Nós, A Armada de Dumbledore



Capítulo 8 – Nós, A Armada de Dumbledore



- Parte I -

Rapidamente aprendi que a única coisa com que Miguel se importava era sua aparência. Não me entendam mal, ele era legal e me tratava bem, mas depois que você passava daqueles olhos verdes profundos, rosto bem esculpido, e lindos atributos, havia muito pouco com pelo que se apaixonar.

Era claro que Miguel se importava muito com primeiras impressões. Era charmoso quando o conheci, mas quando ele continuou a pensar que tinha que ser charmoso com as mesmas falas, me cansei rapidamente. Gosto de ser elogiada, mas quando ele dizia as palavras, parecia que estávamos nos encontrando pela primeira vez e ele estava tentando conquistar meu coração novamente.

Era claro desde o começo que Miguel não me via como igual a ele. Ele se recusava a me provocar e se recusava a discutir, mesmo que de brincadeira. Nunca me deixava lutar minhas batalhas. Quando Harper quis uma confrontação verbal, Miguel colocou-se entre nós dois. Quando Zacarias zombou de mim sobre Quadriboll, Miguel discutiu por mim. Para ele, eu era uma bruxinha indefesa que precisava de um salvador. Só precisei de um herói uma vez em minha vida, e não queria outro.

Também chamou minha atenção que Miguel estava muito chegado em Cho Chang. A maior parte do tempo, não me incomodava muito, uma vez que eu mesma era chegada em outra pessoa, e, contanto que a atração continuasse inocente como a minha era, estava tudo bem por mim. Se ele queria confortá-la, estava tudo bem, porque eu também queria confortar o Harry. Confiei em ambos principalmente porque confiava em mim.

Logo descobri que Miguel me incomodava mais do que me atraía. Eu continuava reparando em brechas a cada chance que tinha e reclamava de ele com Hermione com mais freqüência do que o bendizia. Com todas suas falhas, rapidamente descobri que seu maior defeito era algo que ele não podia controlar... Ele não era o Harry.

Ignorei o último detalhe o máximo que pude, mas sempre esteve lá, no fundo de minha mente, querendo ou não reconhecê-lo, o que eu não queria. Não importa o quanto eu reclamasse para os meus amigos, eu sempre os assegurava de que gostava de Miguel e que ele era perfeito para mim.

O reinado de terror de Umbridge não cessou durante nosso primeiro mês de aula e Harry finalmente concordou que algo precisava ser feito. Hermione e eu trabalhamos pelo corpo estudantil, escolhendo as pessoas em quem mais confiávamos e que sabíamos que queriam agir tanto quanto nós. Isso não incluiu minha colega de quarto, Delia Regal, que parecia satisfeita que não estava sendo usada magia na sala, e também não incluiu Ethan Taylor, que não era muito chegado na idéia.

Naturalmente, convenci Miguel e seus amigos a irem. Enquanto Terry e Anthony estavam animados com a idéia, tomou-me tempo para persuadir meu namorado a se mexer um pouco e ir. Presumi que ele teria adorado a idéia se não tivesse que se preocupar comigo.

Eu estava tão maravilhada com a minha recém-descoberta tolerância a Cho que a procurei. Tinha evitado conversar com ela sobre os encontros já que ela estava sempre com aquela horrível Marieta, mas já que a primeira semana de Outubro estava chegando rapidamente, não vi outra alternativa.

“Cho, você tem um minuto?”, perguntei a ela.

Seus olhos escuros encontraram os meus e peguei sua hesitação como uma chance para analisar seu rosto. Sua pele não tinha machas, a não ser embaixo dos olhos, o que parecia conseqüência de muitas noites sem sono. Seu cabelo escuro era algo a ser invejado. Notei que ela era realmente uma garota bonita, conseguia entender porque Harry gostava tanto dela.

“Claro, Gina”, ela finalmente disse.

“Harry quer nos ensinar”, disse, secretamente. Virei minha cabeça para a esquerda e para a direita, olhando por sobre os ombros buscando por alguém que estivesse ouvindo. Pude perceber que a menção de Harry já a tinha persuadido e ela não precisava nem mesmo ouvir o resto da minha proposta.

“Ensinar?”, Cho perguntou, curiosa.

“Defesa Contra Arte das Trevas”, respondi. As últimas semanas de aula com Umbridge não foram tão triviais quanto a primeira. Se as aulas de Cho foram parecidas com a minha, ela estaria tão ansiosa quanto eu, “Pelas costas da Umbridge”

“Não podemos”, Marieta disse antes que Cho tivesse a chance de falar. Marieta e Cho trocaram olhares de discórdia, “Nós meteremos em encrenca”, ela chiou para Cho.

Mesmo antes de abrir a boca, a garota me irritava. Agora que a ouvi falar, minha opinião não tinha mudado, “Marieta, acho que a Cho pode decidir por si só. Se você não quer ir, não vou perder noites de sono por isso”

Parecia que eu tinha batido em Marieta. Seu rosto franziu e ela olhou para Cho, esperando que sua companheira corvinal a apoiasse. Quando ela não apoiou, ela cruzou os braços e soltou um rosnado alto.

“Primeiro final de semana, no Hog’s Head; e guardem para vocês. Não é uma boa idéia ter isso espalhado por aí”

Cho me agradeceu e saiu com Marieta. Ouvi a última começar a reclamar que sua mãe trabalhava no Ministério e ela não poderia participar. Esperei com todo o meu ser que ela não fosse. Não ia com a cara da garota.

Sentando para o almoço, mais tarde, esperei que Miguel se juntasse a mim. Estava passando manteiga em um pão, quando Colin sentou-se ao meu lado. Erguendo os olhos do meu pão, cumprimentei-o com um largo sorriso, “Oi, Colin. Importa-se em se juntar comigo e Miguel para o almoço?”

“Não, valeu”, ele disse e me perguntei se ele ainda gostava de mim. Notei que ele podia estar um pouco mais alto, mas ainda parecia o mesmo Colin que me beijou no Salão Comunal. Nervosamente, ele sussurrou, “Hermione me falou sobre a reunião”

“Você vai?”, perguntei esperançosa. Sabia que Colin estava na lista de pessoas para chamar da Hermione. Eu estava contente em saber que muitos colegas meus estavam tão extasiados com a idéia quanto nós.

Colin assentiu, “Não é emocionante? Harry nos ensinando! Uau!”, interrompeu-se já que sua voz estava aumentando de volume, “Mas tem um problema. Dennis quer ir”

Dennis, seu irmão mais novo, era quase tão animado quanto Colin. Nunca falei muito com Dennis, mas ouvi sobre ele. Tinha muito potencial para estar só no segundo ano, “Isso é ótimo, Colin, mas não entendi o problema”

“Ele só está no segundo ano!”

Não compreendi até que me lembrei onde seria o encontro: Hogsmeade. Ninguém abaixo do terceiro ano estava autorizado a ir ao vilarejo bruxo. Lembrei-me de ter visto uma passagem que dava para a cidade quando vi o Mapa do Maroto pela primeira vez. Ri, “Colin, isso não é um problema. Você se lembra de quem são meus irmãos?”

“Aham”

“Vá falar com Fred e Jorge. Eles te ajudarão”, Colin me agradeceu e saiu à procura dos gêmeos. Eu tinha certeza que eles tinham memorizado onde todas as passagens secretas eram. Satisfeita comigo mesma, mordi uma cenoura.


- Parte II -


“Aí está minha linda namorada”, Miguel disse, às minhas costas. Seus braços fortes me envolveram por trás, olhei para cima a ele me beijou, “O que tem para o almoço?”

Enfiei a cenoura em sua boca, “Vegetais deliciosos!”, ri. Peguei suas mãos e puxei-o para sentar ao meu lado, “Está bom?”

“Nunca gostei de vegetais”, ele disse. Quando ele se virou em direção ao prato, um sanduíche e um picles se materializaram em sua frente, “O que o Colin queria?”, perguntou, pegando uma metade do sanduíche.

“Ele e Dennis irão à reunião”, respondi.

“Conversei com Cho”, Miguel disse, entre mordidas, “Ela e Marieta vão com certeza”

Rosnei quando ouvi que a última iria, “Nunca duvidei de Cho”, admiti, “Mas não estou animada que Marieta vá estar lá”

“Você vai gostar dela”

A reunião em Hog’s Head foi um sucesso instantâneo. Harry e Hermione lideraram o grupo como reais líderes. Todos decidiram que era algo que queriam fazer. Depois que todos assinamos a lista enfeitiçada de Hermione, saímos.

“Ele está te notando”, Hermione disse, casualmente, mais tarde naquela mesma noite, em seu dormitório. Ela moveu sua pena sobre o pergaminho sem olhar para mim.

Eu, obviamente, sabia de quem ela estava falando, mas decidi entrar na brincadeira, para o bem de uma boa risada mais tarde, “Quem?”

“Harry”, ela respondeu, pondo os riscos nos Ts que havia escrito. Ela depositou a pena no pergaminho e finalmente olhou para mim, “Ele estava perguntando porque você está falando mais na frente dele”

Não tive certeza do que Hermione queria que eu dissesse. Ela realmente esperava que eu amasse a notícia de que um garoto que eu, uma vez, gostei secretamente, estava me notando depois de eu ter encontrado um namorado? Não me incomodei de perguntar mais nada.

“Ele ainda está embasbacado com a Cho, é claro”, ela disse, pegando sua pena e girando-a na mão, “A propósito, contei a Rony sobre você e Miguel”

Eu tinha pedido para que ela mencionasse, se tivesse uma chance, “E...?”

“Como você imaginava”

Quando o primeiro encontro real da nossa rebelião aconteceu, Hermione nos fez votar por um líder que, unanimemente, foi o Harry. Depois, escolhemos Armada de Dumbledore como nome, que foi idéia minha. Senti-me orgulhosa por isso, mas isso foi logo interrompido quando Miguel negou-se a duela propriamente comigo.

Antes de sair da sala, aquela noite, chamei Miguel pro lado, “Miguel, eu gostaria que da próxima vez, você ao menos tentasse”, Miguel olhou envergonhado para os pés. Peguei seu queixo entre meu dedão e o dedo indicador, e fi-lo olhar para mim, “Estou falando sério”

“Não quero machucar você”

“Isso é muito meigo, Miguel, mas eu não vou quebrar. Posso ser pequena, mas não sou frágil”, coloquei a palma da minha mão contra o seu tórax, e senti os músculos do seu peitoral. Não podia me deixar perder a concentração, “Entendeu?”

“Entendi e sinto muito”

O refrão de “Weasley é o nosso rei” ainda ecoa em minha orelha agora e antes. Isso é, a versão alterada pelos grifinórios, reinventada meses depois da original ter sido cantada. A versão negativa fez-se ouvir alta e clara durante a partida Grifinória contra a Sonserina. Delia e eu assistimos com grande descontentamento, não pude evitar pensar que poderia ser eu com Rony, Harry e os gêmeos.

Miguel e eu ficamos exultantes com a vitória da Grifinória. Por baixo das arquibancadas, corremos para celebrar com o time. Das sombras, Vaisley apareceu, segurando as insígnias que a sonserina tinha feito em homenagem ao meu irmão, “Não fique cheia de si, Weasley. A canção não era para você”

Imediatamente agarrei minha varinha, mas Miguel arrancou-a de mim, não querendo que eu a usasse. Encarei-o, incrédula.

“Cai fora, Vaisley!”, Miguel berrou, “Não quero ter que machucá-lo!”

Talvez uma garota normal amaria ter o namorado pondo-se entre ela e um confronto, mas eu não era uma dessas. Fiquei lá, furiosa.

“Vejo que perdeu sua coragem, Weasley!”, Vaisley riu, “Não consegue lutar suas próprias batalhas agora que está apaixonada?”

“Não me faça azarar você, Vaisley!”, berrei, tentando sair de trás de Miguel, mas ele me puxou de volta, “Estou de muito bom humor”, eu disse, mas essa verdade estava desaparecendo lentamente à medida que Miguel não deixava me aproximar, “Caso você não tenha percebido, minha casa acabou de vencer a sua”

Vaisley riu-se daquilo e jogou a insígnia para o ar, “Não graças ao seu irmão. Com essa falta de talento, eu poderia pensar que ele pagou para entrar no time, mas onde seu pai arranjaria tanto dinheiro?”

“Eu falei para dar o fora!”, Miguel berrou, apontando minha varinha para ele.

Me dê minha varinha agora!”, rosnei para Miguel entre os dentes cerrados. Ele não se moveu. Troquei olhares com Vaisley por trás de Miguel e juntei minhas sobrancelhas, em fúria, “Há coisas mais importantes na vida do que dinheiro. Esperaria que com o tamanho da sua cabeça, você já tivesse descoberto isso”

“Como o quê?”, ele zombou, “Andar com pessoas do tipo da Regal?”, gargalhou alto, “Uma Sangue-Ruim, Weasley...?”

Aquela foi a gota d’água. Ao invés de tentar pegar minha varinha, enfiei minha mão no bolso de Miguel e peguei a dele. Empurrando meu namorado da minha frente, apontei-a para Vaisley e berrei, “Chiroptera!”, antes mesmo que ele pudesse pegar a própria varinha. Meus amados morcegos atacaram seu rosto e ele saiu em debandada. Seus berros ecoavam, enquanto ele corria das arquibancadas.

Miguel rapidamente devolveu minha varinha e peguei-a de maneira áspera. Joguei a dele para suas mãos. Eu estava para começar a berrar com ele, quando Umbridge entrou embaixo da arquibancada para nos encontrar.

“Que coincidência encontrá-los aqui”, ela disse, seus olhos direcionados a mim, “Acabei de ver um jovem rapaz sair correndo daqui. Ele foi obviamente azarado”, sorriu daquela forma grotesca, “Quem de vocês achou que seria engraçado usar um feitiço tão perigoso?”

Eu estava preparada para responder, mas Miguel foi mais rápido, “Fui eu, professora”, ele disse, suavemente, olhando do meu rosto perplexo para a expressão surpresa de Umbridge. Lentamente, entregou sua varinha e disse, “Pode checar, se quiser”


- Parte III -


“Detenção, senhor Corner. Todas as noites desta semana”, Umbridge arrebitou o nariz e deu as costas para nós, extremamente ultrajada por não ter me pego.

“Por quê?”, perguntei, alto, para Miguel, “Eu te disse que não sou frágil!”, devolvi minha varinha pro bolso do meu casaco, “Já me dei com Vaisley bem antes de começarmos a namorar. Posso lutar minhas próprias batalhas”

Miguel assentiu, “Sinto muito”, disse com simplicidade. Odiava o fato de ele parecer tão adorável quando eu estava sendo rabugenta com ele. Meio que tirava a graça de brigar.

“Preciso de um namorado, não de um herói”, minha raiva estava passando. Caminhei na direção dele e entrelacei nossas mãos, sua expressão facial se tornou mais leve enquanto caminhávamos em direção ao castelo.

O fato de que Harry, Fred e Jorge foram banidos do time de Quadriboll da Grifinória liberou calafrios na espinha de cada aluno da casa do leão. Se havia alguma dúvida de que Umbridge queria se vingar de Harry, aquilo deve ter convencido os descrentes.

Aquela era a minha chance de tentar provar aos meus irmãos, a mim mesma, e para finalmente calar Zacarias Smith, que eu era uma jogadora de Quadriboll nata. Depois de Angelina me ver treinando, ela observou que eu podia ter um pouquinho de Fred e Jorge em mim e que eu devia ter observado bastante Harry. Ela me escolheu como Apanhadora.

Encontrei meus irmãos gêmeos mais tarde no mesmo canto do salão comunal, inclinado sobre um pergaminho, conversando entre si. Quando me aproximei, olharam para cima e sorriram.

“Angelina nos contou as novidades”, Fred disse.

“Onde aprendeu a voar tão bem quanto ela disse?”, Jorge perguntou.

Sorri; era bom estar do outro lado da moeda para variar. Casualmente, enrolei meus cabelos nos dedos, “Não façam perguntas, garotos, e eu não lhes mentirei”, dei um tapinha no ombro de cada um, “Não se preocupem. Vocês voltarão ao time logo”

Jorge ergueu o papel na minha direção, “Assim que tivermos tudo arrumado, Gina, estamos fora daqui”

“Sem o Quadriboll, o que mais nos segura aqui?”, Fred questionou.

Finalmente decidiram que chegava de educação. Peguei o papel e o li. Era um pedido de aluguel no Beco Diagonal. Minhas entranhas se apertaram em tristeza. Meus irmãos partiriam e quem eu procuraria quando quisesse um pouco de distração, “Isso é... ótimo, acho. Quando vocês vão partir?”

“Esse é o problema”, Jorge disse.

“É necessário muito convencimento. O locador não está muito inclinado à alugar para dois garotos de 17 anos de idade”, Fred disse, pegando a papel de volta e colocando-o na mesa.

“Pode demorar alguns meses”, Jorge informou.

Disse à eles que sentiria sua falta e beijei os dois na bochecha, deixando-os para imaginar sozinhos como, exatamente, aprendi a voar tão bem.

Na última reunião da AD antes das férias de Natal, caminhei em direção a Torre da Corvinal para caminhar com o Miguel em direção à Sala Precisa. Ele deveria me encontrar na porta, porque diferente da minha torre, tinha que responder um desafio lógico e eu nunca fui boa neles. Não querendo esperar, bati à porta.

Como um tiro de canhão, a cabeça da águia caiu. A voz sonora do pássaro fez-se ouvir, “Como você sabe que é superior?”

“Er...”

“O verdadeiro superior é aquele que se acha inferior”, veio de uma voz às minhas costas. O pássaro cantou, “Bem pensando” e a porta se abriu. Cho apareceu ao meu lado e notei que ela não tinha chorado antes da reunião.

“Valeu, Cho”, eu disse, apesar de estar decepcionada por não ter pensado nisso sozinha; parecia tão simples em relação às outras que eu tinha pensado para entrar. Uma vez me perguntou sobre Giradores-de-Tempo e tive que esperar vinte minutos até alguém chegar e responder.

“Está esperando pelo Miguel?”, perguntou, abrindo ainda mais a porta para que eu passasse.

“Na verdade, ele devia ter me esperado do lado de fora da porta”, respondi. Andando pela sala circular, notei a estátua de mármore branco da Rowena Corvinal num canto, no final do recinto, “Nós, Grifinórios, pensamos mais com o coração, e menos com o cérebro”

Cho riu, “Eu preferiria só uma senha. Ás vezes, quando estou com pressa, não consigo pensar direito”, lançou um olhar aos dormitórios, “Onde está Marieta?”, murmurou, e voltou os olhos para mim, “Parabéns por ser a nova apanhadora. Se os boatos sobre seu vôo forem verdade, terei que treinar muito para o nosso jogo”

Dei de ombros, “Nunca serei tão boa quanto o Harry”

Reconheci aquele sorriso. Eu sorria daquela foram sempre que alguém falava de Harry. Ela estava caidinha no garoto, mas nunca o conheceria como eu conheci, “Posso te perguntar algo, Gina?”

“Contanto que não seja um desafio lógico”

Ela gargalhou e prometeu que não era isso, “Você acha que Harry... Quero dizer... Você poderia me ver com... hum...”

Entendi o que ela quis dizer. Achei estranho estar lá com ela, num elo, conversando como se fôssemos amigas. Achei estranho que eu estivesse prestes a dar meu conselho para sua queda pelo mesmo menino que eu gostei por tantos anos. Também achei estranho que eu estava extremamente confortável com isso.

Ela continuou, “Só achei que já que Harry é tão próximo da sua família, talvez...”

Cortei-a, “Cho, apenas fale com ele. Acredite em mim, ele gosta de você”, e notei que não fiquei com ciúmes.


- Parte IV -


Cho corou e, envergonhada, olhou na direção dos dormitórios novamente. Dessa vez, ela cumprimentou Marieta com um ‘olá’. Voltou os olhos para mim, gesticulou com os lábios a palavra obrigada e se juntou à Marieta. Passando por mim, a segunda garota me lançou um olhar de desgosto. Enquanto passavam pela porta, devolvi o olhar para Edgecombe.

Mal sentei no sofá, Miguel entrou na sala. Tirou suas mãos dentro do bolso da calça e tirou algo de lá de dentro, escondeu o objeto dentro de sua mão cerrada, para que eu não pudesse vê-lo. Fiquei curiosa, então pisquei os olhos em sua direção, e perguntei o que ele escondia de mim.

“Não falamos sobre trocar presentes esse Natal”, Miguel disse, seus olhos verdes brilharam com o pensamento do porvir, “Mas queria te dar algo mesmo assim”

Pegou minhas duas mãos e colocou-as embaixo de seu punho cerrado. Abrindo-o, ele deixou que algo caísse em minhas mãos. Sem olhar para o objeto, coloquei-me nas pontas dos pés, beijando-o lentamente. Empurrei-o na direção do sofá e continuei a beijá-lo até que ele ficou sem fôlego. “Feliz Natal”, eu disse.

Miguel inspirava pesadamente, e soltava o ar dos seus pulmões com dificuldade, “Feliz Natal, Gina”, respondeu. Gesticulou na direção do objeto em minhas mãos e perguntou se eu tinha gostado.

Nem tinha reparado no que ele me dera. Abrindo minha mão e fitando a palma da minha mão, vi um lindo colar. Um rubi vermelho que combinava com meu cabelo servia de pingente para uma corrente trançada. Fiquei surpresa por ter gostado tanto, “É lindo!”, exclamei, “Põe em mim?”

Posicionando-se atrás de mim, pegou cada extremidade da corrente com os dedos e ajustou-a em meu pescoço. Beijou minha pele enquanto fechava o fecho com um ‘click’. Posso me acostumar com esse tipo de beijo, pensei.

Foi aí que ele arruinou tudo, “É um rubi enfeitiçado. O mundo está cada vez mais perigoso. Quando você tiver com problemas, o colar me avisará e irei ao seu encalço o mais rápido possível”

Tenho que dar o crédito devido. O colar teria sido uma idéia maravilhosa para qualquer pessoa que não eu. Tinha brigado com ele semanas antes por ter pegado leve comigo nas lições da AD; tinha repetidas vezes pedido que ele me deixasse lutar minhas batalhas. Eu não precisava nem queria que ele fosse meu herói.

“Er, valeu”, peguei-o pela mão e disse meio secamente, “Vamos nos atrasar”

Não foi uma aula de DA muito boa para mim. Miguel podia sentir que havia algo errado, mas não conseguia descobrir que fora algo que ele fizera. Tenho vergonha de dizer que me esforcei um pouco mais nos feitiços naquela noite.

“Algo errado, Gina?”, Miguel perguntou, enquanto saía da Sala. Ele agarrou minha mão e me parou, puxando-me na sua direção, “Vai falar comigo?”

Não disse nada. Simplesmente o encarei e deixei que um momento estranho se instalasse entre a gente. Eu, normalmente, falava o que estava na minha mente, mas queria manter a relação. Além disso, achei que fosse besteira minha.

“O colar”, Miguel disse e eu estava para concordar, quando ele continuou, “Você não o está usando”

Ergui a mão para encontrar meu pescoço nu. Silenciosamente, estava feliz por ter me livrado dele, mas sabia que Miguel ficaria desapontado se eu não o achasse, “Deve ter caído”, respondi. Desejei boa noite a ele, disse que voltaria para a sala e encontraria o colar e o veria antes que ele partisse para as férias.

Murmurando, voltei para a Sala Precisa. Aquela não tinha sido uma boa noite. Estava aliviada que o feriado estava chegando e eu teria um tempo de tudo. Um tempo de um namorado que não tinha nem idéia do que eu gostaria de presente de Natal, um tempo de um namoro que era tão cego que não podia nem ver o quão desgostosa eu estava com ele, e um tempo de um namorado que eu estava começando a... Não, Gina. É só o presente. Você vai superar.

Abri a porta e parei no ato. No canto, vi Cho e Harry embaixo de um azevinho. Eu não sabia que ainda tinha alguém lá.

“Eu gosto de você de verdade, Harry”, Cho disse, suavemente.

Fiquei repentinamente ciente de que não devia estar vendo aquilo, mas não consegui sair. Vi Cho se aproximar de Harry, mais e mais até que eles se tocaram. Estavam se beijando.

Senti a cor esvair do meu rosto. Recuei para fora da sala e recostei-me contra a parede. Estava tremendo, repassando a cena ininterruptamente em minha cabeça. Cho, Harry, Cho, Harry…

Não poderia me sentar ali; eles poderiam sair da sala e me encontrar, e saberia que eu vi o beijo. Cho saberia porque eu estava chateada e Harry ficaria embaraçado que a irmãzinha do seu melhor amigo estava apaixonada por ele de novo. Forcei-me a andar em direção à Torre da Grifinória.

Eu estava tão brava. Estava brava com Miguel, com Cho e com Harry. E, acima de tudo, estava brava comigo mesma. Achei que ficaria bem com tudo isso. Na verdade, achei que ficaria tão bem que ajudei-os a chegar àquele ponto apenas algumas horas antes. Não é como se eu não soubesse o que estava rolando, eu sabia que Harry e Cho eram inevitáveis, mas não estava completamente preparada para a sensação que isso me passou. Não esperava me sentir tão dormente.

Senti-me vazia por dentro, como se nunca mais fosse ser feliz novamente.

Não dormi naquela noite. Continuei repassando o beijo em minha mente, querendo tanto que fosse eu com ele, que doía. Deitei lá por horas, encarando o teto, à beira das lágrimas, mas negando-me a fazê-lo. Guardei tudo lá dentro e soltei fúria no seu lugar.

“Gina, acorde”

Sentei em minha cama e vi professora McGonagall. Ela estava parada na entrada o dormitório com a mão erguida. Seu rosto parecia cansado, “Eu não estava dormindo”

“Houve um acidente. Venha comigo rapidamente”


- Parte V -


No caminho à sala de Dumbledore, esqueci de Harry e Cho. Ao invés, pensei na marca negra... Comecei a imaginar que Papai havia voltado para casa do trabalho e viu um esqueleto verde e uma serpente flutuando de forma maníaca sobre a Toca. Imaginei-o abrindo a porta para achar Mamãe assassinada. Imaginei que Voldemort finalmente fizera seu retorno público.

Papai tinha sido atacado enquanto estava em uma missão pela Ordem da Fênix. Harry tinha visto, não, ele tinha sido a cobra que feriu meu pai quase à morte. Eu nunca entenderia aquilo até alguns anos mais tarde quando finalmente aprenderíamos sobre a natureza de Voldemort. Mas, no momento, estava confusa.

Harry salvara a vida do meu pai. Se não tivesse visto o que a cobra fizera, meu pai teria morrido. Era aterrorizante, sim, que Harry fosse conectado de tal forma à Voldemort, mas não fosse por isso, teríamos que enterrar Arthur Weasley.

Harry não havia visto desta maneira. Quando voltamos ao Largo Grimmauld, estava estranhamente distante. Negou-se a fazer contato visual com qualquer um de nós. Estava magoado e eu queria muito confortá-lo.

Harry pareceu surpreso em nos ver esperando por ele quando Hermione o guiou para seu quarto. Tinha estado tão mau-humorado naqueles dias e quando tentamos falar com ele, explodia conosco. Bem, eu estava cheia disso, e explodi de volta. Não passei muito tempo com Harry nesse ano, mas Hermione contara-me histórias sobre o temperamento dele. Ela estava certa.

“Nós queríamos falar com você, Harry”, disse a ele, “mas você está se escondendo desde que voltamos...”

Harry interrompeu-me dessa vez. Ah, é assim que vai ser?, pensei. “Não queria que ninguém falasse comigo”, Harry disse.

Eu não ia recuar como Rony e Hermione fariam; não ia aturar aquilo. Eu não estava de bom humor: estava brigada com meu namorado, vi Harry beijar Cho, meu pai quase morreu. E ele senta lá como se estivesse sofrendo tanto, choramingando que fora possuído por Você-Sabe-Quem????

“Bem, isso foi bem idiota da sua parte”, não acredito que não berrei, “Já que você não sabe de mais ninguém que tenha sido possuído por Você-Sabe-Quem, e eu posso te contar como é”

Isso o calou, “Eu tinha esquecido”, ele disse.

“Sorte a sua”, disse, lançando-lhe um olhar que competiria com o da minha mãe.

“Sinto muito”, ele se sentia mal, de verdade, “Então... você acha que estou sendo possuído?”

Fiquei satisfeita em ver que conseguia acalmá-lo. Esse seria um talento que eu levaria comigo, quando começássemos a namorar, “Bem, você se lembra do que têm feito? Existem momentos de branco nos quais não consegue se lembrar onde estava?”

“Não”

“Então, você não está possuído por Você-Sabe-Quem”

A primeira noite na volta do Natal, não dormi muito bem. Acordei suando frio, fresco do mundo do pesadelo onde estive. Passei os olhos pelo quarto escuro, esperando ver Tom Riddle ao pé da cama, me observando, seu corpo de cobra enrolando-se sobre o corpo do meu pai.

Delia roncava alto embaixo dos cobertores. Se eu estivesse dormindo profundamente, como normalmente estava, ela não teria me atrapalhado. Talvez um ano atrás, estaria ao meu lado assim que eu me libertava dos meus sonos, mas não mais. Tinha se acostumado às minhas constantes noites sem dormir, mas eu tinha falhado em conseguir o mesmo. Aquilo seria algo ao qual eu nunca me acostumaria.

Eu sabia que era arriscado se aventurar pelos corredores tão tarde, embora eu não tivesse certeza se a regra continuava a valer já que não estávamos em aula. Não importava, eu precisava de ar fresco. A cama me lembrava muito do pesadelo recente. Colocando meus sapatos e achando meu casaco quentinho, fiz minha jornada potencialmente ilegal pela noite.

Durante meus anos em Hogwarts, sempre que precisava de um conforto para um coração partido, achava o meu cantinho ao lado do lago. Foi lá que tentei meu feitiço dos morcegos contra um grindylow com efeitos desanimadores, foi lá que beijei Miguel pela primeira vez. Gostava daquele lugar; era calmo.

Alguém, no entanto, já estava lá, embaixo da árvore. Quando olhei para a neve no chão, vi marcas de passos. A silhueta da pessoa era inconfundível a medida que me aproximei. Aproximando-me da figura, disse suavemente, “’Noite, Neville”

Ele saltou ao som da minha voz. Quando olhou para mim, cumprimentou-me com um sorriso que parecia forçado. Pelo brilho da minha varinha, parecia que ele tinha chorado, “‘Noite, Gina”, ele disse.

Aquela tinha sido a primeira vez que vi Neville desde que o encontramos no St. Mungus. Nos quatro anos que o conhecia, não tinha idéia sobre a situação de seus pais. Ficando ao lado de Neville aquela noite, queria perguntar sobre o assunto, mas resolvi que era muito sensível, e se alguém entendia de assuntos sensíveis, esse alguém era eu.

“Não tenho vergonha dos meus pais”, Neville disse, quebrando o silêncio. Um vento frio assoviou entre as árvores enquanto ele continuou, “Dói falar sobre eles. Nem me lembro de como eles realmente eram”

Ele ergueu a papel de bala que a mãe tinha lhe dado quando estava lá. Colocou-a na minha mão e examinei-a. Ele disse, “Guardo todas elas. De alguma forma, acho que se as jogar fora, estarei jogando meus pais também”

Eu queria que houvesse algo que eu pudesse dizer para ajudá-lo, mas não havia, assim como não havia nada que ninguém pudesse dizer para parar meus pesadelos. A única diferença é que o pesadelo ainda era real quando ele acordava.

Fiz a única coisa que achei que ajudaria. Coloquei minha mão livre sobre a dele e dei um apertãozinho afetuoso. Ele olhou de mim para minha mão, e depois para meu rosto novamente, entendo o gesto como puramente platônico, “Valeu, Gina. Você é uma boa amiga”

Posicionei seu braço sobre meus ombros. Virei-me para ele, passei meu braço pela sua cintura e abracei-o. Ele era um garoto doce, e estava contente em conhecê-lo, “Você é um bom amigo, também”

Ficamos lá em silêncio por alguns minutos, ele respirava mais levemente do que quando cheguei. Sua respiração gelada saía como uma pequena nuvem cheia, “Você se lembra de quando nos conhecemos?”, perguntei e respondi que sim, “Você me perguntou o que eu vi quando o Dementador se aproximou de mim”

“Neville, você não tem precisa me contar”

Ele me ignorou e presumi que ele precisava dizer o que estava em sua mente, “Quando eu tinha sete anos, ouvi os curadores falarem sobre meus pais. ‘Boas pessoas’, eles disseram, ‘não desistiram nem sob a maldição da tortura. Belatriz estava buscando o garoto. Que pena, que pena’”, ele relatou.

Aquela era sua pior memória, o horror de compreender as circunstâncias exatas da situação de seus pais. Arrepiei-me, apesar de ter pouco a ver com o frio. Vi lágrimas escaparem de seu olho esquerdo, descer sua bochecha, e cair na neve. Seus olhos distantes se focaram além do lago, em algum local muito distante dos terrenos de Hogwarts.

“Eles estavam buscando por mim”, falou, “Meus pais estão assim porque estavam me protegendo”


- Parte VI -


“Nós estamos nos levantando pelo o que acreditamos”, eu disse, “e aprendendo o que é necessário para impedir um homem pérfido. Quando nos juntarmos à luta, estaremos prontos. Sei que seus pais estariam orgulhosos de você”

Peguei sua mão e coloquei a papel de bala em sua palma. Ele não o segurou, mas deixou-o cair na neve. Ele estava, ao menos parcialmente, libertando-se do cativeiro que o prendeu por tanto tempo. Você podia ver aquela determinação quando os Comensais da Morte, Belatriz inclusa, escaparam de Azkaban mais tarde naquele mês.

Cobrindo tudo que Neville queria cobrir, ele perguntou se eu estava bem. Pensei nas últimas semanas e nos recentes pesadelos, e falei com sinceridade, “Não, Neville, estou um caco nesse momento”

Seus olhos se focaram em algo às minhas costas. Aguçando minha audição, ouvi o barulho abafado de passos se aproximando. Neville voltou a cabeça na direção do som e disse, “Te vejo amanhã”

Virando-me de Neville, encontrei os olhos de Miguel. Secretamente implorando para que Neville não saísse, vi o garoto se afastar. Pensei naquela noite, meses atrás, quando Miguel me encontrou numa situação muito parecida com essa.

Não senti falta de Miguel no feriado. Tinha saído com raiva dele, mas vê-lo ali me procurando, senti-me triste. Mamãe me convencera de que eu devia tê-lo machucado e a dar-lhe uma nova chance. Eu realmente queria que desse certo.

“Por onde este, Gina?”, Miguel perguntou com pânico em sua voz, “Estive tão preocupado com você”, felizmente, as notícias sobre meu pai não tinha chegado ao ouvido dos alunos.

“Com minha família”, respondi, ciente de que omitira detalhes importantes, “Eu lhe disse antes do feriado para onde estava indo”

Miguel balançou a cabeça, “Delia disse que você partiu antes do feriado começar”, ele disse, sua preocupação tornando-se rapidamente irritação, “O que houve?”

“Eu...”, comecei, tentando encontrar uma mentira que fosse crível, “Eu não posso contar”, derrotada, recusei-me a encontrar com os olhos verdes que podia derreter meu coração.

“Há muitas coisas que você não pode contar ao seu namorado”, Miguel berrou, “Não pode me contar sobre seu verão, não pode me contar sobre seu feriado, e não pode me dizer o que aquele tal de Tom Riddle fez para machucá-la”

De volta a esse assunto, não é? Eu parecia recordar a conseqüência do nosso pequeno desencontro de inverno da mesma forma. Terminamos não nos falando por meses. Eu estava determinada a me manter calma desta vez.

“E ainda não posso te contar...”

“Não pode ou não quer?”, Miguel gritou.

Quando ergui os olhos para ele, seu rosto estava contorcido em raiva e mágoa. Odiava manter meu namorado no escuro, mas entendia que tinha informações que poderiam comprometer a Ordem e não me responsabilizaria por isso.

Não posso”, disse, enfatizando a palavra, “Você sabia que existiam coisas que eu não podia lhe contar quando começamos a namorar”

“Mas não tem problemas para contar ao Logbottom, tem?”, Miguel gesticulou para suas costas, Neville estava começando a subir as escadas do castelo, mas virou-se para trás obviamente ouvira seu nome sendo berrado.

“Para a sua informação, eu estava confortando o Neville”

“Não pode me contar sobre isso também, pode?”

“Os problemas de Neville não são meus para que eu os saia espalhando. Se ele quiser que você saiba, ele lhe contará”, senti que estava lhe dando com a situação calmamente. Miguel não parecia tão bravo quanto estava momentos atrás. Não perca a calma, garota. É a sua chance de salvar isso. “Mas isso não tem a ver com o Neville, então, por favor, deixe-o fora disso”

“Não, isso tem a ver com como não consigo me aproximar de você”, Miguel rosnou, “Você não me deixa chegar perto. Não me deixa entrar”, ele nunca fora tão apaixonado, “Eu quero estar perto de você porque acho...”, deu uma pausa, seu rosto perdendo os sinais de raiva, “acho que te amo...”

“Quê?”, repeti suas palavras em minha cabeça. Fiquei lá, encarando-o, deixando o vento cortante bagunçar meu cabelo, jogando-o em todas as direções. Minhas mãos estavam presas ao meu lado. Miguel Corne me amava, apesar de tê-lo mantido à distância, apesar de nunca tê-lo deixado entrar, apesar de tudo isso, ele me amava.

Não consegui juntar as palavras para dizer o mesmo para ele. Só havia dito essas palavras para uma pessoa fora da minha família, e ele nem mesmo estivera acordada quando lhe disse. Ao invés, corri para Miguel e o abracei e permiti que ele me abraçasse. Senti-me segura novamente em seus braços.

Meu abraço deve tê-lo convencido que sentia o mesmo por ele. Era o suficiente para mim, e devia ser o suficiente para ele. Nada foi concertado aquela noite. Nada estava resolvido entre a gente. Mas os próximos meses entre nós foram bons.


Continua...



N/A: Definitivamente um dos capítulos mais curtos que escrevi. Quando cheguei a esse ponto, estava muito frustrado e a ponto de parar de escrever. É só que a “Ordem da Fênix” é um livro tão gigante para se trabalhar e, honestamente, quero acabar logo com a relação Miguel/Gina para que eu possa ir para o “Enigma do Príncipe”.
Gina age de maneira um tanto quanto hipócrita nesse capítulo, quando fica brava porque Harry e Cho beijaram e você pode achar que eu não devia retratá-la de forma tão negativa. Discordo. Ciúmes é uma parte importante da vida real e aposto que uma pessoa na mesma situação que ela sentiria a exata mesma coisa. Além do mais, Gina pode ser maravilhosa, mas não é perfeita...

N/T: Desnecessário dizer que esse capítulo é maravilhoso.
Fico confusa com todo o lance MiguelGina... Algumas horas, tenho vontade de dizer ‘dane-se o Harry, saca só esse cara!’, mas depois ele dá uma bola fora e... pff... eu só quero que o Harry chegue logo e tire a Gina de tudo isso. XD
Espero que tenham gostado tanto deste capítulo quanto do anterior! ;D
Respondendo aos comentários...


Janaina Potter - huiahaiuha Eu também achei interessante a amizade CHO-GINA! :D Mas agora ela está meio “estremecida”! Espero que tenha gostado do novo capítulo!
Lola Potter - A Gina tá bastante crível nessa fanfic, e esse é o mais legal! Espero que tenha gostado do novo capítulo! ;D
Carolz - Aqui está o novo capítulo! Não demorei muito, vai! ;D Obrigada pelo comentário!
Naty L. Potter - Obrigada pelo comentário! Fico contente que esteja gostando da tradução!! Aguardo mais um comentário seu sobre esse capítulo!

Espero por mais!!!
Até o próximo capítulo!!
Gii

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