Capítulo 4



4) Capítulo 4

- Eu vou encontrar uma cura, Mione. – ele disse para si mesmo, enquanto enxugava as lágrimas – Eu prometo que encontrarei!

Dito isso, o moreno retornou para o quarto onde havia deixado Hermione. Ela permanecia exatamente na mesma posição e imóvel; se não fossem por sua respiração e piscar de olhos, pareceria uma estátua. Harry pegou a sacola da amiga e começou a retirar as roupas, as quais, em sua opinião, estavam bem velhas.

- Podemos comprar roupas novas, o que acha Mione? – ele comentou, enquanto arrumava o guarda-roupa com o que havia ali – Não sou muito bom com roupas femininas, mas daremos um jeito... Posso pedir ajuda de Kate.

Ele sorriu, e após guardar as roupas dela, aproximou-se da amiga e se ajoelhou em sua frente. Acariciou a face dela, e lhe beijou a testa com carinho, enquanto desejava mentalmente que Hermione pudesse mesmo compreendê-lo.

- Você vai adorar conhecê-la, Mi. Estamos noivos há algum tempo... – Harry fitou a amiga e sorriu – Posso te contar um segredo? Eu realmente gosto da Kate, e claro que quero me casar com ela, mas... Eu tentei adiar ao máximo nosso casamento porque... Eu queria que você estivesse nele, e fosse minha madrinha, como havíamos combinado. Parece loucura, é verdade, afinal, você estava “morta”, porém, acho que no fundo, eu nunca acreditei de verdade nisso. E então, eu marquei a data do grande dia, mas só porque ela insistia muito e eu não queria perdê-la, porque eu não agüento mais perder as pessoas que amo. Acho que nunca havia desejado tanto te reencontrar como nesses últimos dias, talvez por isso, eu realmente tenha te visto naquele dia.

Ele pausou e por um minuto julgou-se um idiota por estar contando aquelas coisas para ela. E se realmente ela não entendesse? E se fosse mesmo uma casca vazia? Não era muito racional ficar conversando com uma pessoa que parecia sequer estar ali. Harry segurou as mãos dela, ansiando que ela desse um sinal de que estava ali, mas nada aconteceu. Respirou fundo, e deu um pequeno sorriso; tão cedo e já estava pensando em desistir? O que Amélia havia recomendado? Conversar, mesmo que ela não respondesse, mesmo que... Parecesse loucura.

Havia levado-a para sua casa, decidira-se que acharia uma cura... Não poderia desistir agora. Hermione estava ali, não estava? O que acontecera com ela durante esses anos? O quanto deveria ter sofrido? Porém, ela lutou, estava viva. E havia lutado sozinha; agora, era o momento de contar com a ajuda daqueles que lhe amavam, e Harry sem dúvida a amava. Ele suspirou de leve, antes de beijar as mãos dela.

- Eu sinto muito, Mione. Você precisa me ajudar de alguma forma, pois eu sei que sozinho eu não vou conseguir. – ele sentou agora ao lado dela, mas ainda segurando-lhe as mãos – Eu sempre precisei de você, não é mesmo? E até nesse momento, quando sou eu quem deveria estar lhe confortando, parece acontecer exatamente o contrário.

Harry parou e sorriu novamente para a amiga, antes de ficar de pé. Deixou o quarto por um momento, a fim de pegar uma toalha, sabonetes e xampu. Assim que retornou, escolheu uma roupa para Hermione, colocando-a em seguida sobre a cama. Um certo constrangimento o deixou ligeiramente corado, mas não tinha do que envergonhar; seria como se estivesse banhando uma irmã. E se de alguma forma percebesse que não se saíra bem nessa tarefa, arranjaria alguém para ajudar a cuidar de Hermione.

- Vamos tomar um banho, Mione? – ele a ajudou a levantar, e a guiou até o banheiro do quarto – Eu lembro de quando você me deu banho uma vez... Não sei se aquela ducha fria foi bem um banho, e nossa... Você estava pirada comigo por eu ter bebido além da conta, então, quase arrancou minha blusa e me jogou debaixo do chuveiro frio. Como eu sou bonzinho, eu vou colocar no quente, e preparar a banheira para você!

Dito isso, ele abriu a torneira e esperou que a água enchesse toda a banheira. Ao mesmo tempo, começou a despi-la, mas resolveu manter as peças íntimas da moça. Talvez, ele realmente precisasse de ajuda nesse momento, pois, por mais que ela fosse sua amiga e estivesse doente, Harry era homem e... Hermione era uma mulher muito bonita, e estava quase despida em sua frente; mesmo mais magra e abatida, ainda mantinha a beleza singela que ele tanto gostava.

Amaldiçoou-se mentalmente, enquanto balançava a cabeça. Que tipo de pessoa ele era? Como podia ficar pensando algo assim naquele momento? Desculpou-se baixinho com a amiga, e após fechar a torneira, a ajudou a entrar na água. Lavou os cabelos dela, e a ensaboou, depois sorriu ao perceber que a expressão dela, parecia serena.

- Eu tenho certeza de que a senhorita está gostando, não é? Também... Com tanta mordomia! – ele brincou, enquanto enxaguava os cabelos da morena – Não vá ficar mal acostumada, viu? Quando ficar boa, essa folga vai terminar!

Harry a ajudou a ficar de pé novamente, e só após ter a enrolado na toalha, ele despiu, com alguma dificuldade, as peças íntimas de Hermione. A levou de volta para o quarto, e a secou. Vestiu-a, e após sentá-la na cama, começou a pentear seus cabelos. Com um largo sorriso, ele a abraçou por trás, repousando o queixo sobre o ombro dela.

- Eu senti tanto sua falta, Mione. – ele sussurrou – Senti falta de sua companhia, de sua risada, de sua voz... Senti falta de suas broncas. Aos poucos, eu sinto que vou recuperar tudo isso, minha amiga.

O moreno a apertou no braço, até que finalmente a soltou. Caminhou até uma escrivaninha que havia no quarto, e escreveu uma carta para Katherine, chamando-a urgentemente até sua casa, para contar a novidade. Em seguida, usou sua antiga companheira Edwiges para entregar a mensagem. Agora, era só esperar.

- Eu vou preparar um lanche. Quer vir comigo para a cozinha? – ela não respondeu, mas ainda assim, Harry a levou com ele.

Hermione ficou sentada numa das cadeiras, enquanto o amigo preparava sanduíches e suco de abóbora. Tão logo terminou, ele ajudou Hermione com o sanduíche, enquanto também aproveitava para comer, já que devido à ida até o Hospital Psiquiátrico, ele acabou não tendo tempo de almoçar. Olhou para o relógio, e ao constatar que eram quase três horas, lembrou-se que Hermione tomava um medicamento naquele horário.

Correu até o quarto e pegou as instruções de Amélia, juntamente com o remédio. Ao retornar à cozinha, deu um comprimido à moça, e um pouco de água. Harry, então, a guiou novamente para o quarto, e a deitou na cama. Amélia avisara que Hermione ficaria sonolenta, e provavelmente dormiria após aquele remédio. Após alguns minutos, ele a viu fechar os olhos. Deu um pequeno sorriso, e a beijou na desta, antes de deixar o aposento.

Jogou-se no sofá da sala, para aguardar a chegada de Katherine. Deixaria para falar com Lupin depois. Imaginou o sorriso do velho ao amigo ao receber a notícia; só esperava que a noiva reagisse bem também. O sinal da campainha o tirou de seus pensamentos, e ao abrir a porta, viu Katherine entrar preocupada.

- O que aconteceu? Vim o mais rápido que pude! Você está bem? – ele sorriu, enquanto fechava a porta.

- Calma. Está tudo bem comigo, Kathe. – ela respirou aliviada.

- Então... Qual o assunto de extrema importância? – ambos sentaram no sofá. Ele segurou as mãos dela, tentando escolher as palavras certas.

- A Hermione está viva!

- O quê? Pelo amor de Merlim, Harry! Era isso? – ela revirou os olhos – Querido, sua amiga está morta e você precisa aceitar isso!

- Não, ela realmente está viva. Na verdade, está dormindo no quarto de hóspedes! – Katherine piscou várias vezes, chocada.

- Impossível.

- Era ela, Kathe! Naquele hospital, eu sabia que era ela, eu podia senti-la.

- Harry...

- Fui com o Rony lá hoje pela manhã, e nós a encontramos.

- Meu Merlim! Eu não consigo acreditar! Verdade? – ele balançou a cabeça, antes de sentir os braços dela envolverem seu pescoço – Eu estou tão feliz... Se ela de fato está viva, devemos comemorar, anunciar o equívoco que pensávamos durante todo esse tempo e...

- Não!

- Como assim?

- Não podemos anunciar nada. Querida, nós precisamos manter segredo, pelo menos por enquanto. Apenas algumas pessoas saberão que a Mione está viva, pelo bem dela.

- Mas, Harry...

- Se ela estava viva esse tempo todo, por que você acha que nunca voltou?

- Eu não sei. – ela respondeu, sinceramente.

- Porque a Mione está... Doente. Eu acredito que as mesmas pessoas que ela estava investigando quando desapareceu, fizeram algum mal a ela.

- Eu sinto muito, Harry. Mas eu sei que você vai ajudá-la. E como sua noiva, eu te prometo que também farei o possível para ajudá-la. – Katherine disse.

- Era tudo que eu precisava ouvir. – Harry respirou fundo, sorrindo para ela – Obrigado.

- E o que ela tem, meu amor?

- Bem... Eu acho que há algum feitiço nela. Eu não sei bem o que é, mas vou descobrir. – ele garantiu – Ela não reconhece ninguém, não fala, não tem atitudes próprias.

- Santo Merlim! – ela levou as mãos à boca – Mas Harry, como podemos ajudá-la? Será que há uma cura?

- Eu não sei o que fazer ainda, mas eu farei até impossível para encontrar essa cura. – Katherine deu um pequeno sorriso.

- Ela é realmente importante para você, não é?

- Demais. Eu nem consigo descrever como senti quando a vi novamente.

- Eu estarei aqui para o que precisar.

- Muito obrigado.

- Posso vê-la?

- Sim, mas ela está dormindo.

- Não vou acordá-la, apenas quero conhecer a famosa Hermione.

- Está bem. – eles ficaram de pé, e Harry a guiou até o quarto. A morena dormia tranquilamente, aparentemente sem nenhum problema.

- Ela é bonita. – Katherine disse, fazendo Harry sorrir.

- Muito. Deu muito trabalho para Rony e eu mantermos os canalhas longe. - ela olhou para Harry, que parecia admirar a amiga adormecida.

- Você realmente tem um carinho muito grande por ela, mas vocês nunca...

- O quê? Namoramos?

- Já?

- Não, não. A Mione namorou o Rony algum tempo, mas eles perceberam que era melhor apenas a amizade. Nunca rolou nada entre nós, mas de alguma forma sabíamos que também era melhor sermos apenas amigos. Não queríamos correr o risco de perder o que tínhamos.

- Então, se houvesse uma forma de que a amizade de vocês não saísse alterada, vocês teriam namorado?

- Quê? N-não... Kathe, por favor. – ele balançou a cabeça.

- Você alguma vez já pensou na Hermione como alguém possível de se manter um relacionamento?

- Ela é apenas minha amiga, okay? Por que essas perguntas agora? – Harry deixou o quarto, e retornou para a sala. A noiva fez o mesmo.

- Porque eu percebi que meu noivo tem uma mulher muito bonita e pela qual ele nutre um amor quase platônico dormindo no quarto ao lado do dele!

- Katherine, você ouviu alguma coisa do que eu disse sobre a Mione? Ela está doente, fragilizada! Ela precisa de mim. Você não pode estar com ciúmes dela.

- Bom... Quer saber? Eu estou com ciúmes! Na verdade, eu sempre tive ciúmes dela, porque você sempre falou dela de uma forma tão apaixonada. E agora, ela está aqui, e pelo que eu pude perceber, vai morar com você.

- Sim, ela vai morar comigo, mas você tem que lembrar de uma coisa.

- De quê? – ela cruzou os braços, ligeiramente irritada.

- Eu amo a Mione, mas ela é como uma irmã para mim. Agora você... Eu não te amo como uma irmã... – ela deu um pequeno sorriso quando sentiu os lábios dele em seu pescoço – Porque eu não costumo desejar irmãs. E é com você que eu vou me casar, não é?

- Sim. Ai, Harry... Que vergonha! Me perdoa. – ele riu – Eu juro que não foi por mal, mas eu fiquei com ciúmes mesmo.

- Tudo bem, porém, vai me prometer que vai tentar mudar isso.

- Okay.

- Eu tenho certeza de que quando a Mione ficar boa, vocês se darão muito bem.

- Acha que ela vai gostar de mim? – perguntou, insegura.

- Claro! Ela vai adorá-la, e vai dizer: “Você soube escolher uma garota dessa vez, Harry”.

- Você acha?

- Certeza. – ela sorriu.

- Eu te amo.

- Eu também amo você, Kathe. – ele a beijou nos lábios.

- Eu preciso ir agora, porque sai do trabalho correndo ao receber seu pergaminho.

- Tudo bem.

- Mas prometo que volto mais tarde, para conhecer a Hermione.

- Ótimo. Até mais. – ele a levou à porta, e despediu-se.

Ele “entendia” o ciúme dela; todas suas namoradas tinham ciúmes de Hermione, era quase algo natural. Ele riu, ao retornar ao sofá. Acontecia o mesmo com os namorados que Hermione teve, todos tinham ciúmes de Harry, porque eles se tornaram mais apegados no decorrer dos anos. Fechou os olhos, e respirou fundo. Katherine, contudo, não tinha motivos para ter ciúmes; eles eram amigos, apenas amigos. Harry sabia que aquele sentimento nunca mudaria...


N/A: Well... Demorei, eu admito, mas... Dessa vez, gente, eu juro que a culpa não foi minha!! Meu pc pifou... E eu fiquei quase um mês sem... Primeiro foi o HD, e o rapaz que conserta viajou... Depois, com pc consertado (ou pelo menos, eu achando que estava pronto), o monitor dá problema... Anyway... Eu já estava pirando aqui... *Pink viciada em pc*. De qualquer forma, aqui está finalmente o cap... E tenho que confessar uma coisa... Esse negócio de Mione não falar, dá muito trabalho!! Kkkkkkkkk!! É mais complicado fazer monólogos que eu imaginava... OMG!! Espero conseguir continuar a fic... =) Espero que tenham curtido!! Desculpem pela demora!! Obrigada pelos comentários, votos e por lerem a fic!! Um beijo grande!! Pink_Potter : )

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