Capítulo 13




13) Capítulo 13

Harry pegou a lembrança de Hermione, a qual Rony lhe devolvera dias atrás, e preparou a penseira assim que Kathe deixou o apartamento. Não poderia esperar mais um segundo. E mesmo sendo tarde, assim que conseguisse a fórmula, iria imediatamente atrás de Rose para entregar-lhe o que conseguiu. Estava a um passo de conseguir acabar de vez com aquela situação na qual colocara Hermione. Olhou para a amiga que já estava adormecida em sua cama, e então, finalmente retornou à lembrança.

Parte de si não queria rever aquela cena. O fragmento de sofrimento que a amiga passara o atormentaria para sempre; seria impossível esquecer que tudo fora sua culpa. Tentou ignorar os gritos dela, ao mesmo tempo em que tentava controlar sua raiva para não agredir a imagem dos dois cientistas a sua frente. Deveria se concentrar no objetivo que o levara ali.

Ele olhou para os vários papéis que estavam sobre a mesa, com várias anotações incompreensíveis para ele. Então, começou a anotar tudo que via, para não correr o risco de deixar passar alguma coisa importante e precisar voltar à lembrança. Torcia mentalmente para que Rose fosse capaz de decifrar aquelas formas, que pareciam tão sem sentido. Quando finalmente terminou, procurou sair dali o quanto antes.

Quando ressurgiu no quarto, sua respiração estava irregular, e seu coração batia acelerado, como se tivesse acabado de sair de um pesadelo. Os gritos de Hermione ainda reverberavam em sua mente, assombrando-o. Quando Harry ergueu a cabeça e mirou a cama onde a amiga deveria estar deitada, arregalou os olhos e seu coração acelerou mais uma vez. Ela não estava ali. Ficou de pé num segundo, olhando desesperado para o quarto vazio.

- Houve sim um problema, mas receio que não há mais nada que possa ser feito. Ele pareceu ouvir novamente aquela notícia de George.

- HERMIONE! – ele gritou, caminhando para o banheiro do quarto, procurando-a – HERMIONE!

A senhorita Hermione Granger faleceu na noite passada. Novamente o passado o assombrou. Enquanto caminhava pelo corredor, revia o enterro da amiga. Um caixão vazio, as condolências dos conhecidos e desconhecidos, a sensação de estar sozinho.

- MIONE! – sua voz saia embargada de desespero.

Entrou nos dois outros quartos que havia no apartamento, mas não a encontrava. À medida que se aproximava da sala ficava ainda mais tenso. E se ela realmente não estivesse mais ali? E se tivesse perdido Hermione novamente? Parou ao alcançar a sala, ligando as luzes para procurá-la. Sem nem perceber, algumas lágrimas escaparam de seus olhos ao mesmo tempo em que seu coração se acalmava.

A morena estava de pé, olhando para a janela. Harry aproximou-se no mesmo instante, os pergaminhos que usara para copiar as fórmulas espalhando-se pelo chão. Tudo que queria apenas era abraçá-la, e foi isso que fez. Abraçou-a por trás, fechando os olhos.

- Não some assim novamente, Mione. – ele sussurrou perto do ouvido dela – Eu... Eu não agüentaria te perder uma segunda vez.

Ela não disse nada, apenas permaneceu imóvel, permitindo-se ficar abraçada ao amigo. Ele disse mais algumas palavras inaudíveis, ainda abraçado ao corpo dela. Era como se temesse que ela desaparecesse se a largasse. Passaram-se alguns minutos, sem que ambos se movessem. Então, Harry finalmente a soltou.

- Falta pouco, Mione. – ele disse, agora de frente para a morena – Tenho a fórmula e levarei amanhã mesmo para Rose. – abandonara completamente a idéia de deixá-la sozinha. No dia seguinte poderia pedir a Rony que ficasse com a amiga, ou chamaria Lupin para seu apartamento.

Harry a tomou pela mão e a guiou de volta para o quarto. Então, a deitou, e após guardar os papéis com as anotações, deitou-se ao lado da amiga. Não tinha sono, estava muito agitado. Virou-se de um lado para o outro algumas vezes, ainda se sentido mal por ter retornado à lembrança de Hermione. Assustou-se quando sentiu a mão dela se atar a sua.

- Eu estou te incomodando, Mione? – ele perguntou, virando-se para ela. Hermione não respondeu, mas ele pôde notar, na penumbra do quarto, que ela mirava o teto – Ou você está apenas tentando me acalmar?

Como estava olhando fixamente para o rosto dela, ele percebeu o discreto movimento da cabeça dela. Sorriu. Provavelmente, ela percebera sua agitação, e estava apenas tentando acalmá-lo. Harry se aproximou mais dela, e ainda segurando a mão direita dela, a abraçou, trazendo o corpo da morena para perto do seu. Sua boca ficou, então, bem próxima ao pescoço da amiga, de modo que quando ele sussurrou boa noite, ela se arrepiou. Aquilo, porém, ele não percebeu.

Daquele jeito, envolvendo o corpo frágil de Hermione, ele finalmente conseguiu adormecer.

Na manhã seguinte, ao acordar, estava em outra posição. Hermione era quem estava virada para ele, com uma das mãos sobre seu tórax. Harry sorriu, e, sem nem se dar conta, acariciou o cabelo dela. Percebeu que desde que começou a dormir na mesma cama que a amiga, sempre que a via, ficava feliz. Mirou o relógio, e ao ver que já eram quase nove horas, assustou-se. Deveria levar o quanto antes as anotações para Rose. Contudo, antes que pudesse afastar o braço de Hermione, ouviu a voz de Kathe.

- Harry? Você está aí? – ela bateu de leve na porta – Tenho horas batendo na porta. Então, acabei usando aquela chav... – a voz dela sumiu quando finalmente adentrou no quarto e o viu deitado na cama com Hermione.

- Calma. – foi a primeira coisa que veio a sua boca.

- Calma? Você tem realmente a coragem de me pedir para ter calma? – ela bufou de raiva – Nosso casamento é em algumas semanas, e enquanto eu estou resolvendo as coisas, você está agarrado a outra mulher?

- Eu lhe disse que estava dormindo com ela, mas não aconteceu nada. Você sabe do estado dela. – Hermione começou a despertar.

- Não imaginei que estivesse dormindo abraçado a ela. – Kathe estava ficando vermelha de raiva – Isso é o cúmulo, Harry! Eu não agüento mais isso!

- Kathe, por favor, vamos conversar... – ele afastou Hermione, com cuidado, e ficou de pé.

- Conversar? E você tem tempo de conversar comigo? Não... Tudo é Hermione, para Hermione! Eu estou de farta dessa mulher com essa cara de mosca morta!

- Não fale assim dela... Ainda mais por que ela não pode se defender! – ele agora começou a ficar irritado.

- Não pode? Bem... Se ela pode agarrar o noivo das outras, por que não se defender? – ela se aproximou de Hermione – Quem me garante que isso não é tudo fingimento?

- Pelo amor de Merlim, Kathe! Está maluca? – Harry olhou para ela horrorizado.

- Isso tudo me parece muito conveniente, querido... – então, ela segurou o cabelo de Hermione – Você planejou tudo, não foi!

- Larga ela! – o homem tentou afastar Katherine, mas esta segurava com força o cabelo de Hermione.

- Você quer tomar ele de mim, não é isso? – e puxou o cabelo da morena, que não dizia nada. Harry estava ficando desesperado.

- Kathe!

- Não vai conseguir, entendeu... Ele é meu! – ela olhava com tanta raiva para Hermione, como se fosse capaz de estrangulá-la se Harry não estivesse tentando segurá-la – Seria bem melhor se você nunca tivesse aparecido! Você está acabando com a vida dele novamente... Quando eu finalmente havia conseguido fazê-lo feliz, você apareceu para atormentá-lo!

- CALA A BOCA! – Harry apertou com forço o punho dela – Eu não quero lhe machucar... Portanto, solte a Mione e pare de falar, antes que eu faça uma besteira!

Olhando finalmente para os olhos enraivecidos de Harry, ela finalmente largou o cabelo de Hermione. Seu punho ficou vermelho, mas ela sabia que ele não tinha realmente usado sua força. Pela primeira vez, teve medo dele. Entendeu porque ele era um auror tão temido.

- Você vai sair agora mesmo de meu aparamento. E quando se acalmar, nós conversaremos! – foi tudo o que ele disse.

- Está bem. – Kathe respirou fundo e ainda o encarando, continuou – Mas desse jeito não vai dar, Harry. Você vai ter que escolh...

- Nem termine essa frase, porque eu poderia responder agora mesmo e você não iria gostar da resposta! – ela arregalou os olhos – Vá embora, se acalme, e depois conversaremos como dois adultos. Entretanto... Se encostar um dedo em Hermione novamente, eu não a perdoarei.

- Isso não vai ficar assim, Harry! – ela sibilou, com raiva.

Katherine saiu do quarto, e Harry ouviu quando a mulher bateu a porta da frente. Respirou fundo, e sentou ao lado da amiga. Parte de si compreendia Kathe, porém, outra parte tinha certeza de que não estava fazendo nada de errado. Hermione era apenas sua amiga. Amiga esta que encontrava naquele estado por ter assumido uma missão que fora designada a ele. Não poderia abandoná-la.

- Eu sinto muito, Mione. – ele abraçou a amiga – Ela machucou você? – a moça não respondeu – Não se preocupe, eu não vou te abandonar. Eu vou fazer de tudo para de trazer de volta.

Sem que ele notasse, algumas lágrimas escaparam dos olhos dela, como se ouvi-lo naquele momento, tivesse sido mais doloroso que a ação de Kathe.

- Vou mandar uma coruja para Rony, e pedir que ele venha te buscar, pois preciso levar as anotações que consegui para Rose. – ele disse.

Algum tempo depois, como pedira, Rony apareceu no apartamento de Harry. O ruivo percebeu que o amigo estava um pouco enfezado, mas como Harry estava com pressa, preferiu deixar para perguntar o que houve num outro momento. Levou Hermione para sua casa, assim Harry pôde seguir tranqüilo para o hotel onde Rose se encontrava. O moreno assustou-se quando a porta foi aberta por Lupin.

- Bom dia, Remus! – Harry o cumprimentou com um sorriso tão malicioso, que o outro corou intensamente – Acho que perdi algumas novidades.

- É que... Nós...

- Harry! – a figura de Rose surgiu atrás de Remus – Vamos entrando!

- Parabéns, amigo! – ele sussurrou para Lupin enquanto passava – Percebo uma nova atmosfera por aqui...

- Ah... Esse cabeça-dura finalmente resolveu dar o braço a torcer! – ela falou com um sorriso. Harry nunca a tinha visto tão animada.

- Já era hora mesmo, Remus! – ele perturbou, deixando o outro ainda mais corado – Eu realmente fico feliz por vocês.

- Obrigada. E então, o que o trás aqui? Conseguiu a droga nova?

- Ainda não. Rony está com dificuldades para conseguir, mas assim que tiver uma amostra, nós traremos.

- Também estou tentando arranjar. Além disso, obtive algumas informações com aquele prisioneiro sobre os antigos locais de pesquisa, e já mandei uma equipe de investigação para lá. – Lupin contou, sentando ao lado de Rose – Quando tiver qualquer informação que possa nos levar para os verdadeiros criminosos, eu o aviso.

- Obrigado. – Harry, então, tirou alguns papéis do bolso, e colocou sobre a mesinha de centro.

- O que é isso? – Rose começou a pegá-las, olhando atentamente os símbolos escritos – Não me diga que...

- Eu poderia ter trazido isso há tempos, mas só ontem lembrei que tinha acesso a fórmula antiga. – Harry contou.

- Como? – Lupin olhou também para as anotações, mas sem entender nada.

- A lembrança da Mione. Aquela que usei para identificar os dois cientistas!

- Ah. Nossa... Também nem tinha pensado nisso. – o homem comentou.

- Esses símbolos fazem algum sentido para você? – Harry perguntou, mas Rose nem respondeu. Ela parecia estar falando consigo mesmo, enquanto tentava organizar as anotações. Então, ficou de pé, e pegou alguns livros – Rose?

- Querida? – ela finalmente olhou para os dois, mas um olhar de recriminação que os deixou com medo.

- Vocês dois... Fora! – Harry trocou um olhar com Lupin, sem entender.

- Mas... – Remus tentou argumentar, mas Rose já estava puxando-os para a porta.

- Isso realmente é maravilhoso! Eu preciso trabalhar agora mesmo! – o sorriso dela reacendeu as esperanças de Harry – Só voltem quando tiverem a droga nova, pois eu preciso comparar, para ver se houve muita alteração, ou se eu os chamar!

- E quanto ao nosso jantar de...

- Cancelado! Eu esperei você por quase vinte anos... Agora será sua vez de esperar! – Harry riu.

- Está bem.

- Harry... Nós vamos trazer a Hermione de volta! – Rose disse, confiante. Antes que o moreno pudesse responder, entretanto, ela bateu a porta na cara deles.

- Ela é jogo duro!

- Nem fale... – Remus murmurou.

- Podemos aproveitar para conversar sobre as informações que você conseguiu do Walter. – Lupin concordou, e eles seguiram para a recepção do hotel. Enquanto caminhavam em direção a porta, notaram um aglomerado de pessoas, agitadas, e o porteiro tentando evitar que entrasse.

- Será que aconteceu alguma coisa?

- Não faço idéia... – quando Harry abriu a porta, todas as pessoas dirigiram-se a ele. Eram repórteres, com câmeras e pergaminhos em mãos, dizendo coisas que ele ao conseguia discernir.

- Santo Merlim! – Lupin exclamou, tentando desviar dos repórteres, e puxando Harry consigo.

- Remus, o que houve? – ele tentava fugir daquelas pessoas, ao mesmo tempo em que tentava entender o que se passava. Quando finalmente, ouviu de uma mulher loira, e baixinha, seu coração gelou.

- Senhor Potter... É verdade que sua amiga Hermione Granger está viva? – ele olhou para Lupin, que também empalideceu. A informação que guardara com tanto zelo, para não colocar em risco a vida de Hermione, havia vazado.

- Senhor Potter, o que realmente aconteceu? Por que não anunciar o retorno da senhorita Granger? – um outro repórter questionou.

- Como o senhor e o Weasley se sentem ao ter de volta o outro componente o trio que derrotou Você-sabe-quem? – as perguntas não paravam, mas Harry não conseguia, nem queria responder nenhuma. Só queria sumir dali, e se certificar de que Hermione estava bem.

- Por aqui, Harry. – Lupin puxou o braço do amigo, e assim que puderam, desaparataram. Apareceram próximo ao aparamento de Harry, mas logo avistaram um outro aglomerado de repórteres.

- Estão em todo lugar! – ele disse, irritando-se – Rony! Precisamos chegar à casa do Rony.

- Certo. – eles desaparataram mais uma vez, e não se surpreenderam ao encontrar mais repórteres na frente da casa do amigo. Como a casa de Rony era protegida por feitiços contra aparatações, não tinha jeito, senão enfrentar os repórteres.

- Vamos, eu te dou cobertura. – Remus disse, e eles mais uma vez tentaram ultrapassar os repórteres que bombardeavam com perguntas. Os dois, entretanto, guardavam silêncio.

Harry pegou a varinha, e fez sinal que foi logo reconhecido por Rony, que apareceu para abrir o portão para os amigos. Eles entraram espremendo-se pelos repórteres, e Rony ainda precisou colocar para fora três que tentaram entrar com Harry. Quando finalmente encontravam-se nos jardins do amigo, correram para a casa, onde estariam a salvo dos flashes e das perguntas.

- Mas... Como... Eles... Descobriram? – Rony perguntou, sem fôlego, após fechar a porta atrás de si.

- Eu não s... – Harry parou recordando do que acontecera mais cedo pela manhã.

Isso não vai ficar assim! A voz de Kathe reverberou em sua mente. Não podia acreditar que ela fizera aquilo...

N/A: =) Bom, gente... Mais um capítulo para vocês!! Espero que gostem!! Estava querendo escrever um cap bônus, no ponto de vista da Mione, mas não sei ainda se vai dar certo. Se eu conseguir, muito em breve eu postarei, senão, vai o cap normal mesmo!! ^^’’ Aproveito e desejo um feliz natal para você!!! \o/ E obrigada a todos que leram, comentaram e votaram!! Beijo enorme!! Pink_Potter : )


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