Capítulo 15



Capítulo 15



James tinha sido incapaz de dormir a noite toda. Pensamentos sobre o que aconteceria, caso Lily tivesse mantido o beijo, repetiam-se de novo e de novo em sua cabeça. Especialmente sua maldita perna envolta de sua cintura estava liderando uma trilha de pensamentos que ela certamente não teria apreciado.

Então, no dia seguinte, quando ela o alcançou e ficou ao seu lado no corredor, precisou todo o mísero controle que ele não tinha para não agarrá-la e beijá-la insensatamente.

- James, eu estava pensando sobre a noite passada...

- Você também? Eu pensei sobre isso a noite toda - ele disse, passando por ela. Lily apressou-se em se afastar dele.

- Não desse jeito. Quero dizer, quantos beijos restam para você ganhar?

- Apenas dois. Desde que nós nos beijamos duas vezes...

Lily deu um passo para perto dele, um brilho em seus olhos.

- Eu estava pensando; esse poderia mesmo contar como dois beijos separados, desde que um deles foi eu beijando você e a aposta era para você me beijar?

- Isso é meramente um caráter técnico.

- Mas, James, você não quer uma desculpa para me beijar uma vez mais? - ela disse, roçando levemente seu corpo contra o dele.

- Lily, você está tentando me seduzir para concordar contigo?

- Está funcionando? - ela perguntou sorrindo.

Ele amava aquele sorriso maldoso em seu rosto. Fazia-a parecer muito beijável...

- Eu nunca poderia dizer não a você - ele respondeu, inclinando-se para beijá-la. Ela se afastou, dando a volta por ele.

- Obrigada, James, até mais.

Lily se sentira culpada por isso, mas havia decidido que ele merecia. Passara uma semana inteira sem beijá-la, esperando que ela admitisse que queria. Foi uma tortura. Então, decidiu que o torturaria de volta. Deixando-o perceber como ele gostava de beijá-la.

Sua parceira de poções havia voltado do Saint Mungus, e embora estivesse trabalhando com Frank, queria dar a ele e Alice um tempo para ficarem sozinhos, portanto, trabalharia com ela. Além disso, queria provocar James. Ela o viu olhá-la fixamente; encolheu os ombros e disse algo sobre a garota estar sem parceiro.

James sentou atrás, em sua cadeira, aborrecido. Ele queria trabalhar com Lily. Ela era uma melhor visão do que Sirius, e ele, freqüentemente, concluía alguma coisa dos trabalhos com ela.

- Estou começando a perceber que você está preferindo ela a mim - Sirius disse, seguindo o olhar do amigo.

- Isso é porque estou mesmo. Tão agradável de olhar o quanto você pode perceber - James replicou.

- Então, vá trabalhar com ela.

- Não dá. A garota que deixou o Saint Mungus é a parceira dela.

Sirius olhou para a garota por um segundo, então voltou para James:

- Você realmente quer trabalhar com a Lily?

- Sim

- Espere um segundo - Sirius disse, atravessando a sala de aula a passos largos.

Lily notou como Sirius puxava sua parceira, se perguntando o que ele estava fazendo. Ela o viu sussurrar alguma coisa na orelha da garota, deixando-a com uma tonalidade vermelho profundo. Então, a menina caminhou de volta para Lily.

- Lily, eu vou trabalhar com o Sirius hoje, você se importa?

Lily deu um sorriso falso.

- Não, tudo bem. Eu vou trabalhar com James.

Lily deixou seus livros caírem ao lado dos dele e se sentou no lugar que Sirius ocupara anteriormente.

- Essa foi uma idéia brilhante.

- Foi toda dele - James respondeu, olhando para seu melhor amigo e a corada ex-companheira de laboratório de Lily. - O que foi aquilo, essa manhã?

- Hã? Nada - respondeu inocentemente.

- Lily.

- James.

Ele rolou os olhos.

- Ótimo, não me conte.

Lily sorriu e foi realizar sua tarefa. James ajudaria ocasionalmente, mas, na maior parte, ela apenas lhe disse o que fazer. Considerou que era um milagre ele ter passado em Poções todos esses anos. Ela estava querendo torturá-lo, mas não estava cônscia de que o havia torturado no corredor, antes, sem intenção, e não havia indício de que o estava fazendo agora.

James não poderia mais se permitir encarar Lily. Eles estavam trabalhando em uma poção extremamente complicada e ela mordia seu lábio inferior, concentrada. Sabia que ela fazia isso quando estava pensando, mas isso o estava deixando louco. Trazendo muito mais foco para eles, desconcentrando-o...

Lily virou em sua cadeira, encarando James, e lhe disse que estava quase terminando, quando percebeu o mesmo olhar com que ele a olhara na noite passada.

- Comporte-se.

- Comportar-me mal?

- Comporte-se como se sua mãe estivesse nos olhando - ela retorquiu.

- Minha mãe sempre foi boa em olhar para o outro lado...

- Não me toque. Nós estamos em uma sala de aula, por Merlin.

James a ouviu. Entretanto, o modo como ele a encarava tornou-se muito irritante. Lily nunca esteve tão grata quando a aula terminou.

Alice e Frank estavam sendo agradáveis um com o outro novamente, mas Lily sabia que eles estavam a ponto de se desentenderem quando o admirador de Alice mandasse outra carta a ela. Os dois saíram, deixando Lily sozinha com James, Sirius, Remus e Peter.

- O que exatamente você disse à minha parceira, Sirius? - ela perguntou.

- Nada que eu possa repetir.

Tanto Lily quanto Remus rolaram os olhos com aquele comentário.

- Hei, verei vocês mais tarde. Quero alcançar Alice e Frank.

O que Lily encontrou não foi o que ela esperava. Alice segurava outra carta em sua mão e Frank estava emburrado em um sofá. Alguns alunos do primeiro ano colocaram a sala comunal em desordem, mas eles se arrastaram para fora quando Lily mandou-os ir para a sala de aula.

- Olhe, Lily, outra carta. E há mais poesia. Ouça: Vê-la é uma pintura, Ouvi-la é uma melodia, Conhecê-la, uma intemperança tão inocente quanto junho.

Lily vasculhou seu cérebro. Esse era de Emily Dickinson. O rapaz era dedicado.

- Eu não vejo nada de inocente sobre esse cara querer conhecê-la - Frank disse mal humorado.

- Ah, ele não quis dizer isso em um sentido bíblico - Alice falou, sorrindo para a carta.

- Pode não ter dito, mas é o que o poema quer dizer - Lily respondeu antes que Frank pudesse.

- Eu acho que o poema é doce - Alice argumentou.

- Eu não gosto desse cara. Se ele a fantasia tanto, por que não lhe diz isso cara a cara? Por que lhe manda cartas de amor com poesias estúpidas? - Frank disse asperamente.

- Não é estúpido, é romântico. Por que você tem que ser tão egoísta? Você não pode apenas ficar feliz por eu estar feliz?

- Eu quero que você seja feliz, mas não com esse doido.

Lily viu lágrimas brotar nos olhos de Alice e ela apertou a carta.

- Você está apenas com ciúmes! Você só está com raiva porque alguém gosta de mim e ninguém gosta de você.

Lily assistiu enquanto Alice gritava a acusação. Isso não teria ferido Frank tão profundamente se, ao invés disso, ela tivesse batido nele. Ela nem sequer lhe deu tempo para negar, correu para fora do salão comunal, em lágrimas.

Lily lançou um olhar para Frank, vendo-o se decidir se seguia Alice ou não.

- Eu vou. Ela não irá querer vê-lo agora.

Ela alcançou Alice no corredor e caminhou ao lado dela em silêncio, até que Alice falou:

- Tudo está tão bagunçado, Lily.

- Eu sei.

- As coisas nunca voltarão ao normal?

- Algumas coisas mudam. Às vezes, é para melhor. É apenas difícil mudar, só isso.

Alice fungou e Lily enfiou a mão em seu bolso, tirando um lenço. Alice assuou o nariz sonoramente.

- Você acha?

- Sim. Ficará tudo bem, Alice. Prometo.

Alice não pareceu convencida. Lily sabia que não poderia ajudar mais. Alice e Frank teriam que fazer todo o resto.

- Como estão as coisas entre você e James? Você não tem falado muito sobre ele, ultimamente.

Lily encarou seus pés. Era uma pergunta difícil.

- As coisas estão...diferentes.

- Você gosta dele?

A pergunta foi espontânea, mas Lily sabia que não era intromissão. Alice estava preocupada com ela e a queria feliz. Era o que ambas queriam uma para a outra.

- Ele está um pouco fincado em mim.

- Imaginei isso.

As duas caminharam em silêncio, considerando seus próprios pensamentos. Romance deixava as coisas fora de equilíbrio, e, de certo modo, tirava parte da inocência de suas juventudes. Tornava as coisas grandes, como de um adulto. Amor era uma emoção adulta.

- Eu não estou pronta para isso, sabe. Por esse ser nosso último ano. Parece que nós colocamos aquele chapéu ontem - Alice disso de repente.

- E brevemente nós estaremos saindo por essas portas, saindo para a vida. A idéia é assustadora, mas acho que nos sairemos bem - Lily falou.

- Você acha?

- Acho.

- Como? - Alice perguntou.

- Porque nós todos teremos uns aos outros.

xxx---xxx


Dois dias se passaram e Lily estava começando a sentir a própria fraqueza de sua resolução. Ela queria torturar James, mas não sabia que, fazendo isso, estaria, também, torturando a si mesma.

Era fácil evitá-lo, já que Alice e Frank não estavam se falando e ela estava dividindo todo o seu tempo entre eles. Parecia que ambos a queriam ao seu lado, e Lily nem sequer tinha certeza se eles sabiam o motivo de estarem irritados um com o outro.

Estando tão obcecada com isso, era fácil deixar passar mais dois dias, sem se preocupar com James. Ela o viu, mas sua mente estava em outro lugar e nem prestou atenção. Chegou ao ponto de James estar começando a pensar que ela estava irritada com ele.

Então, ele fez a única coisa que conseguiu pensar. Se Lily não diria a ele por que estava irritada, ele perguntaria para um de seus melhores amigos. Frank foi sua primeira opção, uma vez que ele seria o menos suscetível a uma explosão. Garotos ficam irritados quando alguém se interessa por sua amiga; garotas, por outro lado, ficam furiosas e gritariam para ela, ofensas sobre você.

Contudo, Frank não foi encontrado. Provavelmente, escondido de Alice em algum lugar, já que os dois não estavam se falando. Ele viu Alice sentada num sofá, lendo um livro trouxa. Meramente reconheceu o livro que pertencia a Peter.

- Alice? Posso falar com você?

A garota levantou os olhos do livro, colocando um marcador dentro dele, fechando e atirando-o ao seu lado no sofá.

- Claro. - Ela se levantou, caminhando com ele para o corredor. - Alguma coisa errada? Não é a Lily, é?

- É, mas não, nada errado. Não exatamente.

Alice olhou para ele, inquirindo. Cuidou em não dizer que Lily estava irritada, ou Alice ficaria muito mais hostil.

- Lily tem estado...um tanto distante, ultimamente. Eu queria saber se você sabe o que há de errado.

- Lily está sendo Lily. Frank e eu não estamos felizes, então ela não se acha no direito de estar também.

Fazia sentido. Era um comportamento típico de Lily.

- Então, não é por minha causa.

- Não, ela está bem com você.

Se Alice estava admitindo que ele e Lily estavam bem, então Lily deve ter admitido algo para Alice.

- Ela está bem comigo? Como bem?

- Eu não posso dizer o que ela me disse. É confidencial.

- Não estou pedindo para você me dizer o que ela lhe disse. Estou pedindo sua opinião. Você acha que ela está pensando melhor? Que gosta de mim agora?

Alice levou um segundo para refletir o que dizer.

- Acho que sim. Ela gosta de você, mas a teimosia dela não quer deixá-la admitir. Ela ficaria muito irritada, se soubesse que estou dizendo isso a você, mas eu quero que ela seja feliz, e acho que você poderia fazê-la feliz.

Alice voltou-se para ele de repente e logo estava parada bem enfrente a ele.

- E é melhor você me provar isso, porque, se você quebrar o coração dela, eu quebrarei cada osso de seu corpo.

Isso foi um tanto assustador, mas, ao menos isso mostrou que ela se importava.

- Eu nunca a machucaria. Eu a amo.

Alice sorriu para ele.

- Eu sei. E ela também sabe. Então, encontre-a. Lembre-a. Isso não é algo que ela vá querer esquecer, não importa o que ela diga.

Estava chovendo quando James finalmente encontrou Lily, em um corredor vazio, olhando pela janela.

- O que você está fazendo?

- Assistindo a chuva - ela disse entorpecida.

- Parece divertido.

Ela não lhe respondeu.

- Lily, eu sei que você tem estado preocupada com seus amigos e seus problemas, mas você ainda não me dispensou - ele disse, ficando ao lado dela.

- Eu sei, não quis dizer isso. Eu apenas estava obcecada em tentar estar com Alice, estar com Frank, e acho que foi fácil para me esquecer de você.

- Isso me faz sentir bem comigo mesmo - ele disse sarcasticamente.

- Foi fácil esquecer você, porque eu sei que você sempre estaria comigo.

James não disse nada de volta, não sabia o que dizer.

- Não acredito que eu mereça isso pelos últimos dias. Eu estava apenas tentando consertar os problemas dos meus amigos.

James suspirou, colocando seu braço por sobre os ombros dela.

- Quando você vai parar de tentar consertar os problemas de todo mundo?

Lily sorriu com o tom dele.

- Quando todos pararem de tê-los.

- Algumas coisas precisam consertar-se sozinhas.

Lily suspirou, descansando sua cabeça no ombro dele.

- Eu sei.

- Você irá explicar para mim o que foi aquele outro dia?

- O quê?

- Quando você falou para mim sobre a aposta e os beijos.

Lily enterrou sua cabeça no ombro dele, corando furiosamente.

- O que você diria se eu falasse que eu apenas mencionei aquilo para fazê-lo pensar sobre me beijar para torturá-lo, por você ter feito com que eu quisesse que você me beijasse?

- Eu diria que você teve êxito.

Lily olhou furtivamente para ele:

- Você não está irritado?

- Não.

Ela colocou sua cabeça onde estava anteriormente.

- Que alívio.

- Mas eu ficaria menos irritado se nós diminuíssemos um número, de três para dois.

- Eu pensei nisso como um atrativo.

James esperou por sua decisão.

- Certo, tudo bem, dois.

- Então você admite querer que eu ganhe? - ele provocou.

- Eu só estou admitindo que estou aberta à idéia.

- Eu sabia que você finalmente pararia de negar que estava irremediavelmente atraída por mim.

Lily rolou os olhos, sorrindo para ele.

- Eu não diria irremediavelmente.

- Mas você está admitindo - ele pressionou.

- Você realmente me fará dizer isso? - ela perguntou.

- Sim.

- Ótimo. James Potter, eu, Lily Evans, estou atraída por você.

- E você está loucamente apaixonada por mim, e quer um dia se casar comigo e ter filhos meus? - ele adicionou.

- Não tente sua sorte.

Beijos restantes: dois.



N/T: Sei, sei..imperdoável minha demora, principalmente pelo modo que o capítulo anterior terminou. Mas, ei-lo aqui! Espero que todos tenham gostado!

Sally Owens, mana querida! Muito obrigada pela betagem!!

Pamela Black, querida! Ainda estou torcendo para você conseguir respirar, ok?

O poema do admirador de Alice é o 1568, de Emily Dickinson. Eu não consegui encontrar uma tradução oficial dele, então, eu mesma a fiz (espero que a autora não esteja se revirando no túmulo..rs). Os versos em inglês (e mais um pouco dele):

To see her is a Picture
To hear her is a Tune
To know her an Intemperance
As innocent as June

To know her not - Affliction (Não conhecê-la - Aflição)
To own her for a Friend (Tê-la como uma amiga)
A warmth as near as if the Sun (Um calor tão próximo, como se o sol)
Were shining in your Hand (Estivesse brilhando em tua mão)

Muito obrigada pelos reviews!

Kelly: ai, ai, ai, Kellynha feia!!! hihi.. Sem problemas, mana! Sei como é isso... Quanto ao que eu escrevo..bem..não sei se disse a você, mas estou matutando uma fic nova, mas ainda não consegui desenvolver direito, e a falta de tempo atrapalha mais ainda. (ninguém merece!) Mas estou doida para isso, embora que, escrevendo Mistério de Starta também, acaba atrapalhando um pouco..não quero me atolar muito. Mas, vamos ver o que faço..Beijos pra você.

Lua Potter: atualizada!! =D

Sally Owens: ainda estou esperando a volta do banho gelado..hahahahaha.. beijos, mana. (E foi daqui que você se inspirou para o seu James, é??? *-* Quantos James TDB!!!)

Rebecca Malfoy: não se desespere, mulher!!!rsrs.. O problema continua sendo a falta de tempo, então, Rebecca, sem crise quanto ao assunto “falta de tempo” quando se referir a você..sei muito bem como é, como você pode perceber..rs.. Obrigada pelo elogio e paciência. Beijos.

séf: você teve sentido sim...rsrs..obrigada pelo elogio! Beijos.

Mary Moone: eis o capítulo!

Angel Biby Gaby Potter: atualizada, Angel! =D

Jackeline Prongs: obrigada, Jackeline! Eu já vi e já até entrei na comu..rs...

Vanessa Sueroz: que bom que gostou.

livia souza Andrade: xará!!! Já postada! =D

Nanda: desculpe a demora.

Beijos especial a todos!!!

Livinha


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