Segundo Ato



Bem vindos a um mundo onde a realidade não é o que parece onde a vida não mais é a mesma onde a própria existência entra em colapso. Todo principio tem um fim todo o fim tem o princípio estamos aqui para presenciar isso meros observadores que vivem sempre esperando o principio e se preocupando com o fim.

Mas não tema o fim pos isso não quer dizer que nada restara só que dizer que novas coisas vão começar.

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Segundo Ato

Corria alucinadamente pela floresta, sentia o cheiro de sua presa, ouvia o seu coração batendo, o cheiro de medo se espalhando, estava satisfeito, mesmo que não soubesse o que isso significava, pulou alguns troncos secos, ouviu um barulho a sua esquerda, olhou, mas nada encontrou, mesmo assim não parou de cair, sua velocidade e agilidade eram imensas naquele lugar de mata fechada e fria, os olhos cinzas metálicos não demonstravam consciência, era como uma mera besta correndo para saciar sua imensa fome, quem quer que visse ele correndo só veria o borrão branco por causa de sua pele branco pálida, talvez amarelado por causa de seus cabelos, tão longos que chegavam a quase tocar o chão.

Saltou, foi alto, estava acima das copas das árvores, olhou em volta e o cheiro de sua presa mais uma vez chegou a suas narinas, caiu em queda livre sem se importar, ao tocar o primeiro galho de uma das árvores ele colocou mais impulso e saltou mais uma vez para frente, mais uma vez ultrapassando as copas das arvores.

O vento batia em seu rosto e em seu peito nu, os cabelos loiros, anormalmente claros e desgrenhados, balançavam com o vento, ele fechou os olhos e abriu os braços, se sentiu por um instante livre de tudo, de sua própria fome, mas esse sentimento não durou muito, pois logo começou a cair, mais uma vez em direção ao solo, olhou para baixo e viu uma clareira que se formava aos pés do que parecia ser uma montanha, apesar de não ser tão alto, era mais um rochedo, viu sua presa, era enorme um urso, ou algo que se assemelhava muito a isso já que era duas vezes maior que qualquer urso existente, desviou os olhos do animal, que parecia acuado, e viu logo abaixo de si o que parecia ser um amontoado de espinheiros, ia cair diretamente neles.

Os espinhos eram enormes e grossos, pareciam brilhar com a pouca luz que vinha daquele céu cinzento e melancólico, por fim caiu entre os espinhos sumindo por um tempo, o “urso” virou na direção em que ouvira algo cair e por alguma razão parecia aliviado, pensando que nada sobreviveria em meio aqueles espinhos, mas então um estalo seco é ouvido e o espinheiro foi tomado pelas chamas, a fumaça negra subiu aos céus com velocidade e o calor das chamas assustou os animais mais próximos, que fugiram caso o fogo se espalhasse, recortado por entre as chamas se via a silhueta de alguém, talvez um humano alto, os olhos metálicos brilharam entre o vermelho e dourado das chamas e o que pareceu ser um sorriso se formou na silhueta que caminhou para fora do fogo como se ele não fosse nada de mais, o “urso” tentou escalar o rochedo, mas escorregava, nem suas potentes garras conseguiam segura-lo, se virou para o espinheiro em chamas e viu o estranho ser saindo de lá.

Alto, mas não tanto quanto o “urso”, o corpo forte e quase nu se não fosse por uma fina peça de trapo que lhe cobria parte da cintura, até um pouco acima do meio das cochas, a pele branco pálido se sobressaia, era como se ele não tivesse nunca provado o doce sabor dos raios solares, os olhos cinza metálicos, que não demonstravam nada além de excitação e satisfação, mas mãos tinham enormes garras peroladas no lugar das unhas, o cabelo enorme e loiro lhe dava a aparência de uma besta juntando com tudo, principalmente com a aura incomum e assustadora em sua volta.

O ser de olhos prateados avançou em direção ao “urso”, que acuado e sem ter para onde fugir, resolveu lutar, e com suas garras tentou acertar o estranho, mas quando as garras acertaram a pele dele se quebraram, não produzindo nenhum ferimento aparente, o loiro sorriu satisfeito, mostrando presas longas e fortes como as de um lobo e pegou o enorme braço do “urso” e começou a apertar, o animal começou a ganir e rugir de dor, foi tentar morder o agressor, mas foi impedido quando as garras branco peroladas lhe cortaram a garganta, o corpo do “urso” tombou, o sangue que espirrara se chocou com a pele branca do homem, este não se importou, apenas lambeu o sangue, apreciando o sabor, e se abaixou, começando a dilacerar o animal abatido com suas garras e até mesmo com os dentes, comendo sua carne ainda crua e o manchando mais ainda de sangue, mas depois de um tempo levantou a cabeça com um pedaço de carne segura em sua boca, olhou para trás e viu alguém aparecendo no ar.

Algo o fez ficar apreensivo quando aquele homem alto, de cabelos negros e longos, com olhos amarelos imensamente claros, apareceu do nada, se levantou deixando a carne em sua boa cair, fechou os punhos sentindo o frio de suas garras, o homem caminhou lentamente em sua direção, um rosnado frio saiu de sua garganta, o homem não se intimidou e continuou seguindo em frente até ficar a dois passos do loiro, o homem era alguns centímetros maior e olhava com diversão para o ser ali presente.

_Veja o que você se tornou. Falou o homem, fazia algum tempo que procurava Draco Malfoy e finalmente o encontrara, coberto de sangue e vivendo como um mero animal, provavelmente ainda estava descontrolado por causa do poder que ganhou, tinha de jogar bem para conseguir completar o ritual maldito, quem quer que fosse aquele ser que lhe interrompeu ele se encarregaria pessoalmente de destruí-lo e nada o impediria. _Lembre-se de quem você é, sei que ainda tem lembranças em sua mente, eu só tirei algumas poucas de sua infância, vamos. Lembre-se Draco Malfoy.

Draco piscou duas vezes, seus olhos cinza metálicos carregavam confusão, entendia aquele homem, mas algo lhe dizia para fugir ou destruí-lo, ia avançar em sua direção, mas não conseguiu, algo vinha diante de seus olhos, era a imagem de um homem muito pálido, com face ofídica e boca fina onde exibia um sorriso frio e cruel.

“Sua existência não mais me é necessária”

Ouviu essas palavras em tom frio e cruel ecoando em sua mente, mas então a imagem se desfez, olhou para o homem, que parecia satisfeito com algo, sentiu fúria dele, não sabia o por que, então levou as duas mão a cabeça, um turbilhão de imagens e sensações lhe invadiram a mente, dor, alegria, solidão, medo, felicidade... Não importava, eram sentimentos diferentes, tão fortes que chegou a gritar, pássaros voaram quando um rugido se formou em sua garganta e caiu de joelhos se encolhendo, por fim ele se silenciou, uma fumaça branca saia de seu corpo, ele se colocou de pé mais uma vez e quando direcionou os olhos para o homem de cabelos negros eles não estavam mais cinza metálicos, mas sim azuis límpidos, as garras de suas mãos haviam desaparecido, o cabelo encolheu até ficar ao meio das costas, somente as presas continuavam no lugar.

_Galahad. Falou Draco não estranhando o tom mais grave e poderoso de sua voz. _Eu terei a minha vingança.

_Você não quer se vingar de mim. Falou Galahad em tom calmo. _Quer se vingar de Voldemort, foi ele que lhe entregou a mim, que me deu sua alma.

_Você me transformou em um monstro! Urrou Draco em fúria.

_Não, eu lhe dei poder, mais poder que qualquer humano se quer sonhou, muito além do que você possa pensar. Falou Galahad em tom longínquo. _Mas algo me impediu de completar isso e você escapou, veio parar aqui por dias vivendo como um mero animal.

_O que eu sou? Perguntou Draco olhando para as próprias mãos.

_Não é um demônio. Falou Galahad como se lesse os pensamentos do loiro. _Mas também não é um humano é algo diferente, como você só existem mais dois.

_Híbridos? Perguntou o loiro, mas Galahad riu alto, como se aquilo fosse uma piada. _Nenhum hibrido se compara a você, mesmo com o ritual incompleto, não, você não é um hibrido. Ele parou por alguns instantes, então estendeu a mão para o loiro, que observou aquilo com frieza. _Venha comigo e eu terminarei o ritual, se entregue a mim e eu lhe darei tanto poder que até os deuses tremerão. A voz baixa soou doce aos ouvidos de Draco, uma promessa muito boa, mas ele sabia que haveriam conseqüências, não, ele estava satisfeito com o que recebera, era o suficiente para se vingar, mas ele precisava aprender mais, ganhar mais poder e por fim trazer a destruição a Voldemort e tomar o seu trono, se tornando o ser mais poderoso desse mundo.

_Não. Falou o loiro, por um instante ele viu os olhos amarelos de Galahad brilharem em fúria. _Não serei o seu lacaio, mas serei o seu aliado. Falou Draco que pensou por um instante. _Lutarei ao seu lado por quanto me for favorável, aprenderei com o tempo e por fim erradicarei Voldemort desse mundo.

_Por em quanto serve. Falou Galahad, segundo as regras não podia fazer nada, Draco tinha de se entregar de livre e espontânea vontade uma vez que o antigo contrato já fora cumprido. _Mas saiba que existem seres poderosos nesse mudo, talvez tão poderosos quanto você ou Voldemort, você terá de derruba-los antes de conseguir sua vingança, você terá de derrubar o Ragnarok.

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Havia se passado cerca de quinze dias desde o enterro dos avós de Hermione, nos quais Harry mal a vira. Hermione e os pais andavam muito ocupados resolvendo assuntos relativos ao testamento e outras questões legais, além da organização de uma festa de apresentação do novo Duque de Devonshire, um costume antigo da nobreza e que o Sr. Granger resolvera manter em homenagem ao pai.

Na noite anterior a festa, Hermione bateu na porta do quarto de Harry, que deixou o livro de artes das trevas de lado e disse para que ela entrasse. Não pôde deixar de reparar o quanto Hermione parecia abatida e cansada, seus olhos estavam levemente vermelhos e estavam envoltos por olheiras profundas.

-Oi, como estão às coisas? –Hermione pergunta se sentando na cama, a frente dele.

-Eu que devia perguntar isto, afinal é você que parece cansada e que não anda parando em casa. Se duvidar, nem anda comendo direito. –A voz de Harry transmitia toda a preocupação que o moreno sentia, o que fez Hermione se desarmar.

-Eu estou exausta! Estive indo do ministério da magia a escritórios trouxas durante toda a semana! –Hermione falava enquanto se recostava a Harry, que a abraçou dando-lhe conforto. –O pior é que aqueles incompetentes do ministério não sabem nada sobre os comensais que atacaram meus avós e quando eu disse que agiria sozinha, me ameaçaram. Não que eu pretenda me intimidar, no dia seguinte a festa eu vou atrás dos animais que ousaram me desafiar. –Havia mais rancor e ódio na voz de Hermione, estava claro que toda aquela agitação não havia lhe acalmado, muito pelo contrário, ela parecia mais determinada.

-Então você já resolveu todos os assuntos entre trouxas? –Harry perguntou tentando mudar o foco da conversa, lembrando-se de que Hermione e seu pai viviam falando com advogados pelo telefone.

-Sim. –a palavra soou como um suspiro. –Sou mais rica que você. –Hermione tentou falar em tom divertido, e Harry a olhou com falsa indignação.

-Não sabia que estávamos competindo! –Harry retrucou se fingindo de ofendido.

-Nem eu! Mas parece que por medo de meu pai doar toda a fortuna e dilapidar o patrimônio da família e dos quais meu avô tinha tanto orgulho, ele deixou todo o dinheiro e bens para mim. Meu pai só herdou o título de Duque. –Havia um tom despreocupado na voz de Hermione, assim como Harry, ela também não ligava para o dinheiro e não pensaria duas vezes antes de entregá-lo todo para ter os avós de volta.

-Entendo. Parece que seu avô gostava muito de você, além de considerá-la muito confiável.

-Sou leal a quem me é leal. –A voz de Hermione demonstrava cansaço e sonolência, então Harry se deitou com cuidado, levando ela junto consigo.

-Então durma despreocupada, que eu tomarei conta de você. –Harry sussurrou já sentindo o corpo da amiga mais pesado sobre si.

Quando acordou, Harry já não encontrara mais Hermione consigo. Desceu sonolento, as escadas e se deparou com uma grande agitação provocada pelos últimos preparativos da festa. Ele e Rony passaram o dia esbarrando em pessoas que levavam e traziam de instrumentos a itens do Buffet, as mulheres estavam todas isoladas em um dos andares com esteticistas, cabeleireiros, maquiadores e todo tipo de profissional ligado a arrumação delas para a festa.

Faltando vinte minutos para o início da festa, Harry, muito elegante em seu smoking, esperava por Rony na entrada do grande salão em que seria a festa. Junto com Rony chegaram o Sr. Weasley e o Sr. Granger, todos elegantemente vestidos assim como Harry.

-Que bom que está aqui, Harry! –Havia um tom tenso na voz do Sr. Granger. –Eu preciso verificar se tudo está em ordem, os convidados começarão a chegar e não pode haver falhas. Quero que você vá para a sala de espera do andar de cima e aguarde até que Hermione fique pronta, você entrará com ela no momento certo.

Harry não entendeu muito bem o porquê daquilo, mas seguiu para o local como o Sr. Granger havia lhe pedido, o homem estava a ponto de explodir e Harry preferia não estar por perto caso isso acontecesse. Perdeu a noção do tempo depois de meia hora, do andar inferior já era possível ouvir a música e o barulho das pessoas se dirigindo para o salão de baile, no jardim o que não faltavam eram paparazzi, alguns jornalistas haviam obtido permissão para cobrir o evento, mas de modo discreto.

-Desculpe a demora, mas não me deixavam em paz. –Hermione fala sem jeito ao surgir atrás de Harry.

-Tudo bem, eu aproveitei para... –Harry perdeu a fala quando se virou e a viu. O vestido azul caía perfeitamente nela, evidenciando de modo elegante suas curvas, as jóias discretas, com detalhes bem trabalhados, apenas realçavam seu brilho natural, assim como a maquiagem e o penteado. Por um momento se lembrou de seu quarto ano, quando a vira arrumada para o baile de inverno, porém ela estava muito mais linda que naquela noite e, desta vez, seria sua companhia. –Nunca a vi tão linda! Sem dúvida está pronta para se tornar a Marquesa de Hartington. –O sorriso que Harry exibia demonstrava orgulho e também passava confiança, algo de que Hermione precisava bastante naquele momento.

-Nesse caso é melhor irmos, a maioria dos convidados já deve ter chegado. –Hermione fala e depois segura o braço que Harry gentilmente lhe oferecera, como todo cavalheiro deveria fazer.

Desceram cuidadosamente os degraus e depois se dirigiram ao imenso salão de baile, cuja entrada era feita em um tapete vermelho, à porta haviam dois homens que anunciavam os recém chegados de modo formal, como era de costume.

-Hermione Jane Granger, Condessa de Burlington, filha do Marquês de Hartington, e o senhor Harry James Potter. –O anúncio fez com que todos se virassem para a entrada, diversos flashes quase os cegaram, enquanto ambos entraram com passos firmes e expressões cordiais, como mandava a etiqueta.

-Qual o próximo passo? –Harry pergunta a Hermione sem deixar de sorrir e movendo o menos possível a boca.

-Continuamos sorrindo e cumprimentamos todos. –Harry suspirou ao ouvir “todos”, mas faria esse sacrifício pela amiga.

Durante os minutos seguintes cumprimentou aqueles que Hermione lhe apresentava e logo depois se dedicava a admirar a bela decoração do salão, o Buffet variado e de aspecto convidativo, os diversos tipos de pessoas que circulavam pelo local, as quais só tinham em comum a pose altiva da nobreza. No entanto não era apenas a nobreza trouxa que estava na festa, além de todos os Weasley, havia o Ministro da Magia, seguido por Percy, além de outras pessoas que por um detalhe ou outro, Harry sabia que também eram bruxos, inclusive, estes não deixavam de fitá-lo hora ou outra.

Assim que acabou a rodada de cumprimentos, Harry se separou de Hermione e foi comer e beber, já que havia tempo que não fazia nenhuma dessas duas coisas. Após pegar um copo com suco gelado, ouviu um discreto riso atrás de si e se virou curioso.

-Bebendo suco meu jovem? –Brincou um senhor distinto, por volta dos cinqüenta anos e apresentado por Hermione como o dono de uma grande empresa automobilística.

-Sim, prefiro deixar minha mente aguçada quando estou cercado de tanta gente. –Harry responde de modo cordial, exibindo um sorriso educado.

-E faz muito bem! Este lugar está cheio de velhas raposas. –O apoio veio de um homem um pouco mais jovem, que segundo Hermione havia acabado de assumir a presidência do banco da família, já que seu pai resolvera se dedicar apenas a política.

-Ora, Richard, assim você assusta o garoto! –O tom continuava descontraído, o que fez Harry ficar ainda mais atento, pois aquilo cada vez mais se parecia com um teste.

-Não se preocupe, eu não me assusto fácil. –Harry deixou um sorriso de canto escapar, deixando os dois homens um tanto quanto curiosos.

-Que bom, porque estes abutres não vão parar até expor tudo sobre você, principalmente sobre seu passado, estou certo Charles? –Richard fala apontando os repórteres e o outro concorda seriamente.

-Creio que não será tão fácil assim, sei ser muito discreto. –Harry demonstra segurança em suas palavras enquanto pegava um canapé bastante vistoso.

-Discrição é uma qualidade fundamental para quem almeja estar entre nós. –Harry preferiu continuar saboreando a iguaria ao invés de responder. –A propósito, de onde é sua família, Potter? –Harry quase demonstrou surpresa ao vê-lo se referir ao seu sobrenome, mas imaginou que fosse apenas para manter uma distância, como se quisesse demonstrar que Harry ainda não era um deles.

-Eu não tenho família. –A resposta foi simples e curta, o que fez os dois senhores trocarem um olhar discretamente desconcertado.

-Então deve cuidar dos próprios negócios ou ainda estão na mão de um tutor? –Charles pergunta sem demonstrar muito interesse, bebericando o vinho da taça que segurava.

-Comecei a cuidar deles a pouco, ainda estava fazendo um levantamento geral de tudo, mas agora pretendo investir. –Harry notou que os dois pareceriam ficar menos tensos, pôde ouvir a alteração no ritmo cardíaco dos dois, provavelmente estavam descartando a hipótese de ser um caçador de baús.

-Interessante. E no que pretende investir? Se quiser, posso marcar uma reunião em meu banco e lhe dar uns bons conselhos, há muitos setores que podem render um bom lucro quando se aplica uma boa quantia. –Richard fala de modo um pouco mais profissional.

-Obrigado, mas já tenho uma vaga idéia do que quero fazer. –Harry recusa educadamente a proposta, mas percebe que o outro não desistiria tão fácil.

-E podemos saber o que crê ser um bom lucro? –Charles pergunta curioso, o que acaba por dar uma vantagem ao jogo que Richard começara.

-Bom, na sua área em específico, gosto da idéia de investir em carros a hidrogênio. Creio que será o combustível de um futuro não muito longínquo, além de ser ecologicamente correto. –Aquela declaração pegou os dois homens de surpresa, apesar de já haver alguns modelos circulando nas ruas em teste e de haver muitos carros conceito na área, poucas pessoas conheciam o assunto.

-E o que sabe sobre essa tecnologia? –Charles pergunta visivelmente interessado.

-Fiz algumas pesquisas superficiais, mas que me deram uma boa visão. Carros a hidrogênio não poluem, podem ser abastecidos com água ou hidrogênio, como produto de consumo liberam apenas energia elétrica e água, o que torna os carros a hidrogênio uma grande fonte de energia elétrica, capaz de alimentar uma casa inteira, ou de proporcionar eletricidade para vários opcionais, que em carros convencionais seriam inviáveis devido às baterias. Também vi que há carros mais potentes que os esportivos que circulam por aí, ultrapassando os 350 km/h facilmente. Os carros também são silenciosos e não trepidam, e o custo de abastecimento é muito baixo. Creio que a grande desvantagem é o preço alto dos carros, por causa dos componentes das células de hidrogênio, mas acredito que com uma boa injeção de capital, podemos reduzir os custos e certamente os governos darão incentivos financeiros como o abatimento de impostos para quem comprar carros ecologicamente corretos e que não consumam o já escasso petróleo. –Harry fala com naturalidade, fazendo um pequeno resumo do que lera, mas deixando os dois homens impressionados.

-Vejo que não brinca com negócios, garoto. Seu nome é Harry, certo? –Charles pergunta e Harry apenas acena que sim. –Pois bem, Harry, minha empresa vem pesquisando este tipo de carros há algum tempo e creio que talvez possamos iniciar uma bela parceria em alguns projetos. –Charles iniciou uma conversa de negócios mediada por Richard e que logo ganhou a atenção de mais alguns respeitáveis homens de negócios, com os quais Harry argumentou de igual para igual.

Hermione havia se dirigido aos pais depois de se separar de Harry, mas logo foi afastada deles por alguns amigos do avô, os quais queriam não apenas lhe dar as condolências, mas também oferecer ajuda no gerenciamento de sua fortuna. Ao que parecia, a notícia que deveria ser sigilosa, já havia vazado e a essa altura todos já sabiam que ela havia sido a herdeira de tudo o que os avós possuíam.

- Condessa de Burlington! –Hermione parou ao ouvir o chamamento irônico e ao se virar viu um rapaz lhe fazendo uma reverência exagerada. –Lembra-se de mim? –Hermione era boa fisionomista, então demorou apenas uns segundos para reconhecer o rapaz, apesar deste trajar smoking e estar com a franja uniforme com o restante do cabelo moreno.

-O que quer comigo? –Falou mostrando a mesma gentileza que lhe concedera da última vez.

-Se continuar falando assim comigo, vou acabar me apaixonando! –Falou de modo insinuante e se aproximando de Hermione, que permaneceu impassível. –Lord Willian Perciwald Howard de Walden. –O rapaz falou de modo formal, oferecendo sua mão para cumprimentá-la, mas Hermione o ignorou, não deixaria que ele beijasse sua mão.

-Procure seus amiguinhos ou devo dizer sua gang? –Hermione o desprezou como só alguém da alta nobreza sabia fazer e se virou para sair, porém ele a segurou pelo braço, impedindo-a de prosseguir.

-Devagar, princesa. –Agora o tom voltara a ser o mesmo que ele usara no parque, quando a vira pela primeira vez. –Ainda tenho muito que falar com você. –Hermione estava a ponto de descarregar o estresse acumulado explodindo-o em mil pedaços, quando ouviu uma voz muito familiar.

-Se quer respirar por mais algum tempo, é melhor nunca mais por suas mãos imundas nela. –A voz grave e fria de Harry fez um frio descer pela espinha de Willian, que rapidamente soltou Hermione. Contudo juntou o restante de coragem que tinha e se virou para encarar Harry, que estava quase colado em si, os olhos verdes cravados nos seus, como adagas afiadas prontas para lhe atravessar o crânio. –Suma daqui, antes que esqueça onde estamos e te parta ao meio. Não se esqueça de que eu não sou um nobre. –Aquele lembrete fez o rapaz sentir a intensidade da ameaça e rapidamente se afastar de Harry e Hermione.

-Obrigada. Do jeito que estou, iria explodi-lo sem nem ameaçá-lo. –Por um segundo Hermione deixou o ar cansado transparecer, mas logo recobrou sua postura de boa anfitriã.

-Não vou deixar ele e nenhum outro chato se aproximar de você. –Harry fala de modo atencioso, segurando uma das mãos dela e com a mão livre lhe fazendo uma suava carícia no rosto, gesto que foi seguido de milhares de flashes, o que rapidamente o fez afastar a mão.

-Provavelmente amanhã todos os jornais vão especular sobre um possível noivado entre nós! –Hermione fala de modo divertido, se segurando para não rir da careta que Harry fez.

-Mas você nem está usando anel no anular da mão direita. –Argumenta em sua defesa, fazendo Hermione rir levemente.

-O que poderia ser para despistar a imprensa, é um método muito usado. –Hermione explica o afastando dali, ainda de mãos dadas com Harry.

-Me disseram que nesse meio, discrição é essencial, mas eu desconfio de que todo aristocrata, antes de tudo, tem que ser um ótimo ator! –Harry brinca e Hermione ri.

-Tem razão, geralmente ninguém é o que aparenta ser. Aprendemos isso desde pequenos. –Hermione responde e Harry percebe que haviam chegado à pista de dança.

-Está pretendendo dançar? –Harry pergunta incrédulo.

-Quero ficar pelo menos um pouco longe desses chatos e aduladores. Preciso aliviar um pouco meus ouvidos. –O tom era quase de súplica, afinal ela sabia que Harry não gostava de dançar.

-Prefere sentir dor nos ouvidos ou nos pés? –Harry pergunta de modo sincero e Hermione ri, enquanto se aproximava e levava uma das mãos ao ombro dele, erguendo a que ele segurava. –Você foi avisada!

-Não se preocupe, preciso apenas fugir para um local seguro. –Hermione murmura se deixando envolver pelos braços fortes, seus olhos mergulhando na paz e imensidão dos olhos verdes.

Minutos depois, sua mãe foi lhe chamar, iriam começar os preparativos para a transferência de títulos, seu pai receberia o que pertencia a seu avô e ela o que era de seu pai. Harry, então, se afastou tentando achar os amigos para assistir a cerimônia, mas no meio do caminho encontrou Cindy, a loira estava quase irreconhecível com o vestido mais discreto e elegante.

-Olá, Harry. Pelo visto, você sabe escolher bem suas companhias. –Nem foi preciso acompanhar o olhar de Cindy, para saber que ela olhava para Hermione.

-Por isso mesmo eu devo ir, com licença. –Harry fala já se desviando para seguir, mas Cindy o segurou pelo braço, de modo a deixar que o braço dele ficasse entre seus seios.

-Vamos conversar um pouco, ainda não tivemos uma oportunidade de ficar a sós. –O tom dela era pura malícia.

-Garota, meu nome é problema, então é melhor ficar longe de mim se não quiser a sombra da morte rondando você. –O tom grave e frio, assim como o olhar gélido, a fizeram estremecer. Estava paralisada e, portanto não fez nada para impedi-lo de se afastar, mas seu interesse só havia aumentado e agora não descansaria enquanto não o possuísse.

Assim que avistou os Weasley, se aproximou rapidamente, sorrindo ao ser recebido pelos amigos, que não deixaram de fazer piada com o fato dele estar acompanhando Hermione. Os gêmeos lhe fizeram mesuras exageradas, Gui e Carlinhos só o chamavam de Lord Potter e Rony satirizava sua postura de homem sério e de negócios. Porém a música cessou e um dos homens que estava na porta anunciando os convidados, apareceu no pomposo altar em frente aos quatro belos tronos.

-A cerimônia de coroação irá começar, por favor, dirijam-se a suas mesas. –De modo ordenado e rápido todos se dirigiram às mesas, organizadas para que pudessem assistir confortavelmente a cerimônia. Como possuíam de quatro a cinco lugares, Harry ficou com Rony, Gina e os gêmeos em uma e o restante dos Weasley em outra. –Vossa Majestade, Rainha Elizabeth II. –Uma música formal começou a soar enquanto a rainha entrava no salão e caminhava sobre o tapete vermelho até o trono maior e mais ricamente ornado. –Edward Willian Granger Cavendish, Marquês de Hartington, Jane Laura Granger, Marquesa de Hartington e Hermione Jane Granger, Condessa de Burlington. –Assim que anunciados, os pais de Hermione entraram de braços dados, seguidos por Hermione, os três seguindo o tapete vermelho e se ajoelhando a frente da rainha, Hermione ainda atrás dos pais.

O criado se afastou e a música que soava parou. Outros três criados adentraram o local, cada um trazendo uma coroa ricamente ornada e acomodada em almofadas vermelhas. A rainha se levantou e caminhou até o pai de Hermione.

Um grande e quase entediante discurso sobre a nobreza e a importância dos Cavendish na linha de sucessão real foi dito enfaticamente pela rainha, como uma sutil repreensão por Edward não ter dado o nome Cavendish a esposa e filha, além de por muito tempo ter renegado sua origem. Logo após isto, a rainha sorriu e disse algumas palavras de “boas-vindas” a Edward, que a Harry pareceu algo como “o filho pródigo que a casa retorna”. Por fim, a rainha pegou a maior das coroas e pôs na cabeça de Edward, declarando-o Duque de Devonshire, logo após fez o mesmo com Jane, declarando-a Duquesa de Devonshire. Nesse momento os dois se levantaram e se dirigiram aos dois tronos a direita do trono da rainha. Novamente a rainha disse algumas palavras, desta vez eram discretos conselhos para Hermione, como se elogiasse sua postura diferente da que seu pai mantinha e a incentivasse a permanecer com sua postura e crescer dentro daquela sociedade. Após as breves palavras, foi a vez de Hermione receber sua coroa e ser declarada Marquesa de Hartington, logo depois seguindo para o trono a esquerda da rainha, que também voltou a seu trono e de lá dirigiu algumas palavras a todos os presentes, falando sobre a nobreza e principalmente sobre os tempos negros que se abateram na Grã-Bretanha, ao final houveram muitos aplausos, inclusive dos bruxos presentes.

As janelas começaram a estourar em todos os lados se sobrepondo aos aplausos aos poucos gritaria começou no salão do lado de fora da mansão centenas de flashes de diversas cores cortavam o ar da noite chamando a atenção de vários o pânico começou a se instalar de forma lenta primeiramente quando dois corpos foram arremessados por uma das janelas e caíram entre os convidados, que já estavam em pânico, histéricos, a rainha estava sendo protegida fortemente por vários seguranças, a porta do salão foi arrancada da dobradiça e despencou no chão, quase pegando algumas pessoas, pela porta começaram a entra centenas de dementadores, os trouxas presentes nem ao menos os enxergavam, mas sentiram o frio se aproximar sorrateiro como a morte, já os bruxos esqueceram de uma vez a discrição e já puxavam as varinhas, dezenas de patronos voaram em direção dos dementadores. O cheiro de medo pareceu atiçar mais ainda as criaturas das trevas, que avançavam sem medo algum sobre os convidados, até serem literalmente atingidos pelos patronos, mesmo assim alguns convidados tombavam com o efeito devastador deles.

Um imenso clarão prateado passou pelo salão de festas, algumas pessoas fecharam os olhos, inclusive os bruxos, quando abriram o sentimento de frio e solidão desaparecera e para os bruxos que conseguiam ver não restava nenhum dementador no local, um silencio quase que inquebrável, mas não durou muito, logo o pânico voltou com força total, pessoas tentando correr para as saídas, mas as portas não abriam, a única porta aberta era a da entrada principal, os seguranças reais estavam tontos tentando saber para onde ir.

_Silencio. A voz feminina sobrepôs todo o barulho e as pessoas olharam para de onde veio a voz, olharam para os tronos, intocáveis no momento, e lá estava Hermione, em pé, olhando para todos com uma calma e frieza inabalável, não demorou muito e por entre as pessoas apareceram Harry e Rony cada um se postou de um lado da amiga. _Ninguém saia do salão aqui é mais seguro, se afastem das janelas, temos pessoal competente cuidando da situação. Ao dizer isso ela olhou para os amigos, que apenas afirmaram com um aceno da cabeça, os três simplesmente desapareceram no ar causando choque na maioria das pessoas ali presentes.

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Fora da casa dos Granger estava uma bagunça, bruxos lutando, em todos os cantos dementadores prestes a sugarem a alma de alguém e a morte, que corria sorrateira por todos os cantos, invisível aos olhos humanos, realmente o que estava acontecendo ali era mais uma declaração de guerra e superioridade vindo dos comensais, que pareciam se divertir com a dor e a morte que causavam. E foi nesse clima que Harry, Rony e Hermione apareceram, eles não precisaram de muito para agirem, o primeiro a lançar um feitiço fora Rony, um mero feitiço estuporante, que atingiu um dos comensais no peito, este foi jogado para trás batendo em um companheiro, os dois caíram inconscientes.

_Não tenham pena. Falou Harry em tom baixo para que só os dois ouvissem, mesmo naquela barulheira que era a batalha. _Desejem a morte dele, pois eles farão isso, matem, pois se não morreremos, afinal esse é o caminho que seguimos.

_Daqui eles só saem de dois jeitos. Falou Hermione em tom mortal. _Mortos ou semi-mortos.

Os dois se entreolharam e em seguida se separaram, cada um foi para um canto a experiência daqueles três era muito maior do que muitos aurores, e isso foi claramente mostrado quando o próprio Rony derrubou mais três comensais. Já Harry era um pouco mais rápido e por alguma razão parecia mais ameaçador, os olhos verdes brilhavam numa intensidade nunca vista, cada comensal que vinha em sua direção era rapidamente derrotado e cada vez mais um grande circulo de corpos inconscientes, ou até mortos, se formou ao seu redor, a figura do Potter ali era assustadora.

Mas a mais agressiva era Hermione Granger, os olhos estavam imensamente claros, e alguns comensais juraram ver uma íris vermelha brilhando no olho direito, cada um que chegava perto dela era definitivamente parado, como se fossem meras crianças diante de um adulto, os movimentos dela estavam rápidos de mais, ela acabara de derrubar mais cinco comensais.

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Já faziam quase meia hora que a batalha começara, até agora nenhum comensal conseguiu entrar na casa dos Granger, mesmo assim isso não duraria muito, o número de comensais parecia estar aumentando em quanto o numero de aurores diminuía rapidamente, agora além de dementadores outras criaturas das trevas estavam no local, Gigantes eram uma dessas criaturas, aos poucos os comensais conseguiram entrar dentro da casa dos Granger. Vendo isso Hermione se adiantou deixando os amigos para trás, ela desviou de um enorme punho de um gigante e não pode deixar de pensar que realmente Grope era pequeno diante dos outros gigantes, quando o segundo punho veio em sua direção ela não pensou, apenas firmou os pés no chão e olhou para o gigante com fúria, levantando as duas mãos.

Realmente nunca esperara aquilo, ninguém esperaria aquilo, nenhum comensal, que estava em volta um dia iria querer imaginar aquilo, as duas mãos levantadas de Granger e em seguida o impacto do punho do gigante, os joelhos dela nem ao menos dobraram, mas o chão debaixo de seu pe rachou e começou afundar em forma de uma pequena cratera, algumas pedras subiram, a força do imenso ser era descomunal, mas Granger nem ao menos modificara sua posição, apenas continuava ali, segurando o punho do gigante, que parecia forçar mais ainda. A morena olhou para o punho, era maior que ela, muito maior, mas não pesava, mas isso não importava, soltou uma das mãos e a trouxe para perto do corpo, mesmo segurando todo o peso do punho do gigante com uma mão aquilo não incomodava, fechou a mão que estava livre e colocou um pouco de força, a que ela achou suficiente, e então socou a mão do gigante.

Um urro monstruoso tomou conta do campo de batalha, quando o braço do gigante fora repelido e do nada os ossos apareceram por cima da pele dura e o sangue viscoso pingava, isso tudo com a criatura rolando desesperada no chão esmagando alguns comensais, realmente aquilo devia doer e Hermione apenas observava aquilo, meio eu espantada, não esperava estar tão forte fisicamente e por um instante temeu saber o quão forte um demônio poderia ser, mas então o chão parara de tremer e ela notara que o Gigante mais uma vez se levantara a olhando com fúria o enorme braço esquerdo, caído molemente com os ossos a mostra, não tinha tempo para perder, mais gritos vieram do salão, o gigante tentou golpeá-la com o braço bom, mas o braço parara a centímetros da morena batendo no que parecia ser uma barreira invisível.

_Suma. Falou Hermione dando as costas para o gigante, o escudo invisível começou a aparecer, era como uma grande parede vermelho sangue, que começou a rachar, até que então estourou em milhares de pedaços, cada pedaço tomou a forma de espadas que pareciam estar em chamas todas as espadas voaram em direção do gigante e perfuraram sua pele como se ela não fosse nada, o urro do gigante mais uma vez estremeceu o local, principalmente quando os olhos foram perfurados e então o corpo dele começou a pegar fogo.

Só depois de andar um pouco e derrubar alguns comensais que Hermione pensou que estava muito longe da antiga casa de campo, mais uma vez firmou o pé no chão, olhou a frente, onde vários comensais estavam e correu, a velocidade era muita, ela mais parecia uma mancha se movendo, comensais caiam por onde ela passava formando um longo caminho até a casa. Quando estava bem perto saltou por uma janela, sem perceber que fizera aquilo com uma facilidade nunca antes tida por ela, a janela já estava quebrada, então não fora muita coisa, ao tocar o chão não teve tempo para mais nada, saltou para trás dando um mortal no ar vendo feixes de luz passando rente ao seu rosto mais uma vez, quando sentiu o chão debaixo de seus pés se abaixou com extrema velocidade, um pedaço grande de madeira passou a poucos centímetros de sua cabeça, olhou,para trás, o pedaço de madeira ia para o fundo do salão, viu vários corpos caídos vasculhou rapidamente o salão com os olhos, viu alguns conhecidos, outros nem tanto, viu que no fundo, refugiados atrás de duas das imensas mesas do bufê, estavam a maioria dos convidados e a frente das mesas estavam Carlinhos, Guilherme e até mesmo Percy Weasley protegendo os demais de projéteis e até feitiços, que iam para lá viu o enorme pedaço de madeira ser literalmente explodido por um feitiço de Carlinhos e não ligou por enquanto.

Olhou para frente e viu muitos comensais já dentro do salão batalhando com aurores, estes caiam feito moscas sobre os feitiços da morte, alguns membros da Ordem estavam se saindo melhor, mas logo morreriam também, ainda abaixada Hermione, sobre o olhar de varias pessoas da nobreza, de repórteres e até mesmo de bruxos desapareceu sem ao menos fazer ruído, ao menos pareceu afinal, o barulho no local era muito alto, quando Hermione reapareceu estava em frente a dois comensais, um deles um deles lançou um feitiço praticamente a queima roupa, mas Hermione desviou com facilidade, o outro ia lançar algum feitiço, mas a garota o acertou no rosto com as costas da mão. O pobre comensal atravessou o salão e saiu por uma janela, mas Hermione ouvira o pescoço dele quebrar, provavelmente estava morto, o comensal restante tremeu quando os olhos da morena cravaram nele.

_Me conte cada segredo que você tenha. Murmurou Hermione e por um instante ela sentiu uma forte resistência da mente do comensal, mas em seguida não fora nada cuidadosa, entrou rasgando na mente do comensal, dilacerando as memórias, os pensamentos, a própria dor, viu cenas indescritíveis de pura carnificina, outras de extrema alegria com a família, entrou mais fundo, sentiu os fios da mente do maldito estourarem, ele não resistiria, afinal uma mera mente humana não suportaria a mente dela e então achou o que queria e saiu da mente dele, o comensal encarava Hermione com os olhos vazios e sem brilho, estava praticamente morto quando ela desviou os olhos ele caíra vivo, mas com a mente tão destruída que nunca mais se recuperaria.

_Avada Kedevra. Aquelas palavras chegaram aos ouvidos da morena como um grito em um local vazio, mesmo com todo o barulho, olhou na direção do raio que vinha em sua direção, não soube quando, mas viu alguém aparecer em sua frente estendendo algo na direção do raio verde, o clarão fora forte, mas mesmo assim Hermione continuou a encarar quem quer que fosse que se colocara a sua frente, viu olhos acobreados em sua direção, brilhando fortemente e o balançar de um longo cabelo em seguida não viu mais nada, conseguiu enxergar em volta, não via sinal de quem quer que fosse que fizera aquilo, somente vira um comensal caído sem vida a sua frente, ficou alerta, não se distrairia de novo, nem que seja por meio segundo.

Viu que estava quase cercada, derrubou mais três comensais os fazendo serem arremessados para os lados, batendo nas paredes ou atravessando alguma janela, viu que agora os comensais estavam no meio do salão, eram muitos para uma só pessoa, não podia liberar o seu poder al,i não naquele local, não sem saber o que poderia acontecer com as coisas a sua volta, ouviu um grito e mais um raio verde encheu o ar e viu o corpo de alguém cair, alguém perto das grandes mesas, notou que era o Príncipe Charles, não tinha tempo para pensar apenas saltou, quase roçou a cabeça no teto de vidro do salão e então caiu bem de costas para a mesa do bufê e em frente a um comensal quase duas vezes maior que ela, este pareceu sorrir, avançou para Hermione, se esquecendo da varinha, ela notou a malicia e mas intenções nos olhos do comensal, quando ele tentou toca-la a garota pegou o braço dele o torceu com força e com a mão livre pressionou em cima do cotovelo, para ela aquilo pareceu tão frágil quanto um mero palito e o grito do comensal encheu o local, o braço dobrado para um ângulo totalmente anti-natural.

_Verme. Falou Hermione apontando a mão esquerda para o comensal, raios azulados saíram de sua mão e o comensal começou a se debater fortemente, fumaça começou a sair dele, por fim um clarão azulado e quando todos puderam enxergar tudo que restara do comensal era um monte de cinzas e a mascara em forma de caveira.

A morena não parou ai, já estava literalmente pulando por cima dos comensais novamente, o circulo de corpos mortos ou semi mortos se formou em sua volta, nenhum comensal escapava de sua vista ou de seu alcance, de repente o chão começou a tremer levemente, as portas do salão foram arrebentadas como também um pedaço da parede e entrando no salão um enorme trasgo montanhês, não era tão grande quanto os gigantes do lado de fora, mas com certeza tinha um cinco ou seis metros de altura, a enorme maça de madeira balançava perigosamente, acertando tanto comensais quanto aurores, corpos voavam com o impacto e alguns morriam quase que instantaneamente Hermione notara que os comensais se afastaram para ficar longe da criatura, que focou os olhos nela, que por instantes lembrou de seu primeiro ano.

O trasgo avançou com passadas fortes, o cheiro fétido tomou conta do salão, não demorou quase nada para ele alcançar Hermione, a enorme maça já direcionada para a garota, e desceu com tudo, até mesmo o chão de mármore perolado agüentou não impacto e rachou, formando um pequeno buraco, mas a morena não estava ali, não, para a surpresa dos demais ela estava em cima da maça, abaixada e olhando o trasgo como um predador olha a sua presa, a enorme criatura pareceu se amedrontar e sacudiu a maça fazendo a garota ser lançada para o alto com grande velocidade, não demorou muito para ela alcançar o teto e depois para o ultrapassar, estilhaçando uma parte do teto de vidro, que caiu sobre algumas pessoa lá em baixo, mas ela não subiu muito além do teto e logo começou a cair de novo, o trasgo meio abobalhado parecia pronto para rebate-la como a uma bola de baseball, se endireitou melhor ainda no ar, olhou para a grande massa e não temeu quando ela veio em sua direção girou no ar, afim de ganhar mais força e chutou a maça, que se estilhaçou em vários pedaços e com isso Hermione aproveitou que o braço do trasgo ainda estava estendido e caiu em cima dele e avançou ate a cabeça da criatura, que era muito desproporcional ao do corpo, respirou fundo e levantou o braço direito, uma enorme estaca negra, feita de algo desconhecido, apareceu em sua mão, em seguida, com força, cravou a grande estaca na cabeça da criatura, que parou de se debater e caiu pesadamente no chão, morta, a poça de sangue meio esverdeado e fedorento tomou conta do salão e Hermione ali, em pé sobre as costas da criatura.

_Um a Um. Murmurou para si, ainda se lembrando que não conseguira derrubar um no seu primeiro ano, os comensais pareciam relutantes em avançar para ela, mas pareceram notar que estava em muito maior numero e não precisavam de força bruta, afinal tinham a magia, uma tempestade de feitiços de todas as direções foram lançados em Hermione, esta estendeu os braços, um de cada lado, e uma forte barreira azulada a protegeu dos feitiços, que voltavam para quem lançava com força maior, nesse momento o numero de aurores no local era nulo, todos mortos, somente os trouxas observavam aquilo.

O numero de comensais cairá pela metade por causa daquele escudo da garota, mas parecia que alguém tinha chamado ajuda e mais comensais entraram no local, Hermione olhou para o alto e depois para o chão, onde havia alguns cacos de vidro, olhou para os convidados que se protegiam no fundo do salão e ergueu uma barreira invisível em volta deles, mais tarde saberia como fizera aquilo, mas no momento não pensou, pulou para longe da poça de sangue do trasgo e quando tocou o chão limpo bateu as mãos, uma de encontro com a outra, como se fosse bater palmas, um barulho de vidro rachando se sobrepôs em seguida um forte estouro e todo o teto de vidro vinha abaixo, cacos enormes e pequenos caindo em grande velocidade em direção do chão.

Então eles pararam no ar flutuando, alguns comensais que haviam se abaixado para se proteger ou lançado feitiços escudos apenas olharam para o alto, onde pairava sobre eles milhares de cacos afiadíssimos de vidro, um sorriso quase sem vida se formou nos lábios de Hermione, comensais começaram a recuar para as portas, alguns para as janelas, engoliram em seco, nenhum ousava atacar, era um silencio incomodo, o silêncio que antecedia o principio de uma batalha de vida e morte, e poucos sairiam dali vivos, a morena fez um aceno com a mão esquerda e os cacos de vidro do chão subiram com grande velocidade acertando alguns comensais ,mas por alguma razão, nem ao menos tocava os membros da ordem, esse foi o início, mais uma salva de feitiços ditos em vozes desesperadas de medo, os feitiços voavam em sua direção, então os cacos de vidro ficaram a sua frente e começaram a girar em torno da morena como um ciclone afiado, os feitiços eram rebatidos ou simplesmente sumiam ao tocar o ciclone de vidro e no centro do ciclone Hermione sentia a presença de cada um de seus inimigos.

_Dilacere toda a existência. Murmurou em tom seco, então o tornado se desfez e cacos de vidro voaram para todas as direções, acertando a maioria dos comensais, os atravessando com facilidade, a velocidade dos cacos era a de uma bala, o sangue tomou conta do chão de mármore, lamúrias se espalharam pelo salão e a tempestade de vidro se silenciou, revelando um cenário cujo o horror seria uma forma para se descrever, humanos e aquela criatura fedida, todos dilacerados com cortes de vidros, alguns irreconhecíveis, outros vivos a beira da morte, apenas alguns corpos estavam livres de qualquer caco de vidro, e esses corpos era de membros mortos da festa e feridos ou mortos da ordem da fênix, sem contar os poucos comensais que foram ágeis o bastante para proferirem fortes feitiços escudos, todos olhando para ela, a mesa ao fundo estava em silêncio, nenhum ferido pelos cacos, o silêncio no salão parecia um mal presságio Hermione se adiantou pisando em alguns cacos os partindo. _Bu. Falou com ironia, os comensais começaram a correr para fora do salão desesperados, alguns pulavam as janelas sem se importar com nada, apenas queriam escapar dali.

Hermione vendo aquilo sabia que eles agora debandariam, olhou para o teto, agora sem vidro, só com a estrutura de ferro que segurava os vidros, dobrou de leve os joelhos e então saltou, ganhou altura muito rapidamente, até ultrapassar o teto e quando caia aproveitou para ficar em cima da armação de ferro, caminhou pela armação sem se desequilibrar até chegar a borda onde poderia ver melhor os jardins abaixo, viu que comensais estavam debandando, não havia mais nenhum dementador, trasgos também pareciam não ter mais ali, só alguns corpos pensou, ter sido Harry a matar alguns mas qualquer um poderia usar um avada neles, mas poucos pensariam tão rápido e devia ser por isso que havia apenas algumas pessoas de pé nos jardins, vivas e vitoriosas, alguns membros da ordem ou aurores, viu em um canto do jardins um gigante tentando ir para o pequeno bosque que tinha na propriedade, novamente uma grande estaca vermelha apareceu em sua mão direita, o olho direito ficou negro com um único ponto vermelho e ela viu claramente o gigante, como e estivesse em seus ombros, por fim lançou a estaca, esta rasgou o ar com força, quase ninguém viu a estaca voando e muito menos viu a mesma atravessando a cabeça do gigante e logo em seguida desaparecendo antes mesmo do gigante tocar o chão sem vida.

Respirou fundo e soltou o ar com força, seu olho votou ao normal, a magia em seu corpo se aquietou e as informações que arrancara “gentilmente” do comensal vieram mais uma vez em sua mente, agora sabia quem deveria procurar, pelo menos um dos desgraçados, eles se arrependeriam de terem se metido com sua família, achou melhor sair dali, pessoas de mais viram ela usar aquele poder sobre-humano fora do comum, até para bruxos, pelo menos bruxos normais, aparatara silenciosamente de novo para o salão e então sentiu algo pulsar em seu interior, sabia o que era nada comprometedor poderia deixar aquele lugar, sabia que o ministério cuidaria da memória dos trouxas, mas tinha de cuidar da tecnologia deles, fechou os olhos e deixou aquela energia pulsante sair de seu corpo, era uma energia forte e invisível que percorreu toda ap propriedade destruindo todas as câmeras fotográficas e de filmar do local, até mesmo as ocultas, apenas as de segurança dos Granger sobreviveram, mas toda a gravação da noite fora perdida, agora ninguém tinha nem mesmo uma foto da festa, nem do ataque, nem de nada, nem bruxos nem trouxas.

Andou agora para fora do salão lamentando internamente pelo teto de vidro, do lado de fora do salão ainda tinha alguns comensais que estavam debandando, mas logo foram abatidos com feitiços estuporantes de Hermione, afinal achara que pelo menos alguns tinham de ir para a prisão ou serem gentilmente interrogados por Moody ou pelo ministério, caminhou para a entrada, viu as portas arrebentadas, poderia concertar aquilo rapidamente, pulou o corpo de um integrante do ministério sem nem ao menos se importar e então ganhou os jardins, o estrago lá fora grande, mas nada que não pudesse ser concertado com um pouco de magia e até mesmo melhorado, mas de qualquer jeito vários corpos estavam no chão, alguns conhecidos da Ordem, nenhum muito intimo dela, mas conhecido, vira pelo canto dos olhos Quin encostado nas ruínas de uma antiga fonte que ali estava, ele parecia sangrar muito, mas estava vivo e arfando fortemente, um dos poucos em pé, o primeiro que ela encontrou de seus amigos fora Harry, sem um único corte, como ela, mas ela percebera que ele não lutara com tanta força quanto ela.

_Acompanhei de longe sua luta. Falou Harry em tom baixo para que só ela ouvisse. _Realmente Azaiel não brincou ao dizer que estaríamos mais fortes.

_E sinto que não usei nem metade do poder. Falou Hermione em tom baixo e calmo.

_Eu não pude lutar com mais seriedade nem tanta fúria quanto você, derrubei alguns gigantes com feitiços fortes, mas nada muito físico. Disse o moreno em tom ágil afinal Rony estava chegando perto. _Rony ficou perto de mim o tempo todo ele também duelou bem, mas precisa melhorar. Depois daquilo nenhum dos dois tocaram no assunto do combate de Hermione, apenas caminharam pelos campos a procura de alguém conhecido, não demorou muito e encontraram o corpo de Amélia Bonés, importante integrante do ministério e que ajudara muito Harry em seu quinto ano, acharam alguns conhecidos de Rony, que parecia indignado, viram corpos de convidados trouxas que haviam escapado para os jardins, em resumo, o local estava repleto de mortos ou semi-mortos e ali deitados na grama não havia distinção de bruxos ou trouxas, puro sangue ou nascidos trouxas, haviam apenas humanos exaustos ou mortos, alguns destruídos por dentro, ao presenciarem tal batalha e cientes de que aquilo era apenas o começo de uma guerra que estava longe de se acabar.

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N/A: Desculpem a demora espero que a espera teha valido a pena.........tentarei nao demorar tanto assim...............t+..........A comentem e votem em...^^

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Comentários (1)

  • rosana franco

    Bom o Draco tb ficou muito forte,quem parou o ritual?Sera que ele vai mesmo lutar contra Ragnarok até que eles podiam se unir.A Hermione simplesmente arrasou,agora vamos ver a reação do Lord quando souber de como ela esta poderosa.

    2011-03-24
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