Amor x Ódio



Draco estendeu a mão para Gina com naturalidade.
— Está pronta para comer alguma coisa?
Ela não estava com fome, mas resolveu aceitar o convite, ansiosa para se afastar do quarto e daquela cama sugestiva.
Sem uma palavra, e evitando os olhos e mãos dele, ela caminhou para a porta. Dera apenas dois passos, quando dedos de aço apertaram seu pulso, obrigando-a a parar.
— Vamos deixar uma coisa bem clara — Draco falou suavemente. — Não tenho intenção de deixá-la agoniada, portanto, se preferir ir logo para a cama...
— Não! — ela exclamou, lutando para esconder o pânico. — Gostaria mesmo de comer alguma coisa.
Com os olhos ainda fixos nela, ele soltou-lhe o pulso e estendeu a mão.
Mordendo o lábio, ela a pegou.
“Que covarde eu sou”, recriminou-se. “ Qual o sentido de adiar o que mais temo?”
Desceram a escada como dois amantes, de mãos dadas.
Como sempre, o toque dele a fazia tremer. Ela tentou convencer-se de que daquela vez era de raiva.
Na cozinha, uma excelente refeição fria os esperava, arrumada num carrinho coberto. Draco puxou uma cadeira para ela. Em seguida, serviu-lhe uma tentadora porção de frutos do mar e salada verde.
— Obrigada — ela murmurou educadamente.
— Champanhe?
— Não, obrigada, eu... já tomei o suficiente por um dia.
O que ela queria dizer era que não tinha nada par a celebrar.
Tensa demais para ter apetite, ficou brincando com um pãozinho. Ciente de que ele a observava, fez o possível para engolir um pouco da salada, antes de afastar o prato.
— É só isso que vai comer? — ele perguntou, impaciente. — Quase não se alimentou o dia todo!
— Não estou com fome — ela murmurou. E com uma pitada de humor, acrescentou: — Não consigo imaginar por quê!
Mesmo atingido, ele não fez comentários. Serviu café ara ambos.
Enquanto ele tomava o seu em silencio, Gina o observava. Draco parecia absorto, como que examinando seus próprios sentimentos. A julgar pela expressão sombria, o resultado não devia ter-lhe dado nenhuma satisfação.
Depois de um momento, ele voltou a parecer despreocupado, como se a desagradável cena no quarto não tivesse acontecido.
— Que tal caminharmos um pouco? — sugeriu.
A idéia a agradou, e Gina pôs-se de pé, animada.
Ainda abalada, precisava de tempo para readquirir o equilíbrio emocional e a capacidade de raciocinar.
No final do corredor, portas de veneziana abriam-se para um terraço. Alguns degraus levavam à ponte levadiça de madeira que transpunha o fosso.
A luz dourada do entardecer e o ar saturado da fragrância das orquídeas e outras plantas tropicais tornavam o lugar encantador.
Decidida a manter uma atmosfera amigável, Draco começou a falar sobre o fosso.
— É água do mar, e o nível sobe e desce com as marés. Um intrincado sistema de engenharia faz com que nunca se esvazie completamente. Lá no fim há um ancoradouro.
Gina caminhava ao lado dele, mal escutando, preocupada com o que sabia que estava por vir. Logo seria hora de ir para a cama, e ela ainda não decidira o que fazer. Se Draco estava determinado a consumar o casamento, o que poderia detê-lo? Teria coragem de forçá-la?
A despeito da determinação impiedosa de Draco, ela sentia que e lê não faria uso da força. Certamente usaria toda sua experiência para seduzi-la, mas não era o tipo de homem que forçava uma mulher. Ele a queria calorosa e receptiva.
Decidiu que sua única saída era permanecer fria e distante. Se conseguisse. Ainda que o odiasse pelo que ele fizera, seu corpo ainda deseja o dele, ainda ansiava pela satisfação que ele poderia dar.
Mas achava que sua vontade era capaz de controlar o desejo. Quando Draco admitisse a derrota, ela exigiria um quarto só para ela e, quando Ronald chegasse... se chegasse...
Absorta em tais pensamentos, ela tropeçou e teria caído se Draco não a amparasse. Puxada subitamente para o momento presente, percebeu que estavam num caminho rústico, cercado por plantas luxuriantes, que levava à praia.
Ao chegarem à areia, o enorme disco alaranjado do sol mergulhava no mar, e o crepúsculo caia como sempre aconteci aperto dos trópicos: com rapidez de uma cortina de teatro de veludo azul.
As sandálias de Gina afundavam na areia solta, tornando difícil caminhar.
— Por que não tira as sandálias? — Draco sugeriu.
Ela seguiu o conselho, e ele também tirou os mocassins.
Recomeçaram a caminhada, ainda sem se tocar.
— Eu costumava nadar aqui, quando criança — Draco contou. — É um lugar maravilhoso para esportes aquáticos, um dos melhores pontos para mergulho, na América do Norte.
A areia estava quente e macia sob seus pés descalços, as ondas desenhavam padrões rendados na praia, e uma brisa suave fazia murmurar as folhas das palmeiras. Estrelas começaram a surgir.
Era lindo e romântico. De repente, Gina sentiu vontade de chorar. Se as coisas fossem diferentes, se ao menos ele a amasse...
Mas não amava, e ela teria de se controlar. Sabia que Draco era um estrategista brilhante. Talvez a caminhada, a conversa descontraída e o cenário perfeito fossem parte de uma trama para que ela se sentisse de novo segura e relaxasse, antes que ele partisse para a sedução.
— Você está tão seria! —ele observou, sentando-se na areia. — Sente-se perto de mim e me diga por quê.
Bateu de leve na areia fina e macia, convidativamente.
Mais à frente, a silhueta escura da vegetação do mangue se recortava contra a lua cheia, mo céu estrelado. O mar plácido brilhava, escuro e estriado de prata. Uma noite mágica, feita para amantes.
“Então, ele quer me seduzir com palavras doces e olhares melosos”, ela pensou. “De jeito nenhum!”
— Prefiro não sentar — disse friamente, começando a se afastar.
Draco fechou os dedos em volta de seu esguio tornozelo, fazendo-a perder o equilíbrio e cair em seu colo.
— Assim está melhor — falou satisfeito. — Não gosto quando você fica acima de mim.
Gina podia sentir as coxas firmes sob suas penas e o peito musculoso, onde um de seus braços se apoiava. Com o coração aos saltos, tratou de se controlar. Seu sexto sentido a impelia a ser cautelosa.
— Solte-me! —pediu.
— Não quer realmente que a solte — ele provocou. — Só está dizendo isso para tentar salvar seu orgulho tolo.
Onde estão as palavras sedutoras? Gina perguntou-se.
— Mas isso é perda de tempo — ele continuou. —Sei que está louca por mim e...
— Louca por você? O que o faz pensar assim? —ela o interrompeu, tentando mostrar desdém.
— Sendo o tipo de mulher que é, se não estivesse, não se casaria comigo.
Sem saída, Gina continuou indiferente.
— Já ouviu falar de atração sexual? Acontece que morreu, quando eu soube que espécie de homem você é.
— Não me venha com essa. — Ele riu. — Está apaixonada e sabe disso. Se eu não tivesse outros planos e não tivesse segurado as coisas, você teria ido para minha cama naquela primeira noite.
— Convencido, egoísta!
Ela tentou se libertar, mas ele conseguia segura-la com apenas um braço.
— Servirá muito bem a meus propósitos ter uma jovem e ansiosa esposa. Se for obediente, até serei bondoso... à minha maneira — ele declarou, cínico.
Com a mão livre, apalpou um dos seios redondos com estudada insolência. O pequeno mamilo se enrijeceu, e ele sorriu.
— As reações do seu corpo são passionais e incontroláveis. Imagino se, quando eu tiver atingido meu objetivo, e quiser me livrar de você, isso a fará rastejar a meus pés.
—Maldito! — Gina xingou-o.
Soluçando de raiva, atirou-se sobre ele como uma tigresa, batendo em seu rosto zombeteiro com primitiva selvageria.
A primeira investida o fez cair para trás. Sem tentar revidar, ele a deixou bater, até que um golpe atingisse seu maxilar. Então, pegando-a pelos pulsos, ele rolou sobre ela, usando o peso do corpo para imobilizá-la.
Um segundo depois, as bocas encontraram-se, a pressão do beijo forçando a cabeça dela contra a areia.
Exausta, física e emocionalmente, ela deixou-se ficar, até que o vazio deixado pela ira foi preenchido pelo desejo.
Sentiu-se invadir pela necessidade desesperada de pertencer àquele homem. Entreabriu os lábios sob os dele, como uma flor sob o sol.
Draco soltou-lhe os pulsos e, enquanto ele explorava sua boca, Gina passou os dedos pelos cabelos loiros bagunçando-os, sentindo a forma do crânio e a força dos músculos do pescoço largo.
Descendo sensualmente, a mão dele roçou de leve em seus seios e desenhou a curva da cintura, do quadril, da coxa.
De repente, as roupas transformaram-se em barreiras. Gina desejou desesperadamente sentir o troque dele em sua pele. Como se ela tivesse expressado tal desejo em palavras, ele rapidamente desabotoou-lhe a blusa e soltou o fecho na frente do sutiã.
Quando os dedos ágeis acariciaram os seios nus e encontraram a pronta rigidez dos mamilos, ela gemeu.
Um segundo depois a boca de Draco tomou o lugar de seus dedos, mordiscando e sugando demoradamente com volúpia, primeiro um e depois o outro mamilo, ela arfou e estremeceu de desejo.
Ele, então, livrou-a do resto das roupas e também despiu-se.
Quando se voltou para ela, e Gina sentiu a firmeza viril de encontro a sua pele sensível, achou que delirava.
— Por favor... por favor... — ela suplicou.
— Vou machucá-la, querida. Mas será somente dessa vez.
Ela assentiu.
Draco separou-lhe as coxas com delicadeza, e seus dedos moveram-se com suave determinação até os macios tufos de pêlos entre as coxas e entrou, penetrou em profundidade, provocando um espasmo de prazer no corpo de dela. Ela o fitou bem nos olhos. Draco parou com seus movimentos por um instante, fitou-a também, e penetrou-a de novo com o dedo e o gemido alto que ela deu, incentivou-o a ir em frente. Seu dedo deslizou para um lugar molhado e intumescido.
Ela sentia-se tão bem, tão bem. Sentia-se livre e sem um pingo de remorso.
Ele deitou-se sobre ela e começou a penetrá-la cuidadosamente.
— Tudo bem, querida? — perguntou atenciosamente.
— Tudo... tudo bem — ela gemeu.
Ele começou a se mover, profunda e ritmicamente, enquanto a maravilhosa sensação que proporcionava crescia em intensidade dentro dela, até que todo seu ser ficasse possuído.
Por um momento ele fez uma pausa deliberada, esperando que ela o alcançasse, e, então, investiu com profundo e poderoso impulso a libertando da tensão. Ela gritou, sentindo que o mundo todo explodia em fogos de artifício, e seu corpo se contorceu convulsivamente sob o dele. A reação de Gina desencadeou a dele, e um segundo mais tarde, arfando Draco estremeceu, espalhando sua semente dentro de Gina, e logo após deixou cair a cabeça pesadamente sobre o peito dela.
Consciente apenas de seu próprio corpo e do peso de Draco sobre ela, Gina ficou imóvel, sentindo as ondas de prazer espalharam-se por todo seu ser.
Gradualmente, voltou à realidade. Ouviu o murmúrio da brisa nas palmeiras, o suave sussurro das ondas e o piar de um pássaro noturno.
Suspirou, e Draco se mexeu, levantando a cabeça. Ela abriu os olhos e o viu fitando-a.
Não percebeu que chorava até que ele limpasse suas lagrimas com os polegares. A expressão de Draco era um misto de alegria e carinho. Mesmo esperando uma reação ardente, ele ficara surpreso e maravilhado com a intensidade da paixão que ela demonstrara.
— Gostou da sua primeira vez? — perguntou suavemente.
— Gostei.
Ela teve vontade de rir. Sua resposta não ilustrava nem de longe o que sentira.
— Não tinha idéia de que minhas sensações pudessem ser tão... intensas — admitiu. —Pensei que fosse morrer.
Um brilho de triunfo passou pelos olhos dele, e um sorriso brincou em seus lábios.
— Não sabia que sensações totalmente opostas se exacerbam mutuamente?
— Você agiu deliberadamente — ela acusou depois de um momento.
— Como assim? — ele perguntou, fingindo inocência.
— Disse aquelas coisas horríveis para me humilhar, para me enfurecer.
— Achei que era a melhor forma de derrubar suas defesas — ele confessou. — Deixa-la furiosa serviu a dois propósitos. Mas não esperava tamanha reação! Você quase me deixou com um olho roxo. Não está arrependida?
Ainda em estado de euforia, Gina entrelaçou os dedos atrás do pescoço dele e puxou-o para perto.
— No momento não consigo me arrepender de nada — sussurrou com os lábios quase tocando os dele.
Ele a fez calar com um beijo. Com ardente habilidade, despertou-a novamente.
Dessa vez, o ato de amor foi suave e relaxante. Ele se movia lentamente, fazendo-a gemer de antecipação e desejo.
E Só quando sentiu que ela estava à beira do êxtase Draco seguiu-a para o abismo do prazer.
Ela adormeceu nos braços dele, a cabeça aninhada no peito musculoso.
Draco despertou-a com beijos.
— Acorde, ruivinha. Está na hora de voltarmos. Vai esfriar consideravelmente, de madrugada, e não quero que pegue um resfriado.
Ela murmurou algo incompreensível e voltou a se acomodar nos braços dele.

... Continua...

N/A: Então pessoal o que acharam? Eu pretendia postar um capítulo maior mais as ligações de meus dedos estão começando a doer e ainda devo uma postagem de paixão e magia par a esta quarta.
Pretendo atualizar novamente essa fic domingo, e espero conseguir. Minha net é discada, então, já dar para perceber que além de inconvenientes diários enfrento um duelo com a net.
Espero que minha demora não os tenha desestimulado.
Beijos................ E obrigada por ainda estarem por aqui.

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