REVELAÇÕES



Harry girava a varinha de Callahan entres seus dedos, esperando Rony chegar e dar início ao interrogatório. Ele já imaginava o motivo do atraso de seu parceiro: Hermione. Ela provavelmente não deixaria de comparecer e o ruivo tentaria até o último instante convencê-la a desistir da idéia, porém ela acabaria vencendo. Para a sorte de Harry, Gina estava bastante ocupada com o seu cargo de editora do Profeta Diário e não ia poder presenciar o momento. Não demorou muito para que as previsões do Escolhido fossem concretizadas. Ele viu seu amigo com a cara vermelha e emburrada, e sua amiga com um ar de satisfação.

- Ela me obrigou a trazê-la – Rony disse, derrotado.

- Não é de fato uma novidade e...

- Cala a boca Harry!

- Onde está o Prof. Callahan? Vamos logo com isso! – Hermione apressou-os.

Os três dirigiram-se para a Sala de Interrogatórios, que ficava bem próxima. Era uma sala não muito grande, com luzes fracas, uma mesinha ao centro e duas cadeiras postas frente a frente, em lados opostos do pequeno móvel. O local tinha esse nome por causa do sistema inovador que cancelava o efeito de feitiços e maldições manipulativas ou hipnotizantes, entre elas, a Maldição Imperius. Chegando lá, Harry tirou do bolso um frasco contendo Veritaserum, despejou o conteúdo em um copo e ofereceu ao professor, que bebeu sem emitir nenhum ruído. Rony enfeitiçou uma pena e um pergaminho para anotar os detalhes daquela operação.

- Quem é você realmente? – deixou escapar Hermione.

- Andrew Smith Callahan, professor de Poções de Hogwarts há cinco anos, pesquisador na mesma área.

- Você admite ter tomado alguma atitude que pôs em risco a saúde de Alvo Potter e Rose Weasley, alunos de Hogwarts?

- Nunca fiz nada que botasse em risco a vida dos alunos, Sr. Potter.

- Mas você tomou conhecimento do que aconteceu e seu nome estava diretamente ligado ao caso, tem alguma coisa a afirmar em sua defesa?

- Sim, tenho uma história... A minha história.

- Acredita que isso ajudará na solução do caso, Sr. Callahan?

- Sim, com certeza. E sei que tudo que eu disser pode ser usado contra mim.

- Pois bem, comece sua narrativa.

- Você acredita no bem e no mal Sr. Potter?

- Isso realmente vem ao caso? – questionou Harry.

- No meu ponto de vista sim... Sabe, você não foi o único que teve uma infância difícil... Meus pais também foram mortos na guerra assim como os seus, porém, eles eram trouxas e eu fiquei abandonado à minha própria sorte com apenas cinco anos. Morei num orfanato até vir para Hogwarts... Quando comecei a dar sinais de poderes bruxos, todas as outras crianças me olhavam com medo, e as donas da instituição tinham um preconceito muito forte contra aquilo que não conheciam, o que fez com que quase nunca me dessem apoio nas tarefas escolares. Acho que você conhece muito bem o sentimento de ser desprezado, não é Sr. Potter? – retoricamente ele continuou – Ainda havia garotos mais velhos que eu naquele lugar, garotos que revoltados por nunca terem sido escolhidos por uma família descontavam sua raiva nos menores. – fez uma pequena pausa, e prosseguiu - O Pequeno Bruxo, Aberração, Anomalia, Monstro, fui conhecido de várias maneiras absurdas e nem um pouco adequadas para o entendimento de uma criança. Sendo o centro das atenções, eu era espancado quase todos os dias por garotos mais velhos... Você imagina quanto medo eu senti? Medo, Sr. Potter... Medo... – os olhos de Callahan marejaram e ele abaixou a cabeça – Acho que foi nessa época que parei de acreditar no bem e no mal. Passei a acreditar somente na sobrevivência. Aprendi a viver um dia de cada vez, sempre esperando algo de bom acontecer, e foi assim que me mantive inteiro até ser chamado para Hogwarts. Minha passagem pela escola não foi um mar de rosas, porém, fiz alguns amigos e Severo Snape me ajudou bastante nessa trajetória, afinal, eu era um sonserino. Comecei a alimentar uma paixão incontida por Poções e meu sonho era ser reconhecido como um grande pesquisador nessa área. Logo que saí de Hogwarts arranjei um emprego de Ajudante de Curandeiro no Hospital St. Mungus. O emprego servia só para eu conseguir me manter enquanto realizava minhas pesquisas sobre Poções Avançadas, de fato, nunca gostei daquele lugar. Aproveitei que Slughorn se aposentou e então entrei para ser professor de Poções em Hogwarts, foi uma realização pessoal muito grande, mas ainda continuei meu trabalho como pesquisador autônomo.

- Seja mais objetivo, queremos saber qual o seu nível de envolvimento com o ataque aos garotos. – falou Rony.

- No início desse ano, acreditando no uso de ingredientes mais raros, passei a visitar a Travessa do Tranco com mais freqüência e fiz dívidas maiores do que eu poderia pagar, negociando com pessoas suspeitas que acredito que obtinham produtos de forma ilícita. Prestes a chegar à Estação King’s Cross para o início do ano letivo, fui abordado e desarmado por dois bruxos aos quais estava devendo vários galeões, eles me ameaçaram de morte diversas vezes e acreditei que o fim estava próximo. O chefe deles chegou logo depois, propondo trocar a minha vida por alguns fios do meu cabelo, prontamente aceitei e fui estuporado. Acordei já em minha sala em Hogwarts, amarrado à cama e sendo coagido pelo chefe a não contar nada, tentou até me obliviar, mas seu feitiço foi tão forte e apenas fingi ter esquecido as coisas. Quando descobri que dois alunos haviam sido envenenados, decidi falar tudo o que sabia e correr os riscos por conta própria, mas o maldito bruxo apareceu mais uma vez na minha frente e usou a maldição Imperius. A partir daí, a primeira lembrança que tenho é esta Sala de Interrogatórios do Ministério.

- Você reconheceria o bruxo que lhe amaldiçoou se o visse novamente? – Hermione questionou.

- Com certeza, porém, não quero mais me envolver com isso. Já fui acusado e jurado de morte, e prefiro me ausentar de qualquer atitude ministerial. Podem até me levar para Azkaban, contanto que eu fique longe de problemas por um tempo. Como já disse, não acredito em bens maiores, quero apenas me manter vivo.

- Você não nos deixa muitas alternativas, não é? Ficará sob custódia do Ministério e deverá permanecer em Azkaban até que o verdadeiro culpado seja capturado. Sua varinha também será confiscada até sua absolvição. Os agentes prisionais deverão chegar em pouco tempo para levar você. – Harry acenou e virou para retirar-se.

Os três saíram da sala calados, e o mesmo corredor até o escritório dos dois parecia mais longo agora. Hermione fez menção de entrar com eles no recinto, mas Harry impediu-a.

- Acho melhor conversarmos sobre isso depois, você deve voltar para o seu departamento. - Ela agiu como se já esperasse uma atitude desse tipo e, ignorando Harry, despediu-se de seu marido com um breve beijo e foi embora.

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Já era quase hora do almoço quando Alvo e Rose foram liberados por Madame Pomfrey, famintos, rumaram direto para o Salão Principal para fazer a refeição. Lá chegando, encontraram um James com o sorriso de orelha a orelha e Victoire acenando muito feliz. Phillip e Molly também estavam por perto festejando a volta deles.

- Finalmente vocês tiveram alta! Quase um dia na ala hospitalar logo no começo do ano não é uma coisa boa, por isso nós vamos comemorar com alguns doces que mamãe mandou hoje pelo Correio-coruja. – James informava ao seu irmão os planos da noite.

Nesse momento, Neville apareceu andando apressado em direção ao grupo. Ele vinha com o Chapéu Seletor na mão e aparentava estar com pressa. Sem muitas explicações, ele apenas colocou o Chapéu na cabeça de Alvo.

- Grifinória! – bradou a voz rouca do velho objeto. Rapidamente Rose o botou em sua cabeça, e novamente ele exclamou – Grifinória!

- Desculpem-me pela pressa, mas é que não encontro a Prof. McGonagall em lugar nenhum. Qualquer dúvida me procurem depois das aulas. Até logo crianças. – ele saiu rapidamente em direção às estufas.

- Parece que o Prof. Longbottom está com problemas sérios – afirmou Molly.

- Parem com isso, vamos tirar a tarde de folga e mostrar para os dois dorminhocos um pouco mais do castelo! Só por hoje vamos aproveitar para descansar, amanhã nós voltamos a utilizar o cérebro.

- Tudo bem James, já nos convenceu. – disse Rose, dando-se por vencida.

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N/A: Teresa – obrigado pelo apoio
Daniel Potter – não morra ainda, ta aí o novo capítulo
Edu Pimentel – vou continuar postando sim, acredite
Juliana ♪ - putz, me chamar de ‘querida’ matou heheheh, da próxima ponha ‘queridO’ por favor. Obrigado por ler a fic
Ana Potter – de parabéns está você por ler minha história
Sue Taylor – atualizado! Ok.
Bela Black – expliquei sua dúvida?
Faa L.B. Dumbledore – minha grande leitora! Thank you very much!
Dayana Poterr Radcliffe – espero continuar legal \o/

Obrigado a todos que leram e comentaram, e também aqueles que leram e não comentaram, foi realmente uma surpresa passar essa semana entre o top20.

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