≈ . Natal em Hogwarts



- Bom dia, Harry!

A voz alegre de uma garota ecoou pelo quarto, enquanto erguia as cortinas, revelando o céu cinzento de onde caíam vários flocos de neve.
Ele abriu os oplhos, sonolento, e apanhou os óculos. Gina estava agora puxando o lençol de Rony.

- Me deixa em paz... - Rony falou com voz pastosa, afundando a cabeça no travesseiro.

- Ah, qual é? Hoje é natal! - ela girou e se jogou na cama de Harry. - Animem-se!

- Me animo se você me deixar dormir só mais uma hora... - ele disse, esfregando os olhos.

- Chegou carta pra você junto com os presentes - ela fez um gesto indicando uma mesinha no canto.

- Hermione? - perguntou Rony, sem pensar.

- Não, seu lerdo! Pra quê ela mandaria uma carta se ela está aqui? - disse Gina rindo, atirando uma almofada em Harry. - Aliás, não tem remetente.

Rony resmungou alguma coisa, protegendo os olhos da claridade.

- Quando vocês forem para a sala comunal, o café da manhã já virou almoço.

- Daqui a pouco - disse Harry, piscando para ela.
Gina lhe deu um beijo rápido, em seguida indo para a porta, a camisola cor-de-rosa esvoaçante.

- Pô, se animem! É natal!

E bateu a porta ao sair.

- Que é que ela tem? - indagou Rony, tropeçando no lençol ao pegar a carta em cima da mesa.

- Não sei, mas ela adora uma festa... - respondeu Harry distraído, enquato Rony abria a carta decorada com coraçõezinhos e a lia em silêncio. Harry, percebendo que ele estreitava os olhos a cada linha, puxou-a das mãos de Rony e leu em voz alta. A carta dizia o seguinte:

Uon-Uon

Estou lhe escrevendo pelo que aconteceu em Hogsmeade no último fim de semana. Eu sei, não precisa me pedir desculpas, você só terminou comigo e disse aquelas coisas horríveis porque estava bêbado, não é? Eu tenho certeza!

- Lilá, palmas pra você! - falou Harry rindo, mas voltou a ler sob o olhar de censura de Rony.

Mas saiba que eu te perdôo Uon-Uon, você deve estar deprimido e arrependido pelo que fez, além do mais porque não sabe viver sem mim!
Feliz natal, e quando eu voltar das férias, pode vir ficar comigo, sem ressentimentos!
Milhões de beijos
Seu amor eterno

Lilá Brown.

- Essa garota... é maluca! - disse Rony, com raiva, enquanto Harry se dobrava de tanto rir. - Será que não pecebe que eu não quero mais nada com ela?

- Parece que não... - respondeu Harry, tentando parar de rir. Rony amassou o papel e jogou no lixo, junto com os presentes que ela havia mandado. - Também não precisa ser tão selvagem com os presentes da garota...

- Ah, dá um tempo!


Quando decidiram tomar o café-da-manhã de depararm com a sala comunal quase vazia, decorada com tantos ramos de azevinho e bolinhas que piscavam que o o local mais parecia uma floresta em clima de carnaval.
Mal se sentaram na mesa e ouviram uma voz alegre logo atrás deles.

- Bom diiia! - disse Hermione, sentando-se na cadeira entre os dois. Rony bebeu o suco de abóbora em um gole só acidentalmente. - Milagre vocês estarem acordados tão cedo!

-Interferência minha!

Gina chegara sorrindo e com um prato de torradas na mão, sentando-se de frente para Harry.

- Devia ser proibido garotas nos acordarem! - resmungou Rony emburrado. - É ou não é uma injustiça não nos deixarem entrar no quarto de vocês?

- Claro que não é! - respondeu Gina, encarando Rony com uma ar de riso. - Nós somos mocinhas indefesas! Temos que ser protegidas dos tarados do sexto ano!

- E onde estão as mocinhas indefesas? - perguntou Harry sarcasticamente, fingindo procurar algo ao longe. Gina atirou um pedaço de torrada no nariz dele.

- E onde estão os tarados do sexto ano? - rebateu Hermione.


Já passava das dez da noite quando Harry e Gina deixaram o Salão Principal. Rony e Hermione haviam saído mais cedo por causa dos deveres como monitores ("até nas férias!"esclamou um Rony inconformado).
Eles subiam lado a lado as escadas mal-iluminadas quando colidiram com duas garotas que vinhas correndo na direção oposta.

- Me desculpem! - disse uma meina de voz sonhadora, que Harry reconheceu como Luna Lovegood.

- Aii! - gemeu a outra garota que tinha sido derrubada no chão, levantando e espanando a poeira das vestes. - Alguém anotou a placa do que me atropelou?

Ela sacudiu os cabelos castanhos mesclados de loiro e apertou os olhos, tentando reconhecer os dois a sua frente.

- Gina! - a garota gritou, lhe dando um abraço apertado. - Achei que tivesse ido pra casa!

- Resolvemos ficar - respondeu ela. - Ham... esse é o Harry - ela apontou para o lado.

- Olá, sou Maiara Dawson, mais conhecida como Mia - ela aparetou a mão de Harry com entusiasmo. - Sou do sexto ano.

- Aliás, isso são horas? - perguntou Gina. - Por que estavam correndo?

- Meu irmão! - disse Mia, aborrecida. - Ele queria que eu treinasse quadribol mais cedo mas eu não queria, então fingi que estava doente...

- Produtos Weasley! - interferiu Luna rapidamente.

- ...Agora ele quer me dar uma poção, mas eu não quero tomar porque tem gosto ruim, e diz que eu tenho que ficar boa para poder jogar - ela enumerava todos os problemas nos dedos. - Luna veio me ajudar a fugir dele.

- Dawson... - falou Harry pensativo. - Você é irmão do Lucas Dawson, capitão do time da Lufa-Lufa?

Mia fez que sim com a cabeça, em seguida segurando a mão de Gina.

- Por favor, não conte para ninguém -vivo ou morto- que nos viu aqui! - disse Mia teatralmente, numa expressão de súplica muito cômica. - Uau, você está noiva? - acrescentou, admirando o anel de ouro no dedo dela.

- Não! É presente de natal! - disse Gina, rindo.

Mia fez uma careta engraçada, algo como admiração e espanto ao mesmo tempo. Luna agarrou a sua mão:

- Temos que ir...

- Vocês não nos viram, ok? - disse Mia num sussurro. Elas fizeram um sinal de adeus e desceram as escadas correndo.

Harry fitou Gina, aturdido; no entanto ela apenas sorriu, conduzindo-o pelo corredor escuro, sem olhar para trás.

- Er... Gina...? - hesitou Harry , quando passaram direto do retrato da Mulher Gorda.

Ela fez sinal para ele ficar em silêncio, levando-o para o final do corredor.

Gina parou e seus olhos procuraram os de Harry. Ela sorriu, chegando mais perto.

- A Mia me fez lembrar de uma coisa... - começou ela, em voz baixa. - Eu ainda não dei o meu presente de natal pra você.

- Não precisa, eu...

Mas ela o calou com um beijo, ao mesmo tempo que o empurrava contra a parede. Gina deu um sorriso enquanto abria os botãos da camisa de Harry. Era óbvio que ela estava se divertindo.

- E se nos pegarem aqui? - perguntou Harry, inseguro. - Daremos alguma desculpa?

- É, inventamos. Mas não tem quase ninguém no castelo e duvido muito que alguém apareça aqui a essa hora.

Gina escorregou pro chão, sentando-se encostada na parede, abraçando os joelhos.

- Acho que não tem problema, é você quem decide, Harry. Ele se sentou no tapete ao lado de Gina, olhando se prestar atenção para os efeitos que as poucas velas faziam no corredor estreito.
Harry se virou para ela,que tinha uma expressão desafiadora e interrogativa nos olhos. Imaginou no que ela estaria pensando.

- Talvez isso responda a pergunta que você não fez - ele passou a mão pela nuca dela e a beijou, enquanto ela devolvia com a mesma intensidade.

- Que se dane se alguém aparecer?

- Aliás, não estamos fazendo nada de mais - acrescentou ela, com um sorriso malicioso, passando as pernas por cima dele. Gina voltou a beijá-lo , abraçando-o fortemente como se nunca pudesse se afastar, para que aquela noite nunca acabasse... Ele era seu passado e seu futuro ao mesmo tempo, a quem sempre pertencera.

- Gina?

Ela se virou para olhá-lo, lentamente.

- Sim?

A voz dele pareceu mais profunda.

- Poderia tirar as unhas das minhas costas?

De súbito, percebeu que cravara as unhas nele.

- Ops, foi mal!!!

Ele soltou uma risada. Um segundo depois seus olhos se encontaram novamente.

- Eu te amo, Gina.

Ela sorriu. Sabia que ele falava verdade. Ela respirou fundo, sentindo o corpo dele contra o seu, acariciando seu rosto, mas não antes dela sussurrar em seu ouvido:

- Feliz natal, Harry.

(im do capítulo)

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