Prólogo



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Iam longe os dias em que sentira o vento a meu favor. Sabe quando algo lhe diz que as coisas estão prestes a mudar? Era assim que me sentia aos meus míseros dezenove anos. Formado, a guerra chegara ao fim, poderia ter a garota que quisesse em minha cama e ainda possuía em Gringotes ouro suficiente para sustentar os caprichos de, no mínimo, mais três gerações de Malfoys. Estava no auge da vida e não tinha nada a perder. Deixara para trás a Mansão Malfoy, esperava nunca mais pôr os pés na casa onde meus pais haviam sido assassinados. Reprimia com ódio cada lembrança daquela guerra sem sentido. Afinal, fora sem propósito algum e todos sabiam disso. Nos primeiros momentos, lá estava eu, nas fileiras do Lorde das Trevas, servindo-o com o louvor de um adolescente ansioso para ser usado. Mas depois passou a ser tudo automático: matar, torturar e controlar. Me recusava a fazer aquilo, e por isso me escondi. Foi por isso, pela minha covardia, que meus pais morreram. Comensais invadiram a casa, gritando que o Lorde das Trevas queria todos os Malfoy mortos. Horas depois, eu estava preso e aguardava julgamento. E foi esse julgamento que mudou minha vida. Foi nesse julgamento que passei a existir unicamente para amá-la, embora não soubesse disso.
Ela adentrou o tribunal, um sorriso falso no rosto. E ainda não sei muito bem se foi minha imaginação, mas seus cabelos esvoaçaram majestosamente.
- Testemunha de defesa: Ginevra Molly Weasley - anunciou um homenzinho barrigudo por detrás do balcão que me separava do resto da corte.
Era verdade, eu não entendia porque céus aquela Weasley estava ali para me defender. Talvez, tenha se sentido em débito pela vez em que salvei sua vida.
Éla estava sozinha em seu quinto ano em Hogwarts. Creio que Potter estivesse ocupado demais com Cho Chang para dar-lhe a atenção merecida. Se embebedara em Hogsmead, e agora se despia lentamente, próxima ao lago. Eu apenas observava de longe. Então, num ato desesperado, ela se jogou no lago. Estava demorando a emergir. Minha consciência Malfoy daqueles tempos se gabava de estar vendo uma traidora do sangue morrer bem à minha frente sem fazer absolutamente nada. Mas, intimamente, pedia a Merlin cada vez de modo mais desesperado para que ela emergisse logo e jogasse os cabelos. Num ímpeto, mergulhei nas águas geladas do lago. Ela sangrava, sangrava muito.
A ruiva rolou os olhos e se sentou, procurando dar distância de mim.
- Srta. Weasley, tem alguma relação com o Sr. Malfoy? - perguntou o ministro.
- Aaah, claro, ministro! - respondeu ironicamente ela, arrancando risadas de alguns presentes.
- Responda, Srta. Weasley! - disse o ministro, e apesar da rispidez, era perceptível que ficara desconcertado.
- Não, não tenho. Acho que é de conhecimento geral a richa que assola Weasleys e Malfoys.
- Sim, sim. Verdade. E como o declara? - pediu o ministro, um sorriso esperançoso.
A ruiva me encarou longamente, o desprezo estampado nos olhos.
- Inocente, ministro. Declaro Draco Thomas Malfoy inocente.
A corte rompeu em sussurros urgentes. Meu coração disparara e eu não conseguia desviar os olhos de Ginevra. Um representante da corte se levantou.
- Nós da Suprema Corte declaramos o réu, Draco Thomas Malfoy, inocente de todas as acusações.
Por um instante, achei que ouvira errado. Meus olhos estavam postos na Weasley, que se levantara e andava em direção à porta. Mais tarde eu viria a achar que aquela ruiva não passara de um deslize hormonal, se comparada às outras com quem dormi.
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N/A: Prólogo pequeno, e eu não sei quando vem o capítulo um. Provavelmente só quando tiver muitos comentários. .-. Espero que vocês gostem e tal. Beijos. :***

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