Noite Agitada!



-Bom, devo deixá-las aqui, afinal não posso subir para seu dormitório.

-Está bem. Obrigada Harry! – disse Gina, despedindo-se e subindo para o dormitório arrastando Cho.

Harry acenou para as meninas e confirmando que elas já haviam desaparecido, chutou a poltrona na sua frente.

-Droga!

Ele procurou se acalmar, teria muita coisa para contar a Hermione e Rony amanhã...

***
Ao chegarem no dormitório de Gina, Cho e a própria Gina se encontraram com Malfoy de imediato.

-Pronto, eu fiz o que você pediu, sua grande ameba branca!

-Tá bom, Weasley! Você demorou demais, embora.

-Claro, nós encontramos o Pirraça! Aquele louco insano!

Draco riu da expressão vermelha de Gina. Ele olhou para baixo sem saber o porque, e seu rosto imediatamente se deparou com as pernas da ruivinha. Eram fortes e torneadas. “Por Merlin! Estou pensando na perna de uma Weasley!”. Então o garoto levantou a cabeça.

Gina o encarava ferozmente.

-Pensei que tivesse perdido alguma coisa na minha coxa.

Malfoy pareceu desconcertado.

-E por que eu olharia para as suas coxas?

-Não sei, era você que estava olhando, portanto você que deve saber o motivo.

O tom das bochechas de Draco assumiram uma coloração avermelhada.

-Pensei que não se envergonhasse. – comentou Gina, sarcástica.

-Eu não me envergonho. – respondeu o loiro quase na mesma hora.

-Se eu não te conhecesse bem, diria que está envergonhado agora mesmo.

-Ainda bem que me conhece, Weasley.

-Não, Draco. Ainda bem não. Infelizmente.

Draco preparou-se para responder, mas foi interrompido por Cho, que até aquele momento da conversa tinha permanecido calada.

-Dá pra parar?!

Obviamente, os dois tinham esquecido que Cho estava observando a discussão e eles pareceram bastante confusos.

-Foi a Weasley que começou me acusando de olhar a coxa dela.

-Só te acusei porque você estava olhando mesmo.

-Prove!

-Está me desafiando?

-Entenda como quiser.

-Eu pedi para parar! - gritou Cho, com uma voz chorosa.

-Está bem, se o Malfoy não fosse tão cabeça-oca...

-Gina...

-Cabeça-oca, EU? Você é que nem tem cabeça pra ser oca!

-Gina, não responde...

-Eu tenho muito mais cabeça que você, seu estúpido!

-CHEGA!!!! – dessa vez, Cho berrou de verdade, e não parou por aí – Parem vocês dois! Daqui a pouco vão se matar! Que coisa insuportável!

Os dois assentiram, calados. Mas Cho não se contentou e disse com o máximo de desdém que conseguiu colocar em sua voz:

-E você, Malfoy. Não queria falar comigo?

A feição de Draco imediatamente se tornou mais séria e um pouco mais cruel. Ela colocou um sorrisinho detestável nos lábios e foi dizendo com a maior grosseria:

-Pode ir saindo, Weasley!

-O QUE? Até parece que eu vou a algum lugar!

-Ah, você vai...

-Eu não vou de jeito nenhum! Você invade o meu quarto, me ameaça, me manda ir pra Corvinal chamar a Cho e ainda vai me expulsando do meu próprio dormitório!!!

-Gina, por favor... – pediu Cho, chorosa.

-Até você, Chang? Vai ficar do lado desse psicopata?

-Vai logo, Weasley, ou então eu vou me reportar a Prof. McGonagall imediatamente...

Gina pensou em ela mesma ir se reportar a Minerva e dizer que Draco Malfoy, um comensal da morte, estava em seu quarto neste exato momento, fazendo ameaças absurdas. Ela saiu bufando, pensando seriamente na hipótese. De repente, teve uma idéia genial. Desceu as escadas em direção ao centro do Salão Comunal e procurou algo embaixo da almofada de uma das poltronas.

-Deve estar aqui em algum lugar...

E, convenientemente, a menina encontrou um par de orelhas extensíveis, usadas mais cedo para ouvir a conversa de Felix Broom, um menino calouro que Gina suspeitava fortemente estar tramando uma conspiração contra ela. A ruiva não ouvira nada da conversa de Felix, pois Rony apareceu no exato momento e ela não queria que o irmão saísse espalhando falsos boatos. “Mas agora vai ser diferente! Rony deve estar dormindo, se eu tiver um pouco de sorte...”

Ela tornou a subir as escadas com muita rapidez. Ao se aproximar, diminuiu a velocidade dos passos e subiu na ponta do pé. Passou uma orelha com cuidado por baixo da porta, e ficou feliz em constatar que Malfoy não havia jogado nenhum feitiço de impermeabilidade de sons. Logo, o que eram apenas sussurros, se tornaram vozes perfeitamente audíveis.

-...escreva o que eu estou te dizendo, Chang!

-Não... vai... funcionar! – respondeu Cho aflita e Gina pôde perceber que ela estava chorando.

-Tem que funcionar! Se não o Lorde das Trevas vai matar a mim, minha família, você e sua família!

Cho deu um alto soluço.

-Mas eu não sei onde está! Eu... eu não sei!

-Você tem que saber! É pequeno, redondo e pertence a Corvinal! PENSE, CHANG!

-Eu... não... não consigo!

-Você não está se esforçando o suficiente!

O que Malfoy fez a seguir realmente deve ter assustado Cho, pois a menina chorou mais alto do que nunca e pareceu ainda mais amedrontada.

-É... é...eu não me lembro! ESPERE! Pode ser o diamante de Ravenclaw!
Que ela usava como amuleto... contra os maus agouros...

-Não quero saber detalhes! Me diga como é que esse diamante se parece!

-Eu não sei! Eu nunca vi! Mas a lenda diz que é grande e alaranjado, e quando os agouros se aproximam ele se torna preto... Costumava iluminar Hogwarts, mas há algum tempo ninguém o vê... Ele... ele é razoavelmente pequeno e é redondo, como você falou!

Gina imaginou Malfoy sorrindo aliviado e sua mente foi levada aos dentes irritantemente perfeitos do garoto. Aliás, ele era todo irritantemente perfeito: da cabeça aos pés. Ela foi forçada a bater em sua própria cabeça, dizendo para si mesma que não podia se desviar dos pensamentos da conversa, parecia muito importante. Seja lá o que os dois estavam tratando, parecia ser mesmo muito essencial para Voldemort.

-Muito bem, Chang. Você precisa acha-lo e pega-lo, antes que o Potter o faça.

-O... o que? Eu não posso fazer isso! Eu não sei aonde está!

-Eu te ajudarei, com certeza! O que é importante para o Lorde das Trevas é importante para mim! E para a minha sobrevivência...

-Malfoy! Eu nem sei se o diamante ainda existe!

-É claro que existe... é perfeito! Se enquadra! Eu só preciso que você o ache. Se não o Potter vai achar e o estrago estará feito...

-E o que é isso, afinal?

-Ele não confia em mim para dizer, eu só preciso encontrar e dar à ele!

Os dois não se pronunciaram por alguns momentos até que Draco falou:

-É melhor você ir embora e chamar a enxerida da Weasley... Não duvido nada que ela tenha tentado escutar a nossa conversa...

Gina saiu em disparada até o Salão Comunal e fingiu estar morrendo de tédio quando Malfoy e Cho chegaram. A morena estava com a feição incrivelmente vermelha, chorara mais do que Gina imaginava.

-O que você fez com ela, Malfoy?

-Nada, eu só preciso ir embora... – comunicou Cho, antes de sair.

***
Gina e Draco voltaram a subir, até que a ruiva quebrou o silêncio:

-Já pode ir, Malfoy. Não tem nada aqui que te impeça...

-O que? Quem disse que eu vou a algum lugar? Vou dormir aqui, é lógico!

Gina olhou para ele abismada e antes que ela fosse capaz de negar, ele deitou-se em cima de sua cama e disse:

-Eu fico com essa metade, e você com a de cá.

Ela o observou vermelha se fúria, mas percebeu que não adiantaria nada discutir, Malfoy dormiria ali de qualquer jeito. Ela se ajeitou e deitou-se, tomando cuidado para não encostar nele de maneira nenhuma.

Antes de dormir, Gina teve que ouvir um último comentário irônico de Malfoy:

-Sabe quantas pessoas matariam para estar no seu lugar?

E ela respondeu sem ao menos se virar, com descaso.

-Bom, eu já estou me sentindo morta de ter que deitar com um trasgo nojento como você.

Ele riu, o que a deixou ainda com mais raiva.

-Ah, Weasley, você sabe que ama...

Ela fez um esforço para responder, mas quando bolou alguma coisa, já era tarde: Draco já tinha dormido. Ou pelo menos, fingido que tinha.

***
No meio da noite, Draco acordou inquieto, e demorou alguns minutos para se localizar. Ele se virou e uma cabeleira vermelha invadiu seus olhos. “Gina...”, ele foi se lembrando aos poucos. Respirou profundamente e logo um cheiro floral entrou sem permissão em suas narinas e anestesiou seu cérebro. A sensação foi tão boa que ele repetiu o gesto, e de novo o cheiro límpido e doce do cabelo de Gina invadiu suas narinas. Draco podia respirar ali a noite inteira, se a ruiva não tivesse se virado de repente e batido o nariz no nariz do próprio Draco. Ele fechou os olhos com violência, enquanto ela abriu. Ao se deparar com Draco Malfoy tão próximo, se afastou bruscamente. Mas por algum motivo ela permaneceu com os olhos abertos, observando o menino. O cabelo loiro desarrumado caía sobre os olhos descansados; sua pele era tão limpa que podia servir como espelho. “Ele é lindo”, Gina pensou, mas logo se obrigou a afastar o pensamento tolo de sua cabeça. Ele era um Malfoy, ela, uma Weasley. Gina não podia achá-lo bonito... Ele era apenas arrogante, prepotente e insuportável. Pensando nisso, e somente nisso, ela recostou-se no travesseiro e adormeceu novamente, como se não houvesse existido nenhuma interrupção.


N/A: eeeeita! O clima tah esquentando ;D
ASHAUSHAUSHUAH
Comentem pra miiim? :$

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