Relutantes Lembranças



Novembro chegou arrastando uma névoa fria, e consigo uma triste Tonks. Ela não tinha uma folga há dois meses, mas finalmente lhe deram dois dias de folga do Ministério e da Ordem. O que era realmente raro ultimamente. Estava em seu antigo quarto, na casa de seus pais, tinha aproveitado a folga para fazer-lhes uma visita. Pegara uma caixa que guardava em um criado mudo, uma caixa que continha os momentos mais marcantes de sua vida, como fotos, objetos e recortes de jornais.
Pegou a caixa e sentou-se na beira da cama, abriu-a e viu, logo em cima, uma manchete de jornal que dizia "Morte no Ministério". Era sobre a morte de Sirius. Começou a lagrimar pensando no primo, tirou a manchete do topo e viu uma foto que estava sob ela. Era uma foto dela e de uma de suas melhores amigas Hogwarts, estavam pulando na foto e acenando freneticamente, Tonks loira e de olhos verdes. Riu ao ver a foto e se lembrar dos tempos de Hogwarts. Deixou a foto de lado perto da manchete de Sirius e pegou a próxima foto. E lá estava ela e Lupin, abraçados na sala do Largo Grimmauld. Estavam se beijando. Ela sentiu uma tristeza por não provar mais daquele beijo, mas riu ao se lembrar da cena.

~Flash Back~
Tonks e Lupin estavam na sala do Largo Grimmauld. Lupin estava acariciando o rosto de Tonks com a mão, preparando-se para beijá-la. Ela sentia todos os pêlos arrepiarem quando a mão quente de Lupin acariciava seu rosto. Então ela o beijou, ficaram uns dois minutos se beijando no sofá quando...
CHECK
– Ohhhh! – Exclamou Tonks
– SIRIUS!! – Exclamou Lupin
Tonks estava gargalhando, pois Sirius estava rindo e correndo com a máquina na mão e Lupin correndo atrás dele.
~Fim do Flash Back~

Aquele dia foi muito engraçado, pensou Tonks. Mas logo pensou em Lupin, já não o via a quase dois meses. Ficou olhando aquela foto: um casal se beijando casa vez mais, e depois os dois darem exclamação de susto. Ela não agüentou. Começou a chorar. Pegou a foto com violência, pensou em rasgá-la, mas viu que não conseguiria. Então a jogou junto com a manchete e a outra foto dentro da caixa, que guardara de volta ao criado mudo. Sentou-se na cama, tentando conter o choro.
– TOC TOC TOC – E a porta se abre.
– Dora, eu e tia Drômeda... – Falou uma criança de cabelos longos e cacheados e intensos olhos azuis, que entrara saltitando no quarto, sobressaltando Tonks. – Dora, você está chorando? – Perguntou a menina carinhosamente se aproximando de Tonks
– Ah, não Alana. Foi apenas um cisco que caiu no meu olho. O que você ia dizendo mesmo?
– Que eu e tia Drômeda fizemos o bolo, e ela me deixou fazer um feitiço! Saiu errado, tudo bem, mas não me machuquei e nem quebrei nada na cozinha
– Ai, ai, ai... você ainda tem dez anos, não pode fazer magia fora da escola, aliás, você ainda nem vai para a escola!
– Hihihihi... Vem logo comer! Que tia Drômeda tá esperando! – E a menina chamada Alana deu um abraço em Tonks que retribuiu beijando sua bochecha, e saiu do quarto.
Tonks esquecera que hoje era aniversário de sua própria mãe! Era por isso que Alana, a afilhada de Drômeda, estava aqui desde cedo. Não teve tempo nem cabeça pra comprar o presente. E ainda era uma incrível coincidência ela ter resolvido dormir a noite passada na casa de seus pais, pelo menos assim sua mãe não pensaria que Tonks esquecera seu aniversário.
Ela estava descendo, de cabeça baixa, e avistou ao pé da escada sua mãe. Ela deve ter percebido que a filha andou chorando, porque quando Tonks chegou ao pé da escada ela abriu seus braços e envolveu a filha num abraço apertado. Tonks começou a conter o choro, mas não conseguiu muito bem, sabia que com um abraço desses, Dona Andrômeda saberia de sua aflição.
– Ôhh, minha filha, o que está acontecendo? Há tempos estou notando essa sua angústia – falou Andrômeda, ainda abraçada à filha que chorava soluçante.
– Ahh, mã-mãe, estou sofre-endo por amor... – Falou entre soluços.
– Humm... ah, minha filha, por amor?! Essa é a pior das dores.
Tonks se desvencilhou do abraço da mãe.
– É... mas não se preocupe, eu supero. – Falou tentando dar um sorriso.
– Então tá, mas saiba que estou sempre aqui, filha. Sua mãe é sua melhor amiga.
– Ahh, mãe... – Falou Tonks e abraçou a mãe novamente e a soltou bem rápido.
– Então, aniversariante cadê o bolo?! – Disse Tonks abrindo um largo sorriso.
– Ah, que bom ver esse sorriso! Então vamos logo à cozinha, só espero que Ted não tenha conspirado com Alana para comer a cobertura...
E Tonks se sentiu feliz como há anos não se sentia mais.
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Enquanto isso, Remos Lupin estava sentado no sofá d'Toca a convite de Arthur Weasley. Aproveitara e dera seus relatórios a Arthur, porque ele não iria para a reunião da Ordem na noite seguinte, uma noite de lua cheia.
Estavam na sala Gui, Arthur e Remo. Arthur estava contando as novidades do Ministério aos dois. Mas Lupin estava meio aéreo, tudo que o Sr. Weasley dizia entrava por um ouvido e saía pelo outro. Estava com os pensamentos na pessoa que mais queria esquecer: Tonks. Porque ainda pensava nela? Sabia a resposta. Porque a amava. E sabia que ela o amava também, mas queria mudar esse fato.
– Remo? – Disse Molly Weasley, que ele nem notara que entrara no aposento. – Estava limpando ali um álbum que Sirius me deu antes de falecer, e vi esta foto aqui – Disse entregando a foto a ele – Achei que gostaria de tê-la. Deve significar alguma coisa para você, ou pelo menos devia.
– Ahh... – Ele ficou sem palavras quando viu a foto. Era uma foto dele e de Tonks, na sala do Largo Grimmauld, ficou realmente sem expressões ao ver a felicidade de Tonks na foto, como não a vira desde aquele doloroso dia em que terminou com ela.
– E então, quer ficar com ela? – perguntou Molly, Lupin notou que Gui e Arthur olhavam para ele.
– O quê, com quem? – disse Lupin aturdido.
– Com a foto. Você vai ficar com a foto, Remo?
– Ah, sim, hã, vou.
– Ótimo. Arthur, vou arrumar lá em cima.
– OK, querida. – disse Arthur Weasley, ainda olhando para Lupin num clima subitamente tenso.
E então a Sra.Weasley subiu, e ficou um silêncio total na sala, cortado apenas pela respiração dos três homens.
– Remo... não entendo, se você a ama e ela o ama também e já até ficaram juntos, por que não agora? – Falou Gui calmamente para Lupin.
– Hã... é que... bem, eu já expliquei a ela porque não dá, Gui. – disse Lupin definitivamente aturdido.
– É, e parece que ela não aceitou esse seu NÃO, certo? Das poucas vezes que a vi, ela estava numa depressão de dar dó.
– Sei... esse drama todo porque ela é uma teimosa, ela não pensa no futuro, ela se deixa levar pelo presente...
– Eu acho que ela está certa, e o lance de vocês não é só de presente, né? – disse Gui tentando ajudar.
– Gui, não está vendo que está se intrometendo demais, não? – disse Arthur, tentando cortar esse clima tenso.
– OK, OK. E então, Remo, como está indo Greyback?
– Bom, estou conseguindo sondar muita coisa. Mas eles já estão com o pé atrás comigo, parece que souberam que já fui professor em Hogwarts...
– Nossa, e você ainda vai lá hoje? – Perguntou Gui.
– Tenho que ir... mas acho que consigo contornar a situação até janeiro, se eu tiver sorte posso ficar até quando Dumbledore achar necessário.
– Hãã... – Suspirou Arthur.
– Bom, então acho que já vou indo. – Disse Lupin se pondo de pé.
– Virá passar o Natal aqui, certo? – Perguntou Sr.Weasley apertando a mão de Lupin e o acompanhando até a porta.
– Tudo bem, se Molly não aprontar...
– Não se preocupe, ela não aprontará nada, palavra de honra!
– OK, até Arthur.
– Até.
E Lupin foi para o lugar onde sempre aparatava e desaparatava. Parou e pensou um pouco antes de desaparatar: Bom, já tomei a Poção de Acônito, já sei o que fazer... vamos lá. E desaparatou.
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– Bom, hoje é Natal, e eu tô de folga. – Disse Tonks espreguiçando-se animadamente. – Putz, ainda tenho que comprar os presentes. Melhor ir ao Beco Diagonal. Espero que aquela lojinha não tenha fechado... – Ficou dizendo para si mesma enquanto vestia a roupa.
Minutos depois, Tonks já se encontrava no Beco Diagonal. Estava andando pela rua principal, próximo à farmácia, quando avistou uma pessoa conhecida, ela esticou o pescoço para ver se era mesmo quem ela estava pensando, e era mesmo, era Remo Lupin. Ela gelou, e de repente a sua alegria matinal passou, foi como se um balde de água gelada tivesse caído em sua cabeça. Lembrou de como foi dormir triste e de rosto inchado por causa dele. Rapidamente ela entrou na farmácia, tentando disfarçar, escondendo o rosto olhando para o chão. Quando virou de costas para sair da farmácia (ele já teria passado) ela quase deu de cara com ele, pois ele estava entrando na farmácia. – Putz, de novo como vou sair daqui sem que ele me veja? E porque estou me escondendo? Aiinn... – Pensou ela, nervosa, agitando as mãos.
Ela ficou escondida atrás de uma estante de ingredientes, olhando curiosa entre as pequenas brechas na estante.
– Minha querida...
– Aii! – Assustou-se, pois uma velha senhora de cabelos brancos presos em um coque, com vestes escuras a cutucou nas costas de repente.
– Precisa de ajuda pra achar o que procura? – Perguntou a velha senhora.
– Não, não, obrigada. Só estou dando uma olhadinha mesmo... – Disse ela muito nervosa, olhando de um lado para o outro (por causa do susto e temendo que Lupin a escutasse ou a visse), e sem querer, de tão nervosa que ficou, tropeçou em seu próprio pé e caiu de quatro no chão, e fez um barulhão.
– Querida você está bem? Se machucou? – Perguntou a senhora, olhando-a.
– Sim, sim... – E correu, tentando se esconder, para fora da loja.
Estava andando a passos largos no estreito Beco Diagonal. Entrou na loja de madame Malkin, precisava comprar uma veste a rigor para usar no Natal, pois toda família iria estar reunida, praticamente todos trouxas, mas não estava nem um pouco afim de ir à festa de Natal. Molly Weasley a tinha convidado para passar o Natal na Toca, e ela também dissera que convidou Lupin, e ele aceitou. Primeiro ela pensou em aceitar, mas pensou melhor, não queria sofrer mais por causa dele, então disse não, e ainda disse à Molly que pretendia passar o Natal sozinha.
– Olá, posso ajudar? – Perguntou madame Malkin.
– Ahh, sim – Disse Tonks olhando para a rua lá fora – Bem, eu preciso de uma veste a rigor bem bonita, sabe, para o Natal.
– Oh, claro. Venha ver, tem vestidos lindos aqui... – E começou a agitar a varinha na direção dos vestidos pendurados.
– Uhum... odeio vestidos. – Sussurrou.
– O que disse?
– Nada não. Olhe, acho que vou experimentar este aqui. – Falou Tonks, pegando um vestido realmente bonito: Lilás, de finas alças, amarrando em baixo do peito atrás, a faixa com pedrinhas douradas e o comprimento era um pouco abaixo do joelho.
– Ótimo, entre ali e vamos ver como fica.
– Uhum – Disse Tonks se encaminhando ao provador
– Nossa, ficou maravilhoso em você – Disse madame Malkin depois que Tonks abriu a cortina do provador para mostrar como havia ficado.
– Uhum, ficou mesmo. Acho que vai ser esse aqui – Disse olhando-se no espelho, critica.
– Mas não quer ver mais nenhum?
– Não, não. To sem tempo, vai ser este mesmo.
E Tonks passou a manhã no Beco Diagonal, tomando cuidado para não “dar de cara” com Lupin de novo.
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Lupin acabara de chegar em casa. Estava no Beco Diagonal para comprar os ingredientes para a Poção de Acônito. Ele estava desconfiado de uma coisa: aquela garota que vi na loja de Madame Malkin é Tonks, mas Tonks usando um vestido daqueles... pensava que eu ia morrer sem ver Tonks com um vestido daqueles, mas ela estava linda. Pensou Lupin meio triste e surpreso. Será que Molly a convidou para passar o Natal na Toca? Se tiver, espero que Tonks se contenha... e eu também.

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N.A. Valeu por todo mundo que comentou, beleza?! num tô me lembrando dos nomes agora, mas valeu msm!

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