Preparo



Andrômeda fora deserdada. Na família dos Black inteira, era como se ela nunca tivesse existido. Desonrar a linhagem de sangue-puro era uma das piores coisas para se fazer no mundo! Narcisa estava triste por ter perdido contato, porém não demonstrava isto pra ninguém. Até para sua melhor amiga e irmã Belatriz. O fato abalou muito Sirius, que não escondia de ninguém a tristeza de ter “perdido” alguém. Ciça acabou amolecendo ao ver o primo daquele jeito, tentando vencer o orgulho para trocar algumas palavras. Mas não deu certo: os parentes de personalidade forte e conservadora que estavam por perto a desencorajavam.

A garota voltava para Hogwarts para estudar no sexto ano. Estava acompanhada de Lúcio e Régulo. Depois de um tempo, apareceu no vagão Snape com cara de poucos amigos. Sentou-se grotescamente no banco ao lado do Black, fazendo Malfoy arquear uma sombrancelha.

-Severo! Que surpresa! – Narcisa falou num tom de voz que misturava o medo e os bons modos.

-Porém lhe faltou os bons costumes. – Lúcio o analisava: provavelmente Snape já devia ter se irritado com alguns grifinórios.

Durante a viagem, todos falavam, exceto o garoto de cabelos maltratados. Régulo foi selecionado para a Sonserina, para azar de Sirius, que teria que escutar muito depois disso. Dois meses após, visita para Hogsmeade. Como era bom passear por aquelas lojas! Mais sossego para os casais e liberdade para fazer folia. No meio do passeio, Lúcio se separa de Narcisa, pois iria passar um tempo com seus colegas de classse, comemorar o último ano. Ela concorda e resolve passear sozinha.

Nestas horas que a garota percebia como era solitária. Não possuía muitos contatos e recordara da imagem de seu primo com seus amigos, um grupo tão unido e forte. Teve inveja disso, naquela hora. Caminhando distraída, só retorna a realidade quando é puxada pelo braço. Vê-se presa pelos braços por duas garotas e outras duas na frente dela, a olhando com desprezo.

-Ora, ora, andando sem a companhia de seu querido Lúcio Malfoy?

-Me soltem e agora!

-Em troca de que? – falava a outra menina livre – Só iremos te soltar após darmos uma lição em você, senhorita Black. Quem diria, tão indefesa! Nota-se logo que ela é uma cópia mal-feita da irmã mais velha.

-O que eu fiz para vocês? Hein? E como alunas da gloriosa Sonserina se juntam com a ralé da Lufa-Lufa? Antes fossem da Corvinal! – Ciça fora mais apertada pelos braços ainda – Ai!

-O que fizestes? Há! Como se não soubesse! A dondoca que faz os garotos ficarem aos seus pés e ainda rouba o Malfoy e seu prestígio! Isso é, só vai ficar com ele enquanto ele não arranjar nenhuma sangue-puro com maior prestígio, não é? – sorriu maldosamente.

-E é por isso que você vai pagar, Cissinha! Porque você é tão indefesa e tão falsa quanto sua irmã Belatriz e tão traidora quanto Andrômeda! Vamos estragar parte da “herança” dos Black. Diga adeus para seu belo rostinho.

-Vocês não me farão NADA, estão ouvindo, suas ninguém? Ora, antes fossem do sexto ou sétimo ano para me desafiar e ainda falar mal da Bela! – na verdade Narcisa não sabia o que fazer, estava fingindo não ter medo, como se tivesse um truque na manga. Sua mente não conseguia pensar em nada. Sem varinha, ela não era ninguém. Que alguém a socorre-se e rápido.

As outras garotas riam. Pegaram as varinhas e estavam prontas para atacar. Até que foram arremessadas para longe. As que a prendiam afrouxaram com o susto e Ciça rapidamente sacou a varinha e apontava para elas. Não soube de quem viera o feitiço anterior, mas era muito grata. Fizera o Petrificus Totallus nas que estavam em pé e removera as varinhas. Enquanto as outras duas se levantavam, a Black pegava as varinhas que caíram no chão. Sorriu vitoriosa.

-É por isso que não se desafia uma veterana, ainda por cima uma Black.

Mal acabara de falar as palavras, Lúcio aparecera. Assustou-se com a cena. Quatro alunas incapacitadas de realizar qualquer ação, enquanto Narcisa estava de pé, sorrindo. Quando ela o viu, deixou cair tudo o que segurava. Correra para abraçá-lo, mas parou no meio do caminho.

-O que você fez com elas?

-Lúcio, querido! Eu apenas me defendi!

-Ela nos atacou, Malfoy! Disse que estava entediada e nós a atrapalhava! Então – uma começou a chorar.

-FIQUE QUIETA, SUA MISERÁVEL! – vociferou Ciça – Não fale mentiras sobre mim, aliás, jamais volte a falar qualquer coisa relacionada à mim e minha família, está entendida? O nome dos Black não devem ser sujo na boca de pestes! Vamos, Lúcio! – ajuntou a varinha, guardou e saiu de lá.

Foram dois minutos de silêncio, até que finalmente pararam na entrada do castelo, que estava vazia.

-Que aconteceu, Narcisa?

-Acreditou nelas? Que eu virei uma delinqüente? – se virou para encarar o namorado.

-Claro que não. Tu és muito alinhada para fazer aquela barbaridade. – e acariciou a face que estava vermelho-vivo – fizeram-te algum mal?

-Não... Consegui me salvar a tempo. - e deu um sorriso. - Estou cheia daqui. Vamos entrar?

E o casal entrou no castelo, abraçado. Ciça gostaria de esquecer tudo aquilo, mesmo estando curiosa para saber quem lhe salvou. Foram para o dormitório masculino do sétimo ano da Sonserina, que estava vazio. A garota olhava tudo com curiosidade, nunca estivera lá antes. Quando descobriu a cama de Malfoy, deitara-se nela, espreguiçando-se. Era engraçado estar ali. Misturava sensações e pensamentos. Vira a pilha de livros no lado da cama, e imaginou-se assim daqui a um ano.

Lúcio sentou-se perto de Narcisa e lhe acariciava os cabelos. Ela estava distraída e quando se tocou, seu rosto ruborizou. O garoto sorriu e falou baixinho “Eu te amo”. A Black se sentou e cochichou “Eu também te amo”.

De noite, no dormitório do segundo ano da Grifinória, alvoroço. Lupin e Pettigrew tentavam acalmar Sirius e Tiago, que falavam alto das aventuras em Hogsmeade, como se só ambos tivessem ido para lá se arriscando de serem dedurados. Potter parecia ter ficado bêbado depois de ter bebido cerveja amanteigada.

-Cara, Sirius, sério. Te considero muito. E a todos vocês, integrantes dos Marotos. Mas, se não fosse a coragem e a virtude de nossos colegas Sirius e Remo, a Narcisinha teria sofrido nas mãos daquelas garotas. UM BRINDE AOS MAROTOS!

O ano se passou sem mais fatos extraordinários. Apenas a melancolia da despedida de Lúcio, que concluíra os estudos. As férias de verão era o marco para a separação de um ano. Ao embarcar no trem, a certeza que seria um ano letivo que custaria a passar.


N/A: Tou triste .-.~ poucos views e coments ç_ç~ *cry*

Capítulo Inserido dia 10 de setembro de 2007.

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