Um Natal Diferente



CAP 21

UM NATAL DIFERENTE



O natal era uma das datas mais esperadas pelos Weasleys. Reunir a família, reunir os amigos e, é claro, ver quais confusões estavam previstas para a data.

Como de costume, a Toca estava toda arrumada e já com as guloseimas especialmente preparadas pela Sra Weasley sobre a mesa da cozinha, esperando para serem servidas.

Não demorou muito e a família começou a chegar. Os primeiros foram Harry, Gina e as crianças.

- Até que enfim alguém! – Gritou o quadro do Fred de longe – Já não agüentava mais a mamãe reclamando da demora de vocês.

- Como vai, tio Fred? – Lily perguntou dando umas tapinhas na moldura do quadro.

- Cansado... – Ele recostou na moldura oposta – Sabe como é, ter que me deslocar de quadro em quadro várias vezes por dia cansa. – suspirou.

- Que bom que vocês chegaram! – Exclamou Molly abraçando a todos. – E quem é esse menino? – Perguntou apontando para o rapaz ao lado de Lily.

- Bem... – Lily ficou vermelha – Esse é o... esse é o meu...

- Ephram. – Ele se adiantou, já que Lily não conseguiria dizer nada.

James virou o rosto.

- Sei... – Molly falou com um sorriso um tanto maroto – Vamos entrando então. Não peguem nada para comer agora, esperem o jantar! – Molly advertiu vendo que Alvo já ia em direção a cozinha.


Depois de Harry e a família, todos foram chegando de uma vez.

Bill, Fleur e Vicky, que parecia muito cansada, foram os próximos. Logo depois Luna, seu marido Ralph e Luana, todos com uma roupa muito incomum com uma mistura de vermelho e branco com paetês coloridos, que lembravam inevitavelmente, enormes árvores de natal ambulantes.

Logo todos, inclusive Neville e sua esposa, e até mesmo Hagrid - que sozinho ocupava metade da sala já - estavam acomodados. Ou melhor, quase todos...


- Eu avisei, papai. – Hugo entrou falando, sendo seguido pelo restante da família. – Falei que não era boa idéia trazer esse garoto para cá.

- Esse garoto é o convidado da sua irmã, Hugo! – Hermione exclamou – Deixa de ser ciumento. E você não diga nada. Você está errado! – Ela acrescentou para Ron.

- Mas eu não falei nada... – Ron se defendeu.

- Mas pensou.

- Feliz natal para vocês também, família! – Fred acenou do quadro.

- Não enche, Fred! – Hermione bradou dando uma abraço em Molly e seguindo para a cozinha a fim de largar os potes de doces encantados que havia trazido para a festa.

- O que aconteceu? – James perguntou a Devon, que tinha ficado mais afastado enquanto Rose falava com o restante da família.

- O Sr Weasley foi me buscar na minha casa de carro. A princípio minha mãe não gostou da idéia de me deixar vir em uma invenção trouxa e nós tivemos trabalho para convencê-la. “Nós” significa eu, Rose e a Sra Weasley, porque o Hugo e o Sr Weasley pareciam nem se importar – Ele falou em um tom divertido. – Depois de muito conversar minha mãe acabou deixando, mas nós já estávamos atrasados, então o senhor Weasley correu muito com o carro e fomos parados por um.. um... como se chama os homens que dão a multa?

- Guarda?

- Isso! O guarda nos parou e fez umas perguntas. Como estávamos com pressa o Sr Weasley fez um feitiço para ele ficar confuso e nos deixar sair. Mas a senhora Weasley não gostou e eles vieram discutindo sobre isso desde lá.

- Típico da tia Mione – James riu – Então o negócio entre você e Rose é sério mesmo? Quem diria...

- Parece que não sou o único a ser apresentado a família, não é? – Devon falou apontando discretamente Ephram, que conversava animadamente com Lily.

James ficou sério na hora, Devon revirou os olhos.

- Jay, porque você não deixa esse garoto em paz? – Perguntou cansado.

- Porque eu não confio nele, não gosto dele e ele é o namorado da minha irmã. Queria fazer qualquer coisa para... – James parou de falar abruptamente e deu um sorriso malicioso. – Eu tive uma idéia, eu realmente sou um gênio. E você vai me ajudar.

- Estou até vendo... qual é a idéia, “gênio”? – Ele perguntou antes de James começar a explicar.





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Todos conversavam animadamente na sala. Ou melhor tentavam, pois Sam e Brian não paravam de chorar. A princípio fizeram de tudo para tentar acalmá-los, mas como não paravam resolveram ignorar. Mas estava começando a ficar insuportável.

- Isso aqui está um saco! – Freddy comentou com Luana, que parecia muito interessada em uma formiga que corria no chão. – Vamos lá para fora, Lu.

- Fazer o quê? – A menina perguntou, agora indo atrás da formiga.

- Vem que eu te mostro! – Ele sorriu maroto, indo em direção da porta, sendo seguido por ela.

Embora fosse inverno, o quintal (e somente o quintal) da toca estava totalmente aquecido e sem nenhum floco de neve. A mesa já estava no lugar para mais tarde o jantar ser servido.

- Maravilha! – Freddy falou sarcástico – Sem neve...

- Para que precisamos de neve?

- Neve é divertida. Vem, vamos para fora do portão. – Ele a puxou, mas a menina não se mexeu.

- Não podemos ir para lá, vão brigar com a gente.

- Não vão nem saber. – Ele a puxou na direção do portão – Vamos lá que eu te mostro uma coisa que eu tenho.

Luana ficou meio desconfiada, mas seguiu o amigo. Freddy fechou o portão assim que eles saíram, tirando algo do bolso traseiro da calça.

- Mas isso é...

- A varinha do meu pai... – Ele valou vitorioso.

Luana fez cara de espanto, Freddy ignorou.

- Não vejo a hora de fazer onze anos e ter a minha! – Ele fez um floreio desajeitado com a varinha. – Eu estive treinando com ela escondido, descobri um jeito de fazer sair faíscas que derretem rapidamente a neve, fica olhando.

Freddy esticou o braço com a varinha para a frente, mas antes que saíssem faíscas ou qualquer outra coisa , um barulho de freios e motor fez-se presente naquele instante. Freddy e Luana se encostaram no portão fechado no momento em que se materializava um grande ônibus roxo-berrante, de onde um bruxo gordinho e alto saía de lá.

- Boa noite! Bem vindos ao Noitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Sou Roger Herek e serei seu condutor... mas vocês são crianças!

Luana fez menção de correr mas Freddy a segurou.

- Como seus pais deixaram vocês saírem sozinhos desse jeito?

- Você está louco? – Freddy bradou. – Nós não somos crianças!

- Menino,não minta! Se você não é criança, você é o que?

- Um adulto. – Falou simplesmente – eu e minha esposa Luana fomos vítimas do feitiço Retroctue.

- Feitiço o quê? – Roger perguntou confuso.

- Retroctue... – Freddy falou impaciente – Feitiço que nos faz regredir fisicamente... você nunca ouviu falar?

Roger balançou a cabeça.

- Não se fazem mais bruxos como antigamente... – Ele falou em um tom triste. – Por isso que chamei vocês, para ir ao Saint Mungus, sendo que antes vou passar na Florean Fortescue, já que vou passar meu natal no hospital quero pelo menos um sorvete. Vamos lá, meu filho. Quanto é mesmo para andar nisso daí?

- O-onze sicles... – Roger falou, demonstrando claramente seu espanto por falar com dois “adultos” com a aparência de crianças de sete anos.

- Está aqui! – Ele tirou do bolso algumas moedas. – Isso paga por nós dois, fique com o troco!

Freddy entrou segurando a mão de Luana sorridente. A menina se aproximou do ouvido dele.

- De onde você tirou isso?

- O dinheiro ou a história?

- Os dois.

- Ouvi meu pai falando desse feitiço, ele não é muito usado, pois é muito difícil. Ele está querendo usar em um novo invento da loja. O dinheiro eu ganhei de natal... – Ele falou se ajeitando em uma das cadeiras. – Agora se segura, Lu. A diversão vai começar!


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Rose estava ali, mas não estava. Queria estar ali, mas continuava não estando. Seus olhos gostavam do que viam. Garoto lindo, cabelos longos e macios, olhos tão claros como á água, pele quente.

Mas seu coração gritava por alguém de olhos acinzentados, pele branca e fria, cabelos tão loiros que doíam os olhos. Seu coração gritava por um Malfoy. Ela vinha tentando se enganar fazia já algum tempo. ”Mas eu vou conseguir! Vou esquecê-lo!”

- Quer beber algo, Devon? – perguntou desgrudando seus dedos da mão do garoto e se levantando do sofá.

- Aceito sim, Rosie. – ele ficou de pé e a seguiu até a cozinha, sob o olhar desconfiado de alguém.

- Ron! – Hermione cutucou o marido – Você quer parar de encarar assim o namorado de sua filha!

- O que você disse? – ele fez uma cara de bobo estarrecido.

- Ah, Ron não se faça de bobo, você sabe que está, sim, encarando o garot-

- Não, não! – a cortou – Você disse “namorado da sua filha”!

- Foi o que eu disse.

- Eles não são namorados! Ela só está conhecendo ele. Investigando, como eu ensinei, Mione!

- Ah, peloamordeDeus, Ron! – Hermione jogou os braços para o alto, exasperada – Você parece a mesma criança inocente de vinte e oito anos atrás! Acha mesmo que sua filha nunca beijou ninguém?

- O quê? – ele ficou vermelho feito um tomate e esbugalhou os olhos – Minha filhinha? Minha pequena Rosie? Não mesmo, mulher! Está doida?

Hermione desatou a rir, sem poder se conter, diante do desespero do marido iludido.

- Quer saber? Por que você e eu não vamos dar uma voltinha lá fora hein? – ela o puxou pela mão – Pegar um fresco, bater um papinho... – e com uma piscadela para Rose, que acabara de voltar para a sala com Devon, saiu pela outra porta arrastando o marido confuso.


- Rosie, você não faz idéia do quanto está bonita hoje... – Devon acariciava a bochecha rosada da menina quando se sentaram novamente.

- O-obrigada – foi a única fala que conseguiu articular ao se deparar com o olhar penetrante de Devon.

Ele mexeu levemente nos cachos castanhos que caíam ao lado do rosto dela e tocou seu queixo se aproximando devagar. Rose fechou os olhos em resposta e esperou. Esperou para sentir o beijo que se antecipava.

Os lábios se tocaram. Se sentiram, se provaram, se desejaram. O coração de Rose acelerou por dois segundos, ela respirou fundo “Ai ai ai, está funcionando, eu gosto!” Ela abriu os olhos e observou o menino de olhos fechados que a beijava suavemente. “Oh, Rose, se você não gostasse, garota eu iria achar que você tem algum problema... Ele é lindinho!” pensava insana.

Mas no segundo que se passou, a imagem pálida de um garoto pairou na mente de Rose. “Maldito Malfoy.” E o encanto quebrou-se mais uma vez.

Separaram-se.

- O que foi? – perguntou Devon, lamentando a distância.

- Nada, é que papai pode entrar de repente e é melhor não testar seus limites, não é mesmo? – ela sorriu fraca – O que acha de irmos lá para fora ficar com o pessoal um pouquinho?

- Claro, Rosie. – Devon sorriu sincero – O que não faço por você, garota? – ele pegou suas mãos – Além de linda por fora, é fantástica por dentro, uma ótima amiga e companheira. Eu adoro estar com você.

- D-Devon, eu não sou isso tudo – ela sentia a face queimar de vergonha – Realmente, acho que poderia ser melhor em muita coisa... – sentia a consciência pesar por ter desejado o beijo de Scorpius há momentos atrás.

- E ainda por cima é modesta! – Devon brincou a puxando para saírem da casa.



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O natal seguia de vento em popa. Depois de muito custo e muitos doces, que por sinal era o que eles queriam desde o inicio, os gêmeos tinham parado de fazer escândalo. Agora todos estavam concentrados no jogo de xadrez entre Ron e Rose, que, apesar de ser um jogo parado, o nível das jogadas que eles faziam empolgava toda a família.


- Ei, Devon! – James tentou desviar a atenção do amigo para ele – Quer parar de babar na Rose e me dar atenção!

Devon olhou para James entediado.

- O que é?

- Temos que aproveitar agora que todos estão distraídos. – Falou tirando do bolso um pacote com umas bolinhas.

- Já falei que não concordo com isso. Vai acabar dando confusão e o Sr Weasley vai acabar tendo razão em não me querer aqui.

James se levantou murmurando algo como “seu estraga prazeres”. Realmente estavam todos distraídos com o jogo, pois ninguém notou James parar atrás da poltrona onde Ephram estava sentado com Lily, soltar as bolinhas no encosto do sofá, onde magicamente elas grudaram e voltar para perto de Devon.

Quando Ephram se recostou na poltrona o efeito foi quase que imediato. O garoto ficou paralisado e sua pele tomou um tom tão vermelho que parecia que latas de tinta tinham caído nele.

Todas as atenções se viraram para ele naquele momento, já que ele soltava fumaça pelo nariz e pelos ouvidos. Lily tentou ajudar, mas ao encostar-se a ele sentiu sua mão queimar. Todos se levantaram de uma vez para tentar ajudar, mas ninguém sabia fazê-lo parar de soltar fumaça.

Hugo - não se sabe se numa tentativa de fazê-lo parar ou simplesmente por diversão - jogou um balde de água fria no garoto, mas foi em vão. Até que Jorge, com a varinha de Alícia, já que a sua misteriosamente havia sumido, fez Ephram voltar ao normal.

- Bolas-Bule. – Jorge começou – Isso ainda não começou a ser vendido, não está terminado ainda. Será que Freddy pegou algumas escondido?

- Não tenho certeza se foi mesmo o Freddy – Lily murmurou mais para si mesmo que para os outros, olhando para James, que tentava, em vão, se segurar para não rir. – Será que você pode secar o Ephram, tio Jorge.

- Oh sim, claro. – Falou fazendo um floreio com a varinha, secando um Ephram que continuava muito vermelho, mas dessa vez de vergonha. - Já falei para o Freddy não pegar as coisas da loja sem minha permissão, ainda mais do depósito.

- Bem que a gente podia comer agora, não é? - Ron falou esfregando a barriga - Xadrez dá fome.

- Mas nós ainda não terminamos, papai. Está com medo de perder? - Rose desafiou.

- É claro que não, minha filha querida. Mas vai ser impossível continuarmos. - Ron apontou o tabuleiro, onde Sam e Brian se divertiam com as peças do jogo, que tentavam a todo custo furá-los com suas espadinhas.

- Antes de comermos quero tirar essa história das bolas-bule a limpo. - Jorge falou - Onde está o Freddy?

- Boa pergunta. Não o vejo faz um tempinho. Nem ele nem a Luana. - Molly observou.

- Onde será que se enfiaram esses dois?





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O Beco Diagonal estava bastante cheio. Muitas pessoas preferiam passar o Natal brindando nos bares com os amigos. O lugar também estava em clima natalino, com enfeites e luzes piscando por todo o lado.

Freddy e Luana passeavam, animados, olhando as lojinhas, a maioria fechada, cada um com um sorvete na mão. A viagem de Noitebus foi maravilhosa na opinião de Freddy e assustadora na de Luana, que tinha um galo na testa devido a uma cabeçada que acabou dando em uma das janelas do ônibus.

- Ainda estou com fome... – Freddy comentou assim que acabou o sorvete – Você não?

- Na verdade eu estou sim ... – Ela falou.

- A maioria das lojas está fechada... – Ele observou – Tem apenas alguns bares abertos...

- Podíamos pedir algo lá.

- Não sei se venderiam para a gente. Além do mais, meu dinheiro acabou.

- Então nós não vamos voltar? – Ela se alarmou.

- Vamos! Só não pensei ainda em como. Mas vamos tratar de comer primeiro.

Freddy e Luana andaram até um dos bares, onde vários bruxos brindavam e conversavam animadamente.

- O que vocês dois fazem aqui? – Um homem de aparência oriental, já com o rosto vermelho por ter bebido perguntou. – Onde estão seus pais?

- Bem... - Freddy tentou achar uma desculpa.

- Ahá! – Exclamou um homem gordo de cabelos grisalhos, dono do bar – Eu conheço esse menino, é filho de Jorge Weasley, das Gemialidades. Onde está seu pai?

- Está nas Gemialidades. Teve que fazer uma... uma coisa de última hora. Ele mandou eu vir aqui comer algo que ele paga depois.

- Mas é claro! – O homem colocou as duas crianças para dentro de boa vontade. – Avisa para seu pai que é por conta da casa. Presente de natal.

Freddy e Luana se entreolharam sorrindo. “Pelo menos vamos comer!” Freddy sussurrou.




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A toca tinha instantaneamente passado de um lugar animado para um verdadeiro caos. Todos procuravam por Freddy e Luana por todos os cantos. Alicia e Molly choravam mais do que procuravam. Luna também ajudava na procura, mas parecia não saber bem o que estava procurando, pois já tinha olhado dentro dos copos, debaixo dos tapetes e até mesmo dentro da privada.

- Não tem mais lugar nessa Toca que já não tenhamos procurado. – Arthur falou cansado.

- Eles não podem ter ido muito longe. – Hugo observou. – Eles não sabem aparatar, nem mesmo têm uma varinha.

- P-pior que têm. – Alicia falou aos soluços – Ele roubou a varinha do pai. Agora sabe Deus onde ele está.

- Já acionei os aurores. – Ron, que tinha acabado de voltar com Hermione do ministério falou.

- Não tinha nenhuma evidência de menor fazendo magia nessas últimas horas. – Hermione observou. – Ainda há gente procurando lá fora?

- Rose e Devon estão nos jardins, Harry e Jorge foram para fora dos terrenos da Toca.

Nesse mesmo momento Harry e Jorge adentravam a toca rapidamente...

- Eles pegaram o Noitebus. – Jorge falou nervoso.

- Chamamos o Noitebus, mas aquele inútil do condutor não se lembra de onde os dois desceram. – Harry falou revoltado. – Freddy inventou uma história para ele e ele caiu...

- Então eles podem estar em qualquer lugar... – Neville, que tinha acabado de voltar do andar de cima falou.

Alicia pôs-se a chorar mais forte. Jorge a abraçou.

- Não chora, querida. Vai dar tudo certo. Eu espero. – ele acrescentou em pensamento.




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Assim que acabaram de comer, Freddy e Luana voltaram a caminhar, já que não poderiam mais fazer nada. O dinheiro já tinha acabado e eles não podiam ficar mais tempo no bar porque iriam desconfiar.

- Freddy, quero voltar para casa. Estou com frio. – Luana falou triste.

- Eu sei, nós vamos voltar, Lu. – Freddy falou, embora não parecesse certo disso. - Toma meu casaco. – ele entregou o casaco a Luana.

Os dois se sentaram no meio fio. O que fazer agora? O que duas crianças de sete anos, sem dinheiro e em pleno beco diagonal poderiam fazer? Falar para alguém poderia trazer problemas para os pais. E também para os pais de Luana. A mãe dela já não parecia muito bem da cabeça.

- O que duas crianças lindas fazem sozinhas aqui no natal? – Duas bruxas muito parecidas. Ambas com roupas compridas e escuras, olhos saltados e sem os dentes da frente.

Freddy se levantou de um salto, puxando Luana consigo. Mas quando foi correr, percebeu que suas pernas não se moviam. Assim como todo o seu corpo. Ao olhar para as bruxas percebeu a mesma que falou com a varinha em punho.

- Veja que sorte, Kassandra. Duas crianças sozinhas por aqui. Vamos levá-las para lá. – Ela apontou para a travessa do tranco. – Pode nos ser útil.

- Pode ser... – disse Kassandra, que tinha a voz muito estridente. – Nós podemos treiná-los para nos servir.

Isso só podia ser uma piada. Uma brincadeira de muito mau gosto. Eles seriam levados por bruxos das trevas? Os dois com corpos presos, sem poder reagir, correr, correr o mais longe que poderiam.

Sentiram seus corpos serem levantados por magia. Freddy não conseguia olhar para Luana, mas sabia que ela devia estar chorando. Isso só fez com que ele se sentisse mais culpado.

A travessa do tranco estava cada vez mais próxima. “Eu não quero ir para lá” eles pensavam. As bruxas conversavam animadamente sobre o que iriam fazer com as crianças. O desespero foi tomando conta dele. Agora somente um milagre o tiraria dali.

- O que vocês pensam que estão fazendo? – Uma mulher loira, com a varinha em punho, correu na direção das bruxas. – Soltem essas crianças!

- Fica fora disso! – Uma das bruxas gritou. – Não se meta no que não lhe diz respeito.

- Você tem certeza que são eles, Mary? – Lilá perguntou ainda com a varinha em punho, sem tirar os olhos das bruxas.

- Tenho sim mamãe. Aquele é o primo da Rose. – Mary exclamou com os olhos arregalados.

- Então corre e vai buscar ajuda. Vou tentar segurar essas duas.

- Você vai conseguir, mamãe?

- Vai logo, Mary! – Lilá bradou – Corra e peça ajuda!

Mary correu a contra-gosto para o povoado. Lilá levantou mais a varinha para as bruxas.

- Vamos lá, Kassandra. – A bruxa empunhou a varinha. – Vamos mostrar para essa loura-aguada com quem ela está se metendo.




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A toca estava em silencio. A única coisa que podiam fazer era esperar por notícias dos aurores, mas a espera era torturante. Tiveram que dar uma poção calmante para Molly e Alicia, pois as duas estavam a ponto de ter uma espécie de colapso nervoso.

- Não agüento mais esperar por notícias. – Jorge se levantou – Preciso fazer algo.

- Não temos o que fazer, irmão! – Ron falou. – É melhor deixar por conta dos aurores, eles estão alerta para qualquer espirro de um menor de varinha em punho.

- Não dá, Ron! – Jorge bradou. – Meu filho de sete anos está perdido com outra menina de sete anos sei lá onde e a única coisa que eu faço é ficar sentado.

- É verdade... – Luna comentou vagamente – Luana está demorando.

Todos olharam para ela, incrédulos. Como ela conseguia ficar tão calma sabendo que sua filha estava sumida?

Um barulho vindo do quintal da Toca alarmou a todos. Passos vieram na direção da porta. Poderiam ser os aurores?



- Você? – Hermione esbugalhou os olhos ao ver quem estava na soleira da Toca dando a Ron o abraço mais sufocante que se podia imaginar – O que está fazendo aqui?

- Oh, vim perguntar se isto aqui é de vocês? – Lilá sorrindo, soltou Ron e arrastou, lá de fora, um par de pessoinhas assustadas e nervosas.

- Freddy! Luana! – gritaram apenas Jorge e Alicia, uma vez que Luna parecia mais interessada na cara vermelha de Hermione do que no simples fato de sua filha ter aparecido.

Alicia deu um abraço sufocante em Freddy e pôs-se a examiná-lo freneticamente. A única coisa que Luna disse a filha foi “você demorou”. Freddy estava assustado, sem conseguir tirar os olhos do pai. Ninguém nunca viu Jorge tão sério na vida.

- Me dá minha varinha. - Ele falou ríspido.

Freddy tirou a varinha do bolso da calça e entregou ao pai.

- Você tem idéia do susto que você nos deu? Você poderia ter morrido!

- Não seja muito duro com ele, Jorge. – Fred falou do quadro – Lembre-se de que nós já fizemos pior.

- E agora eu sei como nossos pais se sentiam! – Jorge murmurou olhando de esguelha para Molly, chorosa.

- Desculpa, papai! – Freddy falou de cabeça baixa – Eu só queria fazer algo diferente. Você sempre faz algo legal para se divertir, nunca tem medo.

- Eu tive medo hoje. – Jorge apoiou uma mão no ombro de Freddy que olhou confuso para o pai – Eu achei que ia perder você. – E puxou o filho para um abraço. – Não faz mais isso. Não pegue mais minha varinha, não saia sem minha permissão. Promete?

Freddy assentiu.

- É tão bom quando acaba em final feliz... – Fred soluçou fingindo secar as lágrimas.


- Como foi que você os achou? – Alicia perguntou a Lilá

- Ah! Esqueça isso. O que importa é que eles estão bem. – Lilá falou sorrindo – Hermione Granger... – ela caminhou até a moça enfurecida – Quanto tempo, querida! – e estendeu os braços para cumprimentá-la.

- É Weasley agora. – Ela respondeu curta e grossa ao recusar o cumprimento, pois estava com Sam nos braços.

- Ah... claro, certamente que sim. – Lilá sorriu irônica e se virou sem rodeios para Ron – Então, Ron, seja educado e me ofereça algo para beber?

Ron permanecia parado, totalmente confuso e mais vermelho do que o normal, se é que isso era possível.

- C-claro – gaguejou – Mione você vem? – perguntou suplicante para a esposa.

- Ah, seu bobinho, não vê que ela está ocupada com a criança? – e dizendo isso, Lilá o puxou pelo cotovelo para fora da casa. E com uma última virada – Não se preocupe, Granger, não vou roubar seu marido por muito tempo.

Hermione soltava fogo pelas ventas “É Weasley!” pensava “Hermione, mantenha a classe! Isso é uma ordem!” respirou fundo, contando até duzentos e trinta e sete.

- Hugo, poderia segurar a Sam para mim por fav- Hugo? – ela procurou pelo filho que estava ali até um segundo atrás. – James! Você poderia?

James percebeu o olhar homicida no rosto da tia.

- Tudo bem. Tudo bem... – aceitou seu fado – Já estou com o Brian mesmo, não é como se meu natal fosse piorar nem nada, a essa altura só um milagre – que por sinal eu não ando merecendo – E pegou Sam dos braços da tia para juntá-la ao irmão no cercado de almofadas no meio do tapete da sala, ampliada especialmente para o natal.



Naquele momento, Rose e Devon adentraram a sala.

- Vimos quando Lilá apareceu no jardim de braços dados com MEU pai!! O que aconteceu? O que ela faz aqui? Mamãe deve estar uma fera! – a menina despejou de uma vez.

- Não faz idéia... – James riu tristemente – Tia Mi está soltando o fogo dos mil dragões pelo nariz. A mãe da Mary encontrou esses dois pirralhos no Beco Diagonal e os trouxe de volta, se auto convidando para participar do nosso natal.

- Caramba, vou procurar minha mãe, ela deve precisar de mim! – Rose saía para a cozinha quando se virou novamente – Ãh... onde está Mary?

James deu de ombros.

- Só a vi alguns instantes, ali na porta atrás de Lilá. Acho que está lá fora...

- Hum... não a vimos. Depois a encontro. – E saiu

Devon se jogou no sofá ao lado de James e observou os gêmeos brincando no tapete.

- Cara você parece mal, viu. – ele arriscou um olhar para o amigo – Quer falar?

- Está tudo bem – James murmurou – Sabe, às vezes eu acho que o problema é comigo, qu eu complico demais. – suspirou – Acho que nunca conquistarei Bianca, nunca serei bom o suficiente para ela... E o Barrow, por que ninguém consegue ver o que eu vejo? Por que não enxergam que esse cara não é bom para Lily, para nenhum de nós?

- James, não acha que está exagerando? – Devon disse com calma, não querendo discutir com o amigo – O Ephram não é isso tudo, cara. Ele é maneiro quando se dá uma chance de ver no fundo.

- Não, Devon. Não venha defendê-lo para mim – James se irritou – Só porque seu mundinho anda todo cor-de-rosa agora que está com a minha prima, não comece a achar que tudo são mil maravilhas.

- Eu sei – a voz dele soou magoada – Eu não vivo num mundo cor-de-rosa, Jay. E acho que mais cedo do que imaginava, terei de tomar uma decisão em nome do meu amor por Rose.

James olhou surpreso para ele.

- O que está dizendo? Vocês não estão bem?

- Estamos sim! – ele suspirou – Melhor do que eu esperava.

James pareceu ainda mais confuso.

- Esquece, cara – Devon sorriu – Vou buscar algo pra bebermos e volto para te fazer companhia... Onde anda o Hugo? Ele não estava com um dos gêmeos para você?

James deu de ombros e se abaixou para pegar a varinha que havia caído e Brian, muito espertamente, tentava alcançar com dois dedinhos sem que o irmão mais velho visse.




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- Victoire? – Fleur chamava em direção ao banquinhos montados ao fundo do quintal da Toca – Está frrio, venhe parra drrento!

- Querida, o feitiço arrefecedor é um sucesso, não está tão frio aqui nos limites da Toca – Gui abraçou a esposa e a levou de volta para a frente dos jardins – Deixe-a lá, conversando e se divertindo.

- Oh, Gui, agorra que el’ está melhorrando, tenho tante mede que el’ fique doente.

- Não se preocupe, amor, nossa veela é mais forte do que parece!

Ele beijou sua esposa veela docemente e seguiram para a frente da casa.


Do fundo do quintal, ouviam-se vozes animadas.

- ... então, quando menos se esperava, Vicky começou a lembrar! – Lily contava alegre para Ephram.

- É verdade, Vicky? – Ephram perguntou parecendo mais nervoso do que gostaria de estar.

- É sim! – a menina respondeu sentindo um leve apertão no abraço que recebia de Ted, como se querendo protegê-la não só do vento frio, mas também de todo perigo que o quintal dos fundos da Toca poderia oferecer. – Já não tínhamos mais esperança, quando o tratamento do Dr. Malfoy deu resultado, e comecei a me recordar de rostos e lugares. Ainda fico muito cansada, mas acho que não demora muito e me recupero totalmente.

- É um progresso e tanto. – comentou Ephram um tanto sério – E o Ted também faz a sua parte, não é?

- É sim! – Lily afirmou mirando curiosa o namorado, que soltou um sorriso rápido para a menina.

- Uma sorte o Dr. Malfoy se dispor a dar continuidade ao processo – Ted comentou – Sem ele, não seria possível. Ele é um ótimo legilimens e com seus conhecimentos amplos em cura avançada... – ele sorriu para a namorada.

Vicky se virou de lado no banquinho e depositou um beijo na bochecha do rapaz , que se virou também para admirar a garota.



- Vamos Ephram – Lily chamou sem disfarçar, se levantando – Vamos pegar algo para comer, estou com fome! ... Ephram!

O garoto piscou assustado e se levantou também.

- Onde está com a cabeça? – Lily perguntou encarando-o.

- Desculpe, amor – Ele sorriu sem graça e a puxou, abraçando-a pelos ombros – Acho que viajei por um segundo, mas não é nada demais, só estou feliz por sua prima.

E saíram, deixando para trás um casalzinho apaixonado de cabeças juntinhas, sendo uma delas, uma cabeça muito diferente, coberta por cabelos cor de brasas em chamas, e outra, coberta por fios tão claros e cintilantes que chegava a doer a vista.


- Quer dizer que a minha pequena foguinho está faminta? – Ephram parecia mais confortável e carinhoso. Lily ficou feliz.

- Sim, sim! – sorriu moleca cutucando Ephram nas costelas.

O garoto se contorceu todo e começou a gargalhar.

- Su-a-pes-ti-nha! – dizia entrecortado sem ar – Vai ver quando eu te pegar.

E se desviando das cócegas de Lily, avançou para ela, que desatou a correr, feliz.

- Vai ter de me alcançar primeiro, amor!

Gritava correndo ainda mais.

- Não é tão difícil assim!

Ephram alcançou a garota e a trouxe para si pela cintura. Ambos sem fôlego, se observaram até que pararam de sorrir.

- Gosto de você... – Lily sussurrou mirando o fundo dos olhos de Ephram.

- Sabe que eu também gosto de você?... – ele respondeu maroto, alisando os longos cabelos da menina que desciam pelas suas costas.

Lily fechou os olhos e ficou na pontinha dos pés. Ephram se inclinou para os lábios convidativos da garota e selou os seus nos dela. Ela se esqueceu de que estava no quintal da Toca, cheia de parentes seus, dentre eles um pai protetor, um tio encrenqueiro e um irmão maluco e ciumento. Apenas desfrutou do momento, do beijo suave do amigo-namorado que ela adorava.




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- Por que você não me beijou daquele jeito hoje ainda?

- O quê? – Alvo acompanhou o olhar de Alana e avistou a irmã e Ephram tão agarrados que a primeira reação dele seria se levantar e socar o idiota que se atrevia a beijar sua irmãzinha daquela forma – ou pelo menos avisar aos dois possíveis interessados em fazer isso, seu pai e seu irmão!

Mas naquele instante, o casal se separou e recomeçou a andar.

- Não me ouviu? – Alana insistiu.

- Hum-hum – Alvo assentiu, distante – Não te beijei daquele jeito porque você não me procurou para isso, e ainda por cima não me deu chance para tentar.

- O que quer dizer? – Alana tocou o braço do namorado e se sentiu a beira de lágrimas.

- Você só reclamou desde que chegamos aqui. Você não parou para me curtir nem um segundo sequer. – Alvo desabafou – Quando não está brigando por causa da Dani, está emburrada...

- Claro que sim! Vai dizer que eu não tenho razão para estar chateada? – ela estourou – Você sabe muito bem que não havia necessidade daquela despedida calorosa antes de embarcarmos no expresso.

- Ela só estava desejando um feliz natal! Só isso! – rebateu na defensiva.

Alana riu sarcástica.

- Eu não diria que era apenas um feliz natal o que ela desejava... – ela começava a ficar vermelha – A maneira como ela te abraçou, ou melhor, te agarrou, e na minha frente!

- Você preferia que fosse nas suas costas?! – Alvo já estava de pé e nem notara. Da outra ponta do jardim, os adultos começavam a olhar.

- Não! – a garota chorava – Preferia que ela não existisse, isso sim!

- Mas ela existe. E é minha amiga. – Alvo se ajoelhou na frente de Alana – Só-minha-amiga! – ele explicou segurando o rosto da menina entre suas mãos. – Você é minha namorada, entenda isso!

- Eu te amo... – Alana sussurrou engolindo o choro.

- Eu também te amo. – ele a beijou nos lábios salgados – Pare com essa ciumeira, promete?

- Prometo. – respondeu e abraçou o namorado cansado.






Quando a última pessoa deixou a Toca, não era só Alvo que se poderia dizer cansado.

Depois de muita confusão, muita briga e muita gritaria, tudo correu bem o resto da noite.

Tudo, não. Eh... bem... Tirando a parte em que Lilá, tonta com o vinho, resolveu brindar a todos na festa com uma lembrança tosca de Won-Won, e Hermione fez o favor de despachá-la dos limites da Toca – com toda classe possível – de uma vez por todas. Percebendo que Mary havia ficado na Toca, horas depois, quando a menina apareceu na sala perguntando por sua mãe.

Harry e Ron tiveram que levar Mary para casa mais tarde e Hugo fez questão de acompanhá-los, mas foi impedido por Ron, que garantia que aparatação acompanhada era muito chato de se fazer.

Mas tirando esse pequeno imprevisto, foi tudo bem durante a abertura dos presentes, a hora de Celestina Warbeck – hora em que, por sinal, Fleur resolveu ir apanhar algo no quarto lá em cima, só reaparecendo quando a Celestina já tinha cansado de cantar - o momento dos brindes e as despedidas com promessas de ‘nos veremos em breve’.




- Fred? Do que está rindo? – a Senhora Weasley perguntou ao passar pelo quadro do filho e reparar que ele sorria, sozinho na parede da sala.

- Ah, mãe! É que esses natais na Toca são irados! Hehe!




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N/A:

EU ASSUMO, FOI MINHA CULPA!!! =/

DESCULPA PESSOAL, EU TENTO NÃO ENROLAR MT P/ ESCREVER, MAS EU ACABO DEMORANDO, PQ EU TENHO Q TRABALHAR, ESTUDAR MÚSICA E P/ COMPLETAR FIKEI DOENTE, QD VOU ESCREVER EU PERCO A IMAGINAÇÃO... MAS O Q IMPORTA É Q TA AÍ, MAIS UM CAP DE NATAL COM PARTICIPAÇÃO DAS AVENTURAS DE FREDDY E LUANA!! HEHHEE.. JURO Q VOU TENTAR DE TUDO NÃO DEMORAR DESSA VEZ! =D

ESPERO Q TENHAM GOSTADO. BJUSS E ATÉ O PROXIMO!

***bia***




N/A: iuhuuuuuu!! Conseguimos galeraaaaa!!! Mais um cap com muitas risadas pra a gente curtir!! Nos vcemos em breve!! E valeu a paciência!!!!!

Sugestões?? Críticas??

Tudo nos coments!!!

Bjaaaooo povaaaaaoooo!!

:)LANA:)

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