As Gémeas Malfoy

As Gémeas Malfoy



Capítulo 1: As Gémeas Malfoy

Jane Malfoy via a imagem da rua em movimento, pela janela do táxi, o seu bonito e delicado rosto estava inexpressivo, pintalgado de pequenos sinais.

O seu cabelo longo, castanho claro com reflexos dourados balançava com a aragem que corria pela fresta da janela. Os seus olhos de um tom indefinido entre o azul e o verde, estavam brilhantes, da lembrança dos acontecimentos desse dia.

A jovem olhou para a sua companheira de viagem, a sua cópia quase perfeita, a sua irmã gémea, Esther Malfoy.

- Não quero acreditar que o pai nos pôde fazer uma coisa destas! – resmungou Esther entre dentes – mandar-nos assim para o meio dos sangue de lama e dos traidores da própria raça.

Jane não respondeu, mas o brilho no seu olhar intensificou-se num sinal de concordância.

As duas jovens eram filhas de Anton Malfoy, irmão mais novo de Lúcios Malfoy. Ambas sempre tinham vivido em Itália e frequentado a escola de Magia e Feitiçaria de Acsazy.

Mas inesperadamente Anton Malfoy foi transferido para Londres, e resolveu levar as suas filhas consigo, inscrevendo-as em Hogwarts para frequentarem o seu sexto ano.

- Pelo menos ficamos o resto do Verão na casa de Draco – continuou Esther – e tenho a certeza de que vamos entrar na mesma casa que ele, Slytherin, onde só há puros sangue. Draco também falou no Potter e na escória dele… Jane! Estás a ouvir?!

- Eu ouvi – respondeu a outra – a escória do Potter – repetiu entre dentes – devem ser todos sangues de lama e traidores… basta mandá-los para a ala hospitalar e já não atrapalham mais.

Esther sorriu em concordância e olhou pela janela.

- Chegámos à mansão Malfoy – declarou

O táxi atravessou os portões e parou na entrada da imponente mansão. Vários elfos domésticos vieram recolher as malas das duas irmãs e conduzirem-nas para dentro de casa.

No imponente hall de entrada Narcisa Malfoy e o filho Draco esperavam a chegada delas.

- Jane! Esther! Estou tão feliz de as ter cá! – exclamou Narcisa abraçando as sobrinhas

- Também gostamos muito de cá estar! – concordou Esther, Jane limitou-se a sorrir

- Draco! – exclamou Narcisa – não seja mal educado, cumprimente imediatamente as suas primas

Draco avançou para as duas jovens com um sorriso trocista.

- Olá gémeas – comentou com voz rouca recebendo dois sorrisos idênticos e trocistas de volta

As jovens abraçaram-no, cada uma de seu lado.

- Olá doninha oxigenada… - murmurou Jane com os lábios encostados no seu ouvido

- Também te adoro Jane – respondeu ele também num sussurro perto do ouvido dela – sua loira ressabiada

- Devem estar cansadas, Draco leve-as para o quarto, vou mandar servir o jantar – afirmou Narcisa afastando-se em direcção à cozinha

- Eu não sou loira… - sibilou Jane em tom perigoso

Draco devolveu-lhe o sorriso

- Amores eu tenho mais que fazer! – exclamou Esther começando a subir as escadas – preciso urgentemente de verniz!

Os outros dois seguiram Esther pelas escadas acima, percorreram os corredores sombrios da mansão e chegaram ao quarto que lhes era destinado, decorado em tons de verde, preto e prata, como quase todo o resto da casa. As malas já lá estavam em cima das camas

- Graças a Merlin – exclamou Esther – abrindo a sua mala e remexendo no seu interior até achar o seu verniz roxo, sentou-se numa das camas e começou a passá-lo nas unhas

- Parece que desta vez vieram para ficar – comentou Draco ocupando por completo a outra cama

- Que ódio! – concordou Esther – Acsazi era muito melhor, sem sangues de lama ou traidores da própria raça…

Jane encostou-se na porta do quarto olhando ameaçadoramente para o primo, que entendeu o recado, mas não desocupou a cama.

- Na nossa casa não há nada disso – respondeu Draco com um sorriso orgulhoso – o Potter e a sua escória é que infestam aquilo tudo, com a amiguinha Granger e os Weasley pobretões!

- Eles que ardam no inferno… - comentou Jane aproximando-se de Draco com os olhos a brilhar – ou então que se desintegrem pelo punho da minha varinha

- Jane, como as tuas palavras me soam melodiosas – respondeu Draco, vendo-a aproximar-se

- Estás a ocupar a minha cama – murmurou a jovem num tom baixo e perigoso

- Vem cá tirar-me – desafiou-a Draco

Esther parou de pintar as unhas, e com um sorriso trocista ficou a observar a cena.

Jane gatinhou para cima da cama e sentou-se na barriga de Draco, que engoliu em seco, mas manteve o seu sorriso pervertido.

A jovem introduziu as mãos por dentro da camisa dele e deixou os dedos correrem pelo corpo do primo.

Debruçou-se sobre ele e murmurou-lhe sedutoramente no ouvido:

- Sabes que eu sei o teu segredo…

E subitamente começou a fazer-lhe cócegas. Draco contorceu-se e conseguiu pôr-se em cima dela, prendendo-lhe as mãos.

- Se não fosses minha prima… - murmurou com voz enrouquecida

- Meninos chega de amassos, assim fico com ciúmes – comentou Esther fazendo beicinho e fingindo-se indignada. Os dois primos riram e afastaram-se

- Não te preocupes Esther – afirmou Draco com o seu sorriso de galã – eu chego para as duas

- Parvo! – exclamou Jane sorrindo e dando-lhe uma leve palmada no braço

--*--

O dia seguinte ia começar cedo, Narcisa tinha incumbido Draco de levar as primas a comprar o seu material escolar, visto que ela ficaria na mansão à espera que a mãe das gémeas chegasse.

Os três primos tinham chegado à Diagon-Al via lareira e percorriam as ruas pouco movimentadas.

- Nunca pensei que um lugar assim estivesse tão… calmo – comentou Jane olhando em volta com ar de desagrado

- Desde que o ministro finalmente resolveu acreditar no testa rachada toda a gente anda cheia de medo – desdenhou Draco

- Estúpidos… - murmurou Esther com desprezo

- Podes crer! – concordou Draco

Caminharam pela rua quase deserta, passando por pequenos aglomerados de gente nervosa, até que uma senhora de cabelo grisalho e aspecto bondoso se dirigiu a eles

- Não deviam andar sozinhos por aqui meus queridos – disse-lhes

- Não precisamos da sua ajuda, obrigada – declarou Esther com ar arrogante.

A senhora olhou-a durante uns momentos, balançou a cabeça com tristeza e afastou-se.

- Velhas irritantes - resmungou a jovens fazendo os outros dois rir

Entraram finalmente numa loja, na qual iriam comprar as suas vestes.

- Draaaaaaaco! – gritou subitamente uma voz fininha e histérica

Jane afastou-se a tempo, para não ser empurrada por uma jovem de cabelos negros escorridos até aos ombros.

A causadora das ondas sonoras demasiado altas atirou-se para o pescoço de Draco e deu-lhe um beijo, daqueles que desentopem canos.

As duas gémeas entreolharam-se com uma careta de gozo e nojo.

A rapariga finalmente largou Draco e olhou para as outras duas com ar arrogante.

- Quem são estas Draco? – perguntou

Jane estreitou os olhos de raiva enquanto que Esther encarava a outra com desdém.

- Estas têm nome. Ok? – declarou Jane com desprezo, quem quer que essa rapariga fosse não estava a gostar nada dela

- São minhas primas – apresentou Draco – Esther e Jane Malfoy – depois voltou-se para as primas – e esta é Pansy Parkinson dos Slytherin

A expressão no rosto de Pansy alterou-se imediatamente, abrindo-se um largo sorriso com uma pontada de cinismo.

- Oh! Meu Merlin! Vocês são as gémeas Malfoy!! _ exclamou com a sua voz novamente estridente

Jane fez uma careta de desagrado passando um dedo pelo ouvido.

Esther abriu também um sorriso não menos cínico e declarou com ar arrogante e superior.

- Em carne, osso e perfeição, querida!

- Estou taaaaaaaão feliz por vos conhecer finalmente!! – exclamou Pansy abraçando Jane que continuava com um ar de desagrado evidente – Draco falou tanto de vocês. Vieram de Itália, não foi? Quem me dera lá ir! Era bom lá? Estão a gostar de estar aqui?

- Claro que sim – respondeu Esther fazendo Pansy largar a irmã e dar-lhe o braço, estava a achar aquela rapariga bulhenta bastante engraçada – anda mostra-nos onde estão as vestes que eu conto-te

- Sim, claro! Oh! Tenho a certeza de que vamos ser grandes amigas – declarou Pansy arrastando Esther e Jane pela loja

- Hei! Miúdas! Vou comprar os ingredientes para as poções, vou trazer também para vocês… senão nunca mais vamos embora – informou Draco, encarando o ar entediado de Jane, que tentava abafar a voz irritante de Pansy que lhe entrava pelos ouvidos.

- Está bem – concordou Esther

Pansy e Esther não paravam de falar de coisas inúteis, discutiam maquilhagem, roupa, vernizes e falavam mal de toda a gente.

Jane estava a um canto a vê-las experimentarem as vestes pela milésima vez, com um ar bastante aborrecido.

- O teu verniz é tão lido! – exclamou Pansy

- Veio de Itália, se quiseres dou-to

- Mas…depois ficas sem ele…

- Não faz mal, compro outro

- Oh! Pois, tu não és como os pobretões dos Weasley

- São assim tão maus? – pronunciou-se Jane pela primeira vez desde à já algum tempo com uma careta

- Nem imaginas! – declarou Pansy com dramatismo – usam tudo em segunda mão! São todos ruivos! E o pior… - calou-se para dar suspence – são dos Griffindor!

- Credo! - exclamou Esther horrorizada – devem ter piolhos

Jane reprimiu uma risada.

- Pena o Potter ser amiguinho deles e daquela sangue de lama da Granger… e estar naquela casa de falhados, ele é tão giro… - suspirou Pansy

- Iiih… se Draco te ouve! – comentou Esther

- Pelo que sei eles não se suportam – concordou Jane

- E então? – perguntou Pansy encolhendo os ombros – o Potter não deixa de ser um deus grego por isso

- Uumm… sei – comentou Jane olhando para o relógio – Bem, vou a outra loja comprar o que falta, senão nunca mais é dia

- Ok… não demores – afirmou Esther vendo a irmã afastar-se

- Isso digo-vos eu! – exclamou Jane já da porta

A jovem saiu para a rua, agora estava completamente sozinha.

Inspirou fundo, não era importante.

Analisou a lista de material, só faltavam os livros, mas havia um problema, não iria conseguir transporta-los sozinha. Paciência, teria que tentar, nem que os levitasse.

Olhou em volta à procura da livraria, avistou-a uns metros à frente.
Dirigiu-se para lá, entrou e pediu ao bruxo que estava no balcão para lhe fornecer os livros de que precisava em triplicado.

- Vai conseguir carregar com isso tudo menina? – perguntou o atendedor

- Aamm… - Jane olhou para o enorme monte de livros com sérias dúvidas – vou tentar…

- Vou facilitar-lhe a tarefa – ofereceu-se o bruxo, atando uma fita de maneira a prender os livros uns aos outros – pronto… assim já é mais fácil

- Obrigada…

Jane agarrou no monte de livros e saiu da loja, não conseguia ver por onde andava e o peso era quase insuportável, precisava pousar a sua carga rapidamente antes de… chocar com alguém!

Tarde de mais…

Jane e os livros caíram ao chão assim como a pessoa em quem tropeçara

- Oh! Desculpa! – exclamou a rapariga com que chocara – deixa-me ajudar-te

- Não tem importância… eu não vi por onde estava a ir

- Realmente… - comentou a outra – não tinhas como… queres ajuda para levar isso?

Jane olhou-a admirada, uma perfeita desconhecida estava a oferecer-lhe ajuda e ainda lhe sorria.

Ela tinha uma cara delicada, olhos castanhos-claros e cabelo também castanho que lhe caía em caracóis pelos ombros.

Jane precisava de encontrar a sua irmã e o seu primo, uma vez que aquele material também era deles.

Uma ideia iluminou-lhe o espírito.

- Sabes onde é que eu posso encontrar uma lareira disponível?

A outra pensou durante alguns momentos e depois sorriu.

- Sim, vem

As duas jovens transportaram a torre de livros para dentro de uma loja. Jane estava tão carregada que nem reparou para onde tinha entrado.

- Ron! – gritou a sua companheira – vai uma ajudinha?

Ninguém respondeu.

- Que incompetente…

- Esta loja é tua? – perguntou Jane olhando finalmente em volta

Estava dentro de uma loja de partidas mágicas, cada uma mais original que a outra.

- Não… é dos irmãos do Ron, já to apresento – ela sorriu – eles foram não sei onde buscar não sei o quê… disseram que já voltam e pediram-nos para ficar aqui um bocadinho

- Impressionante! – exclamou Jane observando umas pastilhas que faziam as pessoas ficarem azuis

- É não é? São tudo invenções deles… Tu não estás em Hogwarts pois não?

- Não, entrei este ano, vim de Itália

- A cerio? – os olhos dela brilharam de sincero entusiasmo, quando Jane confirmou

- Para que foi essa gritaria toda?! – resmungou uma voz vinda de trás do balcão – estava a mandar uma carta pela Edwig

- Ron! Seu incompetente! – gritou a rapariga – eu preciso de usar a lareira… bem… eu não…

Ron finamente reparou na outra presença na loja.

- Ah! – ficou meio atordoado com a beleza delicada da desconhecida – é a lareira então?...

- MAS O QUE É ISTO?! – gritou uma voz da porta

Os três jovens voltaram-se e depararam-se com o rosto furioso de Draco Malfoy ladeado por Pansy e Esther.

- Para que é a gritaria? – perguntou Jane com uma careta

- Malfoy, dá o baza! Não és bem-vindo aqui! – afirmou Ron

Esther avançou e olhou para a irmã. Ron e a rapariga dos caracóis soltaram exclamações abafadas, alguma coisa como “são iguais”.

- O que é que estás a fazer ao pé – lançou um ar assassino a Ron e à rapariga dos caracóis – dessa gentinha?

- Am? – Jane perguntou confusa

- Não vez pelo cabelo ruivo e pela roupa em segunda mão? – guinchou Pansy – ele é um Weasley!

- E ela é a sangue de lama da Granger – disse Draco com a voz carregada de veneno

Jane abriu e fechou a boca, mas não saiu qualquer som. Fez uma careta, deixara-se ajudar por ELES?

- Vamos embora já! – declarou Esther – antes que fiquemos contaminadas

Pansy e Esther deram o braço a Jane, e as três saíram da loja. Draco olhou para Ron e Hermione com ar de profundo desprezo.

- Afastem-se das minhas primas – sibilou

Voltou as costas e seguiu as outras três raparigas.

Assim que Draco saiu da loja quatro pessoas chegaram pela lareira, por baixo de uma enorme nuvem de fuligem.

Fred, Ginny e George Weasley e Harry Potter.

- Voltámos! – exclamou Fred alegremente – não sentiram muito a nossa falta pois não?

- Nem sabem o que acabámos de ver no profeta diário! – afirmou George

- Temos mais dois Malfoy no baralho – informou Ginny – dois não… duas.
- Jane e Esther Malfoy – declarou Fred – vindas de Itália para Hogwarts

- Pois… nós sabemos – afirmou Hermione

- Sabem? Como? – perguntou Harry erguendo as sobrancelhas

Ron e Hermione contaram aos amigos o que se acabara de passar. Harry praguejou entre dentes.

- Quando eu voltar a ver o Malfoy e…

- Não vais fazer nada! – cortou Hermione

- Sim… eles não merecem! – concordou Ron

- Deixa-os apodrecer lá no canto deles – incentivou Ginny abraçando-se a Harry

- Hei, hei, hei! – exclamou Ron – mas parece que as Gémeas Malfoy não são a única novidade!

Harry e Ginny sorriram.

- Já não era sem tempo, não acham? – perguntou George

- Um brinde ao novo casal! – gritou Fred abrindo uma caixa de fogos de artificio dentro da loja

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