-ra-vi-lho-as *-* e vamos então, a Londres o/// maaas ah! Aushaushiu AMEI o cap, Cah *-* queeero o quaaatro o/ e prometo que a próxima N/B vai estar mais animada aiushauishaui ;; e yeah, é tudo culpa tua por me deixar assim u_u (LLLLL) FF. Ficfodástica³ :***

N/A.: Hey-o pessoas \o\

Gente, eu sei que o cap ta meio curto, mas eu PROMETO que o próximo vai ta maior. É que sabe como é, capítulo intensivamente dramático, e curto pra não alongar o sofrimento de quem gosta de Teddy/Lene \o\. Ah cara, eu quero um teddy pra mim .-. sério mesmo, mas eu já quero tantos caras que meeeldels aoskaopskaopspoaksopa.

GENTE GENTE GENTEEE como vocês notaram, a fic tem uma beta nova: léti \o\. É que a cissy anda muito ocupada, e sem tempo, e meio sumida, então eu resolvi mudar a beta. CISSY tu sabe que eu te amo muito né meninë? LÉTI tu também sabe que eu te amo muito né? A primeira menina da FeB que eu conversei por msn foi tu, e agora fim de maio (dia 27 pra ser bem exata) vai fazer um ano que a gente se conhece *_____* AEAE FESTA LÁ EM CASA (??) mas ok. AMO VOCÊS MENINAS <3

AE pessoal: VALEU mesmo pelos comentários *-* fico feliz em saber que vocês gostaram do capítulo e que tem gente lendo a fic *-* o pessoal ai que também escreve sabe como é gratificante receber comentários positivos \o\ então, só da pra falar “obrigada”. Já diz tudo. BOM BOM vamos responder os comentários *o*

Suze: LÉTI *-* depois de tanto tempo sem falar contigo cheguei a pensar que tu tinha sumido do mapa, aopskaopkspoas. MAS NÃO \o\ eu recuperei o contato e agora você é a beta AEAEAEAEAEAE. Cara, como eu fiquei com saudades de você esse tempo todo *-*. Ah, como tu queria que eu adivinhasse que era você? Teu nick é misterioso (?) mas vamos deixar de lado meus comentários fumados, aopskaopsopas. CARA tu é louca de comentar tanto ok, louca de pedra (?) Uh, eu falei que esse fim de semana eu postava! HAHA \o\ MEW, qualé a tua de colocar pagode na minha fic? Aopskaposkopakspoka. Yuc. Mas eu perdôo por que eu te amo (L). Cara, tu sabe que eu te amo né? *-* então. Tchamo meninë, vem sempre aqui heim \o bgsmeliga x**

Mary Padfoot ™: Olha *-* você aqui de novo *-* eu já falei que é legal ver você por aqui? Pois é. Espero que tu tenha curtido o cap \o\ volte sempre \m/

Nadia Ayad: Ta aqui o cap \o\ eu falei que ia postar esse fim de semana RÁ! É que tipo, esse fim de semana se resumiu só ao domingo pra mim, por que sábado teve aula ç_____ç triste, muito triste. Q meu gosto musical? Paoskopakspoa ele é bizarro (H) e eu tenho orgulho disso, por que eu sou bizarra, então nada mais condizente que meu gosto musical ser bizarro, bem como minhas roupas e tal... ain cara *-* que bom que tu curtiu o cap \o\ [correemcirculos] Cara, eu já falei que eu reparei que tu comentou em todos os capítulos? Não que isso tenha a ver com o assunto da resposta do comentário, mas é que eu notei que tu lê sempre a fic *-* e isso é lindo (L). Mas então, eu tenho que ir (?) hora de almoçar. Bgsbgs me liga. Volta sempre aqui *-* x***

Luisa k. Malfoy {N}: CARALEO eu vi a hayley bancando a potranca do funk (?) oaksopakopskap muy muy hot. O josh coitado deve ter ficado arrancando os cabelos, HAHA. MÊN tu é de ferro (?). CINCO meses inteiros ç__ç eu não consigo nem DOIS. D O I S. Eu sou uma looser. Eu não presto para escrever nc fikdik. Mas ah, foi uma despedida romântica a deles *-*. Mas quem sabe role algo megahot entre a Lene e o Six lá em London HOHO* PÓPARAMANO você tem que postar a FA *-* olha, eu já postei a BTE então posta a FA please *-* eu me jogo no chão se for o caso. WEEEE eu adoro biologia *-* por que da pra dormir na aula, e a professora sempre leva uns chocolates pra turma \o\ ahaa ahaaa aha aha aha. Mas então, eu postei. Então a senhorita trate de postar a FA e se der tempo ler aqui \o\ hell yeah metal na veia (?) \m/. Nem repare, é abstinência. Duas semanas. DUAS SEMANAS. Eu vou morrer. OK, vou me indo. Bgsmeligadetarde x***

AEAEAE olha que respostonas eu dei *-* cara eu amo vocês
[jogarosaaoestilorobertocarlos]

QUANDO EEEEU ESTOU AQUII
EU VIVO ESSEEE MOMENTO LINDOOO (8)

Roberto Carlos e descer o nível. MAMONAS MÊN!

SÁÁÁÁBADO DE SOL
Pãpãpã
ALUGUEI UM CAMINHÃO
Pãpãpãpã
PRAAAA LEVA A GALERA
Pãpãpã
PRAAA CUME FEIJÃO
Pãpãpãpã
CHEGANDO LÁÁÁÁ MAS QUE VERGONHA
Pãpãpã
SÓ TINHA MACONHAA
Pãpãpãpã
E OS MACONHEEEIROO TAVA DOIDÃO
Pãpãpã
QUERENDO O MEU FEIJÃO \o\

Uma amiga minha toca essa música no violão *-*
A gente cantou ela na aula esses dias, e eu falava o ‘maconha’ como o lucifre do vídeo do padre quemedo. HAHAHAHAHA eu imito direitinho *-*

Bom, agora eu vou indo
Bgsbgs pessoal
Comentem ok, eu realmente adooooro comentários.
Comentem siiiiiiiiiiiiim? *____________*

Adios
Carol Beeblebrox

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