Imprevisto no Beco!



O Beco Diagonal mudara muito desde o primeiro dia que Harry aparecera por lá. Hoje já não era mais o lugar cheio de bruxos e bruxas que compravam roupas e apetrechos sem nenhuma preocupação. Pelo contrário, agora era um lugar evitado a todo o custo, muito perigoso. Por esses motivos que Harry se surpreendeu muito ao ver que havia uma agitação em certa parte do Beco. Ao se aproximar, viu que era um enterro. Uma música fúnebre quebrava o silêncio das pessoas. Parecia um protesto às palavras e ao mau coração dos homens. Harry já imaginava os motivos da morte do enterrado. E esse motivo tinha nome e sobrenome: Lord Voldemort. Sem perceber, foi se aprofundando cada vez mais na muda multidão, até chegar ao centro. Mas sua presença não passou despercebida. Como poderia? Ele era o famoso Harry Potter, o menino que sobreviveu. Uma das mulheres da ‘procissão’ carregava um bebê e foi ela a primeira a gritar: “Oh, meu Deus! É Harry Potter!”. A partir desse grito outros vieram, cada vez mais altos e acusadores, como se Harry fosse o que causara todas as mortes da época. As pessoas o acusavam de não protegê-las (como se ele tivesse alguma obrigação disso), e isso o estava deixando maluco. Queria sair correndo, mas era impossível, tudo estava congestionado em sua cabeça. A morte de seus pais, a morte de Cedrico, de Sirius, de Dumbledore. Tudo culpa dele. Se seus pais o entregassem, e o deixassem morrer, nenhuma das pessoas mais importantes para ele estariam mortas hoje. As vezes, Harry pensava que seria muito melhor se ele realmente tivesse morrido.
No meio da multidão, Harry sentiu uma mão quente e reconfortante o puxando. Ao tocá-la, sentiu a sensação desconfortável de estar sendo levado para muito longe... O sentimento de estar sendo comprimido e sufocado: a sensação contínua de estar aparatando. Queria soltar a mão, podia ser de qualquer pessoa indesejável, mas ele não conseguia. O toque percorria seu corpo, que minutos atrás estava incapaz de realizar alguma atividade.
Harry caiu, tremendo. Sentiu a pessoa indo embora, mas não abriu os olhos. Era incapaz. Algum tempo depois, reuniu forças e se levantou. Suas vestes estavam rasgadas, ele estava sangrando. Bem a tempo para esconder o corte, viu Hermione se aproximando surpresa.

- Harry! Você está bem? Oh Meu Deus. Você está machucado! – disse a menina passando a mão sobre o corte superficial no abdômen do rapaz. Parece que ele não fora tão bem assim na tarefa de esconder o ferimento.

- Eu vou viver! – retrucou Harry zombeteiro.

- Me matou de susto! Por que decidiu aparatar aqui? É um lugar meio peculiar, se é que você me entende.

Até aquele ponto da conversa, Harry não tinha reparado no lugar onde estava. Ele com certeza nunca tinha ido ali antes, a visão era totalmente nova. Não era a travessa do Tranco e nem outro lugar sombrio, era apenas diferente. Pensando bem, aquela não era uma visão totalmente nova. Ele já tinha isso ali. Era o lugar que ele havia sonhando na outra noite!

- Aonde estamos?

- Atrás da casa dos Gritos – Hermione apontou – Mas como é que você não sabe? Foi você quem apara... Espera aí. Vai me dizer que não foi...?

- Casa dos Gritos? Que esquisito. – respondeu Harry ignorando a última parte da fala da amiga. Ele começou a suar, nervoso – É melhor sairmos daqui. Agora. – E, dizendo isso, Harry puxou a mão de Hermione e correu, sem soltá-la.

- Harry! Para! Você está me machucando! – Hermione parou bruscamente.

- Mione! Não fique parada – Harry disse em tom de súplica, lembrando do final da amiga em seu sonho. – Eu já estive aqui. E não foi uma visita muito agradável...

Harry recomeçou a correr, Hermione em seu encalço.

Ele pensou em como fora parar ali novamente. Lembrava de tudo: da multidão, da mão, da sensação. Mas a história tinha uma lacuna. Porque alguém o levaria ali? Podia significar uma coisa boa: a suposta salvação de Harry do meio do povo. Ou podia significar uma coisa muito, muito ruim: a desejo de morte de Hermione. Era bem melhor pensar na primeira opção, concluiu Harry. E assim, seguiu caminho para comprar todos os materiais, evitando ao máximo a grande aglomeração de pessoas. Mas, o que é a vida sem um pouco de riscos?

***
As “Gemialidades Weasley” eram a maior diversão para as pessoas do Beco Diagonal. Harry e Hermione decidiram passar por lá, para fazer uma visitinha a Fred e Jorge. Apesar de ficar um pouco afastada do centro do vilarejo, a loja dos gêmeos era muito prestigiada. Apreensivos, Harry e Hermione prestavam muita atenção em tudo, para não tomarem outro susto indesejável. Hermione sumiu instantaneamente, correndo para ver um pelúcio.

- Cara! Pensei que não chegariam nunca! – disse Fred, surpreendendo Harry.

- Quer dizer que já me esperavam?

- Claro que já! Depois do susto que o Jorge te deu – continuou Fred, dando uma piscadinha para o irmão – Foi hilário. Muito engraçado. Você tentando se soltar foi o pior.

- A mão era do Jorge? – Harry olhou incrédulo para os gêmeos – Vocês realmente me assustaram, seus imbecis...

- Pensou que fosse o Voldemort? – caçoou Fred.

- Falando nisso, Harry, você tem malhado? Está ficando cada vez mais forte... – intrometeu-se Jorge. – Foi duro te segurar. – e imitando a voz de uma menina, completou – Não faz isso que eu troco meu irmão por você, Harryzito. – Ele fez beicinho.

Fred não entrou na brincadeira dessa vez.

- Eu não me importo nem um pouquinho, Harry. Ele é todo seu.

- Hahaha. Engraçado. Muito engraçado. – disse Harry dando soquinhos nos gêmeos. Era difícil se zangar com aqueles dois.

“Pelo menos, sei que não foi um comensal da morte tentando me matar”, pensou Harry. E antes que pudesse se conter, perguntou:

- Onde me levou aquela hora, Jorge?

- Ah! Pensei que não ia perguntar. Atrás da Casa dos Gritos. Eu e Fred uma vez nos escondemos lá, fugindo do Filch. – Fred suspirou, seguido pelo irmão, que prosseguiu – Aquele dia Hogwarts não estava propícia a esconderijos. Aquele é um excelente lugar Harry.

Hermione chegou bufando de raiva, toda molhada. Os gêmeos colocaram-se a rir. Harry não agüentou e riu também.

- Eu não acredito que você caiu no truque dos pelúcios! São para inimigos... Os reais tão do outro lado – disse Fred apontando uma bancada.

Vendo a cara de quem não entendeu nada de Harry, Jorge explicou:

- Colocamos pelúcios falsos. Programados para explodir e cheio de água dentro. Quando alguém toca neles, eles quebram e molham a pessoa.

- É. Por isso que vem escrito: “NÃO TOQUE”. – o segundo gêmeo olhou para Hermione com um olhar acusador. Esta por sua vez, murmurou um feitiço e desfez a suposta “mágica pelúcia” dos garotos. Fred e Jorge só observaram... Ninguém nunca tinha conseguido tirar um feitiço das Gemialidades Weasley!

- O que foi? Pratiquei contra feitiços nas férias. Justamente para evitar brincadeiras de mal gosto de certas pessoas – disse Hermione, sorrindo triunfantemente.

- Está pensando o mesmo que eu Fred? Temos que criar feitiços melhores, para que certas pessoas não possam desfazê-los.

- Tirou as palavras da minha boca, Jorge. Vamos nessa! Tchau, Harry. Hermione, nos vemos depois, para ver se você também vai estudar contra feitiços nessas férias.

Hermione não conseguiu disfarçar o sorriso ao se despedir dos gêmeos. Ela e Harry saíram da loja e enfim foram comprar os materiais, ainda com bastante descrição, para não serem novamente reconhecidos.

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N/A: eu achei esse capítulo péssimo =/
AHSUAHSAUHSUASH³

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