Perdas (provisório)



Perdas (provisório)

Draco caminhava pela base dos comensais, estava indo se encontrar com o Lorde das Trevas e ficou temeroso, pois soubera da falha de seu pai na antiga casa dos Black, provavelmente o mestre iria querer castiga-lo só para por medo em seu pai e em sua mãe. Sorriu com desdém ao pensar isso, seu pai nem ligaria se ele morresse talvez ficasse desapontado por não ter mais um herdeiro, mas isso podia ser providenciado, Lucius Malfoy era um ser desprezível, casou com sua mãe só por causa do grande renome que ela tinha, e a tola como o amava de verdade, assim como amava o filho, fora graças a isso que ele fora salvo em Hogwarts.

Ele parou em frente às grandes portas que davam a assim chamada “sala do trono”, olhou para os lados e sentiu o frio assustador e sem vida dos dois dementadores que estavam de guarda, foi até a porta e antes mesmo de tocá-la, ela se abriu. Respirou fundo e entrou, a porta se fechou rapidamente atrás de si o fazendo cair em uma grande escuridão, que se foi quando alguns archotes se ascenderam, reprimiu o gesto de repulsa ao ver o rosto do Lorde na iluminação fraca. Olhou para o homem que estava de pé a direita do lorde e por alguma razão sentiu mais medo dele do que do próprio Voldemort.

_My Lorde. -Falou Draco ficando a uns dez passos do trono de Voldemort e se ajoelhando. _Aqui estou para cumprir suas ordens. -O loiro falou isso e reprimiu um gemido de dor, olhou de relance para seus braços que tinham grandes marcas roxas, as quais entravam em contraste com sua pele branca, recebera um grande castigo do Lorde por não ter matado o velhote Dumbledore e só estava vivo pela interferência de Snape.

_Jovem Malfoy. -Falou o Lorde em tom manso, o que causou calafrios no loiro. _Estou em duvida sobre sua lealdade.

_Sou fiel ao lorde até a minha morte. -Falou Draco com certo temor em sua voz.

_É tão fiel que me entregaria sua alma? -Perguntou o Lorde ainda em tom manso, mas uma cruel malícia foi percebida em sua voz.

_Minha alma já é sua desde que lhe jurei lealdade. -Falou Draco, não sabia onde o Lorde queria chegar, mas tinha de tomar cuidado com o que falava pelo bem de sua mãe e pelo seu próprio bem.

_Muito bem. -O tom manso desapareceu agora sendo substituído por um frio e sem interesse. _Meu Sócio Galahad me fez uma proposta muito boa. Ele me daria grandes guerreiros em troca de uma alma e a alma escolhida foi a sua. -Draco tremeu com aquilo, olhou para o homem ao lado do Lorde e então finalmente o analisou por completo, era um homem alto de cabelos longos e tão negros quanto à escuridão, as vestes eram estranhas, lembravam vagamente túnicas, os olhos eram de um amarelo muito claro e carregavam uma crueldade imensa.

_Aonde quer chegar meu Lorde? -Perguntou Draco com sua voz já falha, sabia que seu Lorde não o queria mais.

_Sua existência não mais me é necessária. -Falou o lorde em tom de satisfação, um sorriso deformou mais ainda seu rosto ao ver o pânico do jovem Malfoy se espalhar pelo seu rosto e chegar aos seus olhos. _Galahad, eis o que você pediu.

_Muito bem, os três chegarão em breve, um deles irá recuperar o medalhão. -Falou Galahad sem ao menos olhar Voldemort, pois seus olhos ainda estavam grudados em Draco. _Muito bem Malfoy, vamos embora e a partir de agora esqueça sua antiga existência.

Enormes Sombras desprenderam do chão, pareciam ter a forma humana. Elas se aproximaram de Draco, que se levantou rapidamente e tentou se afastar, mas logo foi alcançado e agarrado pelas sombras que o apertavam com uma força imensa, o medo e pânico se espalhavam pelo seu corpo. Quando sentiu seu corpo afundar no chão gritou por socorro, gritos que foram ouvidos por muitos na fortaleza negra, mas ninguém veio o ajudar. Quando ele estava até o peito no chão, lançou um olhar para Voldemort e uma raiva imensa se desprendeu de seu peito.

_EU JURO QUE VOLTAREI E ME VINGAREI POR ISSO! ESCREVA MINHAS PALAVRAS LORDE VOLDEMORT, POIS EU RERTORNAREI E IREI ARRANCAR TUA CABEÇA NEM QUE PARA ISSO EU VOLTE DO INFERNO, JURO PELO MEU SANGUE, JURO PELOS SETE REINOS DAS SOMBRAS! -O urro de fúria de Draco ecoou mais ainda que os pedidos de ajuda, um tremor passou por muitos comensais, pois um juramento como aquele não era algo a se ignorar. O Lorde apenas sorriu em desdém e seus olhos demonstravam despreocupação, como se aquela ameaça não fosse nada.

_Mesmo que você volte moleque, não passará de uma casca vazia. -Falou o Lorde em desdém e cruel satisfação.

_GRAVE MINHAS PALAVRAS, EU RETORNAREI. -Urrou Draco pela última vez antes de sumir no chão junto com as sombras, não demorou nem cinco segundos e Galahad também sumiu, não sem antes lançar um olhar ao Lorde.

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A dor invadia seu corpo, uma dor nunca antes sentida por ele, era pior que a própria maldição da dor. Seus berros pareciam ecoar por aquele lugar maldito, abriu os olhos e se viu envolto por uma névoa vermelho sangue, tentou se debater, mas as sombras ainda o seguravam com uma força tremenda. Olhou para elas e berrou de pavor, a aparência era grotesca, pareciam que tinham sido entalhadas grosseiramente a partir de pedra negra, não possuíam olhos e a pele era apodrecida, aquilo não era aparência humana, não chegava nem perto da aparência de uma besta, parecia só uma existência não definida.

Debateu-se ainda mais, seus cabelos platinados agora estavam totalmente bagunçados, a aparência selvagem era percebida pelas sombras bestas, que pareciam se divertir com aquilo, soltando risadas que mais pareciam rosnados secos e mostrando enormes dentes esverdeados. Então Draco se viu solto, flutuando no que parecia ser o ar em meio à névoa vermelho sangue. Se pôs de “pé” mesmo não sentindo o chão, em seguida a figura de Galahad apareceu, havia um sorriso estranho em seus lábios, os olhos amarelos extremamente claros carregavam uma cruel e deliciosa satisfação.

_Que o contrato seja selado. -Falou Galahad e garras apareceram em sua mão direita, ele olhou nos olhos de Draco e sem hesitar cravou as garras em seu peito, enfiando cada vez mais sua mão. A dor voltara com força total, à mão não atravessava para o outro lado, ela simplesmente continuava entrando mais fundo que um humano poderia suportar, Galahad se deliciava com o cheiro de sangue fresco. _Sim grite! Sinta a dor! É isso que eu quero. -Ele aproximou mais o seu rosto do rosto do loiro e respirou fundo, como se inalasse um ótimo odor. _Uma alma pura, que não foi despedaçada com o ato da morte, é isso que eu quero. -Um barulho de ossos partindo foi ouvido, em seguida Galahad puxou o braço para trás até tirar as garras do peito do jovem, trazendo consigo uma esfera branca que soltava um leve brilho azulado, mas logo se dissipou. Os gritos de Malfoy cessaram, seus olhos ficaram opacos, o buraco em seu peito ainda estava lá, o sangue ainda pingava e por alguma razão ele ainda respirava. _Agora vamos preencher essa casca vazia com algo maior que um mero sopro divino. -Galahad ergueu os braços, a névoa vermelha começou a se agitar e a circular a ele e Draco, as sombras bestas eram sugadas para os cantos e desapareciam na névoa que de repente começou a entrar pelo buraco no peito do loiro.

Os gritos recomeçaram, um brilho vermelho se desprendia da pele branca de Draco, os olhos ficaram por um instante cinza metálico, logo voltando para o azul nebuloso de antes, Galahad colocou sua mão ainda suja de sangue a centímetros do rosto do jovem Malfoy e muitos fios brancos saíam da cabeça do loiro e formavam uma pequena esfera na palma da mão do demônio. Com a mão livre o demônio criou um pequeno ponto negro, aquilo lhe daria pleno controle sobre o rapaz, assim ele seria uma ótima arma quando estivesse pronto, faltava pouco, só mais um pouco de essência demoníaca, e retirar aquelas lembranças sem sentido.

_Kalihamak. -Falou uma voz poderosa, tudo ao redor pareceu tremer. Uma enorme sombra se ergueu por entre a névoa, olhos de um azul estupidamente claro brilharam na imensidão vermelho sangue, enormes asas apareceram. Ouviram-se o bater de asas como as de demônio, o que não era incomum naquele lugar, mas então uma luz dourada cercou o loiro, o buraco em seu peito sumiu, os fios brancos pararam de sair de sua cabeça. ele gritou com mais força ainda, presas como as de um lobo surgiram em sua boca, garras enormes tomaram conta de suas unhas e por fim ele desapareceu com um flash dourado.

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Harry abriu os olhos, sentiu algo estranho por um instante, era como se algo invadisse seu território, mas logo a sensação desapareceu. Notou que estava deitado em uma cama muito confortável, o lugar estava escuro, mas ele conseguia enxergar com uma nitidez incrível, respirou fundo e sentiu o cheiro de comida invadir suas narinas, o silêncio era avassalador. De repente começou a ouvir batidas ritmadas e se acalmou, era as batidas do coração dos amigos, se levantou e se sentiu um pouco tonto, não devia ter desejado que Voldemort sentisse a dor de perder um pedaço de sua alma, pois com isso abriu sua mente e sentiu parte da dor.

Caminhou calmamente até a porta e a abriu, fechou os olhos rapidamente por causa da luz do corredor e depois de um segundo voltou a reabri-los, piscou diversas vezes até se acostumar com a claridade e quando isso aconteceu saiu pelo corredor, desceu uma escada e foi para a sala de jantar, onde encontrou Rony e Hermione sentados, comendo o que parecia ser pizza.

_Quanto tempo eu fiquei apagado? -Perguntou assustando os amigos, que olharam para ele com surpresa.

_Quase três horas. -Falou Hermione depois do susto. _Está com fome? –Perguntou, mas o moreno não respondeu, apenas pegou um pedaço de pizza com as mãos e mordeu, estava um pouco quente, mas não se incomodou, para falar a verdade nem sentiu a mão queimar.

_O que houve com você cara? -Perguntou Rony surpreso.

_Abri minha mente para Voldemort no momento em que eu quis destruir a horcrux. -Falou Harry enquanto se sentava, como se aquilo fosse algo óbvio. _Durante o processo eu desejei profundamente que ele sentisse a dor de perder o pedaço de sua alma, só que com isso eu abri minhas defesas, ou seja, uma parcela da dor veio pra mim. Veio como um dano mental, o que causou mais estresse do que se fosse uma dor física, pois se fosse causada por algum ferimento físico eu não teria desmaiado.

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Já era tarde, Harry e Hermione estavam sentados em um sofá, o moreno estava com a cabeça no colo da amiga de forma despreocupada. Rony fora dormir a algum tempo, a sala só era iluminada pelo brilho da TV, onde eles viam um engraçado programa de entrevistas, bem popular naquele horário. Então algo chama a atenção dos dois, que estavam distraídos, o programa fora interrompido, o moreno notou que a respiração de Hermione acelerara rapidamente. Ele olhou atentamente para a TV e viu o que parecia ser um palacete. Imaginou que ficava no interior da Inglaterra, pois o jornalista dissera um nome que ele não conhecia direito, mas pelo tanto de gente que passava em frente a câmera não devia ser uma cidade pequena. Observou atentamente o palacete e pensou que ele seria realmente bonito se não estivesse rodeado por chamas escarlates, mesmo assim dava para ver os detalhes do século dezoito, o jardim estava destruído pelo fogo.

“...Vizinhos ouviram gritos vindos do palacete e os empregados curiosos saíram para ver o que estava acontecendo. Segundo os relatos de muitos, um grupo de estranhos encapuzados invadiu o Palacete Devonshire. Os empregados disseram que os invasores se vestiam estranhamente e os sobreviventes juraram ouvi-los falando algo como sangue sujo e sobre pureza do sangue, tudo leva a crer que isso tem ligação com um grupo extremista racista, que não se sabe a ligação. O jardineiro da família disse que dentro da mansão haviam muitas luzes coloridas, os policiais suspeitam que seja os laser das armas. O curioso é que nenhum dos invasores chegou a sair da mansão, mas segundos antes dela ser completamente tomada pelas chamas, uma horrorosa marca subiu no céu, ela é igual a aquelas que víamos com freqüência a mais de dezesseis anos.” -O câmera mudou o foco da filmagem, agora filmando o céu noturno clareado pelo dourado das chamas e pelo verde doentio da marca negra que pairava no ar com imponência.
A TV praticamente explodiu fazendo um barulho muito alto, Hermione levantara rapidamente quase o derrubando, o apartamento sacudiu fortemente, as luzes ao redor começaram a acender com muita força e clareavam cada vez mais até que estouraram. O moreno olhou para as janelas e as viu trincar, então lágrimas rolaram pelo rosto da amiga, ele sentiu uma forte onda de dor e perda emanando do corpo dela, um vento se desprendia do corpo dela, não sabia o que fora aquilo, mas a dor era imensa. Ouviu algo estourar nos andares de baixo, parecia que todas as lâmpadas estavam explodindo ao mesmo tempo, ouviu gritos de medo, mas não se interessou, tentou chegar até Hermione, mas parecia que algo o impedia então tentou com mais vontade, conseguindo chegar cada vez mais perto, no entanto a amiga começou a cair e ele sentiu seu corpo mais leve, então sem perceber já a amparava e os dois tocaram o chão.

_Não. -Falou Hermione baixinho. Harry a abraçou com força, mas ela ainda tremia, então tentou se soltar e ele a apertou mais. _Eles não podem. -Falou ela mais uma vez, o moreno não estava entendendo nada daquilo, pareciam palavras desconexas. Ela se debatia como se quisesse ir para algum lugar, o sentimento de solidão ainda estava em si e era sufocante. _Eles mataram. -Falou Hermione em tom mais alto.

_Shh calma. -Falou Harry passando a mão pelo cabelo dela. _Se acalme e me diga o que houve.

_Meus avós... -Falou Hermione soluçando descontroladamente. _Meus avós, os comensais os mataram, eu tenho de vê-los, eu quero...

_Não estou entendendo. -Falou o moreno calmamente, ele olhou para o que sobrou da TV, o que não fora muito, até mesmo o grosso vidro da tela havia simplesmente se partido em pedaços tão pequenos que não passavam de pó, mas então ele compreendeu. _Eles estão bem, fique calma.

_Não estão. -Falou Hermione se desvencilhando dele. _Eles estão mortos, se estivessem vivos teriam aparecido na TV. -Ela estava descontrolada, o olho direito dela estava totalmente negro como no dia do pacto com Azaiel.

Harry não sabia direito o que dizer, a amiga estava descontrolada, não podia sair naquele estado. Fechou os olhos por um segundo e suspirou, tinha de agir friamente, olhou para mão esquerda, ouviu ao longe alguém descer as escadas com rapidez, tinha de ser mais rápido, a mão soltou um brilho azul safira e ele se aproximou rápido e silenciosamente de Hermione, tocando o seu pescoço com a mão. De repente ela parou de tremer, imagens indistintas vinham à mente de Harry, mas ele não se importou, continuou até que sentiu a amiga perder os sentidos e então as imagens desapareceram. Ele a pegou no colo antes que ela caísse no chão e a levantara com muita facilidade.

_O que houve aqui? -Perguntou Rony ligeiramente pálido, seus cabelos bagunçados e rosto inchado mostravam que ele fora acordado com tudo aquilo. _Eu ouvi a voz da Hermione...

_Os comensais. -Falou Harry interrompendo o ruivo, que parecia uma matraca. _Rony pegue o telefone sem fio e leve no quarto da Hermione.

_O que aconteceu? -Perguntou o Weasley, olhando Hermione desacordada com preocupação.

_Mataram os avós dela. -Falou Harry, depois disso ele se movimentou rápido e silenciosamente até as escadas, subindo sem dizer mais nada. O ruivo estava em choque pegou o tal telefone sem fio que ele havia visto Hermione usar e subiu.

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_Como ela está? -Perguntou Rony, a porta do quarto da amiga. Harry saiu do quarto e fechou a porta, pegando o telefone que o ruivo tinha na mão.

_Vai dormir um pouco, eu espero. -Falou Harry ainda preocupado. Ele fechou os olhos por um segundo até lembrar o número dos Granger’s, não seria bom dar aquela notícia, mas era preciso. Discou o número enquanto Rony ficava quieto ao seu lado, o moreno ouviu o telefone tocar muitas vezes, era madrugada e era de se esperar que os pais da amiga estivessem dormindo. Quando estava prestes a desistir, ouviu alguém atender.

“Alô.” -Falou uma voz feminina em tom sonolento, devia ser a mãe de Hermione.

_Senhora Granger, aqui é Harry Potter, amigo de sua filha. -Quando terminou de ouvir isso, ouviu uma forte agitação do outro lado da linha, provavelmente mencionar a filha tinha acordado a mãe da amiga.

“_ Hermione está bem?” -Perguntou ela em tom grave, a preocupação era muito clara.

_Tão Bem quanto alguém poderia estar nessa situação. -Falou o moreno calmamente, os Weasley não haviam contado aos pais da garota o que havia acontecido a algum tempo atrás, de forma que eles não sabiam que ela quase morrera. _Mas não se preocupe, não é nada com ela, mesmo assim eu gostaria de falar com seu marido, é um assunto urgente.

“Espere um momento.” -Falou a senhora Granger, Harry ouviu ela falar com o marido que devia ter acordado com a movimentação da esposa e ouviu o tom preocupado dele.”

“_Alô.” -Falou uma voz masculina.

_Senhor Granger, eu tenho uma notícia não muito boa para você. -Falou Harry em tom mais sério e grave, sentiu que o homem ficara mais tenso do outro lado da linha. _Bom não tem uma forma mais delicada de dizer, então serei direto. -Falou Harry respirando fundo. _Seus pais, o Duque e a Duquesa Devonshire foram assassinados nessa madrugada, eu e Hermione estávamos vendo TV quando passou a notícia urgente, ligue a TV no canal 27. -Harry ouviu a respiração do homem falhar por alguns instantes.

“_Querida ligue a TV e coloque no canal 27.” -Falou o Senhor Granger do outro lado da linha, esquecendo que estava no telefone”

O Moreno ouviu o telefone cair no chão, o som de alguém chocado e surpreso com alguma coisa, depois ouviu algo como descrença. Eram estágios de negação e tristeza, por fim ele ouviu o som de choro e era a voz masculina, não sabia como reagir, não sabia se devia desligar ou se fazia outra coisa, quando estava prestes a desligar ouviu alguém chamando no telefone.

“_Harry aqui é a Senhora Granger.” A voz da mulher estava embargada. _Como Hermione reagiu?”

_Da maneira esperada. -Falou Harry, tinha de ser calmo. _Ela entrou em choque, chorou muito e queria ir para a mansão, mas eu não deixei por que pode ser perigoso, ela estar lá, principalmente no estado em que ela ficou.

“_Por favor, quando ela acordar a traga aqui em casa.” -Pediu a mulher o som de soluços eram ouvidos do outro lado da linha.

“_Não a traga aqui.” -Falou a voz masculina do pai de Hermione. “_Leve-a para Devon, eu e minha mulher vamos pegar um avião imediatamente para irmos para lá, tenho uma casa por aqueles lados, estaremos lá em pouco tempo.”

_Sim senhor. -Falou Harry. _Vou anotar o número, espere um instante. -O moreno fez um aceno com as mãos, um pedaço de pergaminho e uma pena vieram até ele que anotou no pedaço de pergaminho o celular do senhor Granger. _Muito bem, hoje até as dez da manhã estaremos lá. -Falou anotando o que parecia ser um endereço, por fim ele desligou o telefone, mas quando fez isso se virou rapidamente para a porta do quarto da amiga sentindo algo estranho.

_Hermione não está mais aqui. -Falou Rony, abrindo a porta do quarto. Ele estava assustado e surpreso. _Mas onde ela foi?

_Ver os avós. -Falou Harry apressado, entregando o pergaminho para o amigo. _Arrume suas coisas, temos de sair rapidamente. Avise na portaria que eu e Hermione saímos mais cedo e saia pela porta, deixe claro que ninguém possa entrar aqui. Lacre a porta com um feitiço e vá até o parque com sua mala, leve o necessário e aparate nesse endereço, ou melhor, pegue o Noitibus disfarce os cabelos e os olhos.

_E aonde você vai? -Perguntou o ruivo assustado.

_Vou atrás de Hermione. -Falou e em seguida desapareceu sem fazer barulho. O ruivo não percebeu isso direito, assim que viu o amigo desaparecer correu para fazer as malas, coisa que não demorou muito. Pegou uma sacolinha cheia de galeões e um pouco de dinheiro trouxa.

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_Senhor Weasley, o que houve? -Perguntou a recepcionista do hotel.

_Eu e meus amigo teremos que viajar mais uma vez, não demoraremos a voltar e não quero ninguém entrando no meu apartamento. -Os olhos azuis dele estavam duros como se não admitisse ser contrariado.

_Sim senhor. -Falou a recepcionista.

_Meus amigos já foram, então até mais. -Disse andando apressado com a mala para fora do hotel.

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Hermione aparecera dentro da propriedade de seus avós, o palacete ainda estava em chamas. Carros dos bombeiros e da policia estavam por todo lado, assim como alguns repórteres, também percebeu que curiosos eram mantidos fora da propriedade, caminhou ainda descalça e a passos vacilantes para dentro do palacete, a cada passo seu coração estourava dentro de seu peito, lágrimas chegaram aos seus olhos e foi como se ela a cada passo percorresse quilômetros. Não notou que a grama verdejante ao seu redor morria, nem que toda a grama da propriedade secara e ficara negra, as árvores ficavam negras e as folhas caíam, mas antes mesmo de tocar o chão viravam pó.

Depois do que lhe pareceu uma eternidade, ela estava diante do palacete. Foi em direção às chamas, os trouxas não a apagariam, sentia a magia nelas. Viu de esguelha, alguns bruxos provavelmente obliviadores e aurores, mas parecia que ninguém conseguia ver-lhe, só aí notou que tudo ao redor estava em câmera lenta, era como se o tempo estivesse parado. Ela sentiu o calor das chamas quando entrou no hall e imagens de sua infância vieram a sua mente, se via com sete anos subindo e correndo alegremente por aqueles corredores lembrava-se de ouvir a voz séria de seu avô, mesmo ele estando sorrindo e lembrava que ele a abraçava ali mesmo. Olhou para os lados viu a sala através de um portal, a porta que deveria estar ali, agora estava caída no chão, então como se as chamas se apagassem e o tempo retornasse, ela se viu um pouco mais nova, devia ter uns seis anos, estava deitada no colo de uma mulher velha com cabelos negros já grisalhos, os olhos azuis iguais aos de seu pai, ela parecia contar uma história para a pequena menina que já estava quase dormindo.

A imagem desapareceu e ela viu de novo o aposento sendo tomado pelas chamas, aquelas chamas malditas... chamas mágicas que consumiriam tudo da forma mais lenta que as normais. Viu duas grandes escadas, uma a esquerda e outra a direita, ambas levavam para o andar superior. Subiu a da direita com calma, colocando a mão no corrimão sem se importar por tocar o fogo, olhou para as paredes onde se via diversos quadros ou armas, mas uma única fotografia. Ela estava com mais ou menos quinze anos, antes de ir para a sede da ordem, vestia-se de modo formal, mas o sorriso que a imagem mostrava dizia claramente que ela estava feliz naquela época, ao seu lado estavam seus avós que sorriam alegremente enquanto a abraçava. Viu os cabelos castanhos escuros de seu avô assim como os olhos, diziam que seus olhos eram iguais aos dele, ela pegou a foto da parede com as mãos trêmulas, viu as chamas desaparecerem e a parede ficar em um tom róseo muito claro, quase branco, o chão os degraus ficaram brancos como mármore, o corrimão de madeira finamente trabalhada parecia intacto. Afastou-se levemente e de repente viu uma garota de uns nove anos descer escorregando por aquele corrimão, a garotinha tinha cabelos castanhos e cheios, os olhos cor de chocolate e o sorriso em seu rosto demonstrava felicidade.

“Menina não faça isso que vai se machucar. -Disse uma mulher descendo a escada com mais rapidez do que demonstrava ter, era a mesma da sala de leitura. Ela chegou até o ultimo degrau e viu a garotinha sorrir alegremente, pareceu não se importar com o resto, a mulher pareceu não resistir e sorriu também. _Peralta como o seu pai.”

A imagem desapareceu, aquelas lembranças a estavam ferindo, parecia que sua alma chorava, sentiu as lágrimas mais uma vez voltarem com força. Finalmente alcançara o andar superior, andou até uma parede onde moveu um castiçal de prata, sem sentir que ele estava muito quente, uma passagem secreta havia se aberto, seu avô havia lhe ensinado aquela passagem, ela daria diretamente na ala dos patrões. Caminhou por ela calmamente, olhando agora paredes de pedras escuras, a fumaça inundava o local, mas ela não se importou, nem se incomodou. Depois de cinco minutos ela saiu em um corredor que outrora fora muito luxuoso, viu corpos no chão, provavelmente os criados dos seus avós. O calor das chamas pareceu desaparecer, o barulho de chuva foi ouvido, ela olhou para o corredor uma segunda vez, agora ele não estava tomado pelas chamas, ela não ouvia o crepitar do fogo destruidor, somente o barulho de uma forte tempestade castigando as janelas e raios e trovões cortarem o ar, então viu uma garotinha de uns cinco anos sair de uma das portas, praticamente arrastava um urso de pelúcia com quase seu tamanho, sorriu ao ver aquilo, ainda tinha aquele urso, estava na casa de seus pais. Viu a garotinha passar por um das portas e foi até aquele local, a garotinha estava parada em frente a uma enorme cama onde duas pessoas dormiam, depois ela subiu na cama pelos pés, as duas pessoas pareceram despertar.

“O que houve querida? -Perguntou a senhora bondosamente e em tom doce.”

“Teddy está com medo. -Falou a garotinha abraçando mais ainda o urso, o homem sorriu ao lado da mulher”

“Que tal você e o Teddy dormirem aqui? -Perguntou o homem em tom meigo, a voz idosa trazia consolo a garotinha, que abriu um enorme sorriso e deitou entre os avós, mas não antes de dar um beijo em ambos, que a cobriram junto com seu ursinho e se olharam com um sorriso nos lábios e um brilho de divertimento nos olhos.”

A imagem turvou, a chuva desapareceu assim como o som dos raios e trovões dando agora lugar para o crepitar mais forte das chamas. Hermione viu a mesma cama que vira em suas lembranças só que agora ela estava destruída, os dóceis queimados, o colchão pegava fogo também, o quarto era amplo, mas estava tomado pelas chamas que se afastaram quando ela entrou. No meio do quarto havia dois corpos caídos no chão, pareciam intactos. Ela via os olhos claros de sua avó encarar o vazio com uma expressão de pânico em seu rosto. As lágrimas caíram de seu rosto e tocaram o chão, olhou para o corpo de seu avô, sentia a magia pútrida das trevas, ele fora torturado pela maldição da dor e por fim morto pela maldição da morte.

_NÃO. -Urrou Hermione, o tempo voltara a correr normalmente, as chamas crepitaram com mais força, parecia que elas aumentaram com uma fúria incontrolável, a garota caiu de joelhos entre os avós e chorou como se nunca tivesse chorado na vida, a dor e o vazio se apoderaram de seu peito, ouviu um barulho, mas não ligou, apenas chorou pela morte de seus avós.

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Harry simplesmente aparecera do lado de fora da mansão, viu que ninguém o notou de início, mas depois que perceberam que ele estava caminhando em direção das chamas, alguns policiais tentaram avançar até ele para impedi-lo, mas pararam ao verem olhos verdes extremamente claros direcionados para si, eram olhos de alguém que não seria detido nem pela própria morte. Os policiais viram estranhos, eram oficiais do governo segundo sabiam, indo em direção do rapaz, juraram ver raios multi-coloridos ir à direção do jovem de cabelos negros, mas enormes sombras saíram de suas costas e se colocaram em frente aos feixes de luz, que simplesmente foram engolidos pela escuridão e por fim o rapaz desaparecera dentro do palacete. Não demorou nem dois minutos e uma explosão de chamas assustou até mesmo os bombeiros que lutavam para salvarem o palacete, os policiais se abaixaram e alguns caíram no chão e chocados viram que a grama verdejante que havia ali estava totalmente morta, todos se levantaram e olharam ao redor, as árvores estavam mortas e sem folhas e um tremor passou até mesmo pelos repórteres.

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Harry simplesmente seguiu o caminho sem saber ao certo o porquê, mas sabia que aquele caminho levaria a Hermione. Subiu as escadas em uma grande velocidade, entrou em uma passagem secreta que estava aberta e saiu em um corredor, as chamas lambiam sua pele sem queimá-la, o que ele ignorou por completo. Caminhou lentamente pelo corredor, as chamas pareciam agora se afastar dele, os seus passos pareciam sobrepujar o crepitar alto do fogo, parou em frente a um quarto espaçoso, as portas dele estavam caídas no chão, quase destruídas pelo fogo e no meio do quarto ele viu algo que fez seu peito doer.

Hermione, de joelhos, entre seus avós. As lágrimas banhavam seu rosto, uma forte aura azul marinho a circulava, o fogo era inexistente naquele lugar, parecia que as chamas tinham medo da garota. Caminhou a passos lentos até Hermione, não tinha o que falar, não saberia o que dizer, já sentira a dor que ela sentia, talvez não tão grande, mas sabia que falar não ajudaria em nada. Viu-a olhar para ele, seus olhos transmitiam um desnorteamento incrível, assim como uma confusão de sentimentos ao fundo, a faísca da ira brilhava, mas aquele olhar direcionado para si era como se ela pedisse para que ele indicasse o que ela devia fazer, sentir ou talvez saber o caminho o qual deveria percorrer. Ele não sabia o que falar, passara por aquilo uma vez, mas talvez com ela fosse pior, as palavras, as idéias, não lhe vinham a mente, então apenas se abaixou até ficar na altura de seus olhos e sorriu calmamente antes de trazê-la para um abraço apertado, ela o abraçou com força era como se naquele abraço ele transmitisse que não a deixaria, que ficaria sempre com ela.

_Está na hora de irmos. -Falou o moreno depois que recobrou a consciência, se perdera em seus próprios pensamentos e no calor de Hermione, que estremeceu, parecia que não queria deixar nada para trás.
A aura azul marinho dela aumentou mais, as chamas começaram a ser expulsas de dentro da casa e quando chegavam ao lado de fora subiam ao céu na direção da marca negra a destruindo, fazendo tudo parecer um show de fogos de artifícios. A aura se expandiu de tal forma que do lado de fora as câmeras simplesmente estouraram, os carros da policia começavam a ser arrastados por uma força invisível, então com uma certa violência todos os carros e pessoas foram literalmente jogados para fora da propriedade, o palacete não mais ardia em chamas, mas uma luz azul emanava dele.

Harry sentiu aquela mudança ao redor e sem perceber sua aura verde apareceu e pareceu se mesclar com a de Hermione. Do lado de fora, bombeiros, repórteres e policiais viam chocados a luz azul e verde se chocarem e mesclarem lindamente começando a tomar conta do chão como uma bela cascata, a grama destruída voltara a vida, as árvores pareceram ficar mais fortes e cheias de flores, nenhum vestígio de destruição restou nos terrenos, somente o palacete um pouco destruído pelas chamas. Por fim houve um clarão, uma enorme cúpula verde tomou conta dos terrenos e uma segunda cúpula maior que a verde, só que azul, também se instalou e a onda de energia foi sentida de longe pelos mais diversos seres.

No dia seguinte bem cedo Harry notou a energia protetora da casa oscilar e soube que os Granger haviam chegado. Saiu do lado de Hermione, a quem pusera na cama após esta desmaiar, e se recompôs rapidamente, antes de aparatar para o nível inferior. Chegou no momento em que os pais de Hermione entraram na casa cujo hall estava quase destruído, as esculturas antigas e muito valiosas estilhaçadas, os quadros parcialmente destruídos pelo fogo. Harry viu, no entanto, que a expressão de perda e dor no rosto do pai de Hermione não tinha nenhuma relação com os bens materiais, viu a esposa dele abraçá-lo carinhosamente, como se quisesse confortá-lo.

-Onde minha filha está? –A voz do homem era grave e rouca, claramente estava se esforçando para ocultar suas emoções e parecer forte para quando encontrasse a filha.

-Está dormindo lá em cima, está muito cansada pelo impacto emocional e também pela quantidade de magia que usou para salvar a casa e recuperar o jardim em volta. –Harry responde tentando parecer calmo, mas estava apreensivo quanto ao homem a sua frente, podia sentir que ele estava prestes a explodir.

-Nesse caso vou dar alguns telefonemas, organizar o velório e todo o resto. Tudo bem, querido? –A Sra. Granger perguntou e o marido fez que sim.

-Harry, me leve até meus pais, quero vê-los. –O homem mantinha uma postura firme e controlava a voz para que não parecesse estar a ponto de desabar, isto fez Harry admirá-lo.

-Eles estão no quarto deles, Sr. Granger, quer que eu o acompanhe? –Harry perguntou e o homem fez que não, ainda se lembrava bem do caminho apesar de ter mais de vinte anos que não pisava naquela casa.

Harry disse a Sra. Granger que iria arranjar um pouco de comida, também iria se encontrar com Rony que já devia estar chegando. A mulher acenou de que estava tudo bem e então Harry desapareceu no ar sem fazer barulho, assustando a mulher que por pouco não deixa o celular cair no chão.

Meia hora depois Harry voltara com comida e com Rony, que logo fora ver como Hermione estava. A Sra. Granger parecia atarefada com um monte de papéis a sua volta, então tentou localizar o Sr. Granger, percebendo que ele ainda estava com os pais. Caminhou até o local e apurou os ouvido, o interior do cômodo estava silencioso, então decidiu bater na porta e verificar se tudo estava bem.

-Pode entrar. –A voz estava um pouco mais leve que antes, mas ainda possuía um tom profundo.

-Vim saber se o senhor está bem. Precisa de algo? Quer conversar? –A pergunta pegou o homem de surpresa, mas este apenas apontou o lugar a seu lado.

-Hermione lhe contou algo sobre os avós? –Harry tentou buscar alguma informação em sua mente, mas se deu conta de que ela nunca falara muito da família, nem mesmo de seus pais.

-Não, ela sempre foi muito reservada e imagino que ficar falando de trouxas seria complicado, quer dizer a todo o momento ela teria que parar pra explicar algum termo pro Rony ou outro Weasley. –Harry fala pensativo e o pai da amiga parece entender.

-Meu pai era o Duque de Devonshire, um nobre de família muito tradicional e, portanto muito conservador. Eu nunca gostei muito desse jogo da nobreza, várias regras ultrapassadas, era praticamente um rebelde. –Harry viu o homem de roupas sóbrias e pensou que sua postura lembrava muito a de Hermione, que de rebelde não tinha nada. Contudo manteve-se sério, deixaria para imaginar a rebeldia dos Granger depois. –Quando me recusei a assumir os negócios da família e comecei a faculdade de odontologia, praticamente rompi com eles e quando conheci Helena tudo piorou, eu a amava, mas ela não era da nobreza e meus pais não aceitaram o casamento. Bom, passei a usar o nome de minha mãe para afrontar meu pai, também dei apenas o sobrenome Granger para Hermione, que nos últimos vinte anos, foi a única a ter contato com eles. Eles sempre mandavam um criado ir buscá-la e depois de uns dias nas férias o mesmo criado a levava de volta para casa. –Harry não imaginava que Hermione fizesse parte da nobreza, apesar de sempre tê-la achado muito educada, preza as normas, e agora sabia o porque. –Após vinte anos sem vê-los, agora estão a minha frente mortos... A única coisa em que consigo pensar é em minha última conversa com eles, fui duro e disse coisas que ninguém deveria dizer a um pai e uma mãe... –A máscara dura e fria caiu e Harry pôde ver o homem desabar em lágrimas, nos olhos escurecidos pairava o peso da culpa e do remorso.

Quando Hermione acordou passou um grande tempo conversando com os pais antes de descer e quando eles o fizeram, Hermione pediu a Harry e Rony que a ajudassem a levar os avós magicamente para outra propriedade da família, onde os dois seriam velados e enterrados. Harry disse que cuidaria disso, enquanto Hermione levaria os pais e Rony, ela só precisava dizer a ele onde o lugar ficava.

Era início de tarde quando chegaram a Chatsworth House, uma enorme e bela propriedade rural em Derbyshire. Rony ficou boquiaberto com o enorme e elegante palacete, havia dezenas de pessoas passando a todo o momento para um lado e outro, todas organizando o funeral, que segundo Hermione contaria até com a presença da família real, já que seu avô era um nobre muito próximo e muito ativo no parlamento.

No fim da tarde, os Weasley chegaram todos vestidos de negro, Rony havia ido recebê-los e os levara até Harry, que trajando um belo terno totalmente negro, esperava Hermione.

-Olá, Harry. Como Hermione está? –Arthur Weasley perguntou em tom baixo, os outros pareciam ainda confusos, além de tristes pela amiga.

-Muito triste, demorou a se arrumar porque estava verificando os últimos detalhes, mas os pais dela já estão na capela recebendo os que chegam. –Harry fala lançando um olhar a Rony, que entende a indireta.

-Acho que seria bom irmos cumprimentá-los, já que Hermione deve demorar a descer. –Rony fala percebendo a intenção de Harry. Provavelmente os irmãos enxeriam Hermione de perguntas se a vissem ali, coisa que certamente não fariam no funeral.

Todos concordaram e se afastaram, dez minutos depois Hermione desceu, usava um discreto mais elegante vestido negro, os cabelos cuidadosamente penteados e presos, também usava óculos escuros, para evitar que vissem os olhos vermelhos. Harry se ergueu e a recebeu com um abraço.

-Os Weasley, Lupin, Tonks e McGonagall já chegaram. Também tem muita gente da imprensa e da cidade próxima, além das pessoas importantes. –Harry fala de modo suave, queria prepará-la para que não se assustasse.

-Obrigada por me avisar. –Hermione respondeu quase em um sussurro, permanecendo junto a Harry como se quisesse lhe mostrar que precisava de seu apoio.

Entendendo o pedido silencioso da amiga, Harry a conduziu, ainda abraçado a ela, até a bela capela onde o funeral ocorria. Assim que chegaram a porta da capela, um criado vestindo uma roupa formal típica da ocasião, anunciou a entrada de ambos.

-Hermione Jane Granger, Condessa de Burlington, filha do Marquês de Hartington e neta do Duque de Devonshire, e o senhor Harry James Potter. –Imediatamente todos se viraram para eles e flashes surgiram a sua frente. Dezenas de fotógrafos inconvenientes registravam o momento, mas Hermione mantinha-se ereta, sua expressão era altiva como se os ignorasse, apesar de com sua mão apertar o braço de Harry, denunciando o incômodo pela presença da mídia.

-Posso arranjar um jeito de tirá-los daqui. –Harry sussurrou no ouvido dela, que pareceu estremecer.

-Não. Isso seria deselegante, além do que meu avô era um político muito influente e ativo no país, há pessoas que o admiravam e que não podem estar aqui. Acompanhar o funeral pela TV é o único jeito de se despedirem. –Hermione respondeu com outro sussurro, enquanto cumprimentava com acenos discretos aqueles que lhe prestavam condolências.

Hermione recebeu com carinho os abraços e palavras de conforto dos amigos, que lhe garantiram ficar para o enterro, depois foi até o local onde os pais estavam levando Harry consigo, sentia que se não fosse ele ao seu lado era iria desabar, apoio que seu pai recebia igualmente de sua mãe. Uma hora depois o pai de Hermione se ergueu e fez um breve discurso sobre seus pais enquanto pessoas, deixando para o primeiro ministro, a quem não via desde a escola, falar sobre seu pai enquanto político e homem respeitável da sociedade britânica, além de garantir a prisão e condenação dos culpados por aquele crime bárbaro. Promessa semelhante a que Scrimgeour fizera a Hermione, mas as quais ela ignorava, pretendia pessoalmente pegar e punir os culpados.

Logo após os discursos em homenagem ao Duque e a Duquesa de Devonshire, os caixões foram fechados e levados para o jazigo da família, o cortejo contava com centenas de pessoas, inclusive membros da família real inglesa, todos pareciam lamentar muito a perda. Hermione não conseguiu ver os caixões descendo na sepultura, se virou e abraçou Harry com tanta força que o moreno achava que suas costelas estavam prestes a rachar, viu que alguns objetos estavam se mexendo e usou sua magia para bloquear e controlar a dela sem que ninguém percebesse.

O enterro foi breve, logo depois os nobres começaram a ir embora, assim como as pessoas importantes, o que acabou por fazer a imprensa também se retirar aos poucos. Ficaram apenas os Weasley e outros bruxos para falar com Hermione, que os guiou até a sala, onde poderiam conversar, os pais de Hermione haviam se recolhido para dar privacidade à filha.

-Srta. Granger eu gostaria de lhe dizer que o ministério está tomando todas as precauções para apanhar os comensais que... –Scrimgeour começou a falar, mas Hermione tirou os óculos escuros e o encarou desafiadoramente, antes de interrompê-lo.

-Apanhar os comensais? Quando Harry avisou que Voldemort havia voltado o ministério não fez nada além de difamar a ele e Dumbledore, quando os comensais fugiram o ministério espalhou uns cartazes, mas se não fosse Harry e Dumbledore, os comensais ainda estariam soltos! O ministério não consegue chegar um milímetro perto de Voldemort, que está matando todas as pessoas importantes ligadas ao ministério, não teria a mínima capacidade para pegar os comensais que estiveram na casa dos meus avós! –Hermione fala com uma fúria contida, mas seus olhos brilhavam perigosamente. –Quero que o senhor e o ministério explodam, senhor ministro! Eu mesma irei pegar os responsáveis e espalharei os pedaços deles por todo país! –As luzes piscaram e um vaso explodiu, os sofás tremiam e o jeito como Hermione olhava o ministro, foram o suficiente para fazê-lo se levantar assustado.

-Creio que está muito nervosa e entendo os motivos, foi um dia difícil...

-Senhor ministro, o que Hermione quis dizer é que nós dois não ligamos a mínima para o Mistério da Magia, a partir e agora estamos independentes do ministério e da Ordem da Fênix, iremos agir sozinhos e quando terminarmos eu posso deixar o senhor expor a cabeça de Voldemort em uma exposição no ministério. –Harry fala de modo sério, seus olhos de um verde intenso encarando friamente o ministro, que se mostrou ofendido.

-Pois se estiverem em perigo, não esperem que eu vá ajudá-los! E se cometerem um crime seja lá qual for, serão presos sem a mínima consideração! –O ministro esbravejou e depois aparatou furioso.

-Não deviam ter sido tão sinceros, creio que já tem inimigos o suficiente. –McGonagall fala de modo prudente.

-O ministério não pode fazer nada contra nós, mas isso também não é importante. Creio que ouviram sobre não estarmos com a Ordem da Fênix e espero que entendam que preferimos seguir nosso próprio caminho. –Harry fala de modo mais calmo, não queria mais brigas quando Hermione estava tão estressada.

-São adultos, tem experiência o suficiente para tomar suas próprias decisões e só podemos esperar que fiquem bem. –Lupin fala de modo sereno, já havia imaginado que os três estavam agindo por conta própria.

-Eu já havia alertado aos membros da Ordem que os três haviam viajado e que não desejavam ser encontrados então acho que já prevíamos que isto aconteceria. –Arthur fala no tom conformado que Lupin usara, o que deixou Harry um pouco mais tranqüilo.

-Eu só gostaria que se mantivessem dentro da lei e longe de encrencas com o ministério, em Hogwarts desrespeitar as regras poderia acarretar em detenções, mas aqui falamos de lei e anos na prisão, o que eu acho que nenhum de vocês vai querer enfrentar. –Novamente McGonagall adota um tom cauteloso.

-Não se preocupe professora McGonagall, a guerra vai terminar em breve e então nos encontrarem em Hogwarts para nosso último ano. –Hermione fala de modo tranqüilo, contrastando com o acesso que tivera momentos antes.

A conversa a seguir se deu de modo calmo, Hermione tentou explicar a todos o que significava tudo aquilo, deixando todos impressionados com sua descendência nobre, principalmente quando disse que em breve seu pai receberia o titulo de Duque de Devonshire e ela passaria a ser a Marquesa de Hartington e que se seu pai quisesse, ele assumiria um lugar na câmara dos lordes. Não demorou muito e todos se foram restando apenas Rony e Harry, que dormiriam ali com ela e os pais.

No escritório do palacete o Sr. Granger observava a mesa de trabalho de seu pai, havia fotos de sua mãe, dele quando jovem e de Hermione. Suspirou profundamente, sua cabeça doía. Ouviu batidas na porta e permitiu a entrada de alguém, ao olhar para frente viu que se tratava de Frank, o mordomo da família desde que era apenas um menino.

-Senhor Cavendish, trouxe-lhe chá e biscoitos, imagino que não comeu nada. –O mordomo -Falou de forma extremamente formal.

-Sabe muito bem que abandonei o nome de meu pai e uso o de minha mãe! Mas você pode me chamar de Edward, como sempre o fez quando eu freqüentava esta casa. –O Sr. Granger responde de modo tranqüilo, havia entendido a sutil provocação do mordomo.

-Edward, sabe que gosto de você como a um filho, assim como tinha seu pai como um amigo. –Frank se encaminhara para a área atrás do Sr. Granger e afasta um quadro que ocultava o cofre. –Não gostei de vê-los brigados por todos estes anos, apesar de entender seus motivos, por isso, peço que leia está carta antes de pensar no que fará daqui para frente. –Ele pegara uma carta no cofre e entregara ao homem que o observava confuso, depois fechara o cofre e se retirara.

Edward olhou o envelope um pouco amarelado, devia ter sido escrito a um bom tempo, no campo do destinatário leu o nome Edward Willian Granger Cavendish escrito na bela letra de seu pai. Sentiu as entranhas se moverem e o coração parar de bater, um nó quente se formou em sua garganta, mas conteve a emoção, respirou fundo e se acalmou antes de abrir o envelope.

N/A: Espero q tenham gostado

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Comentários (1)

  • rosana franco

    Bom o Lord arranjou mais um inimigo doido pra matar ele mas o Draco(ou seja la oq ele virou)tem que entrar na fila.A Hermione da nobreza!Quem diria ela realmente é bem poderosa e quando perde o controle sai de baixo.

    2011-03-24
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