Voltando pra casa.



Depois daquele julgamento, creio que nunca fui o mesmo. Aquela Weasley me mudou, mas, na época, eu não era capaz de entender isso. Talvez, então, por causa de minha mente pouco sentimental, passei a viver para sair à noite, me embebedar, transar com várias garotas por noite e gemer de prazer quando elas me pagavam um boquete. Não era difícil me encontrar bêbado nas boates e as pessoas nunca me viam pelas ruas à luz do dia. Morava n’um apartamento na Londres trouxa, e era lá que passava minhas manhãs e tardes. Parecia um vampiro em busca de sangue, e, à noite, gastava minha grande energia adiquirida durante o dia.

- Ah... Com mais força, vadia. – gemi, enquanto a garota me chupava, e, atendendo ao meu pedido, com mais força. Estava quase gozando.

Ela se afastou por um segundo, ofegante. Revirei os olhos, segurando-me para não gozar. Queria vê-la engolir tudo, e ela parecia ter entendido. Mas ao mesmo tempo, de forma maliciosa, parecia querer que eu implorasse por preencher aquela boca novamente.

- Cai de boca, garota. – sussurrei em súplica.

Ela me sorriu de canto e voltou a chupar-me. Chupava como se fosse um doce do qual necessitava. Enfiei o membro até a sua garganta e a vi implorar, silenciosamente, por ar. Recuei, mas ela pareceu contrariada e voltou a chupar, massageando minhas coxas. Eu não conseguia me controlar, não conseguia. A garota me olhou nos olhos, como se suplicasse que eu gozasse. E foi o que fiz. Puxei seus cabelos azul-marinho e inundei-lhe a boca, gemendo alto. Antes que eu voltasse ao meu estado normal, ela engoliu tudo, se levantou e sentou-se em meu membro, rebolando e gemendo.

- Vai fundo. – implorou-me.

Comecei a meter o máximo que podia, masturbando-a com os dedos. Ela gemia cada vez mais alto e eu metia cada vez mais forte. Antes, porém, que eu pudesse gozar de novo, ela se levantou e, habilidosamente, começou a tocar uma para mim enquanto mordiscava meu pescoço. Foram poucas as vezes em que vi uma garota com tamanha habilidade. Eu estava quase lá quando ela desceu o corpo e começou a esfregar meu membro em seus seios.

- Goza, loiro. Anda, goza!

E foi ali mesmo que gozei, lambuzando-a toda. Ela lambeu os seios devagar, tentando me provocar. Mas eu me deitara, ofegante, me preparando para outra. E foi aí que aconteceu: minha nuca queimou com tal intensidade que quase perdi os sentidos. Entrei em pânico. Era ali, na nuca, que estava o peso do que eu fizera: a Marca Negra. O Lorde acabara por mudar, afinal, seus Comensais estavam correndo grandes riscos e ele não poderia se dar ao luxo de perdê-los com tal facilidade. Me levantei imediatamente, procurando minhas roupas. Vesti-me rapidamente e me apressei em direção à porta.

- Você foi ótima, Chrissy. – disse à guiza de agradecimento, abrindo a porta.
- Sellenne. – corrigiu-me ela.
- Sellenne, certo.

Ela me sorriu e fechou a porta. Desci alguns degraus para que pudesse aparatar. Já em meu apartamento, puxei a varinha, alarmado para o vulto ao canto da sala.

- Baixe a varinha, Draco. – disse-me uma voz conhecida.
- Severo... – respondi, sem baixar a varinha. – O que você quer?
Ele riu friamente e saiu das sombras, deixando à mostra um rosto deformado e semi-oculto pela capa negra.
- Quero o que venho lhe pedindo há anos. O que seus pais pediram a você.
- Eu não vou voltar àquela casa, Severo. Entenda, eu não vou.
- Mesmo se tiver de voltar?
- E por que eu teria de voltar lá?
- É uma longa história, sente-se e lhe contarei.

Ele acenou com a varinha e conjurou uma garrafa de vinho e duas taças, sentando-se numa poltrona. De má vontade, sentei-me na poltrona defronte e aguardei. Severo deu um gole e só falou alguns segundos depois.

- Draco... Obviamente, você é o único herdeiro Malfoy vivo. Conseqüentemente, deve cuidar dos bens da família. – disse ele com frieza, passando a ponta dos dedos pela borda da taça. – E a Mansão está abandonada. Isso está dando má reputação ao sobrenome Malfoy.

Rolei os olhos. Que me importava a droga da reputação? Há muito deixara de lado o orgulho bruxo e fora viver como trouxa, porque era mais agradável e porque eu não precisava tolerar os comentários sobre ter sido um Comensal.

- Hmm... Pague alguém para ir até lá, qualquer coisa. – disse, dando de ombros e conjurando um copo de Whisky.
- Não é tão simples, Draco. Você sabe os encantamentos que protegem a propriedade. E sabe, também, que é impossível quebra-los. – disse-me ele com impaciência.

Resmunguei. Eu realmente não queria voltar a morar naquela casa.

- Ora, vamos, Draco! Não vai ser tão ruim. Você voltará na alta-sociedade, imagine as festas que poderá dar na Mansão! Pra quê mostrar esse apartamento trouxa para as mulheres quando pode mostrar a Mansão?
- Bom... – Parei um segundo, pensando. Seria maravilhoso, e de todos os argumentos, esse foi o único que me fez pensar realmente na possibilidade. – Não sei se... Certo. Mas só por um tempo, para que eu possa ajeitar as coisas por lá...
- Ótimo, vá arrumar suas coisas. – disse-me Severo, um sorriso enviesado.
- Agora?
- Claro que é agora!
- Mas...
- Vamos, Draco! O que está esperando?

Levantei-me, bebi o último gole de whisky e olhei para Severo. Ele me acenou positivamente com a cabeça, se levantou e puxou a varinha. Fui até meu quarto, arrumei rapidamente minhas roupas numa mala e voltei para a sala.

- Os encantamentos estão prontos, só falta a sua parte.
Acenei com a cabeça, fui até a mesa de centro, onde estava disposta uma pequena bola de cristal, com um buraco no meio. Com a varinha, fiz um corte na mão e deixei sete gotas de sangue pingarem dentro da esfera. Um vapor violeta prateado me envolveu. Tossi um pouco, estranhando.

- Esse não é o efeito, é? – perguntei confuso.
- Claro que é. – disse ele, arqueando a sobrancelha como se eu tivesse dito algo absurdo. – O encanto é para proteger o apartamento de intrusos, e, claro, só aceitar a sua presença.
- Certo... Certo, vamos.
- Não, Draco. Você vai sozinho, precisa enfrentar os fantasmas de seu passado. – dizendo isso, ele aparatou, me deixando sozinho.

Suspirei, dei uma última olhada pelo apartamento e aparatei na rua que levava à Mansão. Estava deserta. As casas estavam escuras e sujas, as janelas quebradas. Apenas uma mantinha as luzes acesas, as paredes bem conservadas e um aspecto amigável e aconchegante. Não me lembrava daquela casa. Era branca, um jardim extenso e vasto à frente, as flores vermelhas, amarelas e violetas. Definitivamente não me lembrava da casa, nem de quem morava ali. Dei de ombros e segui em direção à Mansão, o coração palpitando com força.

A luz da varinha refletiu nos portões dourados e me senti como se tivesse pulado um degrau da escada, sem querer. Hesitei ao levar a mão direita às correntes, mas, ao toca-las, senti-me calmo e feliz. As correntes balançaram e fizeram um barulho de trituração, para, segundos depois, se abrirem, deixando livre o acesso à propriedade. Hesitei novamente antes de entrar, e, quando o fiz, senti-me de maneira estranha, como se parte de mim tivesse se perdido e ao mesmo tempo, como se eu tivesse de volta a parte que me faltava.

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Lembro-me bem que quando dei dois passos além dos portões, as luzes se acenderam, mostrando um caminho já obstruído pela grama alta. Os pavões que minha mãe tanto adorava não mais estavam lá. Apesar de o jardim estar destruído e a água da fonte estar suja, a casa, provavelmente por causa de algum feitiço, se mantivera intacta. Era exatamente assim que me lembrava dela. Quando criança, gostava de brincar nos jardins, de brincar na neve. Mas, aos poucos, crescera para me tornar um homem como meu pai: obcecado por sangues-ruins, por matar, zombar, torturar. No fim, nada valeu realmente a pena. Em Hogwarts, eu sempre me sentia a pior pessoa do mundo. Não que eu quisesse ser alguém como o Potter. Eu só queria ser normal, e não necessariamente bom e herói. Ser normal já me deixaria feliz. Mas fui obrigado a seguir meu pai. Nunca gostei da postura que ele adotara, mas acabei me acostumando àquele tom irônico.

Quando entrei na casa, senti os aromas familiares e isso deixou meus olhos molhados. Atravessei o Hall de Entrada respirando fundo, me preparando para ver a sala destruída. Mas para minha surpresa, encontrei a sala como era antes do assassinato de meus pais. A casa estava perfeita e magnífica como minha mãe sempre gostara.

- Senhor Malfoy! – soou uma voz aguda da direita, me assustando. – O senhor Malfoy voltou, vá avisar Blinky!
- Wendy? – perguntei ao pequeno elfo que gritara.
- É ele, o senhor está de volta! – voltou a exclamar a criaturinha.

Aproximei-me cautelosamente da porta da cozinha, onde o elfo estava. Tremia e lágrimas escorriam de seus grandes olhos cor de caramelo. Lhe sorri e ele caiu de joelhos, abraçando minhas pernas.

- Senhor Malfoy! Ah, senhor... Não sabe o quanto Wendy se preocupou com o senhor! Tão jovem e já fora de casa... Sem Wendy para cuidar dele! Que poderia acontecer ao senhor? Ah, não, não! – disse o elfo. – Mas Wendy teve medo, senhor Malfoy... – completou com um sussurro amedrontado. – Os encantos da casa... E os homens maus do ministério que não paravam de vir aqui... E ainda, a senhora Malfoy não parava de dizer a Wendy para que...

O elfo emudeceu e me olhou de canto, preocupado com minha reação. Franzi o cenho, esperando que ele continuasse. Mas ele não o fez. O encarei nos olhos, encorajando-o, o que não adiantou muito, porque naquele instante, outros três elfos entraram pela porta da cozinha. Estavam todos imundos, mas apesar disso, traziam um sorriso nos lábios.

- Olá, Blinky. Olá, Sally e olá, Cailley. – disse a eles.

Os três me sorriram e se curvaram. Há tempos eu aprendera a tratar com respeito meus serviçais, aprendera ao ver a traição do elfo de Sirius Black. Acabei por me esquecer de pedir à Wendy para terminar a frase. Tinha ficado curioso, mas, os elfos me mimaram tanto naquela noite que me esqueci completamente.

Dormi em meu antigo quarto, ainda decorado com as cores da Sonserina e vários pôsteres dos Harpias de Hollyhead nas paredes. Ainda não estava preparado para enfrentar as lembranças de meus pais, mas me prometi que no dia seguinte o faria.

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Acordei com barulhos que não consegui identificar, e, ao abrir os olhos, só distingui borrões. Esfreguei os olhos e Blinky e Sally entraram em foco. Ambas traziam uma grande bandeja de prata, lotada de bolos, torradas, sucos, pães e outras coisas que eu não conseguia identificar.

- Bom dia, menino Malfoy. Blinky e Sally trouxeram seu café, senhor.
- Bom dia. Ah, sim. Muito obrigado, podem deixar em cima da mesa que eu vou só me trocar e já como.

Assim que as duas saíram, ataquei a bandeja. Minha cabeça doía por causa da ressaca do dia anterior, eu bebera muito. Quando, milagrosamente, a bandeja ficou vazia, tomei um banho rápido, me vesti e saí do quarto. Queria dar uma olhada na Biblioteca, um dos cantos da casa que eu mais gostava.

Caminhei devagar, e quando cheguei à porta, a empurrei levemente, sem barulho algum. Estava deserta, como em todas as vezes que eu fora ali. Meus passos ecoaram nas paredes de livros. Ao olhar em volta, percebi uma caixa de prata, que quando criança eu admirara muito. Me aproximei, curioso: nunca tinha tido a permissão de abrir a caixa. Quando a toquei, a caixa pareceu esquentar. Na tampa, letras floreadas diziam: Pertence à Narcissa Black Malfoy. Arqueei uma sobrancelha. A julgar pela diferença no entalhe de Malfoy para o resto das palavras, a caixa lhe pertencia desde muito pequena. Olhei para os lados em busca da chave, mas devia ter imaginado que minha mãe nunca a deixaria por ali. Tentei Alorromora e vários outros feitiços. Até Reducto, mas nada funcionou. Já estava aflito, sentado a uma mesa, quando me ocorreu: a caixa de jóias que ela guardava em seu quarto. Levantei-me imediatamente e corri até o quarto. Revirei gavetas, baús, tudo o que encontrei pela frente. E quando estava quase desanimando, algo me chamou a atenção do fundo do guarda-roupa: uma caixa de veludo vermelho. Peguei-a, a excitação correndo em minhas veias.

- Desculpe-me por isso, mamãe...

A chave era pequena, delicada e, como a caixa que abria, prateada. Escorreguei o corpo pela parede do quarto até sentar-me no chão. Enfiei a chave na pequena fechadura da caixa e abri-a, as mãos tremendo. Ao puxar a tampa para cima, esta revelou um caderno de capa lilás, a cor que minha mãe mais gostava. Na capa, uma letra delicada dizia: Você pode dizer que eu sou uma tola sonhadora, mas eu não sou a única! Sorri ao ler aquelas palavras. Muitos poderiam dizer que não tinham nada a ver com a Narcissa que conheceram, mas eu sim diria que nenhuma outra frase poderia descrever minha mãe tão bem. Um laço de fita rosa mantinha o caderno fechado, e, para abri-lo, soltei-o delicadamente. A primeira folha continha três fotos: uma de minha mãe e tia Bella, ambas pequenas, uma de minha mãe adolescente abraçada a um rapaz de cabelos negros e compridos que eu não conhecia, e uma dela comigo e com meu pai. Em todas, ela possuía um sorriso radiante, mas eu podia notar que na última, já não possuía o mesmo brilho ao olhar para meu pai e, no entanto, esse brilho parecia triplicar ao olhar para mim. Abri uma página aleatória, e, nessa página, havia um pequeno pedaço de pergaminho colado que dizia:

Esquece a vida lá fora
Abre a mente pra eu entrar
Deixa eu tentar te mostrar
Que você já ocupou todo lugar

Meu coração é todo seu
Meu pensamento quer você
Você ainda não entendeu
Eu nunca vou te fazer sofrer

Eu vivo hoje por você
Eu sonho tudo duplicado
Eu quero te fazer entender
Que não sou mais seu namorado

Sou seu noivo apaixonado
Sonhando logo em ser marido
Estar todo dia ao seu lado
Orar por ter te conhecido

A nossa história é linda demais
Para escurecer na desconfiança
O respeito, amor e fidelidade
Estão gravados na minha aliança

Confie no seu homem
Eu dou minha vida por você feliz
Faça a nossa história continuar
Como eu faço e como eu fiz...
S.


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N/A: Desculpem, demorei a postar, eu sei. De qualquer forma, tá aí o capítulo um, espero que gostem. E comentem muito, muito, muiiiiiiito! õ/ Se comentarem, o capítulo dois vem rapidinho! Beijoooos. :***

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